terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cunha, Mabel e o lobby farmacêutico

Por Altamiro Borges

Enquanto serviu ao projeto das elites de derrubada da presidenta Dilma, o lobista Eduardo Cunha era um santo. "Todos somos Cunha", berravam os 'coxinhas' manipulados pela imprensa. Até reportagens antigas, que mostravam a sua trajetória de falcatruas, foram arquivadas. Agora, feito o trabalho sujo, a mídia venal passa a publicar matérias que mostram como o correntista suíço construiu sua fortuna e seu enorme poder político. Na edição desta semana, a revista Época – da mafiosa famiglia Marinho – traz um relato que evidencia os métodos do atual presidiário. O objetivo talvez seja o de desqualificar a sua possível “delação premiada”, que pode implodir o covil golpista de Michel Temer.

A Folha e os patos amarelos da Fiesp

Por Altamiro Borges

O pacto mafioso que viabilizou o “golpe dos corruptos” começa a implodir em vários cantos. O presidiário Eduardo Cunha ameaça delatar o palaciano Michel Temer e a sua corja. O ministro tucano Gilmar Mendes compra briga contra o “justiceiro” Sergio Moro. E até a Folha golpista detona a oportunista Fiesp. Em editorial publicado nesta segunda-feira (24), o jornal da famiglia Frias – mais vinculado aos agiotas do mercado financeiro – criticou a falta de coerência da Federação das Indústrias de São Paulo. Na aliança costurada para derrotar o “reformismo brando” de Lula e Dilma, a direita nativa agora vai exibindo as suas contradições – o que indica que não será nada tranquila a vida dos usurpadores que assaltaram o Palácio do Planalto.

As quatro mentiras da PEC-241

Por João Sicsú, no blog de Renato Rabelo:

O economista João Sicsú usou sua conta oficinal no Facebook para desconstruir a PEC 241. De acordo com ele, argumentos de que a Proposta é “indispensável” para “salvar a economia nacional são completamente infundados. A primeira “mentira” da PEC, como Sicsú qualifica, é de que poderá “reverter o quadro de agudo desequilíbrio fiscal” do país. Segundo o economista, o déficit público orçamentário está em um “patamar aceitável” desde 2003.

Leia na íntegra as “4 mentiras da PEC 241” por João Sicsú:

Capitalismo, teu nome é solidão!

Por George Monbiot, no site Outras Palavras:

O que poderia denunciar mais um sistema do que uma epidemia de doença mental? Pois ansiedade, estresse, depressão, fobia social, desordens alimentares, automutilação e solidão atingem cada vez mais pessoas em todo o mundo. A última ocorrência - divulgação de dadoscatastróficos a catástrofe dos sobre saúde mental das crianças inglesas - reflete uma crise global.

Há muitas razões secundárias para esse sofrimento, mas a causa fundamental parece ser a mesma em todos os lugares: os seres humanos, mamíferos ultrassociais cujos cérebros estão conectados para responder uns aos outros, estão sendo separados. Mudanças econômicas e tecnológicas, assim como a ideologia, desempenham o papel principal nessa história. Embora nosso bem-estar esteja indissociavelmente ligado à vida dos outros, onde quer que estejamos dizem-nos que só prosperamos pelo auto-interesse competitivo e extremo individualismo.

Perseguição a Lula gerou desconfiança

Foto: Ricardo Stuckert
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Sim, o título deste texto é esse mesmo que você leu. E se está surpreso, é pelo que não leu. Por exemplo, não leu as recentes pesquisas Vox Populi e CNT/MDA. Elas mostram claramente que o tempo passou a ser amigo da esquerda e inimigo da direita.

Antes do burburinho dos últimos dias sobre a possibilidade de Lula ser preso proximamente, ele vinha sendo alvo de uma campanha paulatina de enfraquecimento.

Golpe: A substituição da farda pela toga

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

“O que temos hoje no Brasil e na América Latina de um modo geral é a existência de um estado de exceção que governa com violência os territórios ocupados pela pobreza e onde o Judiciário funciona como instrumento de legitimação de processos de impeachment e de perseguição de adversários políticos. Essas medidas de exceção interrompem a democracia em alguns países e, em outros, mantêm um sistema de justiça voltado ao combate a um determinado inimigo, que é apresentado como bandido. A figura do bandido, em geral, é identificada com a pobreza”. A avaliação é de Pedro Estevam Serrano, professor de Direito Constitucional e de Teoria do Direito da PUC-SP, que esteve em Porto Alegre na última semana participando de um debate com a professora de Filosofia, Marcia Tiburi, sobre autoritarismo e fascismo no século XXI.

Gilmar Mendes quer ser o Bonaparte do Brasil

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Gilmar Mendes dispensa apresentações.

Mas seria injusto deixa-lo ao relento das simplificações subentendidas, ao risco de subestima-lo como uma simples toga a serviço do ódio a Lula e ao PT.

Gilmar é mais que a caricatura que personifica.

Mais que o antipetismo recoberto do manto escuro que no Brasil, nele sobretudo, deixou de simbolizar o Estado de Direito.

As chances de Moro como candidato em 2018

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Sérgio Moro candidato à presidência em 2018, numa frente de direita?

O anti-Lula?

São perguntas que se formularão cada vez mais daqui por diante.

O fato é o seguinte. Faltam candidatos aos conservadores. Dramaticamente.

Aécio? Queimado. Queimadíssimo, aliás. A frequência com que aparece nas delações destroi a essência de seu discurso: o de que representa a moralidade. Que é um Tom Mix dando tiros na corrupção.

Os vexames da nova política externa

Por João Filho, no site The Intercept Brasil:

Michel Temer, gracias por atendernos, ¿cómo está usted?

Alo, ¿como está presidente? ¡Muy bien!

Felicitándolo. ¿Cómo está usted?

Muchas Gracias, presidente. Yo quiero luego visitarlo en Argentina.

Bien, ¿cómo ha sido este día?

Sí, yo quiero visitarlo. Si me invita, con mucho gusto.

Aaaah, me parece que está un poco errado… Bueno, Michel Temer, quería hacerle una consulta: ¿A qué hora va a hablar usted?

Yo voy a hablar a las cuatro de la tarde.


O inesquecível diálogo de Temer recebendo a falsa ligação do presidente argentino, Mauricio Macri foi sua primeira atuação internacional como presidente. Poucas horas após o afastamento de Dilma, ele gastou seu portunhol à toa, já que quem estava do outro lado da linha era um radialista argentino passando um trote no presidente não-eleito. O episódio foi um prenúncio do que seria a nossa nova política internacional.

Direita se apropria totalmente do Estado

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O período político iniciado em 2003 com a primeira eleição do Lula e terminado em 2016 com o golpe contra a Dilma, representou um período excepcional da história brasileira. Em dois sentidos: no primeiro, porque, diminuiu extraordinariamente a desigualdade no Brasil. No segundo, porque fez o país caminhar na direção oposta que os outros governos tinham feito.

Para isso, o governo fez do Executivo o eixo dinâmico que impulsionou o Estado a atuar em favor da grande maioria da população e não apenas da minoria, como sempre tinha acontecido. Embora amplamente minoritário no Congresso, mediante alianças políticas, o governo logrou colocar em prática os temas fundamentais da sua plataforma eleitoral, antes de tudo a prioridade das políticas sociais.