Por Altamiro Borges
O anúncio da aliança entre Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) na disputa para a prefeitura de São Paulo gerou uma onda hilária de comentários nas redes sociais. A chapa foi apelidada de “Ma-Mata”, de “Coalizão do Morumbi”, de “Indústrias Reunidas Matarazzo”, entre outros nomes jocosos. Talvez o melhor rótulo, porém, seja o de “a chapa dos traíras”. Afinal, ambos traíram seu passado e seus partidos com objetivos meramente eleitoreiros. A dúvida é se a exótica aliança, que juntou dois ex-adversários raivosos, irá ludibriar os paulistanos. A ex-prefeita pode perder os votos que ainda possuía na periferia da cidade e o “vereador das abotoaduras de ouro” pode ser rejeitado pela elite paulistana.
No caso da senadora Marta Suplicy, ela abandonou o PT após várias eleições em que contou com a dedicação da militância e o apoio financeiro da sigla. A sua saída, marcada pelo ressentimento, foi barulhenta. Ela atacou duramente a presidenta Dilma, após ter sido sua ministra, e acusou a legenda de chefiar a corrupção no país. Na sequência, ela se filiou ao PMDB de Eduardo Cunha, Michel Temer e de outros moralistas sem moral. No ápice da sua conversão direitista, ela fez questão de votar pelo impeachment de Dilma, tornando-se cúmplice do “golpe dos corruptos”. Aos poucos, muitos simpatizantes que achavam que ela ainda era petista começam a abandoná-la nos bairros da periferia da capital.
Já o vereador Andrea Matarazzo, fundador do PSDB e fiel aliado do ex-governador José Serra, deixou a sigla após ser derrotado na prévia tucana – que teve direito a pancadaria e xingamentos. Ele também saiu atirando. Acusou o vencedor, o empresário-picareta João Doria, apadrinhado do governador Geraldo Alckmin, de ter comprado os votos dos filiados e de ter usado a máquina do Palácio dos Bandeirantes, com o loteamento de cargos e outras benesses. A sua desfiliação gerou fraturas na sigla. Os tucaninhos da Juventude se rebelaram e os velhacos tucanos, como o ex-presidente FHC e o “chanceler” José Serra, recusaram-se a participar da convenção que homologou a candidatura de João Doria, no último domingo.
Agora, os dois “traíras” se unem para enfrentar as eleições na mais importante capital do país. A aliança não foi fácil. Andrea Matarazzo sempre tratou com desdém – e até de forma desrespeitosa – a ex-prefeita petista. Como subprefeito e secretário nas gestões municipais de José Serra e de Gilberto Kassab, ele fez duras críticas ao legado de Marta Suplicy na capital. Chegou a afirmar, em março passado, que “é mais fácil uma vaca voar” do que ele ser vice da senadora. Parece que só recuou em função do péssimo posicionamento nas pesquisas e, principalmente, devido às pressões do seu tutor, José Serra, e do chefe da sua nova sigla de aluguel, o camaleônico Gilberto Kassab. Aqui vale a análise da Folha serrista:
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“O processo de convencimento de Matarazzo passou por Serra e Kassab, ambos próximos dele. Nos bastidores, a mudança de ideia do vereador é vista como uma vitória de Kassab, que é presidente nacional do PSD e teria sido ‘habilidoso’ na costura política. Tanto Serra como Kassab são ministros do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Apesar de ter dito que não vai participar das eleições, Temer apoia a candidatura de Marta e designou um de seus amigos mais próximos, o advogado José Yunes, para coordenar a campanha dela. O próprio Temer chegou a falar diversas vezes com Matarazzo por telefone, mas delegou a Yunes a função de selar o acordo com o PSD. Já a participação de Serra nessa aliança é mais um indício do desgaste que a escolha de Doria como candidato do PSDB causou à cúpula do partido em São Paulo”.
“Matarazzo encontrou-se na noite de domingo (24) com Kassab, Marta, Yunes e Márcio Toledo – marido da candidata e ligado ao PMDB – para discutir sua adesão à candidatura dela. A equipe de Marta desejava a aliança com o vereador por entender que, enquanto ela tem boa entrada na periferia, ele pode angariar votos entre as classes média e alta. Na avaliação da dupla, somam-se os votos vermelhos dela com os azuis dele. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no último dia 15, Marta tem 16% das intenções de voto, atrás apenas do deputado federal e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB), que tem 25%. Já Matarazzo tem 3%”.
