A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que deve agitar Brasília de 14 a 17 de dezembro, já representa uma histórica vitória dos movimentos sociais que há muito lutam contra a ditadura midiática instalada no país. Ela só foi convocada, durante o Fórum Social Mundial em janeiro, em Belém, por pressão destes setores. E, apesar das sabotagens das principais entidades empresariais, ela só vingou graças à habilidade dos mesmos movimentos sociais, que não caíram nas armadilhas dos barões da mídia que pretendiam inviabilizar a conferência.
A partir do decreto presidencial convocando a Confecom, em abril, o debate sobre o papel dos meios de comunicação se avolumou em todo o território nacional. Como afirma o presidente Lula, nunca antes na história deste país se discutiu tanto este tema estratégico. Concluída suas etapas municipais e estaduais, já pode se afirmar que a Confecom obteve uma vitória pedagógica, caminha para consolidar um saldo organizativo e pode, ainda, conquistar vitórias concretas no pós-conferência. Estes três avanços já são motivos de comemoração dos movimentos sociais.
O saldo pedagógico
Antes da convocação da Confecom, o direito humano à comunicação era entendido por restritos núcleos de “especialistas” no tema, que tiveram o mérito de erguer a bandeira da democratização do setor há mais de duas décadas. Apesar de duramente criminalizados pela mídia, o grosso dos movimentos sociais ainda não encarava esta frente como prioritária. A preparação da conferência começou a alterar este cenário, num esforço pedagógico sem precedentes na nossa história.
Em curto espaço de tempo, centenas de encontros ocorreram no país – entre conferências livres, seminários e as etapas municipais e estaduais da Confecom. Ainda não foi contabilizado o total de participantes deste processo, mas estima-se em mais de 30 mil ativistas envolvidos. Além da crítica à mídia hegemônica, concentrada e manipuladora, os participantes formularam propostas concretas para o setor. No total, 6.101 sugestões foram apresentadas. O saldo, bastante positivo, é que milhares de ativistas passaram a militar na luta pela democratização da comunicação.
O saldo organizativo
Como festejou Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na abertura da etapa paulista da Confecom, não há mais retorno neste rico processo de mobilização. “Botamos o pé na porta”. A partir desta primeira conferência, a tendência é que cresça a pressão e a organização da sociedade na luta pela democratização do setor. Vários estados já discutem a manutenção das comissões da “sociedade civil” que organizaram a conferência, como forma de se ampliar e dar maior organicidade a este movimento democratizante.
O saldo organizativo já se reflete em vários setores. As rádios comunitárias, historicamente tão criminalizadas, conquistaram novo patamar de legitimidade. Os blogueiros, antes tão dispersos, também debatem novas formas de organização. O Fórum de Mídia Livre (FML), que realizou o seu segundo encontro no início de dezembro, firma-se como um pólo aglutinador dos fazedores independentes de mídia. Até entre os “empresários progressistas”, que cavaram sua participação peitando os barões da mídia, já se discute uma forma própria de organização do setor.
Os avanços concretos
Mas as vitórias da Confecom não são apenas políticas – pedagógicas e organizativas. Elas podem se refletir também em avanços concretos, práticos, no processo de democratização dos meios de comunicação. Algumas propostas já poderão se tornar exeqüíveis a partir de iniciativas diretas do Poder Executivo, sem depender do Poder Legislativo num ano de campanha eleitoral. Na semana passada, por exemplo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Republica (Secom) anunciou que incluirá em seu plano de mídia as TVs comunitárias, bancando publicidade oficial, o que representa uma conquista dos cerca de 60 canais comunitários de sinal fechado do país.
A exemplo das outras 61 conferências realizadas pelo governo Lula, a Confecom não tem poder deliberativo. Ela sugere políticas públicas e regulamentações para os poderes constituídos. Neste sentido, as sinalizações também são positivas. As 59 propostas apresentadas pelo governo visam democratizar o setor, assimilando históricas reivindicações dos movimentos sociais. Para Beto Almeida, presidente da TV Cidade Livre de Brasília e integrante da Junta Diretiva da Telesur, “elas indicam um importante grau de sintonia entre governo, amplas parcelas do movimento sindical-social e segmentos anti-monopolistas do empresariado”.
Uma estratégia para avançar
Como se constata, a Confecom tem tudo para representar uma expressiva vitória dos movimentos sociais. Segundo Jonas Valente, membro do Coletivo Intervozes, “a etapa nacional, depois de um difícil desenrolar, pode colocar a Confecom como ponto de virada na história das comunicações brasileiras”. No mesmo rumo, Beto Almeida observa que a Confecom “não fará o ajuste final de contas com a ditadura midiática... Mas ela é uma etapa mais elevada desta longa caminhada, que deve ser aproveitada para alinhavar a sustentação e implementação de várias mudanças”.
Para fazer vingar as mudanças neste setor, o desafio agora é definir uma estratégica certeira. De forma resumida, ela deve priorizar as propostas essenciais, evitando-se a dispersão em mais de 6 mil sugestões; precisa unificar o campo popular e democrático, já que os barões da mídia farão de tudo para bancar seus interesses mercadológicos; precisa estabelecer uma aliança prioritária com os setores progressistas do governo Lula, já que a aprovação de qualquer proposta necessita de 60% dos votos; e deve explorar todas as contradições do meio empresarial, sem se submeter ao falso “nacionalismo” dos radiodifusores ou ao falso “pluralismo” das teles estrangeiras.
