quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Mídia tenta comparar bolsonarismo e esquerda

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Certas avaliações ouvidas e lidas no oligopólio da mídia sobre o período de trevas que vivemos no Brasil, embora aparentemente críticas ao autoritarismo crescente e à disseminação do ódio, são marcadas por um vício de origem: a mentira. Pôr no mesmo saco o fascismo e a esquerda acaba sendo uma envergonhada maneira de apoiar o que há de pior e mais nefasto na política. Senão vejamos:

1- O clima de Fla-Flu, com a sociedade polarizada e radicalizada de parte a parte, está matando a democracia e corroendo a convivência entre as pessoas.


"Capitão motosserra" e os focos de incêndio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Vamos parar com essa conversa mole de que os incêndios na floresta são provocados por bitucas de cigarro jogados na beira da estrada, por algum descuido ou acidente.

Nada disso: trata-se apenas do cumprimento de mais uma promessa de campanha do “Capitão Motosserra” (assim ele se autodenominou), transformada em projeto de governo, como escreveu hoje Gregorio Duvivier em sua coluna na Folha (“Queimar era um prazer”).

Resultado: já foram contabilizados 72.843 focos de incêndio nos oito meses de governo Bolsonaro.

O Brasil está pegando fogo, com a Amazônia queimando para transformar a maior floresta do mundo em pasto do agronegócio bolsonariano.

Aliados ativos contra o desemprego

Por João Guilherme Vargas Netto

Alguém que lê os jornais preocupado com a situação dos trabalhadores é bombardeado todo dia com as notícias mais aterradoras.

Nas televisões aparecem costumeiramente as multidões que enfrentam filas quilométricas em busca de escassos empregos.

Os comentaristas e colunistas nos veículos nem parecem se preocupar com isso. A mídia grande está anestesiada com o drama social do desemprego e quando o registra trata-o como o novo normal.

E, no entanto, este é o verdadeiro grande problema conjuntural e a permanência do desemprego alto vai desorganizando ainda mais a vida em sociedade: aumento da miséria, aumento da desigualdade, aumento da criminalidade, aumento das doenças e do desespero, decadência do movimento sindical.

Traição em Itaipu requer impeachment

Por Leonardo Wexell Severo

“Quando se tem um presidente da República que pode ser extorquido por outro presidente para seus negócios pessoais, como você se sentiria? O que dizer diante do seu presidente flagrado numa atitude de entrega e servilismo? Que sensação teria diante de tamanha manifestação de antipatriotismo, como demonstrou Mario Abdo Benítez?”, questionou a senadora paraguaia Esperanza Martínez, em entrevista exclusiva a Leonardo Wexell Severo, da Hora do Povo. Líder da bancada da Frente Guazú no Senado, a ex-ministra da Saúde do governo de Fernando Lugo defendeu o impeachment de Marito e a mobilização em defesa da represa de Itaipu como patrimônio público, denunciou o objetivo de privatização da Eletrobrás e da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE) e assinalou que “por trás de duas figuras como Bolsonaro e Mario Abdo estamos falando de grupos econômicos muito poderosos, de capitais transnacionais, dos quais provavelmente sejam simplesmente a fachada”. Para Esperanza, é fundamental a solidariedade para se contrapor a “estas cúpulas econômicas mafiosas transnacionais que vêm se apoderar das nossas riquezas”.

O apagão ambiental de Bolsonaro

Por Gilberto Maringoni

A noite precoce desta segunda-feira jogou a questão ambiental - algo propagado como exotismo neohippie - na cara de todos, como uma bofetada.

O Brasil viveu neste 19 de agosto seu apagão ambiental. É uma tragédia ainda mais dramática que o apagão energético de 11 de março de 1999, quando 18 estados ficaram no escuro.

A grande São Paulo conheceu a escuridão a partir do meio de uma tarde cinzenta e chuvosa.

Fumaças de incêndios florestais do Norte e do Centro-oeste cobriram um pedaço do Sudeste com a fuligem de um país em combustão.

Não comemore Witzel, trabalhe!

Por Jandira Feghali

O Rio viveu ontem mais uma tragédia destas que envergonham e entristecem qualquer brasileiro. Um rapaz de 20 anos com transtornos psiquiátricos sequestra um ônibus com 37 trabalhadores que madrugam na Região Metropolitana. O fim de Willian Augusto, amplamente noticiado, não é novidade a esta altura. Ouvi especialistas em segurança pública sobre esta tragédia para chegar a uma opinião bem embasada.

Deputada da Espanha detona Bolsonaro

Por Antonio Barbosa Filho, de Berlim

Maria Dantas é brasileira, radicada há 25 anos em Barcelona, e como jurista atua nos movimentos sociais da Catalunha, o que a levou a ser eleita no começo deste ano para o Congresso da Espanha, em Madri (cargo equivalente ao deputado federal, no Brasil). Além de sua atuação na região catalã, ela sempre lutou junto aos movimentos de brasileiros contra o golpe de 2016 e contra o Fascismo no Brasil, com destaque para a bandeira "Lula Livre".

