terça-feira, 31 de agosto de 2021

Lula é a Terceira Via

Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcelo Zero, no site Brasil-247:


No Brasil de hoje, há duas grandes correntes político-ideológicas que ameaçam a democracia, o desenvolvimento e a soberania do país: o neoliberalismo bolsonarista e o neoliberalismo tardiamente anti-bolsonarista.

A ameaça da primeira corrente, o neofascismo bolsonarista ou neofascismo neoliberal, é clara, direta e iminente.

Bolsonaro, um admirador confesso de ditadores e torturadores, agride diuturnamente as instituições democráticas, a Constituição e qualquer um que dele discorde.

Todas as fichas no Sete. Para perder

Por Fernando Brito, em seu blog:

Na política, nada mais parecido a Jair Bolsonaro que a figura de um jogador, destes obcecados pelo desejo de ganhar mais e, por isso, dilapidar irresponsavelmente o que, uma vez, a sorte lhe deu nas apostas.

O grande prêmio eleitoral de 2018, em dois anos e meio, dissipou-se à metade, ou menos, mas ele segue salivando por mais uma, nem que isso possa custar-lhe o que tem e que bastaria para mantê-lo fora da escolha que ele mesmo enunciou, entre a vitória ou a prisão ou ainda a morte.

E é essa compulsão que o faz apostar todas as fichas que lhe restam nas manifestações do Sete de Setembro, empregando todo o seu empenho em que sejam maiores e mais golpistas do que vinham sendo, mirradas pelo seu próprio desgaste e obrigando a expedientes como os das motociatas para dar-lhes impressão de força e a ele mesmo darem uma imagem de vigor que não é mais que uma casca.

Feijão, fuzil e Araçatuba

Por Frei Betto, em seu site:

No sábado, 28 de agosto, cometi tremenda idiotice: comi feijoada. Tivesse dado ouvidos a milicianos, teria caído de boca num prato de balas de fuzil. Mas se careço de inteligência, esbanjo memória. Lembro-me do cerco de Jerusalém, no ano 70, comandado pelo general romano Tito, filho do imperador Vespasiano. No desespero da fome dentro da cidade sitiada, moradores ricos clamavam por trocar joias e ouro por um pedaço de pão.

Desconfio que os assaltantes dos bancos de Araçatuba trilharam o caminho inverso. Armaram-se de fuzis e bombas para roubar dinheiro e comprar feijão.

O feijão, os fuzis e a tragédia bolsonarista

Editorial do site Vermelho:

Em 1976, por sugestão do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, uma candidatura de resistência à ditadura militar (1964-1985) adotou o slogan “Sem direitos, sem feijão / Somos oposição”. Mesmo com palavras suavizadas, o recado estava dado. A ideia de “direitos” representava, acima de tudo, a luta pela democracia – a mãe de todas as batalhas sob a ditadura. Já o “sem feijão” remetia à descontrolada inflação dos alimentos, que encarecia o custo de vida e esvaziava as panelas. O governo autoritário dos generais-presidentes esfomeava a população.