Por Altamiro Borges
Bem no início do processo eleitoral deste ano houve um forte boato de que Lula se licenciaria da Presidência da República para se engajar integralmente na campanha de Dilma Rousseff. O vice José Alencar teria sido, inclusive, aconselhado a não disputar qualquer cargo em Minas Gerais, aonde até aparecia como favorito para unificar a oposição e vencer a disputa para o governo. Sua permanência em Brasília visaria dar maior segurança para uma saída transitória de Lula.
Naquele período, o demotucano José Serra aparecia com folga nas pesquisas devido ao chamado “recall” – a forte exposição de seu nome em outros pleitos. Já a ex-ministra, que nunca disputará uma eleição, era pouco conhecida. Antes mesmo da propaganda na TV e rádio, porém, Dilma já ultrapassou o adversário, evidenciando o prestígio de Lula e a sua capacidade de transferência de voto. A sua licença da presidência não se fez necessária.
Risco do retorno dos neoliberais
Agora a situação é outra, o que justificaria o envolvimento completo, de corpo e alma, de Lula na campanha. A direita ganhou novo fôlego, beneficiada pela “onda verde” de Marina Silva – que já foi ministra do atual governo –, e apostará tudo no segundo turno. Os cofres demotucanos devem engordar, com a contribuição generosa do grande capital que teme a continuidade do ciclo aberto por Lula; os governos estaduais sob comando da direita entrarão pesado na campanha.
Corre-se o risco do retorno do bloco neoliberal-conservador ao governo central. Da regressão na política externa altiva e soberana, com a retomada do “alinhamento automático” aos EUA. Da volta à criminalização dos movimentos sociais, com o rompimento do diálogo democrático. Do retrocesso nas políticas sociais, que tiraram da miséria milhões de brasileiros. Do fortalecimento da ortodoxia neoliberal, com seu desmonte do estado, da nação e do trabalho. Ou seja: o que foi construído nestes oito anos pode ser destruído, virando um simples parêntesis na história do país.
A força da militância nas ruas
Para evitar este desastre será preciso amplitude política e, principalmente, maior politização da sociedade. Lula, com seu carisma e sua popularidade, poderá dar ainda maior contribuição nesta hora decisiva. Liberado das suas funções da presidência, ele poderá percorrer o país alertando as camadas populares sobre o significado da batalha em curso. Com ele e Dilma Rousseff, será possível agendar mais comícios, passeatas e visitas, mobilizando milhares de ativistas.
A presença diária de Lula na campanha, com a sua pedagogia própria e a força do seu carisma, pode ser a principal arma da campanha neste segundo turno. Contra o arsenal da direita e da sua mídia, a força do povo, da militância politizada nas ruas. Os demotucanos e seus porta-vozes na imprensa vão chiar. Vão tremer. Mas não há como impedir o presidente de lutar, com todas suas energias, para dar continuidade a sua obra – que está apenas começando e não pode ser abortada.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Favoritismo não garante vitória de Dilma
Por Altamiro Borges
O favoritismo de Dilma Rousseff no segundo turno é algo inquestionável. A diferença entre ela e o demotucano José Serra, de 14,5 milhões votos, é a maior prova. Mas só o favoritismo não garante a vitória da primeira mulher na Presidência. Prefiro seguir a cautela do revolucionário italiano Antonio Gramsci, que dizia que é “preciso ser pessimista no diagnóstico e otimista na ação”.
Uma batalha de vida ou morte
Após se mostrar abatida com decadente campanha do demotucano, a direita volta se ouriçar. Nos comentários de seus colunistas na mídia, a excitação é despudorada. Ela festeja a ida ao segundo turno como se fosse uma grande vitória. A “onda verde”, inventada pela própria mídia, salvou os tucanos, num ecologismo às avessas. Agora, a direita jogará todas as fichas na disputa decisiva.
Se o jogo já foi sujo e rasteiro no primeiro turno, pior ainda será neste segundo. Para a direita, é uma guerra de vida ou morte. Não tem meio-termo ou respeito à democracia. Derrotada, ela calcula que demorará a retornar ao núcleo central do poder. Neste esforço derradeiro, as forças conservadoras contarão com algumas peças importantes, que não podem ser subestimadas:
O violento arsenal da direita
- A grande burguesia, mesmo não tendo do que reclamar do governo Lula – nunca ganhou tanto dinheiro na vida –, desconfia de um futuro governo Dilma. Teme que ela aprofunde as mudanças no país. O intragável José Serra, do bloco neoliberal-conservador, é mais confiável, mais seguro, e terá agora bem mais apoio;
- A mídia golpista se reanimou com o êxito obtido no primeiro turno. Seus petardos fustigaram a candidata governista e a invenção da “onda verde” garantiu o segundo turno. Ela comemora seu êxito. Mostrou que não está morta, como alguns imaginavam. Para ela, não há possibilidade de qualquer recuo. Se a direita for derrotada, ela perderá o pouco que ainda tem de credibilidade. Ela será, sem dúvida, a mais feroz e venenosa inimiga de Dilma Rousseff neste segundo turno.
- As forças do atraso – os generais do pijama do Clube Militar e os fundamentalistas religiosos, entre outros setores conservadores – agora radicalizarão seu discurso fascistóide. Eles ainda não conseguem repetir as marchas “com Deus, pela liberdade”, que prepararam o clima para o golpe militar de 1964, mas continuam bem ativos no submundo da política. Seu veneno ainda amedronta muita gente, inclusive do povo.
- A chamada “classe média”, que come mortadela e arrota caviar, também será acionada para o segundo turno. No seu egoísmo suicida, ela será uma importante reserva das forças de direita. Principalmente nos centros urbanos do Sul e Sudeste, ela tentará seduzir os trabalhadores que lhe prestam serviços, os “agregados sociais”. A “classe mérdia” sempre se atiça nas horas decisivas.
Habilidade e firmeza na ação
Diante deste arsenal da direita, as forças que apostam na “continuidade com avanços” precisarão de muita habilidade política e muita firmeza na ação. Habilidade para reconquistar o eleitor seduzido pela “onda verde”; para agregar todas as forças, do centro à esquerda, do PMDB ao PSOL, que estiveram metidas nas suas próprias campanhas; para engajar o conjunto das forças progressistas do país.
E firmeza para politizar o debate, principalmente na TV, escancarando a disputa de projetos. Não dá mais para continuar apanhando, ouvindo mentiras, sem dar resposta, sem partir para o contra-ataque. Os demotucanos representam o que há de pior na política brasileira, o que há de mais regressivo e destrutivo. Eles precisam ser desmascarados com argumentos e coragem, sem vacilações. Esta firmeza política é que poderá contagiar e ativar a militância na guerrilha cotidiana até 31 de outubro.
Do contrário, o favoritismo de Dilma Rousseff pode virar frustração, como enormes prejuízos para a acumulação de forças no Brasil e na América Latina.
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O favoritismo de Dilma Rousseff no segundo turno é algo inquestionável. A diferença entre ela e o demotucano José Serra, de 14,5 milhões votos, é a maior prova. Mas só o favoritismo não garante a vitória da primeira mulher na Presidência. Prefiro seguir a cautela do revolucionário italiano Antonio Gramsci, que dizia que é “preciso ser pessimista no diagnóstico e otimista na ação”.
Uma batalha de vida ou morte
Após se mostrar abatida com decadente campanha do demotucano, a direita volta se ouriçar. Nos comentários de seus colunistas na mídia, a excitação é despudorada. Ela festeja a ida ao segundo turno como se fosse uma grande vitória. A “onda verde”, inventada pela própria mídia, salvou os tucanos, num ecologismo às avessas. Agora, a direita jogará todas as fichas na disputa decisiva.
Se o jogo já foi sujo e rasteiro no primeiro turno, pior ainda será neste segundo. Para a direita, é uma guerra de vida ou morte. Não tem meio-termo ou respeito à democracia. Derrotada, ela calcula que demorará a retornar ao núcleo central do poder. Neste esforço derradeiro, as forças conservadoras contarão com algumas peças importantes, que não podem ser subestimadas:
O violento arsenal da direita
- A grande burguesia, mesmo não tendo do que reclamar do governo Lula – nunca ganhou tanto dinheiro na vida –, desconfia de um futuro governo Dilma. Teme que ela aprofunde as mudanças no país. O intragável José Serra, do bloco neoliberal-conservador, é mais confiável, mais seguro, e terá agora bem mais apoio;
- A mídia golpista se reanimou com o êxito obtido no primeiro turno. Seus petardos fustigaram a candidata governista e a invenção da “onda verde” garantiu o segundo turno. Ela comemora seu êxito. Mostrou que não está morta, como alguns imaginavam. Para ela, não há possibilidade de qualquer recuo. Se a direita for derrotada, ela perderá o pouco que ainda tem de credibilidade. Ela será, sem dúvida, a mais feroz e venenosa inimiga de Dilma Rousseff neste segundo turno.
