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domingo, 14 de maio de 2023

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Reflexões sobre a derrota de Boric no Chile

Foto: Facebook do PC Chile
Pedro Carrano, no jornal Brasil de Fato:

Está repercutindo muito o resultado das eleições das 50 cadeiras do Conselho Constitucional para apresentação de proposta para alteração na Constituição chilena.

O fator mais grave é a aparente vitória da extrema-direita nesse processo, elegendo 23 cadeiras (aumentou uma entre ontem e hoje), entre 50 vagas.

Ao lado da direita tradicional chilena, que obteve 11 votações, a extrema-direita assegura maioria e poder de veto para a redação da nova Carta Constitucional. Os dois blocos – extrema-direita e direita tradicional – precisarão negociar entre si, mas devem apontar unidade para assuntos que interessam.

Dividida em dois blocos, no qual apenas teve expressão a coligação Unidad para Chile, a esquerda obteve 16 cadeiras (reduziu uma de ontem para hoje), sendo a votação mais expressiva do Partido Comunista Chileno. Em eleição obrigatória no país, houve grande quantidade de votos nulos e brancos, que passou de 20%.

O Chile e nós

Gabriel Boric, presidente do Chile
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Não é tarefa simples entender a reviravolta chilena, cuja população em quatro anos fez um voo sem escalas da opção popular, democrática e de esquerda para o fascismo.

Estou convencido que se trata de um fenômeno complexo que desafia o observador mais atento da cena política do continente. Decerto deve-se a múltiplos fatores e será objeto de intenso debate.

Isto posto, vale um breve recuo no tempo: em 2019, as maiores manifestações populares da história do Chile acuaram o governo do direitista Sebastián Pinera, que se viu forçado a deixar de reprimir o movimento e convocar o processo constituinte.

Na sequência, os setores progressistas formam uma sólida maioria entre os constituintes eleitos e escrevem a carta mais avançada possível em termos sociais, democráticos, humanistas e civilizatórios.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Os obstáculos às mudanças na América Latina

Mural de Jorge González Camarena, Presença latino-americana,
1964-65/Universidade de Concepción, Chile
Por Umberto Martins, no site da CTB:

A América Latina parece atravessar sua segunda onda progressista deste século, com governantes comprometidos com os interesses dos povos e orientados por projetos de transformação do panorama social e político, desenvolvimento soberano das nações, integração solidária dos países latino-americanos e caribenhos, combate às desigualdades e promoção do bem estar social.

É preciso recordar que a primeira “onda vermelha”, como foi caraterizada por alguns observadores, ocorreu na primeira década do século 21, após a eleição de Hugo Chávez na Venezuela (1988), que foi seguida pela vitória de Lula no Brasil, Nestor Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Manoel Zelaya em Honduras e Fernando Lugo no Paraguai.

terça-feira, 25 de abril de 2023

A mídia boliviana e a luta anti-imperialista

Foto: AFP
Por Leonardo Wexell Severo

O governo do general Juan José Torres foi um marco na história boliviana e da América Latina para romper com as amarras do imperialismo. Apesar da curta duração da sua gestão presidencial - de 7 de outubro de 1970 até 21 de agosto de 1971 - derrubada pela oligarquia a serviço dos Estados Unidos, nos deixou frutíferos ensinamentos, expressos no livro “Em defesa de minha nação oprimida”.

Torres encarava a mídia como imprescindível na batalha de ideias, seja nos campos político, econômico e cultural. Daí a razão de ter investido tanto na construção de meios próprios - como o jornal “El Nacional” -, não só para dar sustentação às medidas do governo revolucionário, mas contribuir, diariamente, para a formação de uma geração cada vez mais consciente. E independente.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

O fascismo não será contido sem cadeia

Por Moisés Mendes, em seu blog:

Todos os que temem algum tipo de reação do fascismo a medidas drásticas de contenção de seus líderes, principalmente o encarceramento, devem se mirar no exemplo da Bolívia.

A foto acima, de terça-feira, é devastadora para a extrema direita boliviana. Foi divulgada, no que pode ter sido uma barbeiragem, pela assessoria do governador de Santa Cruz de la Sierra, Luis Fernando Camacho.

Camacho, o Bolsonaro boliviano, está preso desde dezembro do ano passado por ter sido o líder civil do golpe de 2019 contra Evo Morales.

Jornais estamparam a imagem na capa. O preso estaria voltando para a penitenciária de Chonchocoro, depois de sair para depor diante de um juiz de La Paz.

