quinta-feira, 26 de abril de 2018

Eduardo Azeredo e a vacina vencida

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Não faltará quem aponte a condenação do ex-governador tucano Eduardo Azeredo pela segunda instância em Minas como prova de que a Justiça bate dos dois lados, e não apenas no PT. Mas o que ela verdadeiramente expressa é o quanto a Justiça, no trato de réus políticos, foi seletiva até aqui, usando pesos e relógios diferentes. O julgamento de ontem aconteceu 20 anos depois do cometimento dos crimes pelos quais foi ele condenado, e 11 anos após a apresentação da denúncia, numa lentidão que contrasta com a celeridade do processo contra o ex-presidente Lula.

As eleições de 2018 e a economia

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A única certeza que se pode ter a respeito do quadro eleitoral de outubro próximo é uma profunda incerteza que paira a seu respeito. Longe de ser mero trocadilho com propósito retórico, o fato é que o cenário segue bastante indefinido e as alternativas possíveis que se colocam como desdobramentos da situação atual são inúmeras.

O primeiro elemento a se considerar refere-se à realização mesma das eleições daqui a seis meses. Afinal não é de todo desprovida de sentido a indagação a respeito das razões que levaram ao golpeachment para depois eventualmente devolver o poder às forças políticas que estavam envolvidas com aquele projeto de País que foi abortado. A estratégia de retirar Dilma do Palácio do Planalto para depois resolver os problemas do Brasil fracassou a olhos nus. Cabe ficarmos alertas e atentos para evitar esse novo golpe no golpe.

Extrema-direita domina o Facebook

Do site Manchetômetro:

Entre os dias 10 e 17 de abril de 2018, as 41 páginas que monitoramos publicaram 7.159 posts, que geraram 5.983.227 compartilhamentos. As páginas que mais postaram esta semana foram: UOL (491 posts), Juiz Sergio Moro – o Brasil está com você (448 posts) e VEJA (445 posts).

Tabela 1: 10 posts mais compartilhados da semana (10/4/2018 a 17/4/2018)



Começa o ataque da mídia ao STF

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A decisão do STF de tirar das mãos de Sergio Moro a delação da Odebrecht revela simplesmente que a condenação de Lula foi ilegal porque oriunda de um processo que nada tinha que ver com a empreiteira e com a Petrobrás, mas foi julgado por um magistrado cuja função era apoiar desvios na empresa petrolífera.

Moro e Globo são inimigos da democracia

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O recurso da defesa de Lula aceito ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) constitui o núcleo de uma outra peça, mais importante, no esforço pela libertação do ex-presidente.

Trata-se do recurso especial protocolado segunda-feira no Tribunal Regional Federal da 4a. Região, para que o Superior Tribunal de Justiça reveja a condenação de Lula a 12 anos e um mês de prisão.

A peça é assinada por nove advogados, entre eles o ex-presidente do STF Sepúlveda Pertence, o ex-presidente da OAB, José Roberto Batochio, o decano da advocacia José Gerardo Grossi, o patrono de causas de presos políticos durante a ditadura Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, além de Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, da confiança estrita de Lula, de seu círculo pessoal.

Privatização da Petrobras afetará sua vida

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Na semana passada, a direção da Petrobras anunciou a venda de 60% das refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar-Paraná), Abreu e Lima (RNEST-Pernambuco), Landulpho Alves (RLAM-Bahia) e Alberto Pasqualini (Refap-Rio Grande do Sul). Se você não é petroleiro e nem vive nenhum desses estados, talvez ache que essa notícia pouco impactará a sua vida que segue. Só que se essa venda se confirmar sua vida será fortemente afetada.

Te explico em três pontos os possíveis impactos dessa tentativa de privatização da Petrobras na sua vida!