- As forças do atraso – os generais do pijama do Clube Militar e os fundamentalistas religiosos, entre outros setores conservadores – agora radicalizarão seu discurso fascistóide. Eles ainda não conseguem repetir as marchas “com Deus, pela liberdade”, que prepararam o clima para o golpe militar de 1964, mas continuam bem ativos no submundo da política. Seu veneno ainda amedronta muita gente, inclusive do povo.
- A chamada “classe média”, que come mortadela e arrota caviar, também será acionada para o segundo turno. No seu egoísmo suicida, ela será uma importante reserva das forças de direita. Principalmente nos centros urbanos do Sul e Sudeste, ela tentará seduzir os trabalhadores que lhe prestam serviços, os “agregados sociais”. A “classe mérdia” sempre se atiça nas horas decisivas.
Habilidade e firmeza na ação
Diante deste arsenal da direita, as forças que apostam na “continuidade com avanços” precisarão de muita habilidade política e muita firmeza na ação. Habilidade para reconquistar o eleitor seduzido pela “onda verde”; para agregar todas as forças, do centro à esquerda, do PMDB ao PSOL, que estiveram metidas nas suas próprias campanhas; para engajar o conjunto das forças progressistas do país.
E firmeza para politizar o debate, principalmente na TV, escancarando a disputa de projetos. Não dá mais para continuar apanhando, ouvindo mentiras, sem dar resposta, sem partir para o contra-ataque. Os demotucanos representam o que há de pior na política brasileira, o que há de mais regressivo e destrutivo. Eles precisam ser desmascarados com argumentos e coragem, sem vacilações. Esta firmeza política é que poderá contagiar e ativar a militância na guerrilha cotidiana até 31 de outubro.
Do contrário, o favoritismo de Dilma Rousseff pode virar frustração, como enormes prejuízos para a acumulação de forças no Brasil e na América Latina.
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Mídia tenta ofuscar favoritismo de Dilma
Por Altamiro Borges
Âncoras e colunistas da mídia demotucana atingiram o orgasmo múltiplo nas últimas horas. Na televisão, por exemplo, é visível a alegria de Boris Casoy, Carlos Nascimento, Willian Bonner, Merval Pereira e Cristiana Lôbo, entre outros, com a realização do segundo turno das eleições presidenciais. Os espaços concedidos a José Serra, que obteve 32,61% dos votos (33.132.174), e a Marina Silva, que colheu 19,33% (19.636.337), são bem maiores e vistosos do que os cedidos a Dilma Rousseff, que quase venceu o pleito no primeiro turno – 46,91% dos votos (47.651.280).
As edições dos telejornais apresentam os derrotados como vitoriosos – festa dos tucanos em São Paulo e imagens angelicais da candidata verde – e mostram a candidata vitoriosa abatida, como se fosse a grande derrotada. O objetivo desta manipulação grotesca é animar a oposição de direita e desarmar os setores que apostam na continuidade da mudança. O esforço unificado da mídia é para tentar ofuscar o favoritismo de Dilma Rousseff no segundo turno. Ela tenta vender a idéia que será uma nova eleição, como se a realizada neste domingo não tivesse qualquer importância.
Moto-Serra e os votos verdes
De concreto, a oposição demotucana foi derrotada nas urnas. No início da campanha eleitoral, José Serra aparecia como franco favorito – com quase o dobro da intenção de voto da ex-ministra do governo Lula. Antes mesmo do horário eleitoral, ele perdeu milhões de votos e passou para a segundo colocação. A possibilidade de vitória no primeiro turno de Dilma Rousseff, que nunca disputou um pleito e era pouco conhecida da sociedade, era real. Ela só se inviabilizou na reta final graças ao fenômeno da chamada “onda verde”, em boa parte criada pela própria mídia.
Numa análise fria, sem a partidarização apaixonada da mídia demotucana, Dilma Rousseff é a franca favorita para vencer as eleições em 31 de outubro. Ela conseguiu colocar mais de 14,5 milhões de votos a frente de Serra. Dos 19,6 milhões de votos dados pelo eleitor seduzido pela verde Marina, ela precisa colher cerca de 4 milhões para ser eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Nem o maior torcedor do tucanato, convertido recentemente ao eco-capitalismo, avalia que Serra conseguirá abocanhar aproximadamente 15 milhões de votos da candidata verde.
Derrota do bloco liberal-conservador
Os colunistas da mídia demotucana destacam apenas os fatores favoráveis a Serra. Dizem que agora Aécio Neves, que manteve com folga o governo de Minas Gerais, estará livre para fazer campanha. Mas ele nunca esteve preso. Se não abraçou na campanha do concorrente paulista foi por outros motivos. Afirmam ainda que Geraldo Alckmin, novamente eleito ao governo paulista, será um importante reforço para sua campanha – mas é bom não esquecer a traição que o mesmo sofreu na eleição para a prefeitura da capital paulista. A vingança pode ser maligna!
Já no caso de Dilma Rousseff, os colunistas da mídia direitista preferem ocultar seu favoritismo. Na primeira eleição em que disputou, ela teve o mesmo percentual de votos de Lula no primeiro turno de 2002 – após três tentativas castradas de chegar à presidência e uma sólida projeção nas lutas sindicais. Além disso, ela contará agora com vários governadores, senadores e deputados eleitos – a vitória do seu campo político nos pleitos estaduais foi acachapante. A correlação de forças se alterou nesta eleição, com a derrota do bloco neoliberal-conservador.
Em síntese, o favoritismo de Dilma Rousseff para o segundo turno é visível – só mesmo a mídia demotucana tenta ofuscá-lo com seus padrões de manipulação. Mas o favoritismo, por si só, não garante a vitória. O segundo turno exigirá muita energia. Será uma guerra sangrenta!
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Âncoras e colunistas da mídia demotucana atingiram o orgasmo múltiplo nas últimas horas. Na televisão, por exemplo, é visível a alegria de Boris Casoy, Carlos Nascimento, Willian Bonner, Merval Pereira e Cristiana Lôbo, entre outros, com a realização do segundo turno das eleições presidenciais. Os espaços concedidos a José Serra, que obteve 32,61% dos votos (33.132.174), e a Marina Silva, que colheu 19,33% (19.636.337), são bem maiores e vistosos do que os cedidos a Dilma Rousseff, que quase venceu o pleito no primeiro turno – 46,91% dos votos (47.651.280).
As edições dos telejornais apresentam os derrotados como vitoriosos – festa dos tucanos em São Paulo e imagens angelicais da candidata verde – e mostram a candidata vitoriosa abatida, como se fosse a grande derrotada. O objetivo desta manipulação grotesca é animar a oposição de direita e desarmar os setores que apostam na continuidade da mudança. O esforço unificado da mídia é para tentar ofuscar o favoritismo de Dilma Rousseff no segundo turno. Ela tenta vender a idéia que será uma nova eleição, como se a realizada neste domingo não tivesse qualquer importância.
Moto-Serra e os votos verdes
De concreto, a oposição demotucana foi derrotada nas urnas. No início da campanha eleitoral, José Serra aparecia como franco favorito – com quase o dobro da intenção de voto da ex-ministra do governo Lula. Antes mesmo do horário eleitoral, ele perdeu milhões de votos e passou para a segundo colocação. A possibilidade de vitória no primeiro turno de Dilma Rousseff, que nunca disputou um pleito e era pouco conhecida da sociedade, era real. Ela só se inviabilizou na reta final graças ao fenômeno da chamada “onda verde”, em boa parte criada pela própria mídia.
Numa análise fria, sem a partidarização apaixonada da mídia demotucana, Dilma Rousseff é a franca favorita para vencer as eleições em 31 de outubro. Ela conseguiu colocar mais de 14,5 milhões de votos a frente de Serra. Dos 19,6 milhões de votos dados pelo eleitor seduzido pela verde Marina, ela precisa colher cerca de 4 milhões para ser eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Nem o maior torcedor do tucanato, convertido recentemente ao eco-capitalismo, avalia que Serra conseguirá abocanhar aproximadamente 15 milhões de votos da candidata verde.
