quarta-feira, 10 de abril de 2019

Os três agressores fascistas da Paulista

Por Altamiro Borges

No último domingo (7), grupos de extrema-direita – principalmente os ligados ao astrólogo Olavo de Carvalho, guru do atual presidente e de seus pimpolhos – promoveram manifestações raivosas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa apaixonada do ex-juizeco Sergio Moro, atual superministro do laranjal de Jair Bolsonaro. No geral, os atos foram pequenos e passariam despercebidos não fosse a generosidade da mídia falsamente moralista. Na Avenida Paulista, centro de São Paulo, os vários grupelhos se subdividiram em três miniprotestos. Faltou gente, mas não faltaram discursos de ódio e violência.

No episódio mais grotesco, filmado por um repórter da CBN, três sujeitos agrediram uma jovem covardemente. Soldados da PM assistiram à barbárie de forma passiva e só agiram quando a violência atingiu o clímax. A mídia monopolista, que ajudou a chocar o ovo da serpente fascista no país – e que hoje inclusive é vítima das milícias bolsonaristas – nem se preocupou em investigar quem eram estes três agressores asquerosos. Mas a imprensa alternativa foi atrás e descobriu.

Conforme relata Laura Capriglione, do coletivo Jornalistas Livres, os dois primeiros fascistoides identificados foram Jaderson Soares Santana e seu companheiro Eliezer. “Ambos atacaram a mulher que ousou atravessar uma manifestação na avenida Paulista, que reunia apoiadores de Jair Bolsonaro. Por ter criticado Bolsonaro e Sergio Moro, ela foi imobilizada e enforcada pelos corajosos machões... A polícia, que a tudo assistiu, só resolveu intervir depois que aplicaram o golpe chamado ‘mata leão’, que poderia tê-la matado. Jaderson Soares Santana é mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC de São Paulo. Trabalha no TRF-3, como analista judiciário (oficial de justiça). Em sua dissertação de mestrado, intitulada ‘As marcas do autor em ‘O Ano da morte de Ricardo Reis', apresentada em 2016, Jaderson dedicou o trabalho: ‘A Eliezer, meu companheiro’”.

Ainda segundo a reportagem do JL, “estudantes da PUC que conviveram com o casal reconheceram Eliezer como o homem transtornado que cai no chão da avenida Paulista e depois se lança contra a mulher. Com a péssima repercussão da agressão dos machões contra a mulher, a página de Jaderson Soares Santana no Facebook começou a ser bombardeada por pessoas que o reconheceram nas fotos e vídeos divulgados. Um colega de estudos perguntava-lhe: ‘Jaderson, você se reconhece nesta imagem?’ e postou uma foto da agressão... Jaderson Soares Santana, que no Facebook identificava-se apenas como Jaderson Santana, postava inúmeras mensagens de apoio a Sergio Moro, a Jair Bolsonaro e a movimentos de extrema direita. Corajoso (SQN), ele foi incapaz de dar conta do fato de ter sido descoberto como agressor de mulheres. Tentou mudar o nome para ‘Paulo Mores’ e, por fim, deletou a página”.

Já o terceiro agressor, o que aplica o “mata leão”, foi identificado nesta terça-feira, conforme relato do jornalista Vinicius Lousada. “Em entrevista exclusiva à Fórum, o empresário paulistano Francisco Medeiros, admirador do presidente Jair Bolsonaro (PSL), assumiu a autoria da gravata desferida contra uma manifestante pró-Lula na Avenida Paulista. A cena da agressão foi registrada pelo repórter Chico Prado, da CBN, e viralizou nas redes sociais... No primeiro contato, o empresário negou ser o homem que desferiu a gravata na manifestante. Sua postura reativa, porém, motivou o envio de nova mensagem, reiterando a importância de que apresentasse sua versão para os fatos”.

Ele confirmou sua participação, mas tentou minimizar a agressão e insinuou que tudo foi montagem. "Até acho que isso é coisa paga. Entram ele e a namorada de peito aberto para xingar, dar botinada, bater… Sabe que vai ser imobilizado’, disse Francisco, ao acusar ainda a ‘mídia’ de estar em conluio com a suposta armação, ‘preparada para fotografar’ as reações... Durante a entrevista, o empresário referiu-se ao casal pró-Lula como ‘malditos manifestantes’ e ‘raça de baderneiros’, lamentando ter visto os dois sendo liberados pela Polícia Militar após terem sido levados algemados... Além de críticas ao PT e do reforço na confiança que deposita em Jair Bolsonaro, a quem dedica a maior parte de suas postagens no Facebook, chamou a atenção da reportagem o espanto de Francisco quando informado de que os outros dois homens que aparecem no vídeo da gravata são um casal homossexual. ‘Mas eram dois senhores?!’, retrucou”.

Um comentário:

  1. Em 1988 o PT não assinou a Constituição. Em 2000 foi contra a LRF. Agora é contra a Reforma da Previdência! Está na hora de dissipar-se.

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