quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

As armas e a utopia macabra de Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Hoje de manhã, quando comecei a ler uma manchete sobre o decreto de liberação de armas de fogo, uma funcionária de escritório que andava a meu lado, num ônibus no centro de São Paulo, não aguentou e disse: "Isso não vai resolver nada. O que resolve é saúde. É disso que o povo precisa".

Dentro de um táxi, um motorista puxou o assunto por conta própria e me disse: "não gosto de revolver, não sei usar arma, não gosto de quem usa. Sei que é muito perigoso. Sou velho, tenho mais de 70 anos, minha vontade é mudar de país".

A direita pode tudo no Brasil?

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

A dança de Queiróz foi emblemática. Verdadeiro deboche em cima da Justiça e daqueles que, embalados pelo “combate à corrupção”, elegeram Jair Bolsonaro. Estamos falando em movimentação atípica na conta de membro do “staff” da família do presidente, assessor de um senador da República, envolvendo a primeira-dama do Brasil.

Segundo o presidente é mais um “rolo” do Queiróz que, apesar de intimado a prestar esclarecimentos, não apareceu. Será que, agora, amigo de presidente se apresenta à Justiça quando quiser? E conta com entrevista chapa-branca? Não faz muito tempo, aliás, que um presidente da República sofreu condução coercitiva, apesar de se dispor a prestar todos os esclarecimentos possíveis.

Atuação de Fux causa revolta e ironias

Da Rede Brasil Atual:

Indignação, revolta e ironia são as expressões que hoje (17) tomaram as redes sociais, com a notícia de que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) as investigações que apuram as movimentações financeiras de ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ). Fux atendeu a um pedido do próprio parlamentar.

EUA sacramentaram opção por Bolsonaro

Por Eleonora de Lucena, no site Tutaméia:

Para o cientista político José Luís Fiori, a eleição de Jair Bolsonaro é resultado de uma “operação complexa, envolvendo vários atores externos, com o objetivo fundamental de interromper a série de governos petistas do país”, uma ofensiva iniciada em 2012/2013 e que sofreu mudanças com a derrota de Hillary Clinton em 2016.

No estilo Trump/Bolton/Mattis, Temer foi engavetado, e o ex-presidente Lula passou a ter confinamento militar. “Tudo indica que foi só depois da fragmentação definitiva das forças conservadoras tradicionais que se impôs um acordo do comando das Forças Armadas brasileiras com o sr. Bolsonaro, provavelmente no dia 7 de junho de 2018, um mês antes de ser sacramentada – com toda certeza – durante a visita do secretário de Defesa norte-americano, James Mattis, entre os dias 10 e 14 de agosto”.

Gleisi defendeu a paz na Venezuela

Por Marcelo Zero

É tocante ver a preocupação da mídia oligopolizada e da direita brasileira com a democracia... na Venezuela.

Segundo tais forças, Maduro seria um "terrível ditador", mesmo tendo sido eleito em pleito limpo, porque o judiciário daquele país seria parcial e teria prendido o principal opositor político ao governo.

Isso me soa vagamente familiar. Não sei bem o porquê.

Mas voltemos à Venezuela.

Antes da chegada dos "terríveis bolivarianos" ao poder, não havia democracia alguma na Venezuela.

Como o nazismo perseguiu a arte e artistas

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O governador do Rio de Janeiro, o bolsonarista Wilson Witzel, acaba de concretizar o primeiro ato de censura da sua gestão. Alegando “nudismo” (sic) em uma performance que fazia referência à tortura durante a ditadura militar, Witzel mandou encerrar antes do tempo a exposição Literatura Exposta, em cartaz na Casa França-Brasil.

Dias antes, o diretor da instituição, Jesus Chediak, já havia vetado uma instalação onde milhares de baratas de plástico saíam de um bueiro ao som de falas de Jair Bolsonaro. Witzel defendeu inclusive a censura prévia, ao dizer que o governo do Rio precisa ser avisado com antecedência sobre o conteúdo de exposições em espaços públicos.

Queiroz e o tiro no pé de Flávio Bolsonaro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em dezembro, Flávio Bolsonaro disse o seguinte sobre o caso Queiroz: “Não fiz nada de errado, sou o maior interessado em que tudo se esclareça para ontem”.