Derrota do bloco liberal-conservador
Os colunistas da mídia demotucana destacam apenas os fatores favoráveis a Serra. Dizem que agora Aécio Neves, que manteve com folga o governo de Minas Gerais, estará livre para fazer campanha. Mas ele nunca esteve preso. Se não abraçou na campanha do concorrente paulista foi por outros motivos. Afirmam ainda que Geraldo Alckmin, novamente eleito ao governo paulista, será um importante reforço para sua campanha – mas é bom não esquecer a traição que o mesmo sofreu na eleição para a prefeitura da capital paulista. A vingança pode ser maligna!
Já no caso de Dilma Rousseff, os colunistas da mídia direitista preferem ocultar seu favoritismo. Na primeira eleição em que disputou, ela teve o mesmo percentual de votos de Lula no primeiro turno de 2002 – após três tentativas castradas de chegar à presidência e uma sólida projeção nas lutas sindicais. Além disso, ela contará agora com vários governadores, senadores e deputados eleitos – a vitória do seu campo político nos pleitos estaduais foi acachapante. A correlação de forças se alterou nesta eleição, com a derrota do bloco neoliberal-conservador.
Em síntese, o favoritismo de Dilma Rousseff para o segundo turno é visível – só mesmo a mídia demotucana tenta ofuscá-lo com seus padrões de manipulação. Mas o favoritismo, por si só, não garante a vitória. O segundo turno exigirá muita energia. Será uma guerra sangrenta!
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Um balanço inicial do primeiro turno
Reproduzo artigo de Emir Sader, publicado em seu blog no sítio Carta Maior:
A esquerda teve o melhor resultado eleitoral de sua história: Dilma em primeiro lugar, governadores no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco, no Ceará, no Espírito Santo, Sergipe, Acre, boas possibilidades no Distrito Federal, possibilidades ainda no Pará, limpa impressionante e renovação com grande bancada no Senado, maiores aumentos nas bancadas parlamentares na Câmara.
A frustração veio da expectativa criada pelas pesquisas de uma eventual vitória no primeiro turno para presidente. Uma análise mais precisa é necessária, a começar pelo altíssimo numero de abstenções e também dos votos nulos e brancos que, somados, superam um quarto do eleitorado. Mas também dos efeitos das campanhas de difamação – sobre o aborto, luta contra a ditadura, etc., assim como o efeito que o caso da Erenice efetivamente teve para diminuir o resultado final da Dilma.
A votação da Marina certamente influenciou. A leitura desse eleitorado é complexa, nem de longe se trata de onda ecológica no Brasil – as outras votações dos verdes foram inexpressivas. Juntaram-se varias coisas, desde votos verdes, esquerda light, até votos anti-Dilma, votos desencantados com o Serra, entre outros. Mas o montante alto requer uma análise mais precisa.
Para o segundo turno contam esses votos: mais da metade concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do DF, onde ela ficou em primeiro lugar. Qualquer que seja a decisão de apoio no segundo turno – a convocação de assembléias para definir deve confirmar a tendência a abstenção, tornando mais difícil a operação política da direção de apoiar Serra -, esse eleitorado se orientará, em grande medida, não pela decisão partidária, ficando disponível para os outros candidatos. Em 2006, nem o PSol conseguiu que seus votos deixassem de ir para outros candidatos, desobedecendo a orientação do voto em branco.
É uma ilusão considerar que o segundo turno é outra eleição. É a continuação do primeiro, em novas condições – de bipolarização. A campanha deve ser dirigida diretamente por Lula, deve ser centrada na comparação dos governos do FHC e do Lula, deve ter uma estratégia específica para o eleitorado da Marina e deve multiplicar os comícios e outros atos de massa – um diferencial importante entre as duas candidaturas.
Em 2006 o segundo turno foi muito importante para dar um caráter mais definido à polarização com os tucanos, o mesmo deve se dar agora. Que ele multiplique a votação e a mobilização, para tornar mais forte ainda a vitória da Dilma. Ela é favorita, mas devemos precaver-nos das manobras dos adversários, do uso da imprensa, das campanhas difamatórias.
Pode ser um segundo turno de polarização mais clara também, porque os debates diluíam os temas, na medida em que havia um coro de 3 candidatos colocando ênfase nas denúncias. Não soubemos colocar como agenda central o fato de que o Brasil se tornou menos injusto, menos desigual, com Lula, e que esse é o caminho central a seguir.
Outros temas do primeiro turno abordaremos em outros artigos. Este é para abrir a discussão com todos.
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A esquerda teve o melhor resultado eleitoral de sua história: Dilma em primeiro lugar, governadores no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco, no Ceará, no Espírito Santo, Sergipe, Acre, boas possibilidades no Distrito Federal, possibilidades ainda no Pará, limpa impressionante e renovação com grande bancada no Senado, maiores aumentos nas bancadas parlamentares na Câmara.
A frustração veio da expectativa criada pelas pesquisas de uma eventual vitória no primeiro turno para presidente. Uma análise mais precisa é necessária, a começar pelo altíssimo numero de abstenções e também dos votos nulos e brancos que, somados, superam um quarto do eleitorado. Mas também dos efeitos das campanhas de difamação – sobre o aborto, luta contra a ditadura, etc., assim como o efeito que o caso da Erenice efetivamente teve para diminuir o resultado final da Dilma.
A votação da Marina certamente influenciou. A leitura desse eleitorado é complexa, nem de longe se trata de onda ecológica no Brasil – as outras votações dos verdes foram inexpressivas. Juntaram-se varias coisas, desde votos verdes, esquerda light, até votos anti-Dilma, votos desencantados com o Serra, entre outros. Mas o montante alto requer uma análise mais precisa.
Para o segundo turno contam esses votos: mais da metade concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do DF, onde ela ficou em primeiro lugar. Qualquer que seja a decisão de apoio no segundo turno – a convocação de assembléias para definir deve confirmar a tendência a abstenção, tornando mais difícil a operação política da direção de apoiar Serra -, esse eleitorado se orientará, em grande medida, não pela decisão partidária, ficando disponível para os outros candidatos. Em 2006, nem o PSol conseguiu que seus votos deixassem de ir para outros candidatos, desobedecendo a orientação do voto em branco.
É uma ilusão considerar que o segundo turno é outra eleição. É a continuação do primeiro, em novas condições – de bipolarização. A campanha deve ser dirigida diretamente por Lula, deve ser centrada na comparação dos governos do FHC e do Lula, deve ter uma estratégia específica para o eleitorado da Marina e deve multiplicar os comícios e outros atos de massa – um diferencial importante entre as duas candidaturas.
Em 2006 o segundo turno foi muito importante para dar um caráter mais definido à polarização com os tucanos, o mesmo deve se dar agora. Que ele multiplique a votação e a mobilização, para tornar mais forte ainda a vitória da Dilma. Ela é favorita, mas devemos precaver-nos das manobras dos adversários, do uso da imprensa, das campanhas difamatórias.
Pode ser um segundo turno de polarização mais clara também, porque os debates diluíam os temas, na medida em que havia um coro de 3 candidatos colocando ênfase nas denúncias. Não soubemos colocar como agenda central o fato de que o Brasil se tornou menos injusto, menos desigual, com Lula, e que esse é o caminho central a seguir.
Outros temas do primeiro turno abordaremos em outros artigos. Este é para abrir a discussão com todos.
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Reconquistar o eleitor seduzido por Marina
Reproduzo artigo de Cláudio Gonzalez, publicado no sítio Vermelho:
Uma análise rápida dos resultados eleitorais para a eleição presidencial nos permite opinar que a candidata Dilma Rousseff (PT) só deixou de ganhar a eleição no primeiro turno pois uma parte de seus eleitores, na última hora, migrou para a candidata do Pv, Marina Silva. E este eleitorado está conecntrado principalmente na classe média urbana e na juventude. São eles que Dilma deve reconquistar para garantir uma vitória respeitável no segundo turno.
Com 99,9% dos votos apurados, a candidata Dilma Roussef tinha 46,9% dos votos, José Serra (PSDB) vinha a seguir com 32,6% e Marina Silva em terceiro lugar com 19,3%. Os demais candidatos não alcançaram 1% dos votos. Quem chegou mais perto disso foi Plínio, do PSOL, que obteve 0,9%. Eymael (PSDC), Zé Maria (PSTU) e Levy Fidelix tiveram cada um 0,1%. Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) tiveram tão poucos votos que com o arredondamento pontuam 0%.
Sete dias antes do primeiro turno, Marina Silva alcançava, na média das pesquisas, 15% dos votos válidos, enquanto Dilma tinha em média 53% e Serra 30%. Fica evidente que o crescimento da candidata verde na reta final deu-se subtraindo votos de Dilma. Isso aconteceu particularmente nas grandes cidades do Sudeste e entre o eleitorado mais jovem. Nos quatro estados do Sudeste Marina obteve mais de 20% dos votos. Dilma perdeu votos para Marina também entre eleitores evangélicos, submetidos nos últimos dias da campanha a uma avalanche de baixarias com viés moralista e religioso espalhadas pela internet por apoiadores do candidato tucano José Serra.
