sexta-feira, 25 de junho de 2021

À beira de um ataque de nervos

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Bolsonaro nunca foi equilibrado, mas está perdendo a noção. O chilique recente durante uma entrevista a uma jornalista não chega a espantar: o presidente foi autoritário, machista e grosseiro, como sempre. Mas o que parece ter ficado claro é que, desta vez, o comportamento era defensivo, covarde, amedrontado. Jair acusou o golpe. Anda com medo. E tem motivo para isso.

A presença da corrupção de seu governo está escancarada: na saúde e no meio ambiente, para ficar apenas nos exemplos mais recentes.

Ao demitir Ricardo Salles, depois de elogiá-lo na véspera, o presidente assina embaixo das acusações contra o ex-ministro, que vão do favorecimento de madeireiras e garimpeiros a enriquecimento ilícito, colocando até mesmo a mãe no meio.

"Reforma" administrativa alimenta corrupção

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O primeiro impacto fiscal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 será o aumento da corrupção na administração pública, aponta nota técnica assinada por Vinícius Amaral, consultor legislativo no Senado. “Esse é um efeito extremamente preocupante, pois a corrupção é um fenômeno persistente e de graves dimensões no Brasil”, afirma. A PEC da “reforma” administrativa está sendo discutida por uma comissão especial na Câmara.

A conspiração para tirar Bolsonaro da eleição

Por Helio Doyle, no site Congresso em Foco:


A centro-direita e a direita não bolsonarista descobriram como conquistar o governo em 2022 e já começaram a trabalhar, nos bastidores, para viabilizar seu plano: o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As articulações, ainda iniciais, envolvem empresários, militares e alguns poucos políticos com mandato. Estão, como é natural, sendo mantidas em sigilo, mas têm sido emitidos alguns sinais de que afastar Bolsonaro da presidência é o objetivo.

O que move os articuladores do impeachment é, sobretudo — mas não exclusivamente — impedir que o ex-presidente Lula vença as eleições em 2022 e o PT e a esquerda retomem o governo. A avaliação que fazem é de que haverá uma indesejável polarização entre Bolsonaro e Lula, com poucas chances para um candidato da centro-direita que sequer existe.

Sete potências e um destino

Reprodução do Facebook
Por José Luís Fiori, no site Outras Palavras:


A China permanece sendo uma “civilização”
que finge ser um Estado-nação […]
e que nunca produziu temática religiosa
de espécie alguma, no sentido ocidental.
Os chineses jamais geraram um mito da criação cósmica
e seu universo foi criado pelos próprios chineses.

Henry Kissinger,. Sobre a China

O espetáculo foi montado de forma meticulosa, em cenários magníficos, e com uma coreografia tecnicamente perfeita. Primeiro foi o encontro bilateral entre Joe Biden e Boris Johnson, os líderes das duas grandes potências que estiveram no centro do poder mundial nos últimos 300 anos. A assinatura de uma nova Carta Atlântica foi a forma simbólica de reafirmar a prioridade da aliança anglo-americana frente aos demais membros do G7 e seus quatro convidados, que se reuniram nos dias 11 e 12 de junho numa praia da Cornuália, sul da Inglaterra, como um ritual de retorno dos Estados Unidos à liderança da “comunidade ocidental”, depois dos anos isolacionistas de Donald Trump. Em seguida, os sete governantes voltaram a se encontrar em Bruxelas, na reunião de cúpula da OTAN encarregada de redefinir a estratégia da organização militar euro-americana para as próximas décadas do século XXI. E ali mesmo, na capital da Bélgica, o presidente americano reuniu-se com os 27 membros da União Europeia pela primeira vez desde o Brexit e, portanto, sem a presença da Grã-Bretanha. Por fim, para coroar esse verdadeiro tour de force de Joe Biden em território europeu, o novo presidente dos Estados Unidos teve um encontro cinematográfico com Vladimir Putin num palácio do século XVIII, no meio de um bosque de pinheiros, às margens do Lago Leman, em Genebra, Suíça.

A ocupação das terras da usina Cambahyba

“Ocupamos as terras da Cambahyba para exigir justiça
para Cícero Guedes”.
 FotoPablo Vergara
Do site do MST:


Há 25 anos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marca sua trajetória no Rio de Janeiro com a ocupação de terras das fazendas da falida usina Capelinha, em Conceição de Macabu. A ocupação se deu em resposta ao latifúndio improdutivo e ao massacre do Eldorado dos Carajás, onde 21 Sem Terras foram assassinados pelo governo do estado (PSDB) no Pará em abril de 1996. No ano seguinte o MST - RJ se consolidou com a ocupação da usina São João em Campos dos Goytacazes (RJ) dando origem ao assentamento Zumbi dos Palmares, onde mais de 500 famílias conquistaram sua terra para viver e produzir alimentos.

Dois exemplos a serem seguidos

Por João Guilherme Vargas Netto


Nos tempos anteriores à internet e à pandemia costumava-se dizer que uma imagem valia mais que mil palavras.

Esta métrica pode também ser aplicada hoje, porque um exemplo vale bem mais que muitas pregações.

Refiro-me a exemplos positivos que, embora pequenos em seus efeitos imediatos, têm uma enorme importância ao abrirem caminho para práticas equivalentes com iniciativas a serem reproduzidas.

Há dois exemplos atuais que ilustram bem estas cogitações.

Em São Paulo, o governo do Estado, criou um novo Vale Gás com auxílios emergenciais de 300 reais em três parcelas mensais para as famílias necessitadas poderem enfrentar a carestia dos botijões.

