Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Podia-se criticar à vontade Roberto Campos, avô. Mas não se podia negar, no Campos ministro, a coragem de assumir suas posições, a capacidade de iniciativa, as soluções criativas, visando resolver problemas concretos.
Do avô, Roberto Campos Neto herdou apenas o nome. É um burocrata, um executivo que se daria bem no segundo escalão de uma grande empresa, jamais em um cargo de chefia. Nem se fala sobre sua timidez. É possível ser um grande executivo sendo tímido. Até se poderia dar um desconto na sua falta de ideias.
Mas as informações dos últimos dias mostram, que é fundamentalmente um subalterno, uma pessoa que cumpre missões, com pouco senso de dignidade e de responsabilidade pública.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
União e reconstrução
Quando Lula recebeu as resoluções da Conclat-2022 disse (o testemunho é de João Franzin) que o documento não era só uma pauta de reivindicações, era um plano de governo.
Agora, Lula presidente e o movimento sindical tendo escapado de mais quatro ano sob o Bolsonaro podem, ambos, cumprir a pauta e o plano.
Em primeiro e absoluto lugar refiro-me à política de valorização do salário mínimo cuja fórmula já é conhecida e cujos efeitos positivos na sociedade e na economia são provados.
Ela fará chegar ao “fundo do quadro” dos milhões de brasileiros a promessa de campanha e o esforço unitário das direções sindicais.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
76% apoiam Lula na briga contra juros altos
Charge: Geuvar |
Diferentemente do que prega a mídia rentista, que tenta blindar o bolsonarista que comanda o Banco Central, a maioria da população discorda da política de juros pornográficos imposta por Roberto Campos Neto. A pesquisa Quaest/Genial divulgada nesta quarta-feira (15) mostra que 76% dos brasileiros apoiam Lula na sua batalha pela queda da taxa de juros. Quem está isolado é o Bob Fields Neto e não o presidente democraticamente eleito!
Mídia blinda Campos Neto para atacar Lula
Começou a operação para blindar o bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). Sua entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, na noite desta segunda-feira (13), foi um desses vergonhosos conluios entre a grande mídia – Globo à frente – e o mercado financeiro, com o objetivo de preservar interesses comuns.
Rentista de origem, Campos Neto chegou ao comando do BC em fevereiro de 2019, nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Foi durante sua gestão, dois anos depois, que o Congresso aprovou a nefasta autonomia do Banco Central. O suposto pretexto era “separar o ciclo político do ciclo de política monetária”, o que, em tese, ajudaria a controlar melhor a inflação e dar estabilidade ao sistema financeiro.
Povo sofre na pele os juros abusivos
Foto do site Canal da Utopia |
Mais um gol de placa de Lula: segundo pesquisa do Quaest/Genial, 76% dos brasileiros e brasileiras consultados aprovam a cruzada do presidente da República pela redução da taxa de juros.
Não se tem notícia, pelo menos da redemocratização para cá, de pesquisa sobre popularidade de governo feita com apenas 40 dias de mandato. Mas, como o mandatário em questão é Lula, a tradição de seu ouvir os eleitores só depois de completados 100 dias de governo foi quebrada.
Provavelmente, esperavam colher números ruins para Lula logo na largada. Nada feito.
Mesmo enfrentando tentativa de golpe e crise humanitária na terra Yanomami, a avaliação positiva do governo Lula é o dobro da negativa: 40% x 20%. Outros 24% avaliam o governo como regular, enquanto 16% não sabem ou não quiseram responder.
Governo ainda está infestado de bolsonaristas
Charge: Aroeira |
Não são apenas os militares de Bolsonaro que continuam sentados em seus gabinetes e nas mais variadas repartições dos escalões intermediários no governo Lula. São também os civis em cargos comissionados. São milhares.
A direita nunca se afastou com facilidade de coisas antigas, como departamentos, seções e repartições públicas. Com a extrema direita, é mais complicado. A extrema direita adora uma repartição.
O esperado seria que ocupantes de cargos de confiança, que não fazem parte de quadros do Estado, pedissem para sair logo depois da fuga de Bolsonaro.
Mas se sabe que eles não pedem. É parte do dilema de um quebra-cabeças sempre presente em troca de governo.
Não mexam com todo mundo, aleatoriamente, e muito menos com aquele cara ali, porque pode ser um extremista, mas é afilhado do Kassab. É preciso contemplar demandas dos aliados.
A direita nunca se afastou com facilidade de coisas antigas, como departamentos, seções e repartições públicas. Com a extrema direita, é mais complicado. A extrema direita adora uma repartição.
O esperado seria que ocupantes de cargos de confiança, que não fazem parte de quadros do Estado, pedissem para sair logo depois da fuga de Bolsonaro.
Mas se sabe que eles não pedem. É parte do dilema de um quebra-cabeças sempre presente em troca de governo.