A perseguição implacável da grande imprensa contra a candidata de Lula também ajudou a subtrair apoios que a petista tinha entre o eleitorado de classe média, mais suscetível ao denuncismo da mídia.
Pesou também contra Dilma, creio eu, uma certa dosagem exagerada da presença de Lula nas atividades de campanha e na TV, o que acabou ofuscando a candidata. Ainda que tomar para si o legado deste governo seja o grande trunfo de Dilma, é preciso cuidar para que a campanha dê à ela mais autonomia e identidade, mostrando que Dilma será uma boa presidente por seus próprios méritos e não apenas porque Lula assim desejou. A ex-ministra tem qualidades de sobra para isso.
Classe média
O forte apoio de Lula fez o eleitorado do Nordeste e da maior parte do Norte, além do Rio Grande do Sul e quase todo o Sudeste (com exceção de São Paulo), continuar apoiando majoritariamente a candidata do PT. Mas Dilma viu sua liderança ser superada por Serra em SC, PR, SP e em quase todo o Centro-Oeste (com exceção de GO), além de três estados do Norte (RR, RO e AC). Nestes estados, a diferença entre Dilma e Serra foi pequena, mas sufiente para impedir a vitória no primeiro turno. A preferência por Dilma balança justamente naqueles setores e localidades que não conhecem bem ou não mantém vínculo direto com os projetos sociais e as realizações do atual governo.
Ainda que a internet agregue a opinião de um universo bastante reduzido de brasileiros, pode-se perceber pelas redes sociais que a chamada #ondaverde que levou Marina a uma votação próxima dos 20% cativou boa parte da juventude não-partidária, porém com tendências progressistas. Parte destes eleitores nunca pretenderam votar em Serra, mas precisarão ser cativados pela campanha de Dilma no segundo turno para que possam migrar da #ondaverde para uma #ondavermelha.
A oposição de direita, que dava como certa a derrota no domingo, sai psicologicamente fortalecida do primeiro turno, apesar de não ter conseguido ampliar seu eleitorado a ponto de ameaçar o favoritismo da candidata do governo. A candidatura de Serra não conseguiu empolgar novos setores do eleitorado, ainda está baseada, no geral, no eleitorado mais rico e conservador e naqueles que mesmo sendo das classes C, D e E ainda alimentam algum tipo de preconceito contra o PT.
Apoios para o segundo turno
Ao discursar neste domingo após a confirmação do segundo turno, Marina Silva anunciou que defenderá a realização de uma plenária de seu partido, o PV, com segmentos sociais que a apoiaram, para decidir quem o partido vai apoiar. "O partido vai ter que fazer uma discussão nas suas instâncias e, por respeito aos que fizeram aliança conosco, vai ter de também convidá-los para debater as nossas posições", disse.
Marina mandou recados para a direção do PV, próxima do PSDB e inclinada a manifestar apoio imediato a José Serra. O PV participava da gestão tucana no governo de São Paulo e estava coligado com os tucanos no Rio de Janeiro.
"A nossa decisão será uma decisão que não tem nada a ver com a velha política que se apressa em manifestar uma posição só para vislumbrar pontos lá na frente", cutucou.
Por sua trajetória e seu perfil, a tendência pessoal de Marina é apoiar a candidatura do PT. Sem dúvida, seria uma grande ajuda para Dilma se Marina viesse a público manifestar seu apoio. Mas como essa é uma possibilidade incerta, resta à campanha de Dilma não perder tempo e já começar a construir discursos, propostas e iniciativas para buscar a adesão do eleitorado que votou em Marina no primeiro turno.
Precisa, também, capitalizar as importantes vitórias conquistadas pelos partidos da base de apoio do governo Lula nas disputas para governos estaduais, Senado e Câmara Federal. Revigorados pela vitória e desobrigados da tarefa de buscar a própria sobrevivência nas urnas, estes governadores, senadores e deputados eleitos devem ser chamados a dar uma contribuição ainda mais incisiva à vitória de Dilma no segundo turno do que deram no primeiro turno.
Em 2006, a campanha de Lula pela reeleição conseguiu, no segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB), não só atrair os eleitores que deram votos a outros candidatos no primeiro turno, como também arrancou uma parcela considerável dos votos do próprio tucano. Fez isso desmascarando a candidatura da direita e mostrando aos eleitores os perigos que a volta ao passado neoliberal representa.
Agora em 2010, quando o encadeamento dos fatos mostram um quadro muito semelhante ao de 2006, não há motivos para que Lula, Dilma e seus aliados não lancem mão desta estratégia. Afinal, Serra, mais do que Alckmin, carrega consigo as marcas de um passado desastroso que o Brasil não quer de volta.
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Uma análise rápida dos resultados eleitorais para a eleição presidencial nos permite opinar que a candidata Dilma Rousseff (PT) só deixou de ganhar a eleição no primeiro turno pois uma parte de seus eleitores, na última hora, migrou para a candidata do Pv, Marina Silva. E este eleitorado está conecntrado principalmente na classe média urbana e na juventude. São eles que Dilma deve reconquistar para garantir uma vitória respeitável no segundo turno.
Com 99,9% dos votos apurados, a candidata Dilma Roussef tinha 46,9% dos votos, José Serra (PSDB) vinha a seguir com 32,6% e Marina Silva em terceiro lugar com 19,3%. Os demais candidatos não alcançaram 1% dos votos. Quem chegou mais perto disso foi Plínio, do PSOL, que obteve 0,9%. Eymael (PSDC), Zé Maria (PSTU) e Levy Fidelix tiveram cada um 0,1%. Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) tiveram tão poucos votos que com o arredondamento pontuam 0%.
Sete dias antes do primeiro turno, Marina Silva alcançava, na média das pesquisas, 15% dos votos válidos, enquanto Dilma tinha em média 53% e Serra 30%. Fica evidente que o crescimento da candidata verde na reta final deu-se subtraindo votos de Dilma. Isso aconteceu particularmente nas grandes cidades do Sudeste e entre o eleitorado mais jovem. Nos quatro estados do Sudeste Marina obteve mais de 20% dos votos. Dilma perdeu votos para Marina também entre eleitores evangélicos, submetidos nos últimos dias da campanha a uma avalanche de baixarias com viés moralista e religioso espalhadas pela internet por apoiadores do candidato tucano José Serra.
A perseguição implacável da grande imprensa contra a candidata de Lula também ajudou a subtrair apoios que a petista tinha entre o eleitorado de classe média, mais suscetível ao denuncismo da mídia.
Pesou também contra Dilma, creio eu, uma certa dosagem exagerada da presença de Lula nas atividades de campanha e na TV, o que acabou ofuscando a candidata. Ainda que tomar para si o legado deste governo seja o grande trunfo de Dilma, é preciso cuidar para que a campanha dê à ela mais autonomia e identidade, mostrando que Dilma será uma boa presidente por seus próprios méritos e não apenas porque Lula assim desejou. A ex-ministra tem qualidades de sobra para isso.
Classe média
O forte apoio de Lula fez o eleitorado do Nordeste e da maior parte do Norte, além do Rio Grande do Sul e quase todo o Sudeste (com exceção de São Paulo), continuar apoiando majoritariamente a candidata do PT. Mas Dilma viu sua liderança ser superada por Serra em SC, PR, SP e em quase todo o Centro-Oeste (com exceção de GO), além de três estados do Norte (RR, RO e AC). Nestes estados, a diferença entre Dilma e Serra foi pequena, mas sufiente para impedir a vitória no primeiro turno. A preferência por Dilma balança justamente naqueles setores e localidades que não conhecem bem ou não mantém vínculo direto com os projetos sociais e as realizações do atual governo.
Ainda que a internet agregue a opinião de um universo bastante reduzido de brasileiros, pode-se perceber pelas redes sociais que a chamada #ondaverde que levou Marina a uma votação próxima dos 20% cativou boa parte da juventude não-partidária, porém com tendências progressistas. Parte destes eleitores nunca pretenderam votar em Serra, mas precisarão ser cativados pela campanha de Dilma no segundo turno para que possam migrar da #ondaverde para uma #ondavermelha.
A oposição de direita, que dava como certa a derrota no domingo, sai psicologicamente fortalecida do primeiro turno, apesar de não ter conseguido ampliar seu eleitorado a ponto de ameaçar o favoritismo da candidata do governo. A candidatura de Serra não conseguiu empolgar novos setores do eleitorado, ainda está baseada, no geral, no eleitorado mais rico e conservador e naqueles que mesmo sendo das classes C, D e E ainda alimentam algum tipo de preconceito contra o PT.