A cena seria comovente, se não fosse politicamente desastrosa. Uma mulher segura o suporte com um tubo de soro, ao lado do doente, que é medicado enquanto anda.

domingo, 29 de janeiro de 2023

Mineradoras e banho de sangue no Peru

Foto: Hudbay (mina de cobre)
Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:


Há um banho de sangue em curso no Peru.

Artigo de Maurício Angelo, de 10 de junho de 2021, me chamou a atenção, por capaz talvez de explicar melhor, a partir de interesses muito concretos da mineração, o golpe contra Pedro Castillo e a efervescente e trágica situação atual daquele país.

Castillo assumiu contra todas as grandes mineradoras e multinacionais, cujos interesses se viram em risco, depois de derrotar Keiko Fujimori, filha de um ditador condenado por violações em série de direitos humanos, várias acusações de corrupção nas costas, conhecido quando presidente por políticas largamente favoráveis às mineradoras.

Na eleição de 2021, as ações das grandes mineradoras sempre reagiam bem quando Keiko Fujimori se aproximava de Castillo nas pesquisas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Mídia abafa repressão e mortes no Peru

Dina Boluarte (dir.) com a embaixadora dos EUA Lisa Kenna
Por Altamiro Borges


A mídia hegemônica brasileira, que no seu complexo de vira-lata adora satanizar Cuba, Venezuela e outras experiências latino-americanas que se contrapõem ao império dos EUA, tem dado pouco destaque à onda de violência no Peru. Desde a deposição do presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembro passado, mais de 50 pessoas já foram assassinadas e centenas foram feridas e presas pelo governo direitista de Dina Boluarte. A brutal repressão no sofrido país vizinho não é capa dos jornalões e pouco aparece nos telejornais do Brasil.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Relançamento da integração latino-americana

 Chefes de governo de 33 países assinam Declaração
de Buenos Aires (24/01/23). Foto: Ricardo Stuckert/ABr
Por Jeferson Miola, em seu blog:


“Nada deve nos separar” - Presidente Lula na VII Cúpula da Celac

“A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações” - Constituição brasileira, artigo 4º

O retorno do Brasil à Celac marca o relançamento da integração latino-americana e a retomada de uma perspectiva decolonial e soberana de desenvolvimento no hemisfério.

A Celac, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, foi criada em fevereiro de 2010 como reflexo, sobretudo, da convergência geopolítica dos principais governos progressistas e antineoliberais da América do Sul.

Ao lado de Lula, outros governantes sul-americanos como Néstor e Cristina Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa e Tabaré Vázquez tiveram papel relevante na concretização desta iniciativa de dimensão hemisférica.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Golpe ainda lateja e passa a ser permanente

Reprodução da ilustração do site La Iguana
Por Moisés Mendes, em seu blog:


O Brasil, como caso especial, e o Peru sempre em convulsão são apenas na aparência dois cenários à parte nesse momento na América do Sul.

Nos demais países, parece não existir ameaça visível de golpe. Parece. Mas há um golpe permanente em quase toda a região, muitas vezes invisível para os países vizinhos.

É bem provável que o Brasil esteja sendo contagiado, pós-8 de janeiro, por esse modelo de golpe latejante e incessante.

Nicolás Maduro só agora começa a se livrar do golpe permanente de Juan Guaidó, porque o golpista está fragilizado, mas não a sua base.

Há na Bolívia o golpe permanente do fascista Luis Fernando Camacho, preso no mês passado, depois de conspirar sem parar nos últimos cinco anos.

No Peru, Pedro Castillo foi golpeado permanentemente desde que assumiu e tentou reagir com outro golpe, até ser golpeado, e agora sua vice no poder também pode cair.

domingo, 15 de janeiro de 2023

A indiferença com a tragédia do povo peruano

Protesto em Cusco (14/01/23). Foto: Martin Mejía/AP
Por Jair de Souza


O povo peruano é um povo sofrido. Suas penúrias começaram quando as forças de Francisco Pizarro chegaram por ali no século XVI. A partir de então, a outrora virtuosa civilização Inca se viu submetida a um calvário infinito.

Com a ocupação de seu solo pelas expedições europeias, as até então altivas populações indígenas peruanas se viram subjugadas e obrigadas a sobreviver de modo vil e indigno em suas próprias terras milenares.

O passar do tempo só levou ao agravamento da situação. A oligarquia peruana de ascendência espanhola foi se tornando o que de mais nefasto a mentalidade colonialista poderia gerar. E, como desgraça pouca é bobagem, as camadas médias que orbitam em torno dessa oligarquia são das mais preconceituosas e racistas do continente. Para usar uma metáfora bem elucidativa, poderíamos dizer que a classe média peruana foi concebida e forjada desde seus primórdios no mais puro espírito do bolsonarismo.