domingo, 28 de maio de 2017
O pensamento único e a mídia alternativa
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Como romper com o pensamento único dos grandes meios de comunicação em um cenário de concentração midiática e ausência de diversidade e pluralidade de opiniões e ideias? Essa questão foi o norte da discussão sobre “Ética, Jornalismo e Mídia Alternativa na Disputa pela Informação”, ocorrida neste sábado (27/5), durante o 3º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (3ENDC).
O debate contou com a participação de nomes de peso das mídias alternativas do país. Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres; Renato Rovai, da Revista Fórum; e Altamiro Borges, autor do Blog do Miro. Além deles, também compuseram a mesa Beth Costa, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e Gilson Reis, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee).
Como romper com o pensamento único dos grandes meios de comunicação em um cenário de concentração midiática e ausência de diversidade e pluralidade de opiniões e ideias? Essa questão foi o norte da discussão sobre “Ética, Jornalismo e Mídia Alternativa na Disputa pela Informação”, ocorrida neste sábado (27/5), durante o 3º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (3ENDC).
O debate contou com a participação de nomes de peso das mídias alternativas do país. Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres; Renato Rovai, da Revista Fórum; e Altamiro Borges, autor do Blog do Miro. Além deles, também compuseram a mesa Beth Costa, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e Gilson Reis, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee).
Temer balança: quem ficará no lugar?
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Ao mesmo tempo em que Michel Temer se segura como pode na cadeira presidencial, a cada dia mais isolado e enfraquecido, para não perder o foro privilegiado, aliados e oposicionistas movimentam-se abertamente na busca de um nome de consenso para por no seu lugar.
Só que não está fácil antecipar a saída do ainda titular do Planalto, e muitos menos encontrar uma solução constitucional para o impasse político criado com as delações da JBS.
E a renúncia está fora dos planos de Temer, como ele já anunciou várias vezes.
Qualquer que seja o caminho escolhido para encurtar o mandato do presidente - impeachment, cassação no TSE, convocação de eleições diretas ou indiretas - os rituais de passagem são demorados e, com isso, Temer vai ganhando tempo, que é seu principal objetivo no momento.
Ao mesmo tempo em que Michel Temer se segura como pode na cadeira presidencial, a cada dia mais isolado e enfraquecido, para não perder o foro privilegiado, aliados e oposicionistas movimentam-se abertamente na busca de um nome de consenso para por no seu lugar.
Só que não está fácil antecipar a saída do ainda titular do Planalto, e muitos menos encontrar uma solução constitucional para o impasse político criado com as delações da JBS.
E a renúncia está fora dos planos de Temer, como ele já anunciou várias vezes.
Qualquer que seja o caminho escolhido para encurtar o mandato do presidente - impeachment, cassação no TSE, convocação de eleições diretas ou indiretas - os rituais de passagem são demorados e, com isso, Temer vai ganhando tempo, que é seu principal objetivo no momento.
A derrocada da "República de Curitiba"
Por Erika Kokay, na revista CartaCapital:
As “ações controladas” da Operação Lava Jato, de iniciativa da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, que constituíram provas materiais contra o senador tucano Aécio Neves e o presidente ilegítimo Michel Temer, desmascarou de uma vez por todas a parcialidade do juiz Sergio Moro e dos procuradores da “República de Curitiba”.
Não estamos falando de PowerPoint com convicções para ser exibido de forma espetaculosa pela mídia, mas de provas documentais, de amplo e farto material fotográfico, áudios e vídeos, dinheiro rastreado, malas com chips, enfim, todo um processo de investigação sigiloso da Polícia Federal que comprovou esquemas de propina e corrupção envolvendo dois importantes nomes da política nacional.
Não estamos falando de PowerPoint com convicções para ser exibido de forma espetaculosa pela mídia, mas de provas documentais, de amplo e farto material fotográfico, áudios e vídeos, dinheiro rastreado, malas com chips, enfim, todo um processo de investigação sigiloso da Polícia Federal que comprovou esquemas de propina e corrupção envolvendo dois importantes nomes da política nacional.