Apoios para o segundo turno
Ao discursar neste domingo após a confirmação do segundo turno, Marina Silva anunciou que defenderá a realização de uma plenária de seu partido, o PV, com segmentos sociais que a apoiaram, para decidir quem o partido vai apoiar. "O partido vai ter que fazer uma discussão nas suas instâncias e, por respeito aos que fizeram aliança conosco, vai ter de também convidá-los para debater as nossas posições", disse.
Marina mandou recados para a direção do PV, próxima do PSDB e inclinada a manifestar apoio imediato a José Serra. O PV participava da gestão tucana no governo de São Paulo e estava coligado com os tucanos no Rio de Janeiro.
"A nossa decisão será uma decisão que não tem nada a ver com a velha política que se apressa em manifestar uma posição só para vislumbrar pontos lá na frente", cutucou.
Por sua trajetória e seu perfil, a tendência pessoal de Marina é apoiar a candidatura do PT. Sem dúvida, seria uma grande ajuda para Dilma se Marina viesse a público manifestar seu apoio. Mas como essa é uma possibilidade incerta, resta à campanha de Dilma não perder tempo e já começar a construir discursos, propostas e iniciativas para buscar a adesão do eleitorado que votou em Marina no primeiro turno.
Precisa, também, capitalizar as importantes vitórias conquistadas pelos partidos da base de apoio do governo Lula nas disputas para governos estaduais, Senado e Câmara Federal. Revigorados pela vitória e desobrigados da tarefa de buscar a própria sobrevivência nas urnas, estes governadores, senadores e deputados eleitos devem ser chamados a dar uma contribuição ainda mais incisiva à vitória de Dilma no segundo turno do que deram no primeiro turno.
Em 2006, a campanha de Lula pela reeleição conseguiu, no segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB), não só atrair os eleitores que deram votos a outros candidatos no primeiro turno, como também arrancou uma parcela considerável dos votos do próprio tucano. Fez isso desmascarando a candidatura da direita e mostrando aos eleitores os perigos que a volta ao passado neoliberal representa.
Agora em 2010, quando o encadeamento dos fatos mostram um quadro muito semelhante ao de 2006, não há motivos para que Lula, Dilma e seus aliados não lancem mão desta estratégia. Afinal, Serra, mais do que Alckmin, carrega consigo as marcas de um passado desastroso que o Brasil não quer de volta.
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A turma que ia dar surra no Lula perdeu
Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, pubicado no blog Conversa Afiada:
No Amazonas, Vanessa do PC do B derrotou Arthur Virgilio Cardoso, aquele que derrubou a CPMF, mandou o Senado cobrir o Visa dele em Paris e disse que ia dar uma surra no Lula.
Na Bahia, Walter Pinheiro e Lidice da Mata derrotaram Cesar Borges e Aleluia, carlistas e Golpistas.
No Ceará, o excelente deputado petista Pimentel derrotou o Tasso “tenho jatinho porque posso” Jereissati na segunda vaga para o Senado.
Em Mato Grosso, Antero Paes e Barros, funcionário do Serra e Golpista de primeira hora, ficou em quarto.
Na Paraíba, Ephraim Moraes, outro Golpista do DEMO, foi derrotado.
Em Pernambuco assistiu-se a um espetáculo deslumbrante: Armando Monteiro e Humberto Costa derrotaram Marco Maciel (12%) e Raul Jungmann (8%).
Dois Golpistas abatidos numa eleição só.
No Piauí, também.
Mão Santa e Heráclito, ambos com 14%, foram solenemente derrotados.
Agora, finalmente, se saberá quem paga os advogados para Heráclito processar este ordinário blogueiro.
No Paraná, outro herói do Golpe na CPI dos Correios, Gustavo Fruet, foi devidamente derrotado para o Senado.
No Rio, César Maia, que ofereceu o Índio ao Serra e pretendia ocupar a extrema direita no Senado, perdeu para Lindberg e Crivella.
No Rio Grande do Sul, Rigotto, que persegue o jornalista Elmar Bones, ficou atrás de Paim e Ana Amélia.
Da bancada Golpista original, autêntica, 24 quilates, sobraram o Demóstenes (o do grampo sem áudio) e o Agripino, no Rio Grande do Norte.
Vão ter que trabalhar com o Aloysio Nunes Ferreira de São Paulo.
Porque em São Paulo, ficou zero a zero.
Marta entrou no lugar de Mercadante e o Aloysio no de Tuma.
Dilma vai controlar o Senado.
Em tempo: cabe registrar que dois candidatos a Governador in pectore do Serra, escolhidos pessoalmente pelo “dedazo” do Serra, foram devidamente trucidados, Jarbas, em Pernambuco e Gabeira, no Rio.
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No Amazonas, Vanessa do PC do B derrotou Arthur Virgilio Cardoso, aquele que derrubou a CPMF, mandou o Senado cobrir o Visa dele em Paris e disse que ia dar uma surra no Lula.
Na Bahia, Walter Pinheiro e Lidice da Mata derrotaram Cesar Borges e Aleluia, carlistas e Golpistas.
No Ceará, o excelente deputado petista Pimentel derrotou o Tasso “tenho jatinho porque posso” Jereissati na segunda vaga para o Senado.
Em Mato Grosso, Antero Paes e Barros, funcionário do Serra e Golpista de primeira hora, ficou em quarto.
Na Paraíba, Ephraim Moraes, outro Golpista do DEMO, foi derrotado.
Em Pernambuco assistiu-se a um espetáculo deslumbrante: Armando Monteiro e Humberto Costa derrotaram Marco Maciel (12%) e Raul Jungmann (8%).
Dois Golpistas abatidos numa eleição só.
No Piauí, também.
Mão Santa e Heráclito, ambos com 14%, foram solenemente derrotados.
Agora, finalmente, se saberá quem paga os advogados para Heráclito processar este ordinário blogueiro.
No Paraná, outro herói do Golpe na CPI dos Correios, Gustavo Fruet, foi devidamente derrotado para o Senado.
No Rio, César Maia, que ofereceu o Índio ao Serra e pretendia ocupar a extrema direita no Senado, perdeu para Lindberg e Crivella.
No Rio Grande do Sul, Rigotto, que persegue o jornalista Elmar Bones, ficou atrás de Paim e Ana Amélia.
Da bancada Golpista original, autêntica, 24 quilates, sobraram o Demóstenes (o do grampo sem áudio) e o Agripino, no Rio Grande do Norte.
Vão ter que trabalhar com o Aloysio Nunes Ferreira de São Paulo.
Porque em São Paulo, ficou zero a zero.
Marta entrou no lugar de Mercadante e o Aloysio no de Tuma.
Dilma vai controlar o Senado.
Em tempo: cabe registrar que dois candidatos a Governador in pectore do Serra, escolhidos pessoalmente pelo “dedazo” do Serra, foram devidamente trucidados, Jarbas, em Pernambuco e Gabeira, no Rio.
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Tentando entender a "onda verde"
Reproduzo artigo de Luiz Carlos Azenha, publicado no blog Viomundo:
Houve onda verde, sim. E a onda verde, que pegou de surpresa a todos os institutos de pesquisa, é que está levando a eleição presidencial para o segundo turno.
Dito isso, é preciso tentar entender o que alimentou essa onda verde.
Sinceramente, não acredito que isso se deva apenas à sórdida campanha movida por religiosos católicos e evangélicos contra a candidata governista.
Isso jamais renderia a Marina Silva mais de 18 milhões de votos!
Por dados anedóticos, colhidos aqui e ali, é possível notar que Marina respondeu a uma aspiração dos jovens, que se mostraram fartos com a polarização PT/PSDB.
Se assim for, a proposta do presidente Lula de promover a campanha em seus termos, ou seja, num confronto bipolar, fracassou nas urnas neste domingo.
Os eleitores de Marina querem saber mais. Querem mais que as produções de alta qualidade do marqueteiro João Santana.
Quem é leitor do blog sabe que já tratei mais de uma vez da falta de politização da campanha no primeiro turno.
Foi uma opção do PT, que parecia acreditar que bastava propagandear os feitos econômicos do governo — o que foi feito com competência na campanha televisiva — para garantir a vitória em primeiro turno.
Marina Silva se projetou, em minha modesta opinião, justamente nesse buraco negro da falta de politização.
Outra observação necessária: um presidente com 80% de aprovação nas pesquisas conseguiu transferir pouco mais da metade disso para a sua candidata.
