quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Dona Marisa e as sociopatas do hospital

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desculpem-me os crédulos.

Eu não acredito em tudo.

Não acho que 60 ou 70 alucinados tenham, por acaso, se encontrado na Câmara dos Deputados e, “de repente”, resolvido invadir o plenário, subir na mesa e pedir “um general, um general” para impor uma ditadura militar.

Assim como não acredito que as quatro patéticas figuras que se dispõem a agredir verbalmente a mulher de Lula, Marisa, em coma numa UTI, como a Veja fez-lhes questão de dar palco, possam ser apenas loucas macabras “espontâneas”.

STJ trava maracutaia da Petrobras

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A Justiça mais uma vez freia a tentativa de dilapidar o patrimônio público que continua a pleno vapor na Petrobras após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff do cargo. O presidente em exercício do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, negou pedido da empresa para que suspendesse uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), em Sergipe, e liberasse a cessão de dois campos de petróleo, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, sem licitação. Ambos seriam entregues de mão beijada para uma multinacional estrangeira, a Karoon Gas Australia.

Temer se fantasia com a faixa presidencial

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se estamos vivendo numa farsa completa, num carnaval institucional violento sem hora para terminar, nada mais natural que Temer se sinta à vontade para envergar a faixa presidencial.

Ao longo dos últimos meses, ele vinha titubeando em fazer o retrato com um papo furado de que era contra o “culto à personalidade”.

Alguém da turma - Gilmar, por exemplo - deve ter falado num desses jantares no Jaburu: “Pô, Michel, para com isso, mano”.

João Doria e a voz do grafite

Imagem: Pedro Carpigiani, adaptado de BanksyJornalistas Livres
Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

A fúria do prefeito de São Paulo contra a arte de rua tem um efeito imediato, que é mudar a cara de uma cidade que os paulistanos se acostumaram a ver, com aprovação quase unânime. A cor cinza, da ignorância e do autoritarismo, sufoca a manifestação colorida do livre-pensar.

Mas tem outro significado, de longo prazo e ainda pior. É a tentativa de calar a voz do artista popular, da mesma forma que o governo golpista tenta, no plano federal, silenciar toda a juventude. As ações neste sentido começam pela “escola sem partido”, pela demolição da universidade pública e dos programas que facilitam o acesso ao ensino superior.

A sonegação fiscal destrói o Brasil

Por Marcos de Aguiar Villas-Bôas, na revista CartaCapital:

A sonegação de tributos tem a proeza de, ao mesmo tempo, destruir a situação fiscal de um país e aumentar muito a desigualdade, levando a problemas econômicos variados.

O número da sonegação normalmente apresentado pela Procuradoria da Fazenda Nacional está entre 400 e 500 bilhões de reais. Recentemente vem se falando em 900 bilhões de reais.

Estudos divulgados no exterior em relação a países em desenvolvimento mencionam outro problema, mas correlacionado: um fluxo anual de 900 bilhões de dólares de capital ilícito para o exterior decorrente de corrupção, propinas, tráfico de drogas etc.

Lava-Jato mente sobre os próprios arbítrios

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A força-tarefa da Lava Jato não apenas não sabe fazer powerpoints. Ela também não sabe falar a verdade.

Hoje, ela divulgou um estudo em que distorce completamente os números, porque não inclui todos aqueles que ela manteve preso preventivamente por até dois anos, sem condenação, sem prova. Usa apenas o que ainda estão detidos. Ou seja, ignora os arbítrios já cometidos, as torturas, as manipulações sem limite, os vazamentos seletivos e criminosos, a agenda minunciosamente sincronizada com os objetivos do golpe.

As cosméticas urbanas de João Doria

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

As primeiras ações do plutocrata prefeito de São Paulo são profícuas para se pensar as várias dimensões da intercessão entre o urbano e o político. Suas ações publicitárias fazem do governo municipal um primoroso gestor de imagens, mais do que de ações governamentais. Não se trata tanto do que é feito, mas de mostrar o que se “faz”, remetendo à diferença secular entre a coisa e a sua imagem. É difícil separar o que é publicidade e o que é governo. Remetidos ao campo da imagem, estaremos sempre lidando com simulacros, pois o próprio prefeito é um simulacro: simulacro de trabalhador. A imaginação coletiva é astutamente atraída e cooptada para não poder divisar com clareza a diferença entre ilusão e realidade, entre o feito e o visto. Por isso, as críticas à nova gestão terão que ser dirigidas tanto às imagens, quanto às ações, pois do contrário serão inócuas.

