Por Gabriel Brito, no sítio Correio da Cidadania:
Após alguns meses de discussões nos altos escalões das telecomunicações, o governo federal anunciou no último dia 30 de junho como se dará seu Plano Nacional de Banda Larga. Com vistas a promover uma inédita inclusão digital dos brasileiros, aumentando a qualidade de conexão oferecida ao consumidor e atingindo 70% da população até 2015, o governo trouxe a público o acordo selado com as grandes teles do setor, que exercerão, dentro de suas leis de mercado, a expansão.
terça-feira, 12 de julho de 2011
A banda larga e a revolução #mimimi
Por Miguel do Rosário, no blog Óleo do Diabo:
No primeiro dia de julho, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou mais uma etapa do famigerado Plano Nacional de Banda Larga. Dessa vez, porém, não são decisões palacianas sobre o uso ou não da Telebrás, e sim medidas concretas para oferecer banda larga a milhões de brasileiros que hoje não dispõem do serviço. A opção do governo em fazer uma parceria com as empresas telefônicas provocou uma perplexidade algo hipócrita entre a militância de esquerda, visto que o governo desde o início sinalizara que assim o faria. A Telebrás seria usada para tampar os buracos de infra-estrutura, usando as redes de fibra ótica que andavam abandonadas; poderia até oferecer o serviço final ao consumidor, mas só em caso de última necessidade, para atender regiões isoladas. Nunca houve qualquer sinal de que as teles ficariam de fora.
Mas a perplexidade gera combustível para o proselitismo ideológico que a esquerda adora, que pode assim praticar seu esporte preferido: vomitar profecias apocalípticas, culpar Israel, dizer que o PT mudou de lado, lamuriar-se, decepcionar-se. É a revolução #mimimi.
Falo isso na boa, entendam bem. Tem mais é que bater no plano mesmo. Li os artigos de Marcos Dantas e do Bajonas Brito, dois feras no assunto. Eles batem impiedosamente no PT, no Ministério das Comunicações e no governo Dilma, pelas deficiências notórias do plano apresentado por Paulo Bernardo.
O plano é ruim, de fato, mas as pessoas, na ânsia de criticá-lo, iniciam uma choradeira tão ruidosa que acabam deturpando as informações.
Por exemplo, Brito protesta - com muita razão - que as teles serão obrigadas a fornecer apenas 10% do serviço contratado. Eu mesmo soube disso há pouco e minha reação foi... engasgar-me com a cerveja. Como é possível tal disparate! No entanto, o artigo dele dá a entender que isso é uma característica do novo plano, e não uma realidade (ou surrealidade) jurídica que vivemos desde que existe banda larga no país. A diretriz do governo é mudar isso. Segundo o ministro Paulo Bernardo, a Anatel assumiu compromisso de votar a regulamentação da qualidade contratada até 31 de outubro deste ano. A nova regulamentação terá força de lei e as empresas terão que cumprir exigências mais severas de qualidade. É o ministro que diz isso; não sei se ele fala a verdade. Ao menos hoje temos um prazo e uma promessa concreta. Não lembro de termos sequer isso durante o governo Lula.
Outra confusão gerada é sobre a existência de uma franquia de somente 300 Mb de download. O professor Brito reclama - com mais razão ainda - que este limite esgota-se com o uso de algumas horas de acesso ao youtube. É preciso esclarecer, porém, que esse é o limite inicial apenas da Telefônica, e que a companhia terá a obrigação de ampliá-lo para 600 Mb após alguns meses, e para 1 giga, antes de 2013. A OI, por outro lado, oferecerá limite inicial de 500 Mb e, após 6 meses, 1 giga.
Em relação à velocidade, também é honesto informar que o plano, iniciado agora em 1 Mb (por determinação de Dilma; antes era de 500 Kb e ninguém protestava) prevê a oferta de 5 MB para todas as cidades brasileiras até 2014. O preço poderá ficar em R$ 29 nos estados que derem desconto no ICMS, e o o ministro prometeu criar planos de acesso grátis a segmentos que não puderem pagar (quem recebe bolsa família, por exemplo).