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O anúncio da aliança entre Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) na disputa para a prefeitura de São Paulo gerou uma onda hilária de comentários nas redes sociais. A chapa foi apelidada de “Ma-Mata”, de “Coalizão do Morumbi”, de “Indústrias Reunidas Matarazzo”, entre outros nomes jocosos. Talvez o melhor rótulo, porém, seja o de “a chapa dos traíras”. Afinal, ambos traíram seu passado e seus partidos com objetivos meramente eleitoreiros. A dúvida é se a exótica aliança, que juntou dois ex-adversários raivosos, irá ludibriar os paulistanos. A ex-prefeita pode perder os votos que ainda possuía na periferia da cidade e o “vereador das abotoaduras de ouro” pode ser rejeitado pela elite paulistana.
No caso da senadora Marta Suplicy, ela abandonou o PT após várias eleições em que contou com a dedicação da militância e o apoio financeiro da sigla. A sua saída, marcada pelo ressentimento, foi barulhenta. Ela atacou duramente a presidenta Dilma, após ter sido sua ministra, e acusou a legenda de chefiar a corrupção no país. Na sequência, ela se filiou ao PMDB de Eduardo Cunha, Michel Temer e de outros moralistas sem moral. No ápice da sua conversão direitista, ela fez questão de votar pelo impeachment de Dilma, tornando-se cúmplice do “golpe dos corruptos”. Aos poucos, muitos simpatizantes que achavam que ela ainda era petista começam a abandoná-la nos bairros da periferia da capital.
Já o vereador Andrea Matarazzo, fundador do PSDB e fiel aliado do ex-governador José Serra, deixou a sigla após ser derrotado na prévia tucana – que teve direito a pancadaria e xingamentos. Ele também saiu atirando. Acusou o vencedor, o empresário-picareta João Doria, apadrinhado do governador Geraldo Alckmin, de ter comprado os votos dos filiados e de ter usado a máquina do Palácio dos Bandeirantes, com o loteamento de cargos e outras benesses. A sua desfiliação gerou fraturas na sigla. Os tucaninhos da Juventude se rebelaram e os velhacos tucanos, como o ex-presidente FHC e o “chanceler” José Serra, recusaram-se a participar da convenção que homologou a candidatura de João Doria, no último domingo.
Agora, os dois “traíras” se unem para enfrentar as eleições na mais importante capital do país. A aliança não foi fácil. Andrea Matarazzo sempre tratou com desdém – e até de forma desrespeitosa – a ex-prefeita petista. Como subprefeito e secretário nas gestões municipais de José Serra e de Gilberto Kassab, ele fez duras críticas ao legado de Marta Suplicy na capital. Chegou a afirmar, em março passado, que “é mais fácil uma vaca voar” do que ele ser vice da senadora. Parece que só recuou em função do péssimo posicionamento nas pesquisas e, principalmente, devido às pressões do seu tutor, José Serra, e do chefe da sua nova sigla de aluguel, o camaleônico Gilberto Kassab. Aqui vale a análise da Folha serrista:
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“O processo de convencimento de Matarazzo passou por Serra e Kassab, ambos próximos dele. Nos bastidores, a mudança de ideia do vereador é vista como uma vitória de Kassab, que é presidente nacional do PSD e teria sido ‘habilidoso’ na costura política. Tanto Serra como Kassab são ministros do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Apesar de ter dito que não vai participar das eleições, Temer apoia a candidatura de Marta e designou um de seus amigos mais próximos, o advogado José Yunes, para coordenar a campanha dela. O próprio Temer chegou a falar diversas vezes com Matarazzo por telefone, mas delegou a Yunes a função de selar o acordo com o PSD. Já a participação de Serra nessa aliança é mais um indício do desgaste que a escolha de Doria como candidato do PSDB causou à cúpula do partido em São Paulo”.
“Matarazzo encontrou-se na noite de domingo (24) com Kassab, Marta, Yunes e Márcio Toledo – marido da candidata e ligado ao PMDB – para discutir sua adesão à candidatura dela. A equipe de Marta desejava a aliança com o vereador por entender que, enquanto ela tem boa entrada na periferia, ele pode angariar votos entre as classes média e alta. Na avaliação da dupla, somam-se os votos vermelhos dela com os azuis dele. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no último dia 15, Marta tem 16% das intenções de voto, atrás apenas do deputado federal e apresentador de TV Celso Russomanno (PRB), que tem 25%. Já Matarazzo tem 3%”.
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O problema é que na política nem sempre a aliança pragmática dá votos. A soma oportunista pode é espantar eleitores!
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Chapa estranha: MORTA E MORTO.
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