Mea culpa do financismo?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O ano começou com muita mesmice e algumas novidades. As trapalhadas, as denúncias de corrupção e os equívocos desastrosos do governo Temer seguem na mesma toada. Os massacres ocorridos nos presídios em vários Estados, ao longo de poucos de dias de 2017, chamam a atenção para o despreparo do governo federal em lidar com o tema e acendem a luz vermelha pelo futuro próximo. Mas eis que em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por reduzir a Selic em 0,75%.

Marisa foi alvo dos esbirros de Curitiba

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No meio da tarde da última terça-feira, 24 de janeiro, explodiu como uma bomba na internet e nos meios de comunicação tradicionais a informação de que a esposa do ex-presidente Lula, Dona Marisa Letícia, sofreu um Acidente Vascular Cerebral de caráter hemorrágico, do tipo mais grave.

A partir dali, de norte a sul do país levantou-se uma onda de solidariedade, comoção e indignação diante das causas óbvias do mal que acometeu dona Marisa, que, como todos podem imaginar, pela idade e pela perseguição política que, junto a marido e filhos recebe da Lava Jato e de hordas fascistas, está tendo a saúde afetada.

Donald Trump na era da pós-verdade

Ilustração: FadiToOn/Cartoon Movement
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Corre uma discussão em diferentes mídias mundiais de que estaríamos vivendo, no jornalismo, nas redes sociais e de um modo geral, a "era da pós-verdade". Normalmente, as pessoas usam o prefixo "pós" quando não sabem muito bem o que querem definir, mas sabem de onde partem para esta indefinição. O termo "pós-moderno" é o exemplo mais bem acabado disso.

Também deve-se considerar, previamente, que antes o termo "era" valia para um período muito extenso, coisa de milhões, milhares ou pelo menos uns dois séculos de duração. Hoje este prazo se abreviou consideravelmente, e fala-se descontraidamente em "era FHC", "era Lula", "era Dunga", para ficar em alguns exemplos caseiros. Já há até quem fale em "era Temer", enquanto outros anunciam, esperançosos, ou porque querem sucedê-lo, ou porque querem simplesmente vê-lo pelas costas, que "Temer já era".

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O herdeiro criminoso da afiliada da Globo

Por Altamiro Borges

Na madrugada de sexta-feira para sábado, o estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, filho do dono da afiliada da TV Globo na Paraíba e do maior grupo da indústria alimentícia no Estado, atropelou um agente do Detran ao fugir de uma blitz da Lei Seca em João Pessoa. Dirigindo seu luxuoso Porsche, ele não prestou socorro à vítima, o trabalhador Diogo Nascimento, de 34 anos, que faleceu na noite deste domingo (22). A juíza de plantão mandou o playboy para a cadeia, mas o desembargador público revogou a prisão ainda na madrugada – o que gerou uma onda de revolta na Paraíba. O assunto, porém, não foi destaque na TV Globo.

Ives Gandra Filho: O Opus Dei no STF?

Por Altamiro Borges

Setores da mídia já definiram o substituto “ideal” para o posto do falecido ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do arquiconservador Ives Gandra Filho, atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e feroz inimigo dos direitos trabalhistas. O jornal O Globo está em plena campanha. Já a Folha até tenta embelezar a biografia do filho do introdutor da seita fascista Opus Dei no Brasil. Na coluna Painel desta terça-feira (24), o jornal destaca apenas: “Cotado para assumir a cadeira de Teori Zavascki no Supremo, Ives Gandra Martins Filho, presidente do TST, é chamado de ‘monge’ pelos amigos” e orgulha-se de ser “um homem de Deus”. É quase um santo!

O retrato envelhecido de Doria Gray

Por Renato Rovai, em seu blog:

A história do jovem Dorian Gray, da obra de Oscar Wilde, de alguma forma, tem elementos bastante próximos ao roteiro que vem sendo desenhado pelo marketing vaidoso e ególatra do prefeito João Doria Jr.

