segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
O Brasil e as perdas internacionais
Por Leda Maria Paulani, no site A terra é redonda:
Recentemente, o Banco Central divulgou o resultado das contas externas brasileiras de 2019: déficit em transações correntes de US$ 50,7 bilhões de dólares, o maior dos últimos quatro anos. Mas nem nossa autoridade monetária, nem o “mercado” parecem muito incomodados com o resultado. Dos articulistas da imprensa especializada aos executivos financeiros, passando pelos dirigentes da própria autoridade monetária, aparece em uníssono a avaliação de que podemos ficar tranquilos, pois os investimentos diretos no país alcançaram no mesmo ano a respeitável cifra de US$ 78,5 bilhões, mais do que compensando o resultado fortemente negativo da conta corrente.
Recentemente, o Banco Central divulgou o resultado das contas externas brasileiras de 2019: déficit em transações correntes de US$ 50,7 bilhões de dólares, o maior dos últimos quatro anos. Mas nem nossa autoridade monetária, nem o “mercado” parecem muito incomodados com o resultado. Dos articulistas da imprensa especializada aos executivos financeiros, passando pelos dirigentes da própria autoridade monetária, aparece em uníssono a avaliação de que podemos ficar tranquilos, pois os investimentos diretos no país alcançaram no mesmo ano a respeitável cifra de US$ 78,5 bilhões, mais do que compensando o resultado fortemente negativo da conta corrente.
Governadores de 20 estados criticam Bolsonaro
Da Rede Brasil Atual:
Carta de 20 governadores, de 11 partidos, divulgada nesta quarta-feira (17) responde ao presidente Jair Bolsonaro por ultrapassar os “limites institucionais”. O documento do Fórum Nacional de Governadores, assinado pela maioria dos 27 mandatários, critica a conduta de Bolsonaro por hostilizar o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e por tentar impor uma política tributária sem respeitar o pacto federativo.
Bolsonaro abraça Crivella no Rio de Janeiro
Por Fernando Brito, em seu blog:
No ato pentecostal de ontem na Praia de Botafogo, no Rio, puxou-se, a certa altura, uma marcha-rancho gospel do pastor R.R. Soares que fala que vão “dar a volta da vitória”.
No ato pentecostal de ontem na Praia de Botafogo, no Rio, puxou-se, a certa altura, uma marcha-rancho gospel do pastor R.R. Soares que fala que vão “dar a volta da vitória”.
Neste momento, Jair Bolsonaro abano o par de fileiras de “autoridades” que acompanhava com palmas (onde estava, aliás, o lavajateiro Marcelo Bretas) , atravessa o palco, abraça o prefeito Marcelo Crivella e, simbolicamente, dá com ele a “volta da vitória” , diante do público.
É evidente o significado eleitoral do gesto.
O assassinato como política pública
Por Evandro Cruz Silva, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Em agosto de 1970 a revista Veja estampou em sua matéria de capa uma inédita investigação acerca dos grupos conhecidos como “Esquadrões da Morte”. Os anos duros da ditadura militar brasileira carregavam consigo um experimento já consagrado em outras experiências autoritárias: a formação de grupos armados para a execução sumária de pessoas tidas como indesejadas. À época, tais pessoas compunham dois grupos principais: a dissidência política de esquerda e os chamados “bandidos”, categoria em expansão no noticiário popular e que viria a representar as camadas pobres dos mercados ilegais.
Partido de Evo Morales lidera na Bolívia
Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:
A vida não tem sido fácil para as lideranças e integrantes dos movimentos populares bolivianos durante e depois do golpe de estado que depôs o presidente reeleito Evo Morales em outubro de 2019. Repressão, perseguições, ameaças e um saldo de mais de 30 pessoas assassinadas e centenas de outras feridas pelo aparato repressor do Estado golpista.
No entanto, a divulgação das últimas pesquisas de intenção de votos, desde que o tribunal eleitoral anunciou as 8 chapas que concorrerão ao pleito de 3 de maio de 2020, trouxe um alívio e reacendeu a esperança para os integrantes dessas organizações e principalmente para o Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales. A chapa liderada pelo ex-ministro da Economia e Finanças, Luis Arce e que tem como vice o ex-chanceler David Choquehuanca aparece na frente com 40% de apoio popular. Além de ter conseguido registrar a candidatura de Evo Morales ao Senado por Cochabamba.
No entanto, a divulgação das últimas pesquisas de intenção de votos, desde que o tribunal eleitoral anunciou as 8 chapas que concorrerão ao pleito de 3 de maio de 2020, trouxe um alívio e reacendeu a esperança para os integrantes dessas organizações e principalmente para o Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales. A chapa liderada pelo ex-ministro da Economia e Finanças, Luis Arce e que tem como vice o ex-chanceler David Choquehuanca aparece na frente com 40% de apoio popular. Além de ter conseguido registrar a candidatura de Evo Morales ao Senado por Cochabamba.
