domingo, 23 de setembro de 2012

Serra esconde Kassab e Valdemar

Por Altamiro Borges

O prefeito Gilberto Kassab, o “rejeitado”, e o deputado Valdemar da Costa Neto, o “mensaleiro”, devem estar magoados com Serra, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. Eles nem sequer são citados no horário eleitoral de rádio e tevê e não são destaques nas minguadas atividades de campanha do tucano. Pelo contrário. Como pragas contagiosas, eles foram descartados por Serra. Nos últimos dias, a operação esconde ganhou contornos ainda mais risíveis.

Na tentativa de descolar sua imagem do atual prefeito, cuja administração é rejeitada por 48% dos eleitores paulistanos, José Serra disse numa entrevista ao SPTV, da TV Globo, que não tem qualquer ligação com Kassab. “Ele assumiu porque era meu vice. Completou meu mandato, foi eleito, ganhou por 61% contra 39% da Marta Suplicy [PT]. A partir daí, desenvolveu o seu mandato”. Já durante um debate, o tucano afirmou que “o paulistano quer mudanças. O que eu me proponho é ser o prefeito da mudança”.

Mídia ampara cinismo tucano

A manobra marqueteira, porém, não colou, como atestam as pesquisas. Os paulistanos sabem que Serra é Kassab e que Kassab é Serra. Tanto é que a rejeição ao atual prefeito reforçou a rejeição ao eterno candidato do PSDB. Já no caso do deputado Valdemar da Costa Neto, presidente do PR, a situação é mais complicada. Poucos eleitores sabem que ele também está no banco dos réus no badalado julgamento do “mensalão” no Supremo Tribunal Federal (STF) e que foi o primeiro a renunciar ao seu mandato para não ser cassado.

A mídia demotucana, por razões óbvias, esconde o caso. Esta omissão permite que campanha tucana explore ao máximo o julgamento no STF para atacar o petista Fernando Haddad. No maior cinismo, Serra esconde que recebe o apoio – inclusive o tempo de tevê – do “mensaleiro” Valdemar da Costa Neto. Ele tenta posar de “paladino da ética” – logo ele, que até hoje não respondeu às denúncias do livro “A privataria tucana”, não explicou suas relações com Paulo Preto e que tem como aliados os “éticos” do DEM. 

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