Mais: “Eu espero que esse processo, uma vez instaurado, ele se explique. Nada além disso”.

Em janeiro, o mesmo Flávio pediu a suspensão da investigação ao STF, no que foi atendido pelo ministro Luiz Fux, plantonista na presidência.

Macron sem resposta aos "coletes amarelos"

Por Joe Penney, no site The Intercept-Brasil:

Em novembro passado, os franceses deram início a uma nova tradição de sábado: manifestantes “gilet jaune” vestindo coletes de segurança amarelos começaram a sair às ruas às dezenas de milhares pela manhã, gritando slogans contra o alto custo de vida, contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e contra seus impostos e reformas de serviço social.

Viagem didática ao mundo da vigilância

Por Víctor Sampedro, no site Outras Palavras:

Antes que Orwell escrevesse seu clássico 1984, Aldous Huxley publicou Admirável Mundo Novo, imaginando profeticamente o mundo do capitalismo digital. O livro retrata nossa visão da tecnologia, porque estamos entupidos de soma, a droga legal que Huxley imaginou, e que convertia em paraíso o inferno. No nosso mundo, estamos viciados em tecnologia e em consumo. Ou em consumo de tecnologia, que incita a consumir mais. As corporações digitais apresentam-se como solução a qualquer tipo de necessidade. Incluídas as existenciais, como o amor e a amizade.A indústria tecnológica sustenta que nos monitora para nos dar um “melhor serviço”. Isso só é possível se acreditarmos que as corporações e a sociedade possuem interesses idênticos. E que a publicidade é igualmente confiável e crível como a informação. Duas afirmações que, quando relidas (ou já à primeira leitura), resultam mentiras evidentes.

Kim Kataguiri e a liberdade de expressão

Por Altamiro Borges

Retornando das férias e voltando às telinhas do blog Nocaute, soube pela revista CartaCapital que a juíza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo, negou um pedido de censura contra artigos que escrevi e que foram publicados no site Brasil-247 e nas páginas da CUT.

A ação judicial para retirar do ar os meus textos – acompanhada do pedido de indenização de R$ 30 mil – foi feita pelo fascista mirim Kim Kataguiri, líder do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) e recém-eleito deputado federal pelo ético e probo DEM. Magoado, o fascistinha argumentou que foi rotulado nos meus textos de fascista mirim e pirralho fascista.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A quem serve fechar a Justiça do Trabalho?

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O discurso de Bolsonaro sobre a Justiça do Trabalho revela profunda desinformação. Aliás, como em quase todo o pensamento hegemônico nesse governo, se apegam a mitos para justificar seus interesses, apelando para a ignorância dos acontecimentos.

Não é verdade que o Brasil é o único país que possui uma jurisdição Trabalhista. Inglaterra, Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, França, Bélgica e México, por exemplo, possuem variados níveis de organização de juízos de primeiro grau ou Tribunais especializados na matéria.

O porão está no alto

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

O Exército brasileiro, coerente com sua história, capturou o poder civil, sobre o qual sempre exerceu preeminência, e ao mesmo tempo foi capturado pela estratégia militar dos EUA, que, ainda sob o comando de Donald Trump, pode chegar a tudo. A ‘guerra comercial’ com a China pode ser o primeiro momento de um conflito estratégico, e novas intervenções e ocupações estão na ordem do dia, desta feita olhando para a América do Sul e apontando para a Venezuela e para a Amazônia, pela qual os militares brasileiros sempre entoaram preocupação e promessas de defesa.

O esquartejamento do Ministério do Trabalho

Por Antônio Augusto de Queiroz, no Blog do Renato:

O Ministério do Trabalho foi extinto e suas competências e atribuições foram distribuídas em quatro outros ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com dupla finalidade. De um lado, facilitar a implementação da reforma trabalhista, inclusive em sua dimensão sindical. De outro, esvaziar o poder da fiscalização, tanto na exigência de cumprimento da legislação e das normas coletivas, quanto na elaboração e implementação das Orientações Normativas em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Posse das armas e a vergonha dos vencedores

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O decreto da liberação da posse de armas – segundo Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas no campo político.

É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e muitos anos para reverter.

Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural de Jair Bolsonaro.