Globo envenena encontro de Lula com o Papa
Foto: Ricardo Stuckert |
Ao noticiar a visita de Lula ao papa Francisco, o Jornal Nacional, da Rede Globo, revogou o artigo 5o da Constituição, inciso 57. “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, diz o texto constitucional.
Já o texto que William Bonner leu no noticiário da Globo tem outro sentido: Lula está condenado e só viajou porque “o Supremo Tribunal Federal entendeu que os condenados podem permanecer em liberdade até o esgotamento dos recursos judiciais”. Ou seja, Lula está solto e viajou porque o STF decidiu que no Brasil ainda é necessário cumprir a Constituição.
Por que caíram os homicídios no Brasil?
Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:
O Brasil registrou uma queda de 19,2% nas mortes violentas em 2019 em comparação com 2018, segundo Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). São 9.923 mortes a menos em um ano. O número de 41.635 assassinatos é o menor da série histórica iniciada em 2007. Todos os estados apresentaram redução de assassinatos no período e dois registraram uma queda superior a 30% no consolidado do ano: Ceará e Roraima. Os dados reiteram os resultados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado pelo FBSP em setembro de 2019, com dados de 2018, o mais amplo e completo retrato da segurança pública do país.
O Brasil registrou uma queda de 19,2% nas mortes violentas em 2019 em comparação com 2018, segundo Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). São 9.923 mortes a menos em um ano. O número de 41.635 assassinatos é o menor da série histórica iniciada em 2007. Todos os estados apresentaram redução de assassinatos no período e dois registraram uma queda superior a 30% no consolidado do ano: Ceará e Roraima. Os dados reiteram os resultados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado pelo FBSP em setembro de 2019, com dados de 2018, o mais amplo e completo retrato da segurança pública do país.
A importância da greve dos petroleiros
Por Gilberto Bercovici, no site Disparada:
Nos tempos de obscurantismo bolsonarista, uma boa notícia tem sido a resistência dos petroleiros e a ampliação da greve nacional iniciada em 1º de fevereiro de 2020. Os motivos que justificaram o início da greve foram a demissão em massa dos funcionários da Petrobrás alocados na Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) do Paraná e o descumprimento de parcelas do Acordo Coletivo firmado entre os sindicatos e a empresa. Mas, para além das disputas trabalhistas, a greve se organizou em torno de algo maior: a defesa da Petrobrás como empresa estatal que deve atuar em benefício da coletividade. Perspectiva esta abandonada desde 2016 e ameaçada pela privatização acelerada de boa parte da estrutura da Petrobrás promovida pelo atual governo.
Capitão se fecha na retranca com os generais
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Agora não temos mais nenhum civil no comando do Palácio do Planalto. Nos gabinetes que mandam no país só entram militares.
O entorno do capitão presidente virou uma extensão do Forte Apache, como é conhecido o Quartel-General do Exército em Brasília.
Só uma dúvida: quem vai bater continência para quem?
Até a Casa Civil passa a ser ocupada por um general, Walter Braga Netto, que foi interventor federal no Rio de Janeiro na época do assassinato de Marielle Franco, um crime até hoje envolto em mistério.
Isolado no Palácio do Planalto, sem articulação política no Congresso e na sociedade civil, Bolsonaro resolveu se fechar na retranca, cercado apenas de generais, enquanto vai ao ataque em suas lives e milícias das redes sociais para atacar os inimigos reais ou imaginários, genericamente chamados de “comunistas”.
Moro, Bolsonaro e a proteção às milícias
Por Jeferson Miola, em seu blog:
O principal defensor do miliciano Adriano da Nóbrega não é nenhum advogado renomado; é ninguém menos que Jair Bolsonaro – o presidente do Brasil que age como chefe de milícia e advogado de miliciano.
Em comunicado publicado no facebook que evidencia a total ausência de decoro e a absoluta incompatibilidade com o cargo presidencial, o Bolsonaro defensor do excludente de ilicitude [licença para matar] veste um disfarce de defensor dos direitos humanos para reclamar que a polícia da Bahia “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”.
O principal defensor do miliciano Adriano da Nóbrega não é nenhum advogado renomado; é ninguém menos que Jair Bolsonaro – o presidente do Brasil que age como chefe de milícia e advogado de miliciano.
Em comunicado publicado no facebook que evidencia a total ausência de decoro e a absoluta incompatibilidade com o cargo presidencial, o Bolsonaro defensor do excludente de ilicitude [licença para matar] veste um disfarce de defensor dos direitos humanos para reclamar que a polícia da Bahia “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”.
Números da economia são de assustar
Editorial do site Vermelho:
Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, distribui agressões e joga conversa fora para tentar edulcorar a pauta econômica do governo Bolsonaro, o país desce a ladeira. Até o ponto forte do Brasil no comércio exterior, o agronegócio, emite sinais de que foi atingido pela crise. Em janeiro, as exportações do setor ficaram 9,4% abaixo do valor de um ano antes.