Após 34 anos, Folha de S. Paulo se acovarda!
Por Marcelo Auler, em seu blog:
Quem lê o editorial deste domingo (28/05) da Folha de S. Paulo – Sucessão Especulada – e foi testemunha, em 1983, da audaciosa coragem do jornal ao publicar o editorial Por eleições diretas, conclui facilmente que na ausência do seu antigo dono, Octávio de Oliveira Frias, o jornal, hoje comandado por seus filhos, Octávio Filho, na parte editorial, e Luís Frias, como presidente da empresa, se acovardou. Lamentavelmente!
Quem lê o editorial deste domingo (28/05) da Folha de S. Paulo – Sucessão Especulada – e foi testemunha, em 1983, da audaciosa coragem do jornal ao publicar o editorial Por eleições diretas, conclui facilmente que na ausência do seu antigo dono, Octávio de Oliveira Frias, o jornal, hoje comandado por seus filhos, Octávio Filho, na parte editorial, e Luís Frias, como presidente da empresa, se acovardou. Lamentavelmente!
Henrique Meirelles e a profecia do caos
Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:
É cada vez mais explícito, dentro do governo Temer, o abismo que separa os interesses do capital e os da população brasileira. A diferença de tratamento também: aos investidores, especuladores, CEOs, injeções de tranquilidade e a promessa “as reformas irão passar”; à população nas ruas, bombas, porretes, detenções.
Na última semana, enquanto Michel Temer frustrava o país ao bradar “eu não renunciarei”; Henrique Meirelles, o todo poderoso ministro da Fazenda, garantia que, “independentemente de qualquer coisa”, “as reformas sairão” e a “agenda econômica será idêntica”.
É cada vez mais explícito, dentro do governo Temer, o abismo que separa os interesses do capital e os da população brasileira. A diferença de tratamento também: aos investidores, especuladores, CEOs, injeções de tranquilidade e a promessa “as reformas irão passar”; à população nas ruas, bombas, porretes, detenções.
Na última semana, enquanto Michel Temer frustrava o país ao bradar “eu não renunciarei”; Henrique Meirelles, o todo poderoso ministro da Fazenda, garantia que, “independentemente de qualquer coisa”, “as reformas sairão” e a “agenda econômica será idêntica”.
Um cadáver busca escapar da sepultura
Brasília, 24/5/17. Foto: Valter Campanato/ABr |
Eles e elas chegaram de todo o Brasil, convocados pelas centrais sindicais, pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e pelos partidos de esquerda. Vieram para se manifestar contra a violência que tem marcado, há um ano, o assalto aos direitos dos trabalhadores consagrados na Constituição de 1988. Em particular contra a liquidação da Previdência Social que lhes garanta uma aposentadoria digna no fim da vida e contra a reforma trabalhista que remete as relações capital-trabalho para a etapa anterior à Lei Áurea.
Os trabalhadores do Brasil desembarcaram na capital do país, neste 24 de maio, para expressar seu inconformismo e afirmar sua cidadania. Uma vigorosa demonstração de apreço pela democracia e uma advertência aos que imaginam tratá-los como rebanhos sem consciência dos seus direitos, submetidos a poder de vara: haverá resposta contra o esbulho dos direitos conquistados.
Doria, 'jestor jenial', e a nova cracolândia
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
O jestor privado João Dória é um jênio.
Decretou o fim da cracolândia. E ao fazê-lo demonstrou ter sérios comprometimentos de fundo psíquico, já que parece acreditar na mitologia que fabrica todos os dias – à base de propaganda e discurso autoritário. Dória começou usando propaganda pra enganar os outros. E acabou enganando a si mesmo.
Agora se desespera, maltratando repórteres que perguntam o óbvio: “como o senhor responde às críticas de que praticou na cracolândia um ato higienista, de limpeza social?” Clique aqui pra saber como o prefeito reagiu à pergunta, de forma destemperada, típica de quem não sabe ser contrariado.
O jestor privado João Dória é um jênio.
