terça-feira, 28 de março de 2017

As maldades da 'deforma' da Previdência

Por Jéssica Silva, no site do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo:

“Tem muitas maldades nessa reforma. Então, temos que massificar essas maldades.” Foi com essa fala que o jornalista João Franzin, coordenador da Agência Sindical, abriu o debate sobre a proposta de reforma da Previdência (Proposta de Emenda à Constituição nº 287/2016) e desafios da comunicação, realizado pela agência em conjunto com o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, na capital paulista, no dia 24 de março último.

O primeiro bloco do seminário abordou os impactos econômicos e sociais da PEC 287. O material de base para a discussão foi o documento “Previdência: reformar para excluir?”, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip). “É uma contribuição ao debate em defesa da aposentadoria”, disse o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador da rede Plataforma Política Social, Eduardo Fagnani.

Muda a direção do vento na política

Por Robinson Almeida

Março está se encerrando com evidentes sinais de mudança no humor político da sociedade brasileira. O mês de luta das mulheres foi marcado por numerosas manifestações contrárias à agenda do ilegítimo governo Temer. As ruas ganharam um novo colorido, nitidamente mais vermelho e lilás.

Pressionado pela imposição de quem financiou o golpe, o governo Temer segue em marcha pela destruição do País. De um lado, o desmonte da indústria naval, o enfraquecimento da Petrobras e as privatizações indiscriminadas. Do outro, o ataque aos direitos sociais, com o congelamento dos investimentos em saúde e educação, as reformas trabalhista e da Previdência, mais a terceirização ampla, geral e irrestrita.

A grande mídia contra o serviço público

Por Sylvio Micelli, no site Comunique-se:

Os “jovens há mais tempo” hão de se lembrar que ser servidor público, no Brasil, já foi motivo de júbilo e lisonja. Eram outros tempos, quando o funcionalismo era, efetivamente, reconhecido como um Longa manus do Estado.

A situação começou a se modificar em 1989, na primeira eleição direta para a Presidência da República, após os anos de ditadura. Fernando Collor foi “vendido” como o ‘caçador de marajás’ pela grande mídia. Ganhou o segundo turno de Lula e assumiu a presidência em 1990. O resto todos sabemos o que aconteceu. Collor foi o primeiro Presidente a sofrer processo de impeachment por corrupção e foi defenestrado do poder no crepúsculo de 1992.

O golpe está na encruzilhada

Por Jeferson Miola

O golpe vive dias difíceis. O problema já não é somente o estágio irreversível da crise de legitimidade e da desmoralização da cleptocracia comandada desde o Planalto por Temer, Padilha e Moreira e de dentro da prisão por Eduardo Cunha.

A perda de credibilidade se tornou sistêmica, atinge toda a engrenagem golpista: a força-tarefa da Lava Jato, o judiciário, o MP, o Congresso, a PF e a mídia golpista; em especial a Globo.

A população percebe com nitidez o facciosismo do Moro, Gilmar, Janot, Dalagnoll na perseguição ao Lula e ao PT; e, ao mesmo tempo, se enoja com o jogo cínico para o salvamento da bandalha corrupta com medidas excepcionais, como o foro privilegiado, o congelamento de investigações, a prescrição de condenações do Aécio e a “desmistificação” do caixa 2, que é a proposta juiz tucano do STF, apoiada por FHC, para legalizar a corrupção.

Quantos empregos custa a Lava Jato?

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

A economia brasileira teve agudo desemprego em 2015 e 2016. Os principais motivos foram as políticas econômicas equivocadas e os efeitos malignos da operação Lava Jato. Hoje, temos mais que 12 milhões de desempregados, segundo o IBGE.

A queda abrupta das atividades da Petrobras e das empreiteiras envolvidas pela operação, nos últimos anos, fechou direta ou indiretamente inúmeros postos de trabalho na indústria e na construção civil. São quase 3 milhões de trabalhadores demitidos nesses dois setores, em 2015 e 2016

Algumas consultorias divulgaram estudos que avaliam que do resultado negativo do PIB de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016, estima-se que a operação é responsável por entre 2 e 2,5 pontos percentuais da queda de cada ano. Em outras palavras, se não fosse a Lava Jato, a recessão de cada ano teria sido algo em torno de 1,5%.

