terça-feira, 9 de abril de 2019
Bolsonaro estreia a TV estatal verde-oliva
Por Daniel Giovanaz e Vivian Fernandes, no jornal Brasil de Fato:
No próximo dia 10, estreia a nova programação da TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Criada em 2007 em cumprimento à Constituição Federal, a EBC sempre sofreu mandos e desmandos dos governos passados, mas conseguiu manter um caráter público, voltado ao cidadão, em defesa dos direitos humanos e dando voz a quem nunca teve na mídia tradicional. Ainda que tenha sido atacada por Temer (MDB), que destituiu o Conselho ocupado pela sociedade e acabou com a independência do presidente da empresa, agora, sob Bolsonaro (PSL), a ordem é não disfarçar mais: propaganda pura, sem debates editoriais.
10 de abril de 2019. Essa é a data que trará uma pá de cal sobre a experiência de uma TV pública no Brasil. Nossa potencial BBC tupiniquim vai, definitivamente, ser oficializada como uma máquina de propaganda para o governo federal. E, ainda que o fim de uma TV pública agrade o oligopólio privado do rádio e da TV no país, um outro segmento vai ser ainda mais beneficiado: os militares.
No próximo dia 10, estreia a nova programação da TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Criada em 2007 em cumprimento à Constituição Federal, a EBC sempre sofreu mandos e desmandos dos governos passados, mas conseguiu manter um caráter público, voltado ao cidadão, em defesa dos direitos humanos e dando voz a quem nunca teve na mídia tradicional. Ainda que tenha sido atacada por Temer (MDB), que destituiu o Conselho ocupado pela sociedade e acabou com a independência do presidente da empresa, agora, sob Bolsonaro (PSL), a ordem é não disfarçar mais: propaganda pura, sem debates editoriais.
Julian Assange, um dissidente ameaçado
Por Rôney Rodrigues, no site Outras Palavras:
Julian Assange é um incômodo hóspede da embaixada equatoriana em Londres. Já não é mais uma ilustre visita; é tratado, praticamente, como um prisioneiro bem guardado, pronto para ser entregue às autoridades londrinas. No noite da última quinta-feira (dia 4), o portal WikiLeaks anunciou que seu fundador será expulso da embaixada – que o acolheu por mais de sete anos – em questões de dias – ou mesmo de horas. As informações teriam sido vazadas ao WikiLeaks por um funcionário do alto escalão do governo equatoriano que, em resposta, disse que não responderia “rumores sem fundamentos” divulgados.
Julian Assange é um incômodo hóspede da embaixada equatoriana em Londres. Já não é mais uma ilustre visita; é tratado, praticamente, como um prisioneiro bem guardado, pronto para ser entregue às autoridades londrinas. No noite da última quinta-feira (dia 4), o portal WikiLeaks anunciou que seu fundador será expulso da embaixada – que o acolheu por mais de sete anos – em questões de dias – ou mesmo de horas. As informações teriam sido vazadas ao WikiLeaks por um funcionário do alto escalão do governo equatoriano que, em resposta, disse que não responderia “rumores sem fundamentos” divulgados.
Bolsonaro e a antipolítica
Por Renato Francisquini, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Inúmeras hipóteses têm sido apresentadas a fim de explicar a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Antes do processo eleitoral, muito embora o então candidato figurasse como favorito nas pesquisas – notadamente quando se excluía o ex-presidente Lula da lista apresentada aos entrevistados – poucos confiavam em sua capacidade de vencer o pleito. Havia boas razões para tal descrédito: à luz dos estudos sobre comportamento eleitoral e de nossa experiência mais recente (1994-2014), soava implausível que o candidato sem uma estrutura partidária sólida e com uma retórica ofensiva, para dizer o mínimo, pudesse ampliar o apoio que até então desfrutava nas pesquisas.
A impotência dos economistas liberais
“Quem diria que no começo do mandato de um governo liberal ele iria sancionar subsídios e discutir a retomada de proteções setoriais. Não é só a tarifa do leite, é a proteção de bens de capital”. Marcos Lisboa, O Globo, 18/02/2019 p:17.
Súbito, fez-se o consenso, e já não é mais possível tapar o sol com a peneira: no primeiro trimestre de 2019, a economia brasileira entrou em marcha forçada na direção do colapso. Em apenas três meses, o mercado reduziu quatro vezes seguidas seu prognóstico com relação ao crescimento do PIB de 2019, que caiu de 3% para 1.8%. E tudo indica que seguirá caindo, tanto que o próprio mercado reconhece que não haverá retomada dos investimentos neste ano, qualquer que seja a circunstância.