É verdade, a realização da Confecom em si já significa uma grande vitória da sociedade brasileira. Sabemos que ainda há forças ocultas que tentam inviabilizar o sucesso da Confecom, como é o caso do poder econômico das teles, mas, de qualquer forma, além de todos os aspectos já pontuados por você, a Conferência em si já é algo extemamente positivo. Estou participando ativamente dos trabalhos. Represento o Estado de Roraime como delegado. As discussões são acirradas. Lamento apenas que a sociedade civil não esteja tão organizada quanto o setor empresarial. Mas também eles tem recursos disponíveis. E nós lutamos com a vontade de fazer.
ResponderExcluirCampanha para a eleição de 2010 - Autor(Eduardo Guimarães): Pela surra de Serra Leia mais... http://bit.ly/4IXShy
ResponderExcluirVergonha!
ResponderExcluirPara ser professor de escola pública em SP, é necessário uma indicação. Pode ser de um deputado ou de uma figuraça da imprensa ou de outro poder. Tem que ser poderoso. Tem que ser um PISTOLÃO de responsa...Uma vez indicado ele só sai da escola aposentado. Nunca será cobrado ou avaliado. Nem punido de acordo com seu crime ou erro. Nunca !!!!
ResponderExcluirNão precisa ter vocação ou competência. Será elevado a categoria de Santo e Abnegado e aluno que ousar revidar a uma agressão de um professor desse, está desgraçado para todo o sempre.
Dos 88 mil professores temporários que farão prova, nenhum será demitido. Os que estavam trabalhando há tres anos na escola e que não for aprovado, será professor MEDIADOR. Os outros ficarão encostados na escola mesmo.
A função do Mediador é visitar as famílias. Se dentro da escola o professor não tem fiscalização, imagina num suposto trabalho "fora"
Quer dizer que o pai que reclama da escola, ou da professora, vai ter a infelicidade de receber na sua porta a colega e "advogada" da professora da qual ele reclamou.
Uma visita indesejada...
Sabe lá qual autoridade estará revestida essa professora que visitará a familia com a função de nome bonito VAI MEDIAR CONFLITO...
Nâo serve para dar aula, e eles põem para infernizar a familia do aluno que ousar denunciar.
Muito bonito senhor JOSÉ SERRÁ.
Esperamos que o ano que vem o povo DÊ o troco e acabe com essa FARRA estabelecida na Secretaria de Educação . A cada dia o governo de SP.apresenta uma traição e uma covardia contra os pais e alunos. (http://cremilda.blig.ig.com.br)
boas festas, miro, e que, ano que vem, não faltem seletas em nossos copos...hehehe... abraço, amigo. eduardo guimarães
ResponderExcluirCremilda,
ResponderExcluir"Para ser professor de escola pública em SP, é necessário uma indicação. Pode ser de um deputado ou de uma figuraça da imprensa ou de outro poder. Tem que ser poderoso. Tem que ser um PISTOLÃO de responsa...Uma vez indicado ele só sai da escola aposentado. Nunca será cobrado ou avaliado. Nem punido de acordo com seu crime ou erro. Nunca !!!!"
Cremilda,
essa informação não procede. De forma alguma.
Para ser professor da Rede Estadual de Ensino de São paulo, no caso dos temporários, é necessário, primeiro, ter concluído a faculdade _ exceção feita aos prof. eventuais (substitutos) que podem ser universitários _ , e, segundo, participar das atribuições de aulas na Diretoria de Ensino ou nas escolas, onde a preferência será sempre para aquele com mais tempo de sala de aula, ou seja, mais experiência.
Para o professor temporário o ano letivo termina em Dezembro, assim como suas atribuições como professor. Não existe nenhuma garantia por parte do governo, da secretaria de Educação ou da escola de que o professor conseguirá atribuir aula no ano seguinte, muito menos na mesma escola. Sob este ponto de vista a situação do Professor Temporário é de extrema precariedade, não apenas porque ele não pode planejar gastos futuros, pois sequer pode contar com o emprego no ano seguinte, mas também porque não conta nem com direitos já garantidos aos trabalhadores pela CLT, como vale transporte, Fundo de garantia, 1/3 de férias e seguro desemprego, nem com os privilégios do funcionalismo público, como estabilidade no emprego.
Quanto a ser avaliado, o professor da rede estadual paulista passa por uma avaliação anual pela direção da escola, além de avaliações externas como o Saresp e a Prova Brasil, que, entre outras coisas, avalia o ensino da escola e do professor. Se essas avaliações tem pouca visibilidade é porque elas não interferem na remuneração do professor, isso porque o Estado de São Paulo não tem um plano de carreira para o magistério, visto que os custos para tal plano seriam insustentáveis para um estado comprometido com muitas outras coisas mais importantes que a educação, como caríssimas obras viárias que, depois de concluídas com dinheiro público, serão repassadas à iniciativa privada. Muito mais competentes para administra-las que o estado. Ainda que para isso precisem cobrar um pedágio razoável para a manutenção dessas vias.
A título de curiosidade São Paulo tem as melhores estradas estaduais do Brasil, ainda que o desempenho de seus alunos da escola pública seja o sexto pior entre as vinte e sete unidades da Federação.