Não mexam com todo mundo, aleatoriamente, e muito menos com aquele cara ali, porque pode ser um extremista, mas é afilhado do Kassab. É preciso contemplar demandas dos aliados.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
BC, juros e independência: em defesa de Lula
Charge: Miguel Paiva |
Depois de ter escrito Brasil Delivery [1] 20 anos atrás, jamais imaginei que escreveria um artigo com o título deste. Eu argumentava ali que a política macroeconômica de Lula era mais realista que o rei, aprofundando os princípios neoliberais que haviam guiado o governo anterior, sobretudo aqueles que prevaleceram no segundo mandato de Fernando Henrique (depois do abandono do câmbio fixo e da adoção do regime de metas de inflação). De fato, Lula iniciara seu primeiro governo com um pacote pesado de medidas (elevação da Selic de 22 para 26%, elevação da meta de superávit primário para 4,25% - quando o exigido pelo FMI era 3,5% - e forte arrocho monetário que, do dia para noite, via elevação do compulsório dos bancos, cortou cerca de 10% dos meios de pagamento da economia), então justificadas pela necessidade de driblar um suposto descontrole monetário, que ameaçava trazer de volta a inflação, e mais uma crise externa, que estaria colocando a economia brasileira “à beira do precipício”, correndo o risco de se “desfazer como gelatina” ou “derreter como manteiga” (eram essas as expressões da parceria mercado financeiro/mídia mais utilizadas à época).
Questão de vida ou morte para o governo Lula
Foto: Ricardo Stuckert |
Questão de vida ou morte para o governo Lula – mostrar, já em 2023 e 2024, que é capaz de melhorar a vida da população miserável e pobre e de aumentar os salários e o emprego. Por algum tempo, pode-se viver de promessas e discursos. Mas o período de carência não será longo. Logo virão as cobranças e, caso não atendidas, as decepções. Lula certamente sabe disso. E dá mostras de que tem pressa.
É possível fazer diferença já no curto prazo? Sim – ainda que exista um obstáculo poderoso: a autonomia ou independência do Banco Central (BC), cujo comando é exercido por um executivo financeiro indicado por Bolsonaro.
Juros altos do BC custam muito caro ao país
O relatório fiscal do Banco Inter de 30/1/2023 projeta que a despesa do Tesouro Nacional para o pagamento dos juros da dívida poderá atingir R$ 790 bilhões em 2023.
Será mais um recorde vergonhoso do Banco Central. E custará R$ 203 bilhões a mais que o recorde histórico anterior, alcançado no ano passado, quando o Tesouro gastou R$ 586,4 bilhões devido ao aumento do custo da dívida.
O aumento das despesas do Tesouro para o pagamento dos juros da dívida saltou enormemente a partir do início de 2021, quando o Banco Central elevou a taxa básica de juros até alcançar os atuais 13,75%s ao ano, conforme mostram as partes em azul do gráfico:
A escolha de Campos Neto é sabotar Lula
Charge: Rodrigo/Expresso |
A crítica de Lula a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, não envolve qualquer debate sobre ideias econômicas no século XXI.
Os números da campanha eleitoral mostram que brasileiros e brasileiras foram capazes de elaborar uma visão clara das diferenças entre o espírito desenvolvimentista que animou a campanha de Lula e o monetarismo tosco de Paulo Guedes-Bolsonaro, responsável pela tragédia econômica que o país atravessa.
Nessa situação, é difícil negar que, do ponto de vista do desenvolvimento econômico e da defesa dos interesses do país, Lula tenha 100% de razão ao denunciar a natureza predatória da gestão de Campos Neto.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Globo inocenta Bolsonaro na tragédia Yanomami
Charge: Cau Gomez |
Em editorial publicado nesta segunda-feira (13), o jornal O Globo quase que inocentou o genocida Jair Bolsonaro pela matança dos povos Yanomami. Segundo o diário da famiglia Marinho, que sempre foi tão leviano ao satanizar os ex-presidentes Lula e Dilma e estigmatizar as forças de esquerda, é impossível culpar o fascista por mais este crime: “Será preciso provar a intenção de aniquilar os ianomâmis, condição essencial para tipificar o genocídio. Nada disso está claro”.
#DesmonetizaJovemPan afunda a emissora
@artevillar1 |
A campanha #DesmonetizaJovemPan, liderada pela sessão brasileira do movimento de consumidores Sleeping Giants (Gigantes Adormecidos), está produzindo graves prejuízos financeiros à famosa emissora bolsonarista. Nos últimos dias, mais duas grandes empresas – a Toyota e a Caoa Chery - anunciaram o cancelamento dos seus anúncios publicitários. O total da perda de receita é de R$ 837 mil. O clima na Jovem Pan – também apelidada de Jovem Klan por sua linha editorial de extrema direita e por difundir fake news – é de velório.
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