O "caçador de comunistas" na Educação
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
“Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios…” (economista Abraham Weintraub, novo ministro da Educação, em palestra no final do ano passado, durante encontro de líderes de extrema direita, em Foz do Iguaçu, no Paraná).
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Começou tudo outra vez, com os mesmos discursos de 50 anos atrás.
“Maluf assume a prefeitura e fala sobre combate à ideologia marxista”: este é o título da coluna “Acervo Folha- Há 50 anos” de hoje (página A-4).
Brasil escolheu cultura de morte, não da paz
Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site Correio da Cidadania:
Porém, há novidade. A liberação de armas iria inevitavelmente incrementar a violência na classe média, à semelhança do que acontece nos Estados Unidos. É literalmente uma cultura de morte. Eu mesmo fiz um texto sobre esse tema.
Não é cartomancia, é a lógica. Os únicos com poder de comprar armas são a classe média e os ricos. Portanto, a tendência é que chacinas aumentem em shoppings, escolas, cinemas, teatros, praças públicas, enfim, nos espaços ocupados por esses setores da sociedade. Aconteceu na Catedral de Campinas, agora numa escola de Suzano.
A necrofilia faz parte de nossa história: o massacre de 10 milhões de indígenas, milhões de negros, de pobres em Canudos, Caldeirão, Contestado, Pau-de-Colher, os coronéis do sertão, chegam hoje às gangues e milícias das periferias urbanas brasileiras. Matar é constitutivo de nossa história.
Porém, há novidade. A liberação de armas iria inevitavelmente incrementar a violência na classe média, à semelhança do que acontece nos Estados Unidos. É literalmente uma cultura de morte. Eu mesmo fiz um texto sobre esse tema.
Não é cartomancia, é a lógica. Os únicos com poder de comprar armas são a classe média e os ricos. Portanto, a tendência é que chacinas aumentem em shoppings, escolas, cinemas, teatros, praças públicas, enfim, nos espaços ocupados por esses setores da sociedade. Aconteceu na Catedral de Campinas, agora numa escola de Suzano.
Generais pressionam Bolsonaro. Conspiração?
Charge: Jefferson Portela |
Jair Bolsonaro voltou de Israel, onde declarou que “não há dúvida” de que o nazismo era de esquerda, notável exibição mundial de falta de superego, e depois foi seu vice quem saiu, para os Estados Unidos. Hamilton Mourão foi se encontrar, em Washington, com Mike Pence, o vice de Donald Trump, e participar na Universidade Harvard, em Boston, de uma conferência anual sobre o Brasil, organizada por alunos nascidos aqui. Na capital americana fará também uma palestra, nesta terça-feira 9, no Wilson Center, um think tank comandado por um brasileiro, o jornalista Paulo Sotero. “Os 100 primeiros dias do governo Bolsonaro têm sido marcados pela paralisia política, em larga medida devido às sucessivas crises geradas pelo círculo mais próximo do próprio presidente, se não por ele mesmo”, diz o convite do think tank aos interessados em ouvir o general. “No meio da barulheira política, o vice-presidente Hamilton Mourão tem emergido como uma voz de razão e moderação, capaz de prover direção em assuntos domésticos e de política externa.”
Educação sai da 'anomia' para entrar no 'caos'
Da Rede Brasil Atual:
O perfil do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na opinião de especialistas consultados pela reportagem de Cosmo Silva, na Rádio Brasil Atual, comprova que o governo Bolsonaro não tem um projeto para atender às demandas educacionais do país. Em pouco mais de três meses de gestão, o MEC coleciona dezenas de exonerações de cargos na administração, além de esta ser a segunda mudança no primeiro escalão do governo.
O perfil do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na opinião de especialistas consultados pela reportagem de Cosmo Silva, na Rádio Brasil Atual, comprova que o governo Bolsonaro não tem um projeto para atender às demandas educacionais do país. Em pouco mais de três meses de gestão, o MEC coleciona dezenas de exonerações de cargos na administração, além de esta ser a segunda mudança no primeiro escalão do governo.
Bolsonaro manda seus recados
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
É muito raro que ocorram, na política, movimentos sem consequência.
