Por Altamiro Borges
No mundo inteiro, o escândalo envolvendo a multinacional alemã Volkswagen, que fraudou milhões de carros com falsos dispositivos antipoluentes, segue repercutindo na imprensa e gerando processos na Justiça. No Brasil, porém, a mídia hegemônica pouco fala sobre o assunto. Adoradora da iniciativa privada, ela só faz escarcéu quando é para condenar a corrupção nos poderes públicos e nas estatais. Dependente da bilionária publicidade das empresas privadas, ela evita desgastar os seus anunciantes, renegando qualquer traço de independência na sua linha editorial. Área comercial e redação se unem nesta promiscuidade. Nesta segunda-feira (4), o Departamento de Justiça dos EUA abriu um processo contra a Volkswagen. A notícia não foi destaque nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e tevê.
Segundo o site Opera Mundi, cerca de 600 mil veículos a diesel foram vendidos nos Estados Unidos com o dispositivo que falsifica os dados de emissão de poluentes. O governo ianque - até por motivos de disputa comercial - concluiu que a multinacional alemã é culpada pelo crime e agora exige pesada reparação. "Fabricantes de carros que falham em certificar adequadamente seus carros e que burlam sistemas de controle quebram a confiança do público, põem em risco a saúde pública e causam prejuízo aos concorrentes", argumentou John Cruden, procurador-geral assistente da Divisão de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Departamento de Justiça dos EUA.
O escândalo da Volkswagen veio à tona em setembro passado, quando a empresa admitiu a existência de um software que falsifica as taxas de poluentes. O dispositivo fraudulento foi usado em mais de 11 milhões de veículos produzidos no próprio país e ao redor do mundo. Nos EUA, o processo contra a indústria alemã foi aberto numa corte federal de Detroit, no Estado de Michigan. Ele concluiu que a montadora "violou" as leis que regulam os níveis de poluentes no ar, colocando em risco a saúde dos estadunidenses e causando prejuízos financeiros aos compradores. Agora, o procurador John Cruden, garante que a Justiça ianque vai "buscar todos os recursos possíveis" para penalizar a Volkswagen.
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