Charge: Amarildo |
No pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV quando faltavam menos de quatro horas para o fim do desastroso governo militar, o general Mourão foi porta-voz da reacomodação tática do partido dos generais na conjuntura.
Foi uma operação pública de descarte do Bolsonaro pelas cúpulas partidarizadas das Forças Armadas.
O nome de Bolsonaro não foi citado uma única vez no discurso lido por Mourão. O general fez menção indireta a ele como alguém que, com seu “silêncio ou protagonismo inoportuno e deletério”, criou “um clima de caos e de desagregação social” no país.
Com aquele cinismo típico com que os militares distraem a atenção sobre a realidade e geram dissociações cognitivas para mascarar o envolvimento central das Forças Armadas no questionamento do resultado eleitoral e no clima de caos e terror no país, Mourão citou lideranças [como Bolsonaro] que “de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe”.