Reflexo, em minha opinião, da falta de politização que acompanhou a ascensão social de milhões de brasileiros para a classe média. Vários comentaristas já trataram disso. Seria o “fator Berlusconi”. Ou seja, uma ascensão social que promove um eleitorado conservador, cuja lealdade não reflete compromisso político com um projeto e muito suscetível às questões morais — o boato de que o vice de Dilma é satanista, por exemplo. O “melhorismo” de Lula, na definição de Plínio de Arruda Sampaio, se assenta sobre bases mais frágeis do que se imaginava?
O segundo turno, em minha opinião, é resultado de um conjunto de fatores.
Sem qualquer sombra de dúvida, a mídia desempenhou um papel relevante, disparando balas de prata que reduziram sensivelmente a vantagem da candidata petista nas últimas semanas de campanha.
Acima de tudo, a mídia cumpriu a tarefa a que se propôs, de desviar o foco da eleição das questões econômicas para os escândalos.
Serra não recolheu os escombros, que cairam no colo de Marina Silva.
Acima de tudo, no entanto, é preciso colocar todos os pingos nos is dos erros na campanha da candidata governista:
1. Como todos sabíamos antecipadamente do papel que a mídia iria desempenhar em 2010, ninguém detectou o potencial explosivo dos negócios em torno de Erenice Guerra?
2. Por que a campanha de Dilma Rousseff não se antecipou aos boatos de forma didática, como Barack Obama fez nos Estados Unidos, criando um site específico para combatê-los?
3. Por que a campanha de Dilma não rebateu as promessas de José Serra e não politizou a campanha?
De qualquer forma, a votação expressiva de Marina Silva indica uma mudança significativa no quadro político brasileiro e, portanto, nos próximos 30 dias de campanha.
Acredito que a campanha de José Serra vai dar alguns passos em busca do centro político, representado agora pela “terceira via” de Marina. Ficará muito mais difícil, nestas circunstâncias, fazer agora a polarização politizada que o PT poderia ter feito durante a campanha do primeiro turno.
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Houve onda verde, sim. E a onda verde, que pegou de surpresa a todos os institutos de pesquisa, é que está levando a eleição presidencial para o segundo turno.
Dito isso, é preciso tentar entender o que alimentou essa onda verde.
Sinceramente, não acredito que isso se deva apenas à sórdida campanha movida por religiosos católicos e evangélicos contra a candidata governista.
Isso jamais renderia a Marina Silva mais de 18 milhões de votos!
Por dados anedóticos, colhidos aqui e ali, é possível notar que Marina respondeu a uma aspiração dos jovens, que se mostraram fartos com a polarização PT/PSDB.
Se assim for, a proposta do presidente Lula de promover a campanha em seus termos, ou seja, num confronto bipolar, fracassou nas urnas neste domingo.
Os eleitores de Marina querem saber mais. Querem mais que as produções de alta qualidade do marqueteiro João Santana.
Quem é leitor do blog sabe que já tratei mais de uma vez da falta de politização da campanha no primeiro turno.
Foi uma opção do PT, que parecia acreditar que bastava propagandear os feitos econômicos do governo — o que foi feito com competência na campanha televisiva — para garantir a vitória em primeiro turno.
Marina Silva se projetou, em minha modesta opinião, justamente nesse buraco negro da falta de politização.
Outra observação necessária: um presidente com 80% de aprovação nas pesquisas conseguiu transferir pouco mais da metade disso para a sua candidata.
Reflexo, em minha opinião, da falta de politização que acompanhou a ascensão social de milhões de brasileiros para a classe média. Vários comentaristas já trataram disso. Seria o “fator Berlusconi”. Ou seja, uma ascensão social que promove um eleitorado conservador, cuja lealdade não reflete compromisso político com um projeto e muito suscetível às questões morais — o boato de que o vice de Dilma é satanista, por exemplo. O “melhorismo” de Lula, na definição de Plínio de Arruda Sampaio, se assenta sobre bases mais frágeis do que se imaginava?
O segundo turno, em minha opinião, é resultado de um conjunto de fatores.
Sem qualquer sombra de dúvida, a mídia desempenhou um papel relevante, disparando balas de prata que reduziram sensivelmente a vantagem da candidata petista nas últimas semanas de campanha.
Acima de tudo, a mídia cumpriu a tarefa a que se propôs, de desviar o foco da eleição das questões econômicas para os escândalos.
Serra não recolheu os escombros, que cairam no colo de Marina Silva.
Acima de tudo, no entanto, é preciso colocar todos os pingos nos is dos erros na campanha da candidata governista:
1. Como todos sabíamos antecipadamente do papel que a mídia iria desempenhar em 2010, ninguém detectou o potencial explosivo dos negócios em torno de Erenice Guerra?
2. Por que a campanha de Dilma Rousseff não se antecipou aos boatos de forma didática, como Barack Obama fez nos Estados Unidos, criando um site específico para combatê-los?
3. Por que a campanha de Dilma não rebateu as promessas de José Serra e não politizou a campanha?
De qualquer forma, a votação expressiva de Marina Silva indica uma mudança significativa no quadro político brasileiro e, portanto, nos próximos 30 dias de campanha.
Acredito que a campanha de José Serra vai dar alguns passos em busca do centro político, representado agora pela “terceira via” de Marina. Ficará muito mais difícil, nestas circunstâncias, fazer agora a polarização politizada que o PT poderia ter feito durante a campanha do primeiro turno.
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Só a esperança não vencerá o medo
Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, publicado no Blog da Cidadania:
Começo a escrever bem antes do fim da apuração dos votos. Neste momento, desenha-se um 2º turno. Ou seja: o bombardeio midiático teve maior êxito do que o previsto, como em 2002 e em 2006, e não foi possível vencer com a facilidade imaginada.
Ainda assim, vamos contextualizar as coisas: Dilma Rousseff era a única candidata que não tinha a perspectiva de ver tudo terminar no 1º turno e vence com larga vantagem o 1º, apesar da frustração de quem esperava ver o fim da disputa em 3 de outubro.
Nesta segunda etapa da eleição, pois, haverá que corrigir a rota da primeira no que diz respeito não só à campanha governista, mas à militância.
A campanha de Dilma optou por apanhar calada, sem se defender e, sobretudo, sem atacar. A mídia pôde tomar partido à vontade e a denúncia do partidarismo se resumiu a um discurso exaltado e destemperado do presidente Lula.
Já a militância, nos dias que antecederam a eleição registrava no Twitter e até em comentários nos blogs que estava com “medo” do 2º turno.
Convenhamos: ninguém vence uma luta em que entra com medo ou na qual se deixa espancar sem reagir. É luta, não campeonato de fleuma, do lado da campanha governista, ou uma terapia psicológica, no que se refere à militância.
Dito isso, vejamos qual é a situação de Dilma e de Serra na segunda rodada.
Dilma termina o 1º turno com quase metade dos votos válidos e Serra, com cerca de um terço. Os votos de Marina se dividirão entre os dois. Em que medida, ninguém sabe. Mas ninguém imagina que o tucano herdará todos os votos daquela que serviu para lhe gerar uma chance adicional na eleição.
Marina teve cerca de 1/5 dos votos válidos. Ora, Dilma só precisa de pouco mais de 1/4 desses votos para vencer a eleição em 2º turno. Não se imagina que ela tenha muito menos de 1/3 desses votos. E há os votos dos nanicos, ainda. O quase 1% de Plínio já está com Dilma.
Dilma continua a franca favorita para vencer a eleição, portanto. Mas se a sua campanha continuar deixando a mídia fazer o mesmo jogo do 1º turno, está demonstrado que a capacidade da população de compreender o jogo não é tão grande, sendo necessário, desta vez, enfrentar as acusações que virão pela mídia.
Este blogueiro já dizia que, de alguma maneira, estava dividido entre o desejo de ver a eleição terminar no 1º turno e o de ela ir para o segundo para que finalmente fosse denunciado o trabalho sujo que a imprensa golpista vem fazendo nesses anos todos.
Diferentemente de 2002 e de 2006, e sem o mito Lula na disputa, para enfrentar a máquina da direita midiática não será possível contar só com a esperança para vencer o medo. Quem terá que ajudar a vencê-lo, desta vez, será a coragem.
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Começo a escrever bem antes do fim da apuração dos votos. Neste momento, desenha-se um 2º turno. Ou seja: o bombardeio midiático teve maior êxito do que o previsto, como em 2002 e em 2006, e não foi possível vencer com a facilidade imaginada.