Direita e mídia espalham ódio nas redes

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

A senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), tem denunciado a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diuturnamente. Além do Brasil, a repercussão da prisão arbitrária do ex-presidente ganhou as manchetes dos jornais e programas de TV do mundo. Desde o dia 7 de abril, Gleisi concedeu entrevista para a TV SIC de Portugal, Agência EFE da Espanha, France Press, BBC de Londres, rádios da América Latina, entre tantos outros meios de comunicação no mundo inteiro.


Lava-Jato persegue Lula há quatro anos

Da Rede Brasil Atual:

Desde o momento em que foi deflagrada, em março de 2014, pela chamada “força tarefa” chefiada pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba, com o auxílio do Ministério Público, a Operação Lava Jato paulatinamente se caracterizou como um processo de violação a normas básicas da legislação penal e da Constituição.

O processo ignorou o direito fundamental à presunção de inocência, grampeou advogados e uma presidenta da República, divulgando o conteúdo gravado. Da primeira instância ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Judiciário negou pedidos da defesa por inúmeros direitos recusados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Brasil na era das cidades-condomínio

Por Erminia Maricato e Ana Gabriela Akaishi, no site Outras Palavras:

Com o boom imobiliário vivido pelas cidades brasileiras nos últimos anos - mas especialmente entre 2009 e 2015 -, a chamada dispersão urbana foi radicalmente ampliada. A histórica especulação rentista baseada na propriedade fundiária e imobiliária foi potencializada a níveis nunca vividos nas cidades. Loteamentos fechados - erradamente (e convenientemente) chamados de condomínios horizontais - e os conjuntos habitacionais populares do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) funcionaram como vetores de dispersão e fragmentação urbanas. Em 7 anos, aproximadamente R$ 788 bilhões provenientes do FGTS, Orçamento Geral da União (OGU) ou setor privado foram investidos nos mercados residenciais urbanos, isto é, sem considerar as demais obras urbanas como as de mobilidade e saneamento (Maricato e Royer, 2017). Ao invés da necessária regulação fundiária e imobiliária para aplacar o vendaval especulativo, governos e câmaras municipais flexibilizaram a legislação e ampliaram o perímetro urbano incluindo nele verdadeiros latifúndios, especialmente nas cidades de porte médio.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Temer enterra a comunicação pública

Do site do FNDC:

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), as demais organizações e personalidades que assinam esta nota vêm a público manifestar seu repúdio à decisão do Conselho de Administração (Consad) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que determina que a Agência Brasil passe a produzir apenas conteúdo estatal. Essa medida sepulta de vez o caráter público da EBC.

A alteração consta de um documento apresentado na reunião desta segunda-feira (23), que faz um “realinhamento da estratégia” da EBC, dando seguimento ao processo de desmonte da comunicação pública iniciado pelo governo ilegítimo de Michel Temer, com a intervenção que ocorreu imediatamente após o golpe de 2016.

Lula, Bolsonaro e os detalhes do Datafolha

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

A análise mais aprofundada dos números do Datafolha (para além das manchetes e da torcida ridícula contra Lula, nos jornais golpistas) indica alguns dados importantes. Pouca gente se debruçou sobre os dados, que podem ser consultados neste link.

Como são muitos os cenários na pesquisa, vamos basear nossa análise aqui no cenário C de primeiro turno (com Lula/Bolsonaro/Marina/Barbosa/Alckmin/Ciro e outros) – sugiro a leitura das páginas 30 e 35 do relatório completo do Datafolha, acima linkado.

A Casa Grande quer mais golpe!

Ibope/SP: Lula é líder; Alckmin afunda mais

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Ibope divulgou pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes, sondando a intenção de votos dos paulistas para Governador e para Presidente.

Só há um ponto em que quaisquer análises vão coincidir: a situação de Geraldo Alckmin é desesperadora. Empatado com Bolsonaro, seis pontos atrás de Lula, que lidera com 20 pontos.

Sem Lula na disputa, melhora apenas um ponto. Portanto, nada e ainda fica atrás de Bolsonaro.