Durante o recente encontro da Fibra - Frente Internacional de Brasileiros contra o Golpe -, em Berlim, ela concedeu esta entrevista exclusiva:


Itaipu: a perda de outro Pré-Sal

Por Marcelo Zero

O recente escândalo da tentativa de corrupção embutida na Ata negociada entre Brasil e Paraguai sobre a energia contratada em Itaipu está sendo solenemente ignorado em nosso país.

No Paraguai, o escândalo provocou a queda do ministro das Relações Exteriores, entre outras autoridades, e até a ameaça de juicio político (impeachment) do presidente Mario Abdo.

Já foi instalada CPI para investigar o caso. Não se fala de outra coisa.

Aqui, órgãos de controle e a grande imprensa fazem cara de paisagem, mesmo constatando-se que as denúncias tiveram como base mensagens trocadas por altas autoridades paraguaias, inclusive o vice-presidente Velásquez.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Marxismo cultural é idiotia fascista

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

“A liberdade tem leis; e se essas leis não são externamente impostas, só podem ser auto-impostas. Este é o conceito possível de liberdade; ele designa a liberdade como `autonomia´, ou a propriedade dos seres racionais de legislarem para si próprios”(…). Para Kant, o mais coerente teórico do liberalismo político, há justiça na sociedade “quando nela cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, contanto que não interfira na liberdade dos demais”. (R.Castro de Almeida, Os Clássicos da Política, Ed. Ática).

A máxima de Kant é a base teórica do funcionamento do Estado de Direito: obediência à lei “autoimposta” pela consciência de quem vive na comunidade, com a premissa de que a liberdade de uns não pode ofender ou interferir na liberdade dos outros. Estes conceitos, que a partir do iluminismo passam a ser filtrados -reorganizados e recompostos- nos sistema legais modernos, vão se apresentando na história com linhagens mais (ou menos) conservadoras, mais ou “menos sociais”. Eles não foram fundados pelo marxismo nem pelo socialismo, mas iluminaram o desenvolvimento democrático-parlamentar do capitalismo e, mais tarde, conflituaram com uma certa visão mais dogmática do marxismo, que depreciava da democracia política como elemento constitutivo para uma nova e boa sociedade.

Michelle, Bolsonaro e a metáfora do crime

Por Jeferson Miola, em seu blog:                               

A reportagem da revista Veja com revelações espantosas sobre o histórico criminal da família da primeira-dama Michelle Bolsonaro é uma metáfora perfeita do crime no poder. É a imagem de um país destroçado e comandado pela cultura e pela lógica do crime e dos esquemas milicianos.

Não bastasse a coleção de casos escabrosos que seguem sem a devida apuração – sumiço do Queiroz, laranjal do PSL, Adélio Bispo, tráfico internacional de cocaína em avião presidencial, traficante de armas e assassino da Marielle vizinho de condomínio do Bolsonaro – o país é ainda aturdido com informações sobre os antecedentes criminais da família da primeira-dama.

Conhecendo-se os vínculos do Bolsonaro com o Escritório do Crime, com o submundo das milícias e com o porão do sistema, é impossível imaginar uma união matrimonial dele com alguém com atributos familiares diferentes dos da Michelle.

"Reforma" de Bolsonaro aumenta a pobreza

Lula preso e a democracia ferida

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Um poema do pastor Martin Niemöller, que inspirou Bertolt Brecht e Eduardo Alves da Costa, tornou-se símbolo da crítica à indiferença diante do nazismo. Nos momentos históricos em que valores estão em jogo, a indiferença torna-se dramática e leva ao caos. Valeu para a Alemanha dos anos 1930, vale hoje.

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”



Bolsonaro ameaça ser a praga do agronegócio

Por Fernando Brito, em seu blog:

Os agroboys bolsonaristas que se cuidem.

Nélson de Sá, na Folha de hoje, mostra os estragos dos coices ambientais de Jair Bolsonaro.

Dois dos principais veículos de comunicação alemães, o Der Spiegel e Die Zeit fazem uma verdadeira conclamação por sanções comerciais contra o Brasil, por conta do desmatamento da Amazônia.

“É hora de sanções contra o Brasil”, diz a revista, enquanto o jornal sugere que “é preciso apertar onde dói”, ou seja, nos negócios com a Alemanha.

Michelle Bolsonaro e a esquerda namastê

Por Leandro Fortes, na revista Fórum:

Como a esquerda namastê já está se coçando para despejar chuvas de compaixão e sororidade sobre os ombros sofridos de Michelle Bolsonaro, vale lembrar que essa senhora, antes de tudo, é casada com um doente que apoia a tortura, o assassinato como política de segurança pública e é, declaradamente, misógino e racista.