Ainda assim, vamos contextualizar as coisas: Dilma Rousseff era a única candidata que não tinha a perspectiva de ver tudo terminar no 1º turno e vence com larga vantagem o 1º, apesar da frustração de quem esperava ver o fim da disputa em 3 de outubro.
Nesta segunda etapa da eleição, pois, haverá que corrigir a rota da primeira no que diz respeito não só à campanha governista, mas à militância.
A campanha de Dilma optou por apanhar calada, sem se defender e, sobretudo, sem atacar. A mídia pôde tomar partido à vontade e a denúncia do partidarismo se resumiu a um discurso exaltado e destemperado do presidente Lula.
Já a militância, nos dias que antecederam a eleição registrava no Twitter e até em comentários nos blogs que estava com “medo” do 2º turno.
Convenhamos: ninguém vence uma luta em que entra com medo ou na qual se deixa espancar sem reagir. É luta, não campeonato de fleuma, do lado da campanha governista, ou uma terapia psicológica, no que se refere à militância.
Dito isso, vejamos qual é a situação de Dilma e de Serra na segunda rodada.
Dilma termina o 1º turno com quase metade dos votos válidos e Serra, com cerca de um terço. Os votos de Marina se dividirão entre os dois. Em que medida, ninguém sabe. Mas ninguém imagina que o tucano herdará todos os votos daquela que serviu para lhe gerar uma chance adicional na eleição.
Marina teve cerca de 1/5 dos votos válidos. Ora, Dilma só precisa de pouco mais de 1/4 desses votos para vencer a eleição em 2º turno. Não se imagina que ela tenha muito menos de 1/3 desses votos. E há os votos dos nanicos, ainda. O quase 1% de Plínio já está com Dilma.
Dilma continua a franca favorita para vencer a eleição, portanto. Mas se a sua campanha continuar deixando a mídia fazer o mesmo jogo do 1º turno, está demonstrado que a capacidade da população de compreender o jogo não é tão grande, sendo necessário, desta vez, enfrentar as acusações que virão pela mídia.
Este blogueiro já dizia que, de alguma maneira, estava dividido entre o desejo de ver a eleição terminar no 1º turno e o de ela ir para o segundo para que finalmente fosse denunciado o trabalho sujo que a imprensa golpista vem fazendo nesses anos todos.
Diferentemente de 2002 e de 2006, e sem o mito Lula na disputa, para enfrentar a máquina da direita midiática não será possível contar só com a esperança para vencer o medo. Quem terá que ajudar a vencê-lo, desta vez, será a coragem.
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domingo, 3 de outubro de 2010
Cheiro de segundo turno em SP, diz Noblat
O blogueiro Ricardo Noblat, da Globo, sempre bem entrosado no ninho tucano, acaba de noticiar que "não deve ser descartada a possibilidade da eleição para governador de São Paulo ser decidida no segundo turno entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT). O cheiro de segundo turno por lá ainda está forte".
Andando pelas escolas centrais da capital paulista e conversando com muita gente, foi possível constatar uma torcida popular pelo segundo turno. A turma anda descontente com os 16 anos de reinado tucano no estado. Há uma visível "fadiga de material". Se a mídia demotucana não promovesse a forte blindagem aos governos do PSDB, escondendo todos os seus retrocessos e podridões, e a campanha da oposição tivesse sido mais incisia, o segundo turno seria inevitável.
Agora é aguardar a apuração.
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Andando pelas escolas centrais da capital paulista e conversando com muita gente, foi possível constatar uma torcida popular pelo segundo turno. A turma anda descontente com os 16 anos de reinado tucano no estado. Há uma visível "fadiga de material". Se a mídia demotucana não promovesse a forte blindagem aos governos do PSDB, escondendo todos os seus retrocessos e podridões, e a campanha da oposição tivesse sido mais incisia, o segundo turno seria inevitável.
Agora é aguardar a apuração.
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Votar em Marina é votar em Serra
Reproduzo lúcido e corajoso artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Nesse domingo decisivo para o Brasil, devo acompanhar o presidente Lula durante todo dia, na cobertura das eleições pela TV Record.
Isso talvez me impeça de atualizar o blog, o que só deve ser feito no começo da noite; pelo twitter, tentarei dar informações sobre o clima em São Bernardo do Campo, e sobre os bastidores da votação.
Mas antes de dormir algumas horas, pra depois seguir para um longo dia de trabalho, deixo aqui uma reflexão sobre o significado dessa eleição; e sobre o papel decisivo de uma parcela do eleitorado progressista – que hoje está disposta a votar em Marina Silva.
A candidatura de Marina subiu de maneira surpreendente nas últimas semanas. De início, avançou apenas nos setores médios: parece ter sido Marina a principal beneficiária pelo bombardeio promovido pela mídia e pelos tucanos contra Dilma – com denúncias de todo tipo, incluindo os “escândalos” e o tal ”risco para a democracia” de mais uma vitória petista.
No momento seguinte, Marina avançou também nos setores populares. Novamente, parece ter sido ela a principal beneficiária do terrorismo religioso sobre o qual – há 3 semanas – venho falando aqui no blog.
Marina, hoje, agrega eleitores de 3 grandes grupos:
- o eleitorado original, mais concentrado na juventude urbana, que vota no PV pelo apelo das causas ambientais (e é inegável que Marina tem uma trajetória respeitável nessa área);
- setores populares e de classe média, que um dia já votaram no PT, mas que se desiludiram com o partido por razões éticas; seriam eleitores que, grosso modo, poderíamos chamar de progressistas;
- um terceiro grupo é formado por evangélicos que se identificam com a candidata – já que Marina, nessa campanha, fez questão de ressaltar sua identidade religiosa, o que é absolutamente legítimo.
Foi esse último setor que garantiu o avanço de Marina nas derradeiras semanas de campanha. Ou seja, Marina acabou sendo a beneficiária da sórdida campanha conservadora que procura vincular Dilma a “aborto”, “comunismo”, “ateísmo”. Parte do eleitorado popular – apavorado com a campanha movida por certos pastores (e também por padres católicos) – viu em Marina (mulher de aspecto angelical, recatada e conservadora em questões morais) um porto seguro para descarregar o voto, diante das incertezas criadas em torno da figura de Dilma.
Será que aquele segundo núcleo de eleitores – que apóia Marina Silva por considerar necessário construir uma alternativa progressista, avançada e ética à polarização PT/PSDB – tem noção concreta do que significa o voto em Marina a essa altura?
Não é possível ter ilusões: votar em Marina no primeiro turno é votar em Serra. É servir aos interesses dos setores mais conservadores desse país. É dar a Serra a chance de estar num segundo turno.
Não é à toa que ontem, véspera da eleição, o presidente do PV já anunciava que num segundo turno o partido estaria com Serra. As urnas nem foram abertas e o aceno já foi dado. Ninguém tem dúvidas que o caminho seria esse mesmo.
Ah, mas num eventual segundo turno é possível votar em Dilma e impedir a volta do tucanato – devem pensar os eleitores mais progressistas de Marina. Claro, isso é possível.
Acontece que, num eventual segundo turno, a máquina de escândalos e calúnias consevadora vai voltar a operar com toda força, e com todo apoio do aparato midiático.
Teremos um mês de conflagração. O que há de mais atrasado nesse país fará o impensável para voltar ao poder.
A decisão sobre a vitória de Dilma no primeiro turno (que significa a vitória de um projeto de centro-esquerda, com todos seu acertos e erros ao longo dos últimos anos) vai se dar por estreita margem – como venho prevendo há algumas semanas.
O Brasil tem a chance concreta de liquidar a fatura nesse domingo. E esse eleitorado progressista de Marina pode fazer toda a diferença.
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Nesse domingo decisivo para o Brasil, devo acompanhar o presidente Lula durante todo dia, na cobertura das eleições pela TV Record.
Isso talvez me impeça de atualizar o blog, o que só deve ser feito no começo da noite; pelo twitter, tentarei dar informações sobre o clima em São Bernardo do Campo, e sobre os bastidores da votação.
Mas antes de dormir algumas horas, pra depois seguir para um longo dia de trabalho, deixo aqui uma reflexão sobre o significado dessa eleição; e sobre o papel decisivo de uma parcela do eleitorado progressista – que hoje está disposta a votar em Marina Silva.
A candidatura de Marina subiu de maneira surpreendente nas últimas semanas. De início, avançou apenas nos setores médios: parece ter sido Marina a principal beneficiária pelo bombardeio promovido pela mídia e pelos tucanos contra Dilma – com denúncias de todo tipo, incluindo os “escândalos” e o tal ”risco para a democracia” de mais uma vitória petista.