Com essa queda, o seu superávit comercial não foi suficiente para cobrir o déficit de outros setores. Contribuíram para esse dado a diminuição do valor e de volumes exportados. Entram nessa conta fatores externos, como a guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a crise econômica global, mas o determinante é o descaso com a situação interna.
Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, distribui agressões e joga conversa fora para tentar edulcorar a pauta econômica do governo Bolsonaro, o país desce a ladeira. Até o ponto forte do Brasil no comércio exterior, o agronegócio, emite sinais de que foi atingido pela crise. Em janeiro, as exportações do setor ficaram 9,4% abaixo do valor de um ano antes.
Com essa queda, o seu superávit comercial não foi suficiente para cobrir o déficit de outros setores. Contribuíram para esse dado a diminuição do valor e de volumes exportados. Entram nessa conta fatores externos, como a guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e a crise econômica global, mas o determinante é o descaso com a situação interna.
domingo, 16 de fevereiro de 2020
Empregada de Guedes e a cozinheira de Lênin
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:
No Brasil do terraplanismo e dos ministros semialfabetizados, até os recalques viram pretensa ciência. Na quarta-feira, Paulo Guedes trombeteou para uma plateia de empresários o que até agora era vociferado pelos tiozões de churrasco, nas conversas familiares de uma certa classe média, apequenada e rancorosa. Sim, as empregadas domésticas tiveram a ousadia de sonhar com viagens para a Disney, ao invés de se contentarem a “conhecer Cachoeiro do Itapemirim, a terra em que nasceu Roberto Carlos”. O ambiente político e econômico em que se produziu tal atrevimento – o do dólar a R$ 1,80 – é, segundo o ministro, responsável pelos problemas do Brasil contemporâneo, entre eles, “a desindustrialização”. Felizmente, para o bem do país, agora viveríamos uma situação que coloca cada um em seu lugar, e não o desvario das empregadas em aeroportos.
No Brasil do terraplanismo e dos ministros semialfabetizados, até os recalques viram pretensa ciência. Na quarta-feira, Paulo Guedes trombeteou para uma plateia de empresários o que até agora era vociferado pelos tiozões de churrasco, nas conversas familiares de uma certa classe média, apequenada e rancorosa. Sim, as empregadas domésticas tiveram a ousadia de sonhar com viagens para a Disney, ao invés de se contentarem a “conhecer Cachoeiro do Itapemirim, a terra em que nasceu Roberto Carlos”. O ambiente político e econômico em que se produziu tal atrevimento – o do dólar a R$ 1,80 – é, segundo o ministro, responsável pelos problemas do Brasil contemporâneo, entre eles, “a desindustrialização”. Felizmente, para o bem do país, agora viveríamos uma situação que coloca cada um em seu lugar, e não o desvario das empregadas em aeroportos.
CPMI Fake News e o método do bolsonarismo
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:
Com base em reportagem da Folha que denunciou um esquema ilegal de disparo de mensagens em massa no WhatsApp em favor da campanha de Bolsonaro, um funcionário da empresa de marketing digital envolvida no caso foi convocado pela oposição para depor na CPI. O que se viu foi um homem claramente intencionado a fazer o jogo bolsonarista e interditar o debate sobre o esquema ilegal que ajudou a eleger o presidente. Hans River do Nascimento passou a descredibilizar a reportagem dizendo que sua autora, a jornalista Patrícia de Campos Mello, se insinuou sexualmente a fim de conseguir informações. O que se viu na sequência foi uma ação coordenada com o objetivo de jogar areia nos olhos do público e desviar o foco do crime investigado. O episódio é um excelente case do que é o bolsonarismo no poder.
A vida pública brasileira tem se acostumado com os episódios de baixo nível moral protagonizados pelo bolsonarismo. Mas o que aconteceu na última terça-feira, 11 de fevereiro, na CPMI Fake News atingiu o fundo do poço da imoralidade.
Com base em reportagem da Folha que denunciou um esquema ilegal de disparo de mensagens em massa no WhatsApp em favor da campanha de Bolsonaro, um funcionário da empresa de marketing digital envolvida no caso foi convocado pela oposição para depor na CPI. O que se viu foi um homem claramente intencionado a fazer o jogo bolsonarista e interditar o debate sobre o esquema ilegal que ajudou a eleger o presidente. Hans River do Nascimento passou a descredibilizar a reportagem dizendo que sua autora, a jornalista Patrícia de Campos Mello, se insinuou sexualmente a fim de conseguir informações. O que se viu na sequência foi uma ação coordenada com o objetivo de jogar areia nos olhos do público e desviar o foco do crime investigado. O episódio é um excelente case do que é o bolsonarismo no poder.
sábado, 15 de fevereiro de 2020
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