É ruim de qualquer jeito, mas cumpre informar corretamente, inclusive para que a nossa crítica seja mais acurada.
Não douremos a pílula: é um plano péssimo.
Mais que péssimo: perigoso, porque as teles poderão cobrar extra caso o cliente ultrapasse a franquia. Todavia, dos males, o menor: o plano proíbe as teles de bloquear o uso após o "estouro da franquia"; o cliente poderá continuar usando até o final do mês, quando a franquia reinicia do zero; mas terá velocidade reduzida (esperemos que não tão reduzida a ponto de inviabilizar o uso, porque aí corresponderia a um bloqueio).
Minha bandeira (e do meu companheiro de lutas do #rioblogprog, Theo Rodrigues, do blog Fatos Sociais) é que a banda larga se torne um direito básico e que seja oferecida gratuitamente para todos os brasileiros. E que o regime seja inteiramente público.
Este lamentável plano de banda larga deverá ser implementado pelo Ministério das Comunicações, em menos de 90 dias, em milhares de cidades brasileiras e cobrirá 100% do território nacional até meados de 2014. É a promessa do governo; não sei se é verdade.
O resultado? Bem, se o plano der certo, dezenas de milhões de brasileiros serão incluídos digitalmente. Terão que ser moderados no uso do youtube e no download de músicas (como sou hoje com meu 3G...), mas poderão ler blogs, sites, pesquisar no Google, ler jornais estrangeiros, estudar línguas, fazer cursos à distância.
Quero acreditar que esses milhões de novos internautas, a partir do exato momento em que ingressarem no maravilhoso mundo virtual, poderão se converter em "militantes" digitais, e exigir do governo e das teles que aumentem o tamanho da franquia para um patamar razoável: 10 giga ao mês. Ou melhor: ilimitado!
O ministro Paulo Berrnardo, esse covarde que se rendeu às teles, esse incompetente que discrimina os pobres ao lhes oferecer franquias humilhantes, será então julgado pelos milhões de internautas nascidos de seu melancólico plano de banda larga. Mesmo com internet ruim, eles poderão manifestar sua insatisfação, criando hashtags terríveis contra o ministro e contra o governo Dilma.
Em 2014, haverá eleições presidenciais. Esses milhões de cidadãos recém incluídos na internet serão cortejados pelos candidatos. José Serra oferecerá, além de um salário mínimo de 1.600 reais, banda larga grátis para todos... Tendo Aécio como seu vice e Marina Silva como noiva (Mônica Serra terá que sair do páreo...) , ganhará o pleito e aí todos serão felizes para sempre. #mimimi, nunca mais...
Ou pode acontecer outra coisa: Paulo Bernardo poderá anunciar uma segunda etapa em seu programa; não por ser bonzinho, naturalmente, mas por interesse eleitoral, oferecendo um plano de banda larga 2.0, com franquias ilimitadas e preços ainda mais acessíveis. Os milhões de internautas beneficiados (ou vítimas) pelo plano do ministro poderão, por algum motivo misterioso, acreditar nele e darem mais uma chance à presidente Dilma.
Nunca se sabe o que pode acontecer. Só uma coisa é certa. Se o plano de Paulo Bernardo for bem sucedido, assistiremos, até o final deste ano, a uma inclusão digital de proporções colossais. Até 2014, incluiremos possivelmente mais que a população inteira do Egito. E não apenas em função deste plano falho do governo, mas porque os brasileiros querem e precisam acessar a internet. Estão curiosos. O aumento do poder aquisitivo das classes emergentes e a queda no desemprego também contribuirão. Em 2014, uma boa parte dos brasileiros que talvez precisassem hoje de um plano de banda larga subsidiado (e ruim) para acessar a internet, poderão assinar um plano de melhor qualidade, com dinheiro de seu próprio salário.
