Por Luiz Eduardo Soares
Meu nome é Luiz Eduardo Soares, tenho 68 anos e dediquei minha vida à segurança pública.
Acho que é meu dever alertar os conservadores de boa vontade para o fato de que nosso país corre o risco de ser entregue, definitivamente, ao crime organizado.
Hoje, o país flerta com o crime, mas em um eventual segundo mandato de Bolsonaro, o que foi ensaiado será colocado em prática sem restrições.
As polícias serão liberadas para matar, por meio do “excludente de ilicitude” e de outras medidas semelhantes.
Além de aumentar o número de mortes provocadas por ações policiais (suponho que esse efeito não os comova), dois fenômenos serão estimulados: em primeiro lugar, a negociação com criminosos (porque quem está livre para matar pode negociar a sobrevivência do suspeito), ou seja, haverá mais corrupção e mais promiscuidade entre polícia e crime, o que tornará a polícia cada vez mais fraca e incapaz; em segundo lugar, dois princípios essenciais às polícias, sobretudo às instituições militares, serão afetados: a disciplina e a hierarquia.