segunda-feira, 23 de abril de 2012

Chávez amplia vantagem na Venezuela

Por William Maia, no sítio Opera Mundi:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ampliou a vantagem sobre o principal rival na disputa eleitoral de outubro. De acordo com a última pesquisa, se a votação fosse hoje, Chávez conquistaria o terceiro mandato com 53% dos votos, contra 34% do ex-prefeito de Caracas, Henrique Capriles.
A manutenção da vantagem, que chega a 19 pontos percentuais, ocorre em meio ao tratamento a que o presidente é submetido para combater um câncer na região pélvica. Há nove dias o presidente venezuelano está em Cuba passando por sessões de radioterapia, sem dar notícias sobre o seu estado de saúde.

Nesta segunda-feira (23/04), o governo teve que negar novamente rumores de que Chávez teria morrido. O Twitter foi a única via de comunicação que o presidente usou durante esta última semana sem que tenha telefonado para o canal do Estado ou durante atos governamentais, como fez em viagens anteriores para Cuba.

No entanto, os problemas de saúde de Chávez não parecem afetar sua popularidade no país, pelo contrário. "A gestão do presidente segue bem avaliada, 66% dos venezuelanos tem uma opinião positiva sobre Chávez, dois em cada três consideram seu governo muito bom, bom ou regular", disse Oscar Schemel, presidente instituto Hinterlaces, à rede Venevisión.

Segundo Schemel, a luta de Chávez contra a doença potencializa o que ele chama de "hiperpersonalização do debate público", aumentando a radicalização entre simpatizantes e opositores do chavismo.

"O tumor do presidente Chávez é grave, no entanto três em cada quatro venezuelanos acredita que ele irá se recuperar e participar das eleições", explicou. Segundo a pesquisa da Hinterlaces, 49% dos venezuelanos pensa que se o candidato do governo não fosse Chávez, Capriles teria mais chances de vencer as eleições.

Para o analista, o debate eleitoral e político venezuelano está muito influenciado pelo clima emocional do país, o que faz com que o governo de Chávez não receba um julgamento sobre sua gestão, mas sim uma avaliação moral.

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