Não vejo, portanto, motivos para previsões apocalípticas. O plano de Paulo Bernardo pode ser ruim, mas é algo concreto que o governo oferece a uma enorme parcela da população brasileira que hoje está excluída do emocionante universo digital.
A gente quer mais, naturalmente. Muito mais. Preparemos, portanto, desde já, uma cordial recepção aos milhões de novos visitantes que teremos em breve. Se nossas ideias são mesmo tão boas quanto achamos que elas são, então nós os persuadiremos a se juntar a nossa luta por um download melhor...
No primeiro dia de julho, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou mais uma etapa do famigerado Plano Nacional de Banda Larga. Dessa vez, porém, não são decisões palacianas sobre o uso ou não da Telebrás, e sim medidas concretas para oferecer banda larga a milhões de brasileiros que hoje não dispõem do serviço. A opção do governo em fazer uma parceria com as empresas telefônicas provocou uma perplexidade algo hipócrita entre a militância de esquerda, visto que o governo desde o início sinalizara que assim o faria. A Telebrás seria usada para tampar os buracos de infra-estrutura, usando as redes de fibra ótica que andavam abandonadas; poderia até oferecer o serviço final ao consumidor, mas só em caso de última necessidade, para atender regiões isoladas. Nunca houve qualquer sinal de que as teles ficariam de fora.
Mas a perplexidade gera combustível para o proselitismo ideológico que a esquerda adora, que pode assim praticar seu esporte preferido: vomitar profecias apocalípticas, culpar Israel, dizer que o PT mudou de lado, lamuriar-se, decepcionar-se. É a revolução #mimimi.
Falo isso na boa, entendam bem. Tem mais é que bater no plano mesmo. Li os artigos de Marcos Dantas e do Bajonas Brito, dois feras no assunto. Eles batem impiedosamente no PT, no Ministério das Comunicações e no governo Dilma, pelas deficiências notórias do plano apresentado por Paulo Bernardo.
O plano é ruim, de fato, mas as pessoas, na ânsia de criticá-lo, iniciam uma choradeira tão ruidosa que acabam deturpando as informações.
Por exemplo, Brito protesta - com muita razão - que as teles serão obrigadas a fornecer apenas 10% do serviço contratado. Eu mesmo soube disso há pouco e minha reação foi... engasgar-me com a cerveja. Como é possível tal disparate! No entanto, o artigo dele dá a entender que isso é uma característica do novo plano, e não uma realidade (ou surrealidade) jurídica que vivemos desde que existe banda larga no país. A diretriz do governo é mudar isso. Segundo o ministro Paulo Bernardo, a Anatel assumiu compromisso de votar a regulamentação da qualidade contratada até 31 de outubro deste ano. A nova regulamentação terá força de lei e as empresas terão que cumprir exigências mais severas de qualidade. É o ministro que diz isso; não sei se ele fala a verdade. Ao menos hoje temos um prazo e uma promessa concreta. Não lembro de termos sequer isso durante o governo Lula.
Outra confusão gerada é sobre a existência de uma franquia de somente 300 Mb de download. O professor Brito reclama - com mais razão ainda - que este limite esgota-se com o uso de algumas horas de acesso ao youtube. É preciso esclarecer, porém, que esse é o limite inicial apenas da Telefônica, e que a companhia terá a obrigação de ampliá-lo para 600 Mb após alguns meses, e para 1 giga, antes de 2013. A OI, por outro lado, oferecerá limite inicial de 500 Mb e, após 6 meses, 1 giga.
Em relação à velocidade, também é honesto informar que o plano, iniciado agora em 1 Mb (por determinação de Dilma; antes era de 500 Kb e ninguém protestava) prevê a oferta de 5 MB para todas as cidades brasileiras até 2014. O preço poderá ficar em R$ 29 nos estados que derem desconto no ICMS, e o o ministro prometeu criar planos de acesso grátis a segmentos que não puderem pagar (quem recebe bolsa família, por exemplo).
