quarta-feira, 3 de julho de 2019

Assim é que se trabalha bem

Por João Guilherme Vargas Netto

As centrais sindicais reuniram-se em São Paulo no dia 28 de junho para balancear o resultado de suas iniciativas e da luta dos trabalhadores, em particular os esforços feitos no Congresso Nacional para aplicar as duas táticas intuitivas contra a pretendida deforma previdenciária de Guedes e Cia. e determinar a continuidade da luta durante as férias escolares e os recessos judiciário e parlamentar.

Assistiram à reunião representações estudantis e dos movimentos populares que elogiaram o espírito unitário prático que a caracterizou.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Barão 2+1: A mídia com complexo de vira-lata

Lava-Jato e o laranjal de Bolsonaro

Moro, o juiz ladrão, foi demolido na Câmara

Por Renato Rovai, em seu blog:

Nem o mais pessimista aliado do juiz Sérgio Moro imaginaria que ele iria tão mal na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal. Moro foi demolido de uma maneira impressionante. Em alguns momentos, humilhado.

Não apenas por deputados de longa data, mas por alguns que estão chegando na Casa. Por gente inexperiente, pra ser bem direto.

A estratégia do ex-juiz foi a mesma da sessão no Senado. Repetiu como um mantra que não tinha como comprovar a autenticidade das mensagens que estão sendo publicadas e as chamou todo o tempo de vazamento criminoso.

Lava-Jato e a noite das facas longas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na noite de 30 de junho, mal Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha, seu grupo saiu às ruas para caçar não apenas opositores, mas aliados de primeira hora. Foram mortas 85 pessoas, milhares foram detidos, no episódio conhecido como “a noite das facas longas”. O alvo principal foram as lideranças do Sturmabteilung (SA), os “camisas pardas”, seus antigos aliados, uma espécie de MBL da época, que já contava com 3 milhões de seguidores. Seu líder, Ernest Rohm, foi preso sob acusação de ser homossexual e viciado. Já era antes, mas se tolerava. Depois, qualquer álibi valia para cortar cabeças.

Moro usa a Globo para fugir da polícia

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A despeito das revelações que comprovam documentalmente seus ilícitos, os agentes da Lava Jato ainda continuam exercendo cargos públicos e não tiveram a prisão preventiva decretada.

À luz da legislação, a gravidade dos crimes cometidos e os elementos indiciários reunidos são suficientes para a adoção de medidas legais como [i] o afastamento imediato dos cargos públicos que ocupam; [ii] a realização de busca e apreensão para recolher e proteger provas e, finalmente, [iii] a prisão preventiva para impedir interferência nas investigações.

Enquanto nada disso é feito, Dallagnol e Moro continuam destruindo provas [aqui], obstruindo investigações, manietando as instituições e manipulando a população com uma narrativa de vitimização deles e da Lava Jato por “ataques de corruptos”.

Europa-Mercosul: o acordo de Recolonização

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Governos em final de mandato, ou precocemente enfraquecidos, são ainda mais propensos a atos espalhafatosos e imprudentes. Na sexta-feira (28/6), em Bruxelas, ministros do Mercosul e o presidente da Comissão Europeia (CE) anunciaram ter chegado ao que poderá ser, um dia, um acordo de “livre” comércio entre os dois blocos. No Brasil, o governo Bolsonaro, representantes das grandes transnacionais e a mídia conservadora comemoraram o fato, que julgam “histórico”. Não há, porém, nenhuma garantia de que os compromissos firmados entrarão em vigor um dia. O caminho para a aprovação final é longo e pedregoso. 

A vaca da economia, cada vez mais no brejo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nem escrevi ontem sobre a queda das previsões do PIB porque algo que acontece 18 vezes seguidas não é notícia, é rotina.

Melhor falar hoje, agora já diante de um novo fiasco, o da produção industrial, que caiu 0,2% em maio sobre abril e acumula uma perda de 0,7% nos cinco primeiros meses do ano.

(Parêntesis: a alta de 7% frente a maio de 2018, quando a produção despencou 10% em função da greve dos caminhoneiros deve ser lida, na verdade, como uma queda de perto de 3% reais)

Seis meses de retrocessos em larga escala

Editorial do site Vermelho:

O governo Bolsonaro chega ao marco do primeiro semestre com um saldo que pode ser nominado, sem hipérbole, como trágico. Ele aparece com mais dramaticidade na esfera da economia, com a adoção de uma agenda ultraliberal e neocolonial, respaldada por ameaças de autoritarismo, que resultou numa verdadeira multidão amargando o desemprego, o mais perverso efeito social dessa situação, sem nenhuma perspectiva de que, com esse governo, as coisas vão melhorar.