Michelle inaugurou-se como primeira-dama fazendo aquela pantomima em libras, na porta do Palácio do Planalto, coisa linda de Deus, não tivesse sido o prenúncio da extinção, pelo marido, da secretaria que cuidada da educação de deficientes auditivos, no Ministério da Educação.

Salvini e a “nova” ultradireita europeia

Por Matteo Pucciarelli, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A Itália tem um novo homem forte. Na opinião de muita gente, até um novo salvador. Em Roma, o verdadeiro chefe do governo não é o presidente do Conselho, Giuseppe Conte, nem o vencedor das últimas eleições gerais, o líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S), Luigi Di Maio. O verdadeiro chefe do governo é o ministro do Interior, Matteo Salvini. É como se, de um dia para o outro, um obscuro vereador de Milão, militante de longa data da formação separatista Liga Norte, tivesse se tornado a personalidade mais poderosa do país. Em suas mãos, um partido que parecia uma relíquia transformou-se no principal agente da política italiana e talvez europeia.

"Ô Moro, que time é teu?"

Por Fábio Palácio, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Vai fazer um troca-troca?”. A piada infame com que, durante uma de suas lives, o presidente Jair Bolsonaro constrangeu seu próprio ministro da Justiça, Sérgio Moro, é mais reveladora do que pode parecer. Ela diz muito do atual momento de nossa estropiada vida política.

Não se trata apenas de constatar que estacionamos sob a égide do mau gosto, do preconceito e da falta de urbanidade. Embora tudo isso seja verdadeiro, há muito mais a ser dito. Outros sentidos, menos visíveis, jazem sob a insólita provocação lançada por Bolsonaro contra um dos homens fortes de seu governo.

Acostumamo-nos a classificar o atual presidente como outsider, termo utilizado na arena eleitoral para designar candidatos não oriundos da política partidária, ou que tentam se viabilizar por fora dela. Esquecemos que, apesar dessa narrativa bem difundida, Bolsonaro é um político tradicional, com passagem de quase trinta anos pelo Parlamento, período no qual desenvolveu - sem qualquer nesga de brilhantismo, é verdade - sete mandatos de deputado federal, após ter sido também vereador no Rio de Janeiro.

Escândalo de Itaipu ronda os Bolsonaro

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Em 12 de março, quando Mario Abdo Benítez veio ao Brasil a convite de Jair Bolsonaro, ninguém poderia imaginar que aquela reunião seria a centelha de uma crise que hoje incendeia o Paraguai e pode custar o cargo do presidente direitista antes mesmo de ele completar um ano no poder. Os dois encontraram-se em Brasília. Primeiro a sós e, em seguida, cercados por representantes diplomáticos dos respectivos países. Um dos temas na mesa era justamente a revisão de termos do tratado da Usina Hidrelétrica de Itaipu. À época, segundo a declaração conjunta divulgada pelo Itamaraty no dia seguinte à reunião, os presidente concordaram em manter o “espírito de entendimento construtivo” que marcara até ali a relação entre os dois países. O tempo mostrou, porém, não ter sido bem assim.

Niterói: quem comemora a morte?

Governador do Rio comemora a morte do sequestrador
Imagem capturada do youtube
Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O homem armado – que até agora não foi identificado – sequestrou um ônibus com 37 pessoas na ponte Rio-Niterói, na manhã do dia 20 de agosto. O caso mobilizou a polícia, agentes públicos do governo do Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel e grande parte da imprensa.

Depois de 3h30 de sequestro, o homem foi morto por tiros disparados por um atirador de elite da PM. O criminoso estava armado com uma pistola falsa, uma faca, um taser (eletrochoque) e também ameaçou atear fogo no veículo com um galão de gasolina.

Os escravagistas do século XXI

Por Marcelo Barros, no jornal Brasil de Fato:

No DNA de todos os caminhos espirituais está a vocação humana para a liberdade. Para se acolher o Espírito Divino no mais profundo de nossas vidas, todos temos de procurar permanentemente sermos livres. Mesmo com imensas contradições e ambiguidades, todas as religiões têm em sua natureza a missão de colaborar para que se organize uma sociedade de pessoas libertadas. Infelizmente, nem sempre as religiões foram fieis a essa orientação. No passado e mesmo nos dias atuais, muitas têm sido coniventes com situações de opressão, injustiças e violência.

Lava-Jato ignorou mutreta de Paulo Guedes

Da Rede Brasil Atual:

Durante a pré-campanha presidencial de Jair Bolsonaro, a Operação Lava Jato descobriu que uma empresa do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, havia realizado pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para um esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná. Entretanto, quando o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia sobre o caso, em abril, não incluiu Guedes ou outros representantes da empresa.