É ruim de qualquer jeito, mas cumpre informar corretamente, inclusive para que a nossa crítica seja mais acurada.
Não douremos a pílula: é um plano péssimo.
Mais que péssimo: perigoso, porque as teles poderão cobrar extra caso o cliente ultrapasse a franquia. Todavia, dos males, o menor: o plano proíbe as teles de bloquear o uso após o "estouro da franquia"; o cliente poderá continuar usando até o final do mês, quando a franquia reinicia do zero; mas terá velocidade reduzida (esperemos que não tão reduzida a ponto de inviabilizar o uso, porque aí corresponderia a um bloqueio).
Minha bandeira (e do meu companheiro de lutas do #rioblogprog, Theo Rodrigues, do blog Fatos Sociais) é que a banda larga se torne um direito básico e que seja oferecida gratuitamente para todos os brasileiros. E que o regime seja inteiramente público.
Este lamentável plano de banda larga deverá ser implementado pelo Ministério das Comunicações, em menos de 90 dias, em milhares de cidades brasileiras e cobrirá 100% do território nacional até meados de 2014. É a promessa do governo; não sei se é verdade.
O resultado? Bem, se o plano der certo, dezenas de milhões de brasileiros serão incluídos digitalmente. Terão que ser moderados no uso do youtube e no download de músicas (como sou hoje com meu 3G...), mas poderão ler blogs, sites, pesquisar no Google, ler jornais estrangeiros, estudar línguas, fazer cursos à distância.
Quero acreditar que esses milhões de novos internautas, a partir do exato momento em que ingressarem no maravilhoso mundo virtual, poderão se converter em "militantes" digitais, e exigir do governo e das teles que aumentem o tamanho da franquia para um patamar razoável: 10 giga ao mês. Ou melhor: ilimitado!
O ministro Paulo Berrnardo, esse covarde que se rendeu às teles, esse incompetente que discrimina os pobres ao lhes oferecer franquias humilhantes, será então julgado pelos milhões de internautas nascidos de seu melancólico plano de banda larga. Mesmo com internet ruim, eles poderão manifestar sua insatisfação, criando hashtags terríveis contra o ministro e contra o governo Dilma.
Em 2014, haverá eleições presidenciais. Esses milhões de cidadãos recém incluídos na internet serão cortejados pelos candidatos. José Serra oferecerá, além de um salário mínimo de 1.600 reais, banda larga grátis para todos... Tendo Aécio como seu vice e Marina Silva como noiva (Mônica Serra terá que sair do páreo...) , ganhará o pleito e aí todos serão felizes para sempre. #mimimi, nunca mais...
Ou pode acontecer outra coisa: Paulo Bernardo poderá anunciar uma segunda etapa em seu programa; não por ser bonzinho, naturalmente, mas por interesse eleitoral, oferecendo um plano de banda larga 2.0, com franquias ilimitadas e preços ainda mais acessíveis. Os milhões de internautas beneficiados (ou vítimas) pelo plano do ministro poderão, por algum motivo misterioso, acreditar nele e darem mais uma chance à presidente Dilma.
Nunca se sabe o que pode acontecer. Só uma coisa é certa. Se o plano de Paulo Bernardo for bem sucedido, assistiremos, até o final deste ano, a uma inclusão digital de proporções colossais. Até 2014, incluiremos possivelmente mais que a população inteira do Egito. E não apenas em função deste plano falho do governo, mas porque os brasileiros querem e precisam acessar a internet. Estão curiosos. O aumento do poder aquisitivo das classes emergentes e a queda no desemprego também contribuirão. Em 2014, uma boa parte dos brasileiros que talvez precisassem hoje de um plano de banda larga subsidiado (e ruim) para acessar a internet, poderão assinar um plano de melhor qualidade, com dinheiro de seu próprio salário.
Não vejo, portanto, motivos para previsões apocalípticas. O plano de Paulo Bernardo pode ser ruim, mas é algo concreto que o governo oferece a uma enorme parcela da população brasileira que hoje está excluída do emocionante universo digital.