Ontem, Jair Bolsonaro fez vários, todos na mesma direção e, certamente, haverá quem os leia com seu efetivo significado.
O primeiro, na substituição do insustentável Ricardo Vélez, em que poderia ter apontado para uma abertura para fora do círculo estreito do bolsonarismo mais radical. Não o fez, manteve a extrema-direita no controle da pasta, sossegou o olavismo e o liberou para continuar fustigando os militares. Ontem, Olavo de Carvalho recebeu Marco Feliciano, que ameaça pedir o impeachment de Hamílton Mourão por “traição” a Bolsonaro.
É muito raro que ocorram, na política, movimentos sem consequência.
Ontem, Jair Bolsonaro fez vários, todos na mesma direção e, certamente, haverá quem os leia com seu efetivo significado.
O primeiro, na substituição do insustentável Ricardo Vélez, em que poderia ter apontado para uma abertura para fora do círculo estreito do bolsonarismo mais radical. Não o fez, manteve a extrema-direita no controle da pasta, sossegou o olavismo e o liberou para continuar fustigando os militares. Ontem, Olavo de Carvalho recebeu Marco Feliciano, que ameaça pedir o impeachment de Hamílton Mourão por “traição” a Bolsonaro.
MEC é um retrato da esbornia fascista
Por Reginaldo Moraes
Faz algum tempo comentei que o que acontece no MEC é mais ou menos o retrato do "projeto" do Bozo para o Brasil. Criar o caos, desmanchar, para entregar ao patrão.
Só pode ser. Esses caras (e seus patrocinadores, não esqueçamos) estão criando uma situação de ponto sem retorno. Sem chance de mediação. Um perigo mortal. E não é metáfora. São kamikases da ultradireita.
Quando a popularidade do presidente desaba, a aposta de suas falanges mais extremistas é dobrar a aposta, piorar o quadro para dentro dele sobreviver, como ratos sobrevivem no lixo e nos prédios bombardeados.
Faz algum tempo comentei que o que acontece no MEC é mais ou menos o retrato do "projeto" do Bozo para o Brasil. Criar o caos, desmanchar, para entregar ao patrão.
Só pode ser. Esses caras (e seus patrocinadores, não esqueçamos) estão criando uma situação de ponto sem retorno. Sem chance de mediação. Um perigo mortal. E não é metáfora. São kamikases da ultradireita.
Quando a popularidade do presidente desaba, a aposta de suas falanges mais extremistas é dobrar a aposta, piorar o quadro para dentro dele sobreviver, como ratos sobrevivem no lixo e nos prédios bombardeados.
Por que o Brasil está caindo aos pedaços?
Charge: Cartoonist Ralfo |
Não só o noticiário mais recente – viadutos e pontes que “se movem”, Brumadinho soterrando multidão, incêndios em prédios abandonados e ocupados – mas o dia a dia das construções e equipamentos no Brasil é um rol de problemas em curso ou por ocorrer.
Escolas com telhados prestes a cair, infiltrações e vazamentos em hospitais e postos de saúde, estradas e ruas esburacadas, semáforos que apagam na chuva como se fossem lamparinas, a relação é infinda e angustiante. E não é só fruto de alguma incúria exclusivamente estatal, porque Mariana e as demais barragens de rejeitos de mineração são bem privadas e boa parte das rodovias está concessionada a empresários, para nos atermos a dois casos mais conhecidos.
O Brasil está descendo a ladeira
Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:
Todo dia passamos vergonha com os desmandos do governo. O destaque desse desfile de sandices cabe ao presidente e seus três patetas, os três ministros “medievais” – Relações Exteriores, Direitos Humanos e Educação, este último recém demitido e substituído por um executivo do mercado financeiro. O carro chefe do desfile é o projeto neoliberal que tenta se impor tendo como abre alas a reforma da Previdência. Mas a cereja do bolo são as consequências políticas desastrosas das viagens internacionais do presidente.
Todo dia passamos vergonha com os desmandos do governo. O destaque desse desfile de sandices cabe ao presidente e seus três patetas, os três ministros “medievais” – Relações Exteriores, Direitos Humanos e Educação, este último recém demitido e substituído por um executivo do mercado financeiro. O carro chefe do desfile é o projeto neoliberal que tenta se impor tendo como abre alas a reforma da Previdência. Mas a cereja do bolo são as consequências políticas desastrosas das viagens internacionais do presidente.