terça-feira, 17 de setembro de 2024

Os deputados que pedem impeachment de Moraes

Charge: Izanio
Por Altamiro Borges


Na semana passada, um requerimento assinado por 152 parlamentares foi protocolado no Senado pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A tropa bolsonarista está incomodada com os inquéritos sobre as milícias digitais, os atos golpistas – que culminaram no 8 de janeiro de 2023 em Brasília –, o roubo das joias das arábias e as fraudes nos cartões de vacinação. Ela teme pela prisão de Jair Bolsonaro, o chefão da Organização Criminosa (Orcrim), e de seus milicianos – fardados e civis. Daí a pressa em derrubar o relator do STF.

Neste domingo (15), o jornal Estadão – que tem reforçado o coro bolsonarista contra o ministro – fez um levantamento de quem são os deputados que assinam o pedido do impeachment. Entre os algozes estão 13 parlamentares que são investigados por vários crimes. “Todos que estão na mira de Alexandre de Moraes são do PL, sigla do ex-presidente. São eles: Alexandre Ramagem (RJ), André Fernandes (CE), Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Eduardo Bolsonaro (SP), Eliézer Girão (RN), Filipe Barros (PR), Junio Amaral (MG), Luiz Phillipe de Órleans e Bragança (SP), Marco Feliciano (SP), Silvia Waiãpi (AP) e Zé Trovão (SC)”.

O jornalão oligárquico explica que “procurou os 13 deputados, mas não obteve retorno”, e afirma ainda, com base numa reportagem do seu concorrente, a Folha, que todos os investigados foram vítimas de perseguição do ministro do STF – que acionou, “fora do rito”, um assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para incriminá-los. Apesar da tentativa grotesca de proteger os golpistas, a reportagem serve para mostrar a capivara dos proponentes do impeachment. A ficha corrida é longa. Vale conferir alguns dos crimes dos nobres parlamentares, conforme descrição bastante amigável do jornalão:

Cinco incentivadores do vandalismo em Brasília

“Dos 13 deputados que são visados por Moraes, cinco são investigados por inquéritos que apuram atos antidemocráticos: André Fernandes, Carlos Jordy, Eliézer Girão, Silvia Waiãpi e Zé Trovão. Passados 15 dias dos atos golpistas de 8 de Janeiro, Moraes mandou investigar se Fernandes e Waiãpi incentivaram o vandalismo contra os prédios públicos. A suposta incitação aos ataques está sendo apurada no inquérito da tentativa de golpe de Estado, relatado pelo ministro do STF”.

Já Eliézer Girão passou a ser investigado por “uma série de publicações dele entre novembro de 2022 e janeiro de 2023. Segundo a PF, as postagens indicariam que ele incitou hostilidade entre as Forças Armadas e as instituições republicanas”. O arruaceiro Zé Trovão foi incluído no inquérito sobre os bloqueios criminosos de estradas de setembro de 2021. “O bolsonarista foi preso em outubro daquele ano, após Alexandre de Moraes apontar que ele estava organizando um levante de caminhoneiros que resultaria em manifestações violentas no feriado da Independência”.

As fichas de Ramagem e Zambelli

“O candidato do PL à prefeitura do Rio, deputado Alexandre Ramagem, virou o principal alvo da investigação do STF que apura se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão que ele chefiou durante o governo Bolsonaro, foi utilizada para espionar opositores do ex-presidente. De acordo com as descobertas das operações Vigilância Aproximada e Última Milha da PF, o órgão monitorou ilegalmente ministros do STF, jornalistas e opositores do ex-presidente”.

O Estadão cita ainda a “deputada-pistoleira” Carla Zambelli, “investigada no inquérito da tentativa de golpe e pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que teria sido planejada como um pretexto para colocar em xeque a Justiça brasileira. Segundo as investigações, Zambelli contratou o hacker Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, para inserir alvarás de soltura e um mandado de prisão falso contra Moraes no sistema do CNJ”.

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