A gente quer mais, naturalmente. Muito mais. Preparemos, portanto, desde já, uma cordial recepção aos milhões de novos visitantes que teremos em breve. Se nossas ideias são mesmo tão boas quanto achamos que elas são, então nós os persuadiremos a se juntar a nossa luta por um download melhor...
"Se dependesse da Globo, eu estaria morta"
Por Maria Luisa de Melo, no Jornal do Brasil:
“Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta”. A declaração da jornalista Cristina Guimarães – vencedora do Prêmio Esso em 2001, junto com Tim Lopes, pela série ‘Feira das drogas’ – promete causar polêmica e agitar os bastidores do caso que ficou conhecido em todo o país. De volta ao Brasil após passar oito anos se escondendo de traficantes da Rocinha, que ameaçavam matá-la depois de reportagem veiculada no Jornal Nacional, ela conta em livro como a TV Globo lhe virou as costas e garante que o jornalista poderia estar vivo se a emissora tivesse dado atenção às ameaças recebidas.
“Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta”. A declaração da jornalista Cristina Guimarães – vencedora do Prêmio Esso em 2001, junto com Tim Lopes, pela série ‘Feira das drogas’ – promete causar polêmica e agitar os bastidores do caso que ficou conhecido em todo o país. De volta ao Brasil após passar oito anos se escondendo de traficantes da Rocinha, que ameaçavam matá-la depois de reportagem veiculada no Jornal Nacional, ela conta em livro como a TV Globo lhe virou as costas e garante que o jornalista poderia estar vivo se a emissora tivesse dado atenção às ameaças recebidas.
Grupo RBS e a censura dissimulada
Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:
Tomei conhecimento recentemente da sentença proferida em 21 de março passado pelo juiz Diógenes Marcelino Teixeira, da Terceira Vara Federal de Florianópolis, na ação civil pública (ACP) proposta pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), em janeiro de 2009, com o objetivo de (a) anular a aquisição do jornal A Notícia, de Joinville; (b) reduzir o número de emissoras de televisão do Grupo RBS aos limites permitidos pelo decreto-lei 236 de 1967; e (c) estabelecer percentuais da programação local da radiodifusão televisiva, produzida e expressando a cultura de Santa Catarina nos termos do inciso III do artigo 221 da Constituição Federal.
Tomei conhecimento recentemente da sentença proferida em 21 de março passado pelo juiz Diógenes Marcelino Teixeira, da Terceira Vara Federal de Florianópolis, na ação civil pública (ACP) proposta pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), em janeiro de 2009, com o objetivo de (a) anular a aquisição do jornal A Notícia, de Joinville; (b) reduzir o número de emissoras de televisão do Grupo RBS aos limites permitidos pelo decreto-lei 236 de 1967; e (c) estabelecer percentuais da programação local da radiodifusão televisiva, produzida e expressando a cultura de Santa Catarina nos termos do inciso III do artigo 221 da Constituição Federal.
Moral, ética e a liberdade para mentir
Por Izaías Almada, no blog Escrevinhador:
Naquilo que foi considerada a primeira crise política do governo Dilma Roussef, com o defenestramento de um ministro, muito se discutiu sobre moral e ética. Opiniões, as mais diversas e desencontradas, pipocaram por quase três semanas em jornais, revistas, televisões e boa parte da blogosfera.
Naquilo que foi considerada a primeira crise política do governo Dilma Roussef, com o defenestramento de um ministro, muito se discutiu sobre moral e ética. Opiniões, as mais diversas e desencontradas, pipocaram por quase três semanas em jornais, revistas, televisões e boa parte da blogosfera.
A volta dos dinossauros no México
Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:
No dia 3 de julho, os mexicanos foram às urnas para eleger três governadores, nos estados de Coahuila, Nayarit e México. O resultado - uma vitória arrasadora do Partido Revolucionário Institucional (PRI) - representou um atestado de falência do governo direitista do presidente Felipe Calderón. Ao mesmo tempo, delineou o cenário para sua sucessão em 2012.