No romance, Dorian Gray é pintado por Basil Hallward no auge da sua juventude. E para se manter sempre belo e jovial faz um acordo com o demônio. Mas enquanto seu corpo mantém-se imutável o retrato de Dorian vai envalhecendo e o faz lembrar o que ele realmente é.

Temer e uma toga em leilão no STF

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para não recuar muito, nem Fernando Henrique, nem Lula, nem Dilma permitiram que a indicação de um ministro do Supremo Tribunal Federal fosse ao leilão político e se transformasse em presa dos apetites fisiológicos de partidos políticos e outros grupos de interesse. Já com Temer, num momento de grave crise entre as instituições, para não falar em crise institucional, a escolha do ministro que ocupará a vaga de Teori Zavascki já se transformou em disputa e pode até render uma escaramuça.

Uma métrica para legitimar o arbítrio

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Jeferson Miola

A edição d´O Globo desta terça-feira 24/01 dedica reportagem de página inteira para construir o argumento da legalidade da Lava Jato. A matéria “Aval supremo” é ilustrada com uma foto [que ocupa um terço da página 3 do jornal] de um Sergio Moro pisando firme no tapete azul do Senado.

O Globo reproduz dados da força-tarefa da Lava Jato – aparentemente sem confrontá-los com qualquer parâmetro técnico-jurídico – e afirma que “os réus perderam em 81,4% das vezes [nos recursos e habeas corpus impetrados no STF], ou seja, em quatro de cada cinco casos”.

O caso Ludmilla e a mídia reacionária

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Há uma ideia corrente nas redes sociais de direita que defende a existência de uma hegemonia do pensamento de esquerda na mídia internacional. Este delírio antes se restringia às sombras da extrema direita, mas, ultimamente, vem se tornando popular e ganhando força nas redes sociais.

Não é exatamente surpreendente que seja identificada como de esquerda qualquer abordagem mais progressista.Os telejornais, os telejornais policiais e programas que misturam entretenimento com jornalismo ainda são grandes fontes de informação para grande parte dos brasileiros. 

Doria em SP: por uma cidade cinza

Por Thedy Corrêa, no site Jornalistas Livres:

Como dói, Dória
Ver essa parede cinza
Onde antes havia alegria
Como dói, Dória
Lembrar da beleza
Do que antes havia
Como dói, Dória
Pensar que se fosse o Guernica
Você também o apagaria
Pois a sua noção de beleza
Jamais o entenderia

A aliança de Temer com os ruralistas

Do jornal Brasil de Fato:

O avanço do neoliberalismo no mundo, o papel da luta popular, a unidade da esquerda e os retrocessos do governo não eleito de Michel Temer (PMDB) foram alguns dos temas debatidos no painel de abertura do encontro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocorre entre esta segunda-feira (23) até a sexta (27),em Fortaleza, no Ceará.

A atividade tem como objetivo refletir sobre os desafios para a organização sem-terra e a agenda de lutas do movimento para este ano.

Repetições da história: tragédias e farsas

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

“A história aparece como tragédia e se repete como farsa”, escreveu Karl Marx no livro “Dezoito Brumário de Louis Bonaparte”, em 1852. Estudamos História para iluminar o entendimento do presente ou para nos servir como guia a seguir no futuro desconhecido?

A heurística – a arte de inventar ou fazer descobertas – mostra que as pessoas fazem seus julgamentos baseadas na similaridade entre situações atuais e outras situações vividas ou protótipos daquelas situações. Essa ligação heurística conduz-nos a acreditar que novo evento “parece igual” a alguma experiência prévia e confundir “aparência” e “realidade”. Porém, “semelhança com a verdade não é o mesmo que a verdade”…

Haddad ganha de Villa na Justiça

Da revista Fórum:

A Justiça de São Paulo rejeitou nesta segunda-feira (23) ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) por ter publicado agenda oficial com informações incompletas, para enganar um comentarista de rádio. Para a juíza Carolina Duprat Cardoso, da 11ª Vara de Fazenda Pública, o ato de improbidade não acontece mesmo se comprovadas ilegalidades formais, mas apenas quando há “violação substancial” dos bens da administração pública.