A Globo e sua fábrica de narrativas

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Venho utilizando o termo “fábrica de narrativas” para tratar da atuação da grande imprensa na crise brasileira contemporânea. Talvez este seja um dos aspectos mais importantes da crise: nunca antes na história do Brasil a imprensa foi player tão relevante no jogo político.

Isso não significa poder absoluto de manipulação. As pessoas não são gado. O público não é rebanho que simplesmente segue a toada da narrativa midiática. É certo que a imprensa hegemônica tenta pautar a opinião pública, conduzir a crise, mas sua eficiência é limitada. É essa tensão entre tentativas e limites o tema deste ensaio.

STF confronta Moro e Lava-Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Com um faro inegável para apontar sinais de perigo para os interesses que defende, o colunista Merval Pereira, do Globo, definiu a decisão da Segunda Turma do STF, que retirou as delações premiadas de executivos da Odebrecht sobre o sítio de Atibaia das mãos de Sérgio Moro como um "Precedente Perigoso". Ele sabe do que está falando. Mas resta uma discussão: perigoso para quem? A resposta é simples: depende do ponto de vista.

Golpe chega ao seu prato de comida


O momento é grave.

Após mais de um ano sem se reunir, a Comissão Especial sobre o PL6299/2002 convocou reunião para amanhã (25/04). A pauta tem ponto único: Discussão e votação do parecer do relator, Deputado ruralista Luiz Nishimori (PR/PR). Apesar de não sabermos o conteúdo do relatório, já sabemos que será favorável à destruição da atual lei de agrotóxicos. Além disso, com maioria ruralista, a Comissão deve aprovar o relatório com folga.

Temer, presidente 'decorativo'?

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Michel Temer ficou em silêncio sobre a prisão de Lula e de seus amigos José Yunes e Coronel Lima. Antes, não havia se manifestado sobre o julgamento do habeas corpus do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal e a respeito do debate das prisões em segunda instância. Sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, o emedebista até se posicionou, mas apenas para reiterar a defesa da intervenção federal no Rio de Janeiro.

STF desloca Moro e Globo reage furiosa

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A Globo reagiu com um jornalismo-lixo à decisão da segunda turma do stf de tirar das mãos do Moro as delações contra Lula, para transferi-las para a jurisdição devida, que é a justiça federal em SP.

O jornal nacional dedicou 14 segundos para a formalidade de comunicar a decisão do stf e, em seguida, dinamitou Lula durante quase 8 minutos numa reportagem enviesada e acusatória – uma proporção 35 vezes maior de tempo televisivo para acusar e condenar do que o tempo televisivo para comunicar formalmente o fato [a decisão do stf favorável a Lula].

Barbosa pode ser o candidato do desespero

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nenhuma pessoa com quem tenho falado é capaz de dizer qualquer coisa sobre Joaquim Barbosa, além do fato de ele ter sido presidente do STF e o relator do mensalão do PT que mandou a cúpula do partido para a cadeia.

A mesma dificuldade enfrentam meus colegas colunistas que se encantaram com a figura, apesar de ele ainda não ter assumido a candidatura nem se manifestado sobre os seus planos.

Alguém sabe o que ele fazia antes de ser indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal?

Costuras no centro do tabuleiro político

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O desespero das chamadas forças de centro-direita aumenta a cada pesquisa apontando o risco de ficar fora do segundo turno com sua dispersão entre tantos candidatos. Neste final de semana circulou a pesquisa do Datapoder360, instituto nascente do site Poder360, que fechou o foco da consulta estimulada nos sete candidatos hoje mais competitivos, os que vêm obtendo mais de 5% nas sondagens, excluindo Lula. Joaquim Barbosa ficou em segundo lugar, com 16%, atrás de Bolsonaro, com 22%. Ele derrotaria, em eventual segundo turno, tanto o deputado ultradireitista (37% a 32%) como o tucano Geraldo Alckmin (41% a 18%). Diante de mais este aviso, o PSDB vai acelerar as articulações com outros partidos e candidatos do mesmo campo em busca de uma convergência, o que significaria a desistência de alguns em favor de Geraldo Alckmin.