No dia 3 de julho, os mexicanos foram às urnas para eleger três governadores, nos estados de Coahuila, Nayarit e México. O resultado - uma vitória arrasadora do Partido Revolucionário Institucional (PRI) - representou um atestado de falência do governo direitista do presidente Felipe Calderón. Ao mesmo tempo, delineou o cenário para sua sucessão em 2012.
Deputado tucano demite jornalista
Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:
Não sei se a “doença” já está incorporada no DNA do PSDB ou se trata de “infecção” que às vezes se transmite entre tucanos, especialmente os de alta plumagem. O fato é que alguns adoram pedir aos patrões da mídia corporativa a cabeça de jornalistas que perguntam ou escrevem sobre fatos que lhes desagradam.
Não sei se a “doença” já está incorporada no DNA do PSDB ou se trata de “infecção” que às vezes se transmite entre tucanos, especialmente os de alta plumagem. O fato é que alguns adoram pedir aos patrões da mídia corporativa a cabeça de jornalistas que perguntam ou escrevem sobre fatos que lhes desagradam.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Paulo Bernardo responde ao jornal O Globo
Por Altamiro Borges
Nos últimos dias, no rastro do escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, o ministro Paulo Bernardo passou a ser alvo dos ataques da imprensa demotucana. As insinuações maldosas, sem qualquer prova, talvez reflitam o descontentamento dos barões da mídia com recentes iniciativas do Ministério da Comunicação - como o projeto que permite o ingresso das teles no mercado da TV por assinatura.
Nos últimos dias, no rastro do escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, o ministro Paulo Bernardo passou a ser alvo dos ataques da imprensa demotucana. As insinuações maldosas, sem qualquer prova, talvez reflitam o descontentamento dos barões da mídia com recentes iniciativas do Ministério da Comunicação - como o projeto que permite o ingresso das teles no mercado da TV por assinatura.
Por que eu tive que deixar The Times
Robert Fisk |
Ele é um califa, eu suponho, quase da variedade do Oriente Médio.
Hafez al-Assad uma vez segurou minha mão por um longo tempo com um sorriso paternal. Certamente ele não pode ser tão mau, eu quase disse a mim mesmo - isso foi muito antes de dos massacres de Hama em 1982. Rei Hussein me chamou de "Sir", juntamente com a maioria dos outros jornalistas. Estes potentados, em público, muitas vezes brincam com seus ministros. Erros podem ser perdoados.
A embaixada dos EUA e a mídia colonizada
Por Anselmo Massad, no sítio Pública:
A estrutura diplomática dos Estados Unidos mantém-se permanentemente alerta para o comportamento da imprensa. Um dos centros das atenções, segundo mostram documentos vazados pelo WikiLeaks, é a repercussão de questões relacionadas à política interna norte-americana, além de questões de relações bilaterais e temas relacionados a Israel.
A estrutura diplomática dos Estados Unidos mantém-se permanentemente alerta para o comportamento da imprensa. Um dos centros das atenções, segundo mostram documentos vazados pelo WikiLeaks, é a repercussão de questões relacionadas à política interna norte-americana, além de questões de relações bilaterais e temas relacionados a Israel.
A reforma política começa pela mídia
Por Bruno Cava, no sítio Sul 21:
Fala-se muito em reforma política, mas nenhuma reforma política é mais fundamental do que a democratização da mídia. Esta a grande reforma que o país aguarda há décadas. Governos mudam, regimes mudam, séculos mudam, mas o mesmo regime excludente e oligárquico prevalece nas comunicações brasileiras. Aqui, sequer o capitalismo liberal chegou. É um oligopólio de empresas familiares. Partilham entre si as concessões de TV e rádio, de norte a sul, por meio de suas filiais e retransmissoras. E ainda controlam simultaneamente jornais, revistas, editoras, produtoras de filmes e teatro.
