domingo, 14 de fevereiro de 2016

Destruir o último líder popular do país

Por Roberto Amaral, no site Vermelho:

A característica certamente mais exemplar de nossa história é a conciliação. De cúpula sempre (ou seja, conciliação em nome da preservação dos interesses da classe dominante), impedindo a revolução (como tal entenda-se também a simples ameaça de emergência das massas) e retardando as reformas das mais simples às mais essenciais – todas, como meras reformas, pleiteadas conforme as regras do regime que não visavam a alterar.

Em todos os momentos graves, a ruptura – ainda quando uma exigência histórica – cedeu espaço à concordata pois o essencial foi sempre a conservação dos donos do poder no poder. Da Colônia ao Império, do Império à República, e até aqui.

A recuperação dos espaços públicos

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Dois grandes acontecimentos recentes, muito diversos no seu conteúdo, têm um elemento comum, fundamental para a luta pela democratização da nossa sociedade: a recuperação dos espaços públicos pelas pessoas.

Aquele de significação política mais direta, foi – e continua sendo – a ocupação das escolas públicas pelos estudantes de São Paulo, Goiânia, Sorocaba e de outras cidades do Brasil. Foi uma perda gigantesca as escolas públicas deixarem de ser espaços de socialização para os jovens, especialmente os da periferia das grandes cidades.

Caruso desafina em charges golpistas

Charge de Aliedo para a OAB/RJ
Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Em meados de janeiro, o cartunista Chico Caruso, de O Globo, fez uma das mais agressivas charges políticas de tantas assinadas por ele. Em sintonia fina com a linha conservadora do jornal, de tenaz oposição aos governos petistas, ele atacou a Carta Aberta assinada por 104 advogados redigida em reação ao “desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados” ocorrido na Operação Lava Jato.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

TV Globo perde audiência e credibilidade

Por Altamiro Borges

Nesta semana, o colunista Ricardo Feltrin, do site UOL, apresentou um dado impressionante sobre a decadência de um dos principais programas da tevê brasileira. "Apenas entre 2012 e 2015, o 'Jornal Nacional', perdeu 28 em cada 100 telespectadores que antes acompanhavam ao telejornal da Globo todas as noites em todo o Brasil. A queda de audiência, apontada por dados consolidados obtidos por esta coluna, mostram que a participação do 'JN' no universo de TVs ligadas, nas 15 principais regiões metropolitanas do país, caiu de 53,7% em 2012 para 38,9% no ano passado".

FHC apela por união do PSDB. Desespero?

Por Altamiro Borges

O PSDB só posa de "maior partido da oposição no Brasil" graças à generosidade da mídia-amiga. Se não fosse esta amizade, cultivada por razões políticas e mercenárias, a sigla já teria sumido do mapa político. A blindagem garante a impunidade de tucanos graúdos - como o paranaense Beto Richa e seu "suposto" primo que frauda a Receita Federal; o goiano Marconi Perillo e sua "suposta" relação com o mafioso Carlinhos Cachoeira; e o paulista Geraldo Alckmin e o "suposto" roubo das merendas escolares. Como já ironizou José Simão, uma das poucas vozes irreverentes da imprensa, o PSDB deveria se chamar "Partido Suposto Do Brasil", já que "notícia de corrupção tucana é tudo 'suposto'".


Samuel Wainer e a imprensa corrupta

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O jornalista Samuel Wainer (1910-1980) foi, para quem não conhece a sua trajetória, um dos maiores jornalistas do país. Judeu do bairro do Bom Retiro, em São Paulo, de origem humilde, conseguiu construir seu próprio jornal, o Última Hora, um diário de perfil popular que logo conquistaria tiragens gigantescas, ameaçando o poderio da meia dúzia de famílias que detém o controle da imprensa em nosso país. Claro que os coronéis midiáticos não iriam permitir que um joão-ninguém roubasse seu público, e patrocinaram a destruição do império jornalístico fundado por Wainer com o apoio de Getúlio Vargas.

Triplex dos Marinho e as contas no Panamá


Do blog Viomundo:

Diante da notícia da Rede Brasil Atual de que a empresa que tem em seu nome a mansão de praia dos irmãos Marinho em Paraty — a Agropecuaria Veine Patrimonial — tem ligação com empresa sob investigação na Operação Lava Jato, submetemos o assunto a um investigador com vasta experiência no rastreamento de empresas - no Brasil e no Exterior.