No momento seguinte, Marina avançou também nos setores populares. Novamente, parece ter sido ela a principal beneficiária do terrorismo religioso sobre o qual – há 3 semanas – venho falando aqui no blog.
Marina, hoje, agrega eleitores de 3 grandes grupos:
- o eleitorado original, mais concentrado na juventude urbana, que vota no PV pelo apelo das causas ambientais (e é inegável que Marina tem uma trajetória respeitável nessa área);
- setores populares e de classe média, que um dia já votaram no PT, mas que se desiludiram com o partido por razões éticas; seriam eleitores que, grosso modo, poderíamos chamar de progressistas;
- um terceiro grupo é formado por evangélicos que se identificam com a candidata – já que Marina, nessa campanha, fez questão de ressaltar sua identidade religiosa, o que é absolutamente legítimo.
Foi esse último setor que garantiu o avanço de Marina nas derradeiras semanas de campanha. Ou seja, Marina acabou sendo a beneficiária da sórdida campanha conservadora que procura vincular Dilma a “aborto”, “comunismo”, “ateísmo”. Parte do eleitorado popular – apavorado com a campanha movida por certos pastores (e também por padres católicos) – viu em Marina (mulher de aspecto angelical, recatada e conservadora em questões morais) um porto seguro para descarregar o voto, diante das incertezas criadas em torno da figura de Dilma.
Será que aquele segundo núcleo de eleitores – que apóia Marina Silva por considerar necessário construir uma alternativa progressista, avançada e ética à polarização PT/PSDB – tem noção concreta do que significa o voto em Marina a essa altura?
Não é possível ter ilusões: votar em Marina no primeiro turno é votar em Serra. É servir aos interesses dos setores mais conservadores desse país. É dar a Serra a chance de estar num segundo turno.
Não é à toa que ontem, véspera da eleição, o presidente do PV já anunciava que num segundo turno o partido estaria com Serra. As urnas nem foram abertas e o aceno já foi dado. Ninguém tem dúvidas que o caminho seria esse mesmo.
Ah, mas num eventual segundo turno é possível votar em Dilma e impedir a volta do tucanato – devem pensar os eleitores mais progressistas de Marina. Claro, isso é possível.
Acontece que, num eventual segundo turno, a máquina de escândalos e calúnias consevadora vai voltar a operar com toda força, e com todo apoio do aparato midiático.
Teremos um mês de conflagração. O que há de mais atrasado nesse país fará o impensável para voltar ao poder.
A decisão sobre a vitória de Dilma no primeiro turno (que significa a vitória de um projeto de centro-esquerda, com todos seu acertos e erros ao longo dos últimos anos) vai se dar por estreita margem – como venho prevendo há algumas semanas.
O Brasil tem a chance concreta de liquidar a fatura nesse domingo. E esse eleitorado progressista de Marina pode fazer toda a diferença.
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Qual será o futuro do PV e de Marina?
Reproduzo artigo do jornalista Carlos S. Bandeira, publicado no blog Viomundo:
Se o PV declarar apoio a Serra num pouco provável 2º turno, como declarou José Luiz de França Penna, presidente nacional do partido, é sinal de que o grupo de Marina foi derrotado nas disputas internas. O grupo de Marina Silva saiu do PT com a promessa de levar o partido para a esquerda, tirando da influência do PSDB.
Um dirigente político próximo a Marina contou que, dentro do acordo para a entrada dela no PV, estava a progressiva renovação de toda a sua direção, que estaria encerrada no começo da campanha. Nessa renovação, a maior parte da direção seria formada por aliados de Marina, em sua maioria aguerridos petistas, diminuindo o peso da velha direção, próxima do PSDB.
Não se pode subestimar o peso político desse grupo, que é de esquerda. Tanto que fizeram uma grande discussão sobre a possibilidade de Marina entrar no PSOL. Não entraram no partido porque avaliaram que teriam menos alianças, apoios e votos em um partido de extrema esquerda e, principalmente, pelas condições que foram oferecidas pelo PV.
De duas, uma: ou Marina se divorciou do grupo que a acompanhou no seu mandato no Senado ou também será traída pela velha burocracia do PV, que teria mantido o controle partidário. Nesse quadro, o PV deve entrar em crise depois das eleições. Caso não se confirme a vitória de Dilma Rousseff no 1º turno, a crise deve estourar em outubro, em torno do posicionamento do partido na disputa da petista com José Serra.
Na campanha, o discurso de Marina coloca no mesmo nível os governos de FHC e Lula. Ou seja, parece que essa disputa está empatada. Na linha tênue da disputa interna entre os verdes tucanos e petistas, a campanha de Marina ficou amarrada, perdendo a perspectiva de discutir com profundidade os pontos fracos do modelo de desenvolvimento em curso no nosso país.
Por exemplo, os impactos ambientais e sociais do avanço do agronegócio (incluindo os transgênicos e os agrotóxicos), do desmatamento da Amazônia (inclusive a regularização da grilagem e a anistia aos desmatadores, com a MPs 422/458), as mudanças no Código Florestal, das grandes obras de infraestrutura (como a hidrelétrica de Belo Monte)
Além disso, a candidatura verde poderia ter manifestado a defesa da pequena agricultura e da Reforma Agrária (foi Marina que apresentou no Senado o projeto que fez do 17 de abril o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária), como alternativas para um novo modelo de desenvolvimento para a agricultura.
A partir do que projetavam as forças que estão ao lado da candidata desde os tempos do PT, a campanha de Marina ficou aquém das expectativas. E se o partido anunciar apoio a Serra em um eventual 2ª turno, a permanência desse grupo no PV ficará inviável.
A dúvida está no postura que adotará Marina. Se ela ficar neutra, a tendência é que a disputa dentro do partido cresça. Com a confirmação do apoio do partido a Serra, os setores mais à esquerda devem abandonar o PV. E, possivelmente, abandonar Marina. Difícil imaginar qual será o seu destino, porque voltar ao PT não parece viável e, entrar no PSOL é pouco provável, pela crise que esse partido entrará a partir do dia 4.
Outra possibilidade é Marina manifestar apoio a Dilma, se contrapondo à velha burocracia do PV. Dessa forma, aplacaria a insatisfação do seu grupo político, deixando aberta a guerra interna no partido, mas com a legitimidade de uma grande votação. Mesmo assim, ficará estranho o partido aderir a um candidato no 2º turno, enquanto o seu maior expoente declara apoio a outra.
Nesse quadro, o melhor (ou menos ruim) para o PV é que a eleição se resolva logo no 1º turno. A guerra interna não estará resolvida, mas pontualmente adiada. Mesmo assim, o clima no partido continuará ruim. E as perspectivas de transformá-lo em um partido verde necessário, que discuta como desenvolver o país de forma sustentável, como projetava o grupo de Marina, estarão praticamente perdidas.
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Se o PV declarar apoio a Serra num pouco provável 2º turno, como declarou José Luiz de França Penna, presidente nacional do partido, é sinal de que o grupo de Marina foi derrotado nas disputas internas. O grupo de Marina Silva saiu do PT com a promessa de levar o partido para a esquerda, tirando da influência do PSDB.
Um dirigente político próximo a Marina contou que, dentro do acordo para a entrada dela no PV, estava a progressiva renovação de toda a sua direção, que estaria encerrada no começo da campanha. Nessa renovação, a maior parte da direção seria formada por aliados de Marina, em sua maioria aguerridos petistas, diminuindo o peso da velha direção, próxima do PSDB.
Não se pode subestimar o peso político desse grupo, que é de esquerda. Tanto que fizeram uma grande discussão sobre a possibilidade de Marina entrar no PSOL. Não entraram no partido porque avaliaram que teriam menos alianças, apoios e votos em um partido de extrema esquerda e, principalmente, pelas condições que foram oferecidas pelo PV.
De duas, uma: ou Marina se divorciou do grupo que a acompanhou no seu mandato no Senado ou também será traída pela velha burocracia do PV, que teria mantido o controle partidário. Nesse quadro, o PV deve entrar em crise depois das eleições. Caso não se confirme a vitória de Dilma Rousseff no 1º turno, a crise deve estourar em outubro, em torno do posicionamento do partido na disputa da petista com José Serra.
Na campanha, o discurso de Marina coloca no mesmo nível os governos de FHC e Lula. Ou seja, parece que essa disputa está empatada. Na linha tênue da disputa interna entre os verdes tucanos e petistas, a campanha de Marina ficou amarrada, perdendo a perspectiva de discutir com profundidade os pontos fracos do modelo de desenvolvimento em curso no nosso país.
Por exemplo, os impactos ambientais e sociais do avanço do agronegócio (incluindo os transgênicos e os agrotóxicos), do desmatamento da