Lava-Jato paralisou a construção civil

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

Quando a Operação Lava Jato começou, em março de 2014, o Brasil ainda passava ao largo dos efeitos da crise internacional, iniciada seis anos antes, nos Estados Unidos, com a quebra do banco Lehman Brothers. No final daquele ano, o país registrava o mais baixo índice de desemprego da sua história, de 4,3% em dezembro, segundo o IBGE. Menos de dois anos e meio depois, em abril de 2017, o número de desempregados chegava a 14,2 milhões de pessoas, um recorde, e vem se mantendo em patamares elevados.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Bolsonaro no G20 e a mídia vira-lata

Mídia mente sobre acordo Mercosul-UE

Por João Vicente Goulart, na revista Fórum:

Olhando neste sábado (29) a maioria das manchetes dos grandes jornalões brasileiros, assim como a programação dos maiores noticiários, como JN, GloboNews, Jornal da Band etc, deparei-me com as forçadas, grandes e espalhafatosas chamadas, do “maior acordo” que o Brasil, através de Bolsonaro-Macri, havia realizado com a União Europeia.

Por que Bolsonaro perdeu a popularidade?

Por Victor Ohana, na revista CartaCapital:

Após um longo ciclo de desonestidades, somente um homem de bem, sem ligação com partidos políticos, sem ideologias, e que ama a sua pátria, é capaz de salvar o Brasil de corruptos e marginais vermelhos para retomar o crescimento. Condensar as palavras-chave eleitorais de Jair Bolsonaro em uma frase pode ajudar a compreender o discurso que o construiu como um “mito”. Após seis meses de governo, a desconstrução se impõe: o que o faz desintegrar?


Vaza-Jato, mídia e os atos de apoio a Moro

Número de textos publicados desde o primeiro
dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Por Eduardo Barbabela, Juliana Gagliardi, Natasha Bachini e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

As manifestações do dia 30 de junho, motivadas pelos vazamentos do Intercept, foram o grande assunto do dia. O vigésimo segundo dia de cobertura contou com 16 textos sobre a Lava Jato, dentre eles duas manchetes, de O Globo e Estadão.


Moristas aceitam tudo, mas com Lula preso

Funarte e a máquina de guerra cultural

Hora de fazer justiça aos advogados de Lula

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Lendo matéria assinada pelo bravo jornalista Joaquim de Carvalho, no DCM, fico sabendo que Moro negou pedido feito pelos advogados de Lula para que fosse tomado o depoimento do ex-sindicalista Jacó Bittar, amigo de Lula há mais de 40 anos, no processo do sítio de Atibaia.

Isso porque Bittar, que é pai de Fernando Bittar, o verdadeiro e inequívoco dono da propriedade, estava pronto para jogar por terra com riqueza de detalhes a versão da Lava Jato, segundo a qual Lula seria o dono oculto do imóvel. Moro alegou “razões humanitárias” para não ouvir Bittar, porque ele sofre de Mal de Parkinson, o que traria constrangimento ao depoente.

Condenação de Lula: um crime clamoroso

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A presente discussão em torno da licitude/ilicitude, legalidade/ilegalidade das revelações do The Intercept Brasil tem um só objetivo: esvaziar a gravidade de seu significado. Assim, ao invés de o debate travar-se em torno do mérito da questão, o conluio criminoso entre juiz e procuradores, deriva para o secundário, forma e meios de obtenção dos dados cuja revelação escreve uma página dolorosa da história do Poder Judiciário brasileiro.

No frigir dos ovos o grande sistema teme as conhecidas consequências da apuração dos fatos revelados, pois elas caminham da anulação pura e simples dos processos e de suas condenações, à punição daqueles agentes do Estado que prevaricaram.

The Intercept flagra a rainha nua

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

A mídia empresarial-monopolista brasileira foi surpreendida pelo jornalismo.

Parece ironia, jogo de palavras.

Mas não é.

O The Intercept, assim como um raio caído num dia de céu azul, deixou-a estupefata e sem rumo, num primeiro momento.

Curioso vê-la girando em torno de um site, mariposa diante da luz, quase cega.

Lembra a população de Galveias, em Portugal, no belo romance de José Luís Peixoto, sem saber como lidar com algo que caíra do céu, abrira uma cratera gigantesca de onde exalava um insuportável cheiro de enxofre.

Que diabo é isso? – pareciam perguntar editores tão acostumados à placidez dos dias.

O que pensam os militares brasileiros hoje?

Por Alexandre Fuccille, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Historicamente, a América Latina tem se caracterizado por ser uma região onde as relações civis-militares se desenvolveram de forma bastante atribulada. No caso da experiência brasileira, maior país e economia deste espaço geográfico, isso não foi diferente, particularmente no período republicano, nascido sob o signo da espada ainda no século XIX. Foi a partir da Guerra do Paraguai, também no século XIX, que as Forças Armadas brasileiras passaram a ter crescente importância política e militar. Militar porque as Forças, durante o conflito, verificaram a necessidade de dispor de novas técnicas e processos para que pudessem dar mais eficiência ao desempenho de suas múltiplas tarefas. Passou-se então a perceber a relação entre a organização militar e o grau de desenvolvimento econômico de um país como o nosso, onde eram tão incipientes as bases da industrialização. Até então, as Forças Armadas regulares eram vistas como uma reminiscência da dominação colonial.