Decretou o fim da cracolândia. E ao fazê-lo demonstrou ter sérios comprometimentos de fundo psíquico, já que parece acreditar na mitologia que fabrica todos os dias – à base de propaganda e discurso autoritário. Dória começou usando propaganda pra enganar os outros. E acabou enganando a si mesmo.
Agora se desespera, maltratando repórteres que perguntam o óbvio: “como o senhor responde às críticas de que praticou na cracolândia um ato higienista, de limpeza social?” Clique aqui pra saber como o prefeito reagiu à pergunta, de forma destemperada, típica de quem não sabe ser contrariado.
Por que não há panelaços contra Temer?
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Uma das queixas mais frequentes entre os simpatizantes de Dilma é esta: onde foram parar as panelas?
A cada denúncia de corrupção, a questão reaparece nas redes sociais: e aquele pessoal que batia panela o tempo todo?
Pois bem.
Houve nas redes sociais registros de panelas no pronunciamento de Temer no Natal.
Mas nada comparável aos panelaços de antigamente.
Que houve com elas, as panelas? O fato é que elas já não são as mesmas.
A Globo e o golpe dentro do golpe
Por Wallace dos Santos de Moraes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Desde 2013, o Brasil vive um quadro de crise política institucional dos mais profundos. A iminente queda de Michel Temer constitui-se como apenas mais um capítulo dessa novela. Para discutirmos as denúncias contra o presidente da República e termos mais dados para análise, sem cairmos em previsões infundadas, é necessário clarear algumas constatações históricas fundamentais da política brasileira:
2) historicamente, ela representou os interesses majoritários dos capitalistas do país;
Desde 2013, o Brasil vive um quadro de crise política institucional dos mais profundos. A iminente queda de Michel Temer constitui-se como apenas mais um capítulo dessa novela. Para discutirmos as denúncias contra o presidente da República e termos mais dados para análise, sem cairmos em previsões infundadas, é necessário clarear algumas constatações históricas fundamentais da política brasileira:
1) a Rede Globo é ainda hoje o principal meio de formação de opinião dos brasileiros sobre política;
2) historicamente, ela representou os interesses majoritários dos capitalistas do país;
3) desconhecemos evidência de recuo de uma proposta dela com relação à retirada de um presidente da República do seu cargo, seja através de golpe militar explícito, de golpe institucional ou de impeachment.
O papel da mídia na disseminação do ódio
UnB, 27/5/17. Foto: Mídia Ninja, Saulo Dal Pozzo e Danielle Assis |
Qual o papel da mídia no avanço da pauta conservadora e o discurso de ódio? Essa foi a pergunta central do Painel 1, realizado na tarde deste sábado, 27/5, como parte da programação do 3º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (3ENDC), em Brasília. O debate foi mediado pela jornalista Beth Costa, secretária geral da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e contou com a presença dos jornalistas Cynara Menezes e Ricardo Melo, além da filósofa Márcia Tiburi.
"Não existe discurso de ódio. Existe o discurso da luta de classes. De um lado, a voz da elite que sempre foi dominante; do outro, o silêncio da maioria explorada" sentenciou o jornalista e ex-presidente da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, Ricardo Melo, ao iniciar sua fala. Para ele, a disputa de narrativa e o consequente acirramento da luta de classes no Brasil está atrelado ao monopólio e concentração midiática.
Quem tem medo da eleição direta?
Rio de Janeiro, 28/5/17. Foto: Mídia Ninja |
Temer se demonstra cada vez mais insustentável. Ao lado de suas reformas que atacam direitos do povo brasileiro, em especial dos trabalhadores e trabalhadoras, carrega a maior impopularidade das últimas décadas e se segura por um fio fino, tecido por acordões, propinas e pela tragédia de um projeto neoliberal que busca se enraizar no Brasil.
O curioso é que a Rede Globo já se encampou de mudar sua tática perante Temer. Antes isentava sua figura da tragédia do governo, apontando minúsculas movimentações no cenário econômico como algo positivo e fazendo do presidente ilegítimo um “presidente certo na hora certa”, mas quando nasce a possibilidade de eleições indiretas ao lado de sua impopularidade caótica, não sobra um grande empresário que consiga defender Temer.