É um paliativo que ajuda os mais pobres a enfrentarem a queda e o coice da inflação de alimentos e o escorchante aumento do combustível para cozinhá-los.

O erro de Bolsonaro com os irmãos Miranda

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:


Ricardo Salles caiu, mas agora não queremos saber detalhes da queda de Salles. Não é a prioridade num dia tão cheio.

O que precisamos saber é do caso da Precisa e tentar entender por que Bolsonaro cometeu uma barbeiragem que um assessor de Odorico Paraguaçu não cometeria.

Precisamos saber tudo sobre a empresa envolvida na compra da Covaxin, a vacina de US$ 15, com chip de ouro.

Ricardo Salles será pisoteado pela boiada que ajudou a juntar e a defender, como aconteceu com todos os que se aproximaram de Bolsonaro e caíram em desgraça, ou quase todos.

Salles talvez não tenha a sorte de um Abraham Weintraub, arredado para Washington com salário de mais de R$ 100 mil.

E se Bolsonaro não fosse corrupto?

Por Jair de Souza


Quem nunca se deparou com alguém que, ao ouvir críticas ao governo de Jair Bolsonaro, recorresse à seguinte argumentação: “Tudo bem, mas ele acabou com a corrupção”?

É certo que, a esta altura, não deve haver dúvidas para mais ninguém (nem mesmo para os bolsonaristas) de que o governo Bolsonaro é um dos mais corruptos da história de nossa República.

Os observadores mais atentos já associavam Jair Bolsonaro e seus filhos à corrupção muito antes de ele chegar à presidência: suas rachadinhas extraídas dos funcionários; seus vínculos com as milícias fluminenses; suas inúmeras propriedades imóveis adquiridas sem rendimentos legais que as pudessem justificar; entre outras coisas.

Ódio e amor nas redes sociais

Por Frei Betto, em seu site:


“Diga-me em que nicho da internet se encontra e direi se vou odiá-lo.” Se alguém frequenta uma tribo de Whatsapp ou Twitter de defesa dos direitos humanos e conecta outro de bolsonaristas, será inevitavelmente agredido, ofendido, ou sumariamente excluído dos contatos. E vice-versa.

Como afirma o doutor em Ciências da Comunicação, Moisés Sbardelotto, “não basta gostar ou desgostar de algo: é preciso também desgostar daqueles que gostam daquilo de que não gosto. A raiva e o rancor se digitalizam e permeiam sites e redes sociais digitais mediante expressões de intolerância, indiferença, desinformação, negacionismo, difamação, discriminação, preconceito, xenofobia. O ódio, assim, ganha forma de bits e pixels, principalmente pela ação dos chamados haters, os odiadores, aqueles que amam odiar.”

A direita pode “matar” Bolsonaro a tempo?

Por Fernando Brito, em seu blog:


Lula ter maioria nas intenções de voto em pesquisas não é surpresa.

Mas a grande imprensa estar dando o destaque que dá ao favoritismo do ex-presidente é algo que para a esquerda sempre pobre das atenções da mídia faz levantar a desconfiança desta esmola farta: será que ainda contam com tempo e condições para “matar” Bolsonaro eleitoralmente e fazer surgir do pescoço da Górgona um Pégaso imaculado para ser seu candidato em 2022?

Muita gente boa pensa nisso e não deixo de reconhecer razões na matreirice de um conservadorismo cascudo como o nosso, que não admite partilha e menos ainda a entrega do poder.

Há, entretanto, alguns obstáculos neste caminho, tanto é que a tal “3ª via” continua, faltando 16 meses para a eleição, de calças curtas.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Saída de Salles é derrota do bolsonarismo

Editorial do site Vermelho:

A queda do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve ter pouco impacto na agenda ministerial ou mesmo na imagem internacional do País. De seu sucessor, o ruralista Joaquim Alvaro Pereira Leite, não convém esperar guinadas de nenhum tipo nas diretrizes do ministério. Partidário da mesma agenda predatória que fez de Salles o pior de todos os titulares do Meio Ambiente no Brasil, Joaquim Alvaro há de ser um outro “antiministro”.

Bolsonaro no foco da CPI

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Rifando Ricardo Salles, ministro para lá de carbonizado, Bolsonaro não conseguirá segurar a repercussão do maior escândalo de corrupção de seu governo, o Covaxingate.

Ele agora é alvo claro e brilhante da CPI da Covid, e ainda que não possa legalmente ser investigado pela comissão do Senado, poderá ser responsabilizado no relatório final.

Ou num relatório parcial que pode ser votado no meio do caminho.

O pronunciamento ameaçador e autoritário do ministro Onyx Lorenzoni, ao lado de um investigado da CPI, o ex-secretário-executivo do ministério da Saúde na gestão Pazuello, também não serviu para atenuar o estrépito das revelações.

Pelo contrário, reforçou a ideia de um governo apavorado. Já na segunda-feira, no que pareceu uma reação às manifestações de sábado e ao avanço da CPI, Bolsonaro deu mostras de que anda com os nervos em frangalhos.

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Como os fascistas instauram o caos nas redes?

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O caminho para o impeachment de Bolsonaro

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Ricardo Salles deixa o laranjal em chamas

Por Altamiro Borges


O agravamento da crise política parece que acelerou a fuga das ratazanas do governo. Nesta quarta-feira (23), o “rei das queimadas” Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro da devastação ambiental de Jair Bolsonaro. O ricaço era alvo de inúmeras denúncias – inclusive de participar de um esquema de contrabando de madeira ilegal. Mas ele decidiu deixar o posto exatamente quando o laranjal bolsonariano está pegando fogo. Cortina de fumaça ou medo das labaredas?