Fala-se muito em reforma política, mas nenhuma reforma política é mais fundamental do que a democratização da mídia. Esta a grande reforma que o país aguarda há décadas. Governos mudam, regimes mudam, séculos mudam, mas o mesmo regime excludente e oligárquico prevalece nas comunicações brasileiras. Aqui, sequer o capitalismo liberal chegou. É um oligopólio de empresas familiares. Partilham entre si as concessões de TV e rádio, de norte a sul, por meio de suas filiais e retransmissoras. E ainda controlam simultaneamente jornais, revistas, editoras, produtoras de filmes e teatro.
Mídia ataca e Dilma cresce
Por José Dirceu, em seu blog:
O apoio da população a presidenta Dilma Rousseff e a seu governo, e a credibilidade conferida a ela e à sua administração ampliam-se a cada pesquisa. Do último levantamento nacional, realizado pelo Datafolha, às pequisas recentes e regionais que se tornam públicas, a aceitação à presidenta e à sua gestão mantém-se em torno dos 50% ou melhora em várias delas.
O apoio da população a presidenta Dilma Rousseff e a seu governo, e a credibilidade conferida a ela e à sua administração ampliam-se a cada pesquisa. Do último levantamento nacional, realizado pelo Datafolha, às pequisas recentes e regionais que se tornam públicas, a aceitação à presidenta e à sua gestão mantém-se em torno dos 50% ou melhora em várias delas.
A urgência da reforma agrária no Brasil
Por Fabíola Perez, no sítio Vermelho:
Ao retomar os rumos da reforma agrária no Brasil, o professor de Geografia Agrária da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) Ariovaldo Umbelino de Oliveira alerta para os 300 milhões de hectares de terra que estão “cercados” no Brasil. “Quem cercou não tem documento para provar a propriedade da terra”, afirma o especialista sobre o número elevado de concentração de terra hoje no país.
Ao retomar os rumos da reforma agrária no Brasil, o professor de Geografia Agrária da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) Ariovaldo Umbelino de Oliveira alerta para os 300 milhões de hectares de terra que estão “cercados” no Brasil. “Quem cercou não tem documento para provar a propriedade da terra”, afirma o especialista sobre o número elevado de concentração de terra hoje no país.
Serra acabou, a intolerância persiste
Por Luis Nassif, em seu blog:
Um dos recursos de legitimação mais utilizados pela velha mídia é o da criação de Vampiros: o político que encarna o mal, tem sete vidas, sempre volta para assombrar, deixando a opinião pública assustada e confiante de que apenas a mídia será capaz de defendê-la.
Um dos recursos de legitimação mais utilizados pela velha mídia é o da criação de Vampiros: o político que encarna o mal, tem sete vidas, sempre volta para assombrar, deixando a opinião pública assustada e confiante de que apenas a mídia será capaz de defendê-la.
Tucanos detonam a TV Cultura
Por Altamiro Borges
O Estadão teve acesso com exclusividade a um relatório interno da TV Cultura. O cenário é desolador. A sua audiência despencou nos últimos anos. A média atual é a mais baixa da sua história – corresponde a 0,8 ponto, o equivalente a 47,2 mil domicílios. Essa queda teve reflexos na própria arrecadação da emissora: em maio, a receita obtida foi 58% menor do que a prevista pela atual administração.
O Estadão teve acesso com exclusividade a um relatório interno da TV Cultura. O cenário é desolador. A sua audiência despencou nos últimos anos. A média atual é a mais baixa da sua história – corresponde a 0,8 ponto, o equivalente a 47,2 mil domicílios. Essa queda teve reflexos na própria arrecadação da emissora: em maio, a receita obtida foi 58% menor do que a prevista pela atual administração.
O cerco aos assassinos do blogueiro do RN
Por Altamiro Borges
O ativista digital Daniel Dantas, do blog “De olho no discurso”, informa que a polícia do Rio Grande do Norte deteve na semana passada nove suspeitos pelo assassinato do blogueiro Ednaldo Figueira, em 15 de junho passado. Presidente do PT de Serra do Mel, cidade próxima a Mossoró, ele denunciava em seu jornal e na sua página na internet as irregularidades na prestação de contas da prefeitura local, comandada pelo PSDB.