É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.

Como será aberta a caixa preta do BNDES

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na campanha, Bolsonaro prometeu abrir a caixa preta do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). E exigiu o cumprimento da promessa pelo novo presidente do banco, Joaquim Levy.

Daqui a alguns dias, Levy entregará o prometido, de forma organizada, transparente, deixando Bolsonaro, os generais Heleno e Mourão, e a torcida do Flamengo espantados com o detalhamento das operações.

Perspectivas da economia nativa para 2019

Por Guilherme Costa Delgado, no site Correio da Cidadania:

Um co­nhe­cido teó­logo e eco­no­mista bra­si­leiro, de as­cen­dência co­reana – Jung Mo Sung –, pu­blicou no se­gundo se­mestre de 2018 um livro muito ins­ti­gante, que nos ajuda a des­vendar o sen­tido deste artigo. O tí­tulo do livro é: “Ido­la­tria do Di­nheiro e Di­reitos Hu­manos – uma crí­tica te­o­ló­gica ao novo mito do ca­pi­ta­lismo”.

A tese cen­tral deste livro, sim­pli­fi­cando para situá-lo nas Pers­pec­tivas da Eco­nomia para 2019, é a mu­dança de pa­ra­digma do sis­tema econô­mico global – do ‘mito do de­sen­vol­vi­mento econô­mico universal’ ao ‘mito do mer­cado livre global’. As nar­ra­tivas e prá­ticas cal­cadas nessas ver­sões mitológicas, se­gundo o autor, es­ti­veram em per­ma­nente dis­puta no pe­ríodo Pós-Guerra Mun­dial, com clara opção do de­sen­vol­vi­men­tismo nos trinta anos dou­rados das dé­cadas 1950-1980’, de re­la­tivo aban­dono nos pri­meiros ex­pe­ri­mentos do ne­o­li­be­ra­lismo ao es­tilo That­cher/Re­agan. Mas a partir da crise fi­nan­ceira norte-ame­ri­cana de 2008, o sis­tema fi­nan­ceiro mun­dial opera, de ma­neira sis­te­má­tica, na ne­gação do pri­meiro mito e sa­cra­li­zação do se­gundo.

Mais armas, mais mortes de mulheres

Por Aline Kerber e Eduardo Pazinato, no site Sul-21:

O decreto assinado pelo Presidente Bolsonaro em relação à flexibilização de armas representa um retrocesso para a segurança pública – tanto pela falta de legitimidade junto à população, pois 61% dos brasileiros se dizem contrários à liberação da posse de arma, conforme pesquisa nacional do mês passado do Datafolha, quanto pelo critério de necessidade adotado: taxa de homicídios acima de 10 por 100 mil habitantes na localidade do requerente. Com esse critério quase ninguém fica de fora, torna-se difuso o acesso e, ainda, se induz a redução da capacidade de controle estatal desse instrumento letal. Somado a isso, homicídios acontecem mais em vias públicas e menos nas residências, ao contrário dos feminicídios. Portanto, a utilização desse indicador não se justifica como distinção para essa política que facilita, de forma inconsequente, a posse da arma somente em casa, em estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e não nas ruas. Mas, afinal, que fiscalizará o uso pretendido?

Quem está por trás da CNN no Brasil?

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A chegada do canal de televisão CNN ao Brasil foi divulgada na última segunda-feira (14). Sobrinho do bispo Edir Macedo, o jornalista Douglas Tavolaro, e o segundo empresário que mais investiu nas últimas eleições, Rubens Menin, encabeçam o projeto.

O canal estadunidense, no entanto, não vai operar no Brasil. A negociação para trazer a marca CNN para o país ocorreu por meio de um licenciamento com a Turner International, responsável pelas operações da CNN fora dos EUA.


O Brasil explodiu por dentro!

A rejeitada liberação de armas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A pesquisa do Datafolha, divulgada nos últimos dias, “sugere descolamento entre a agenda do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e a opinião pública brasileira”, como afirmam os diretores do instituto de pesquisa Mauro Paulino e Alessandro Janoni, em artigo publicado nesta terça-feira (15). A população reprova medidas como o ataque às leis trabalhistas e à previdência social, às terras indígenas, a subserviência aos EUA, e por aí vai.