Meganhas da Lava Jato e narrativa golpista

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Carlos Fernando, um dos porta-vozes da Lava Jato, é o símbolo do golpismo messiânico que tomou conta da operação. Foi ele que falou em "refundar a república".

Ele quer transformar a Lava Jato numa operação que fará uma devassa em tudo, paralisando todas as atividades econômicas do país, criminalizando seletivamente alguns partidos.

Nessa entrevista, ele externa a sua visão de mundo autoritária, que expressa a narrativa que os meganhas de Curitiba e mídia querem impor à força à opinião pública, desde já intimidando juízes:

Torcida do Corinthians rechaça a TV Globo

Meme compartilhado pela página Meu Timão | Foto: Reprodução
Do jornal Brasil de Fato:


Membros da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, protestaram contra a Rede Globo e a Federação Paulista de Futebol (FPF), nesta quinta-feira (11), no estádio Itaquerão, na zona leste de São Paulo. Três faixas com as frases "Rede Globo o Corinthians não é seu quintal", "Jogo às 22h também merece punição" e "Cadê as contas?" - em relação à Arena do time -, foram abertas na arquibancada durante a última rodada do Campeonato Paulista, em jogo com o Capivariano.

TSE é o caminho mais curto do impeachment

Por Renato Rovai, em seu blog:

Desde o início da Lava Jato tem ficado claro para quem acompanha o dia a dia da Operação e as articulações políticas que a envolvem que o movimento para cassar o mandato de Dilma Rousseff teria mais força se abortasse o caminho do Congresso, onde muitos dos que teriam de julgá-la estão envolvidos até o último fio de cabelo em casos de corrupção, como é o caso do presidente da Casa, Eduardo Cunha, e seguissem pela via da cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral, TSE.

Combater a corrupção sem paralisar o país

Por Haroldo Lima, no site da Fundação Maurício Grabois:

Visito a Base Naval e os Estaleiros em construção em Itaguaí, no Rio de Janeiro, e certifico-me de que corremos o risco de enveredarmos por um caminho gravemente equivocado de combate à corrupção.

A partir de 2008, a Marinha do Brasil contratou o Consórcio Baía de Sepetiba, formado pela Diretoria de Construções Navais e Serviços- DCNS, uma estatal francesa de larga atividade mundo afora, e a brasileira Odebrecht Defesa e Tecnologia, especializada em engenharia de grande porte. O Consórcio construiria a base onde seriam projetados e construídos submersíveis. O escopo inicial do projeto foi estabelecido: quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear, este baseado apenas na tecnologia nacional, pois, nessa esfera, ninguém cede tecnologia.

Democracia começa com o fim da escravidão

Por Katarina Peixoto, no blog RS-Urgente:

O filme de Anna Muylaert não para de ser visto e comentado. É uma peça de realismo sem precedentes sobre a escravidão brasileira, em que o legado e a vigência dessa doença social são-nos apresentados num verdadeiro teatro de objetos, revelando a potência da sutileza, a ironia como sinalização, o cocô do cachorro como referencia. Nesse enredo objetual, caçambas de gelo vazias, no freezer, desvelam a maldade; ratos imaginados, como metáfora, esvaziam a piscina. O prédio de Niemeyer é cenário para o assédio do rentismo, sobre a grande novidade, do pais: uma geração de filhos de escravos hereditários que não se sente nem se vê como escrava. O problema não é quebrar a bandeja de prata da bisavó da Dona Barbara; o problema está no desrespeito à gramática muda, silenciada em dêiticos: “lá”, “cá”, “aqui”, “para fora”.

Lava-Jato visa promover 'limpeza ideológica'

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pouco a pouco, vai se tornando clara como água a natureza da Operação Lava Jato. A direita, mesmo na oposição, conseguiu o que a esquerda, mesmo no poder, não conseguiu – até porque, nunca tentou: colocar grande parte da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário a serviço de uma corrente político-ideológica.

É estarrecedor como a direita conseguiu aparelhar ideologicamente essas instituições e colocá-las a seu serviço enquanto os governos “republicanos” do PT se gabavam de não interferir nelas.

Francisco e Kirill em Cuba; mídia ignora!

