terça-feira, 17 de setembro de 2024

Senador Girão é expulso de debate na TV

Por Altamiro Borges


Todo metido a valentão, o senador bolsonarista Eduardo Girão, do Novo do Ceará, acabou sendo enxotado do debate entre os candidatos à prefeitura de Fortaleza promovido pela TV Otimista, afiliada da Rede Bandeirantes, nesta segunda-feira (16). A expulsão se deu em cumprimento a uma ordem judicial, que levou em conta a Resolução 23.610 do Tribunal Superior Eleitoral para as eleições deste ano. O debate já havia começado e o senador foi retirado no segundo bloco.

Em seu artigo 44, a resolução determina que nos debates nas emissoras de rádio e televisão “deve ser  assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares”. A norma até prevê exceções, mas desde que haja acordo entre as siglas que disputam a eleição. No caso do pleito em Fortaleza, não houve consenso sobre a participação do Novo, uma legenda cada vez mais de extrema direita e que não possui cinco parlamentares.

O pedido para a exclusão do excêntrico Eduardo Girão foi apresentado pelo partido Solidariedade. Logo no início do segundo bloco do programa, o apresentador Paulo César Norões informou que o senador havia sido retirado e explicou que a emissora foi intimada pela Justiça Eleitoral. O debate seguiu com as presenças dos candidatos André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União Brasil), Evandro Leitão (PT), George Lima (Solidariedade), José Sarto (PDT) e Técio Nunes (Solidariedade).

E se a regra fosse aplicada na capital paulista?

Revoltado, o valentão posou de vítima. Em áudio, Eduardo Girão choramingou. “Fico imaginando por quê que eles querem me calar. É por que eu denuncio, por exemplo, que eles não assinaram, não levaram à frente a Comissão Parlamentar de Inquérito do narcotráfico e está humilhando [sic] nosso povo”. O chororô, porém, não comoveu ninguém – nem sequer os bolsonaristas, que estão divididos na disputa da capital cearense. O episódio serviu apenas para alertar outros Estados.

Se a resolução do TSE fosse aplicada em São Paulo, por exemplo, o cafajeste Pablo Marçal não promoveria baixarias nos debates na TV, já que o PRTB – partido com suspeitas de ligação com o crime organizado, com o PCC – não tem nenhum representante no Congresso Nacional. Marina Helena, ex-serviçal do ministro bolsonarista Paulo Guedes, também não seria convidada, já que pertence ao mesmo velhaco Novo de Eduardo Girão.

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