Por Altamiro Borges
Sérgio Sá Leitão, o quarto “ministro” da Cultura do covil de Michel Temer, mostrou-se um grande oportunista. Nos governos Lula e Dilma, ele era visto como um bajulador, um puxa-saco pegajoso. Consolidado o golpe dos corruptos, ele mudou de lado. Virou um antipetista de carteirinha, um inimigo ferrenho das forças de esquerda. Diante da recente onda obscurantista contra exposições de arte, ele chegou a insinuar simpatia por seitas fascistas, como o MBL. Esta conversão abjeta, porém, parece que não convenceu os novos amigos do trânsfuga. Na semana passada, em uma audiência na Câmara Federal, o deputado Givaldo Carimbão (PHS-AL) sugeriu que a mãe de Sérgio Sá Leitão fosse exposta “de pernas abertas” em um museu.
Ao criticar exposições de arte que mostram cenas de nudez, o falso moralista deixou de lado o decoro parlamentar e rosnou: “Tenho duas mães, minha Maria de Deus que me gerou pelo ventre. E na minha fé tenho Maria Santíssima. Queria que fosse com a mãe do ministro, mijando na cabeça dela. Queria que fosse com a mãe do ministro. Maria é minha mãe, é minha mãe. Queria pegar a mãe do ministro e botar de perna aberta para ver se ele gostava. Pegar sua filha (...)". Quando Sérgio Sá Leitão se levantou em protesto, o deputado do PHS ainda continuou: "Ah, não quer não continuar? Quer ser ministro para encobrir”. Indignado, ele reagiu: “Eu não admito. O senhor ofendeu a minha mãe. A minha falecida mãe merece todo o seu respeito".
O presidente da sessão, o jagunço Alberto Fraga, ainda tentou contornar a confusão e pediu para que as ofensas do seu nobre colega fossem retiradas das notas taquigráficas. “Vamos encerrar isso sem nenhum problema. O ministro veio com educação. Deputado Carimbão, não podemos chegar a esse nível”. Em nota divulgada na quarta-feira (18), o Ministério da Cultura até lamentou o episódio, mas sinalizou que deseja a paz com os fundamentalistas de plantão. “Sérgio Sá Leitão reforçou a posição do MinC favorável à extensão da classificação indicativa para as exposições de artes visuais... O ministro reitera seu respeito a todos os parlamentares e seu desejo de construir um debate amplo e respeitoso, fundado no verdadeiro diálogo”, afirma a dócil nota.
A cena repugnante, em que um deputado propõe “pegar a mãe do ministro e botar de perna aberta para ver se ele gosta”, não deve dar em nada. A quadrilha de Michel Temer, do qual Sérgio Sá Leitão topou fazer parte, depende desta execrável base parlamentar para se manter vivo. Em certo sentido, o atual “ministro” engole os ataques por suas opções. Como observou a jornalista Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, “é lamentável a agressão ao ministro da Cultura e à sua mãe. Mas, como diz o ditado, quem se mistura com porcos, farelos come. Enquanto os ‘liberais’ flertarem com o fundamentalismo religioso, a agenda obscurantista ganhará cada vez mais espaço no Brasil”.
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- Cultura está fora dos planos de Temer
- Michel Temer quer rebaixar a cultura
- A cultura responderá à agressão golpista
Sérgio Sá Leitão, o quarto “ministro” da Cultura do covil de Michel Temer, mostrou-se um grande oportunista. Nos governos Lula e Dilma, ele era visto como um bajulador, um puxa-saco pegajoso. Consolidado o golpe dos corruptos, ele mudou de lado. Virou um antipetista de carteirinha, um inimigo ferrenho das forças de esquerda. Diante da recente onda obscurantista contra exposições de arte, ele chegou a insinuar simpatia por seitas fascistas, como o MBL. Esta conversão abjeta, porém, parece que não convenceu os novos amigos do trânsfuga. Na semana passada, em uma audiência na Câmara Federal, o deputado Givaldo Carimbão (PHS-AL) sugeriu que a mãe de Sérgio Sá Leitão fosse exposta “de pernas abertas” em um museu.
Ao criticar exposições de arte que mostram cenas de nudez, o falso moralista deixou de lado o decoro parlamentar e rosnou: “Tenho duas mães, minha Maria de Deus que me gerou pelo ventre. E na minha fé tenho Maria Santíssima. Queria que fosse com a mãe do ministro, mijando na cabeça dela. Queria que fosse com a mãe do ministro. Maria é minha mãe, é minha mãe. Queria pegar a mãe do ministro e botar de perna aberta para ver se ele gostava. Pegar sua filha (...)". Quando Sérgio Sá Leitão se levantou em protesto, o deputado do PHS ainda continuou: "Ah, não quer não continuar? Quer ser ministro para encobrir”. Indignado, ele reagiu: “Eu não admito. O senhor ofendeu a minha mãe. A minha falecida mãe merece todo o seu respeito".
O presidente da sessão, o jagunço Alberto Fraga, ainda tentou contornar a confusão e pediu para que as ofensas do seu nobre colega fossem retiradas das notas taquigráficas. “Vamos encerrar isso sem nenhum problema. O ministro veio com educação. Deputado Carimbão, não podemos chegar a esse nível”. Em nota divulgada na quarta-feira (18), o Ministério da Cultura até lamentou o episódio, mas sinalizou que deseja a paz com os fundamentalistas de plantão. “Sérgio Sá Leitão reforçou a posição do MinC favorável à extensão da classificação indicativa para as exposições de artes visuais... O ministro reitera seu respeito a todos os parlamentares e seu desejo de construir um debate amplo e respeitoso, fundado no verdadeiro diálogo”, afirma a dócil nota.
A cena repugnante, em que um deputado propõe “pegar a mãe do ministro e botar de perna aberta para ver se ele gosta”, não deve dar em nada. A quadrilha de Michel Temer, do qual Sérgio Sá Leitão topou fazer parte, depende desta execrável base parlamentar para se manter vivo. Em certo sentido, o atual “ministro” engole os ataques por suas opções. Como observou a jornalista Cynara Menezes, do blog Socialista Morena, “é lamentável a agressão ao ministro da Cultura e à sua mãe. Mas, como diz o ditado, quem se mistura com porcos, farelos come. Enquanto os ‘liberais’ flertarem com o fundamentalismo religioso, a agenda obscurantista ganhará cada vez mais espaço no Brasil”.
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