Kiril e Francisco, em Cuba. Foto: Actualidad RT
Por Max Altman, no site Opera Mundi:

A mídia internacional ressalta a visita do patriarca Kirill a Cuba e o seu encontro com o papa Francisco.

Porém a mídia brasileira guarda um estranho e absoluto silêncio. Ainda ressoa nas redes sociais um dos lemas prediletos da direita: “Vai pra Cuba!” E não é que Suas Santidades Francisco e Kirill escolheram exatamente Cuba para seu encontro histórico. Kirill está de visita a Havana – mais tarde virá ao Brasil – e Francisco estará viajando ao México. Vão se encontrar no aeroporto José Marti de Havana, especialmente preparado para o importante evento. Poderiam ter escolhido uma outra sede, por exemplo, a alardeada democracia da Costa Rica, ali pertinho, que nem exército tem. Francisco esteve recentemente em Cuba, Kirill é a quarta vez que pisa na Ilha. Parece que gostaram e aceitaram de bom grado “Ir pra Cuba!”.

Em busca do jornalismo perdido

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

O grande livro de Ray Bradbury, Fahrenheit 451, ficção científica escrita em 1953, apontou uma sociedade futura na qual as pessoas teriam uma tela multidimensional na sala de casa e que ali ficaria passando informação sem parar, o dia todo, e a pessoa, viciada naquela algaravia, não conseguiria mais compreender o mundo criticamente. Tudo se resumiria naquele caleidoscópio de palavras desconexas que perpetuavam o poder de quem mandava. Aquela passagem do livro sempre me causou calafrios. Era o mundo perdido no qual vivia a esposa do personagem principal, o que descobre a beleza dos livros num mundo no qual eles não mais existiam.

Wadih Damous pergunta: "E FHC? E Aécio?"

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em seu primeiro mandato como deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, o advogado Wadih Damous tornou-se uma das vozes mais influentes do Congresso em assuntos jurídicos, área que domina os principais debates num país onde a oposição quer afastar uma presidente eleita sem respeitar as regras elementares da Constituição. Wadih foi presidente da OAB-RJ entre 2007 e 2012 e mais tarde tornou-se presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da entidade. Ele deu a seguinte entrevista ao 247:


O pesadelo petista em cinco capítulos

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                    

1) Dormindo com o inimigo - Por que um ministro quinta coluna ainda permanece no governo? "Chefe" de uma Polícia Federal totalmente fora de controle republicano, braço golpista dentro do Estado brasileiro, não se ouve do ministro uma crítica sequer aos abusos e perseguições da PF. A mesma leniência ele mostra em relação às atrocidades legais e às seguidas violações do estado de direito cometidas pela Lava Jato. Mais do que isso, vive a elogiar a operação. Mas a responsabilidade é toda da presidenta Dilma. Além do regime ser presidencialista, é público e notório que Cardozo goza da irrestrita confiança da presidenta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Por dentro do triplex dos Marinho em Paraty

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O DCM publica as aventuras do repórter Renan Antunes de Oliveira mostrando a ilegalíssima mansão triplex dos Marinho em Paraty.

Imperdível a leitura, tanto pelas chicanas jurídicas que envolvem a construção irregular que já se mandou demolir quanto pelas peripécias e ousadias necessárias a chegar-se (perto) de uma praia pública.

Regulamentar para garantir direitos

Por Fabrício Solagna e Renata Mielli, no Centro de Estudos Barão de Itararé:

A segunda fase de consulta para o decreto que vai regulamentar o Marco Civil da Internet está aberta para contribuições até o dia 29 de fevereiro. A primeira fase reuniu quase 1.200 contribuições de diversos setores, focando principalmente nas exceções à neutralidade da rede e nas definições sobre como os dados pessoais serão armazenados e poderão ser acessados, de forma a garantir a privacidade dos usuários.

Por que o governo não defende Lula?

Por Breno Altman, em seu blog:

A primeira ofensiva do conservadorismo, depois de 2002, foi durante a crise do chamado "mensalão", de 2005 em diante.

O alvo imediato da coalizão entre a velha mídia e os setores mais reacionários, incluindo parte da base governista, era o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

De lambuja, vinha a expectativa de criar as circunstâncias necessárias para o impedimento presidencial ou até sua renúncia.