A correlação de forças virou nas ruas

Por André Tokarski, no Blog do Renato:

“A toda hora rola uma história
que é preciso estar atento
A todo instante rola um movimento
que muda o rumo dos ventos

Quem sabe remar não estranha
vem chegando a luz de um novo dia
O jeito é criar um outro samba
sem rasgar a velha fantasia”
(Paulinho da Viola – Rumo dos ventos)


O mês de março vai chegando ao fim e com ele a marca de uma virada importante na renhida luta política em curso no país: mudou quantitativa e qualitativamente a correlação de forças nas ruas.

Polícia Federal virou pau-mandado da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A Polícia Federal, há tempos, tornou-se uma agência subversiva, que trabalha contra o interesse nacional, contra a democracia, contra os governos eleitos.

Para isso, age como polícia política, selecionando alvos segundo a sua própria ideologia (coxinha, subserviente aos EUA).

Engana-se, porém, quem acha que a PF não respeita a hierarquia.

Respeita sim. A PF tem dono: a Globo.

A mais recente manifestação dos delegados da Lava Jato comprova que a PF, ou pelo menos um setor politicamente hegemônico na instituição, tornou-se mera prestadora de serviços da família Marinho.

Como derrotar a 'reforma' da Previdência?

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

As maldades da reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e a adesão “vergonhosa” dos grandes meios de comunicação ao desmonte da aposentadoria foram temas de seminário realizado em São Paulo, na sexta-feira (24). Economistas, jornalistas e ativistas discutiram as minúcias da PEC 287 e como os meios sindicais, alternativos e populares devem abordar a pauta. A atividade foi promovida por parceria entre a Agência Sindical e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Um dos autores da Plataforma Política Social - Previdência: Reformar para Excluir?, Eduardo Fagnani classificou a reforma que tramita no Parlamento como “draconiana" e "excludente”. “Em resumo, essa reforma acaba com o direito à proteção à velhice no Brasil”, diz. “Estamos rasgando o artigo 25 de um monumento da civilização, que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Dirceu questiona os desmandos de Moro

Do blog Nocaute:

Em correspondência exclusiva para o Nocaute, da prisão de Curitiba José Dirceu aponta, um por um, os desmandos do juiz Sérgio Moro, que acaba de condenar o ex-ministro a onze anos e três meses de prisão. “Para me manter preso, Moro alega ameaça à ordem pública, de forma genérica, e que o produto do crime não foi recuperado, expondo mais uma de suas razões sem base nos fatos”, afirma Dirceu. E completa: “Estou sem renda há três anos. Todos os meus bens estão sequestrados, arrestados e — com exceção de dois — confiscados.”

O desespero de Marcelo Madureira

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Seu vagabundo, Lula da Silva, nós não temos medo! Sua ladrona, sua vagabunda, mentirosa, Dilma Rousseff, nós não temos medo! Seu Gilmar Mendes, nós não temos medo! Vagabundo!”

O discurso de Marcelo Madureira na Paulista, proferido em altos brados para duas dezenas de pessoas sedentas de sangue, de cima do carro de som do Vem Pra Rua, é um dos capítulos mais baixos da história recente dos protestos.

A frase foi atribuída a Regina Duarte, inclusive pelo DCM (pedimos desculpas pelo erro). Não era de uma atriz, mas de um comediante. Ou melhor, ex-comediante.

Greve geral é marcada para 28 de abril

Do site Vermelho:

O Brasil vai parar no dia 28 de abril. Nessa data, as centrais sindicais farão seu grande ato unitário contra as reformas da Previdência e trabalhista encaminhadas pela gestão de Michel Temer. O Fórum das Centrais se reuniu nesta segunda-feira (27), em São Paulo, na sede da UGT para traçar planos de resistência da classe trabalhadora às políticas que restringem direitos trabalhistas e sindicais e que tramitam no Congresso Nacional.

Ruiu o podre reino de 'Golpenhague'

Por Marcelo Zero

O pânico chegou ao governo e a seus apoiadores. Como na trama dinamarquesa de Hamlet, rui em enredos escabrosos o reino brasileiro de Golpenhague. Apesar do apoio da mídia, que tenta criar um clima artificial de otimismo, com o seu patético “parou de piorar”, não se pode mais esconder que o golpe fracassou em todas as frentes.

Com efeito, o golpe foi dado com os seguintes pressupostos:

1) A crise econômica se resolveria com relativa facilidade e presteza, assim que Dilma Rousseff fosse afastada.

2) A “sangria” seria estancada e os efeitos da Lava Jato ficariam circunscritos seletivamente ao PT, como era o desejo de seus apoiadores desde o início.