O ativista digital Daniel Dantas, do blog “De olho no discurso”, informa que a polícia do Rio Grande do Norte deteve na semana passada nove suspeitos pelo assassinato do blogueiro Ednaldo Figueira, em 15 de junho passado. Presidente do PT de Serra do Mel, cidade próxima a Mossoró, ele denunciava em seu jornal e na sua página na internet as irregularidades na prestação de contas da prefeitura local, comandada pelo PSDB.
domingo, 10 de julho de 2011
O “Marinho mundial” em maus lençóis
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O magnata da mídia Rupert Murdoch é um dos homens mais ricos e poderosos do mundo.
Ele é dono do Wall Street Journal, do The New York Post, da Fox – quarta maior rede de televisão americana e, na TV por assinatura, a Fox Sports, Fox News, a National Geographic TV, Channel World, FX e mais 14 canais. Tem dezenas de jornais pelo mundo e já tentou comprar o próprio The New York Times.
O magnata da mídia Rupert Murdoch é um dos homens mais ricos e poderosos do mundo.
Ele é dono do Wall Street Journal, do The New York Post, da Fox – quarta maior rede de televisão americana e, na TV por assinatura, a Fox Sports, Fox News, a National Geographic TV, Channel World, FX e mais 14 canais. Tem dezenas de jornais pelo mundo e já tentou comprar o próprio The New York Times.
PNBL: Da lama ao caos
Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, no sítio Congresso em Foco:
O Brasil já tem a segunda tarifa de telefonia celular mais cara do mundo, só perdendo para a África do Sul. Com o pacto do governo com as teles para o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), recém firmado, podemos nos perguntar se não teremos, em breve, ao mesmo tempo, a internet mais cara e mais restritiva do mundo. E, de quebra, diante da negativa das teles em aceitar a exigência de um padrão mínimo de qualidade, se a qualidade atual, que já é alarmante, não dará lugar ao caos. Ao que tudo indica, da lama passaremos direto ao caos.
O Brasil já tem a segunda tarifa de telefonia celular mais cara do mundo, só perdendo para a África do Sul. Com o pacto do governo com as teles para o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), recém firmado, podemos nos perguntar se não teremos, em breve, ao mesmo tempo, a internet mais cara e mais restritiva do mundo. E, de quebra, diante da negativa das teles em aceitar a exigência de um padrão mínimo de qualidade, se a qualidade atual, que já é alarmante, não dará lugar ao caos. Ao que tudo indica, da lama passaremos direto ao caos.
A novela da novela do SBT
Por Izaías Almada, no blog Escrevinhador:
Prometi a mim mesmo que não voltaria ao assunto, mas não consegui resistir à tentação.
Até porque ele já se tornou irrelevante sob vários pontos de vista, mas como nos artigos anteriores que dediquei ao tema houve comentários que sugeriram alguma intolerância da minha parte ou até mesmo desconhecimento de um determinado período da história brasileira contemporânea, senti o desejo de um “arremate”, digamos assim.
Prometi a mim mesmo que não voltaria ao assunto, mas não consegui resistir à tentação.
Até porque ele já se tornou irrelevante sob vários pontos de vista, mas como nos artigos anteriores que dediquei ao tema houve comentários que sugeriram alguma intolerância da minha parte ou até mesmo desconhecimento de um determinado período da história brasileira contemporânea, senti o desejo de um “arremate”, digamos assim.
A resposta política para a crise
Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:
A desordem financeira mundial não cederá tão cedo, nem tão facilmente. A consciência dessa travessia histórica é um dado fundamental para a ação política em nosso tempo.
A desordem financeira mundial não cederá tão cedo, nem tão facilmente. A consciência dessa travessia histórica é um dado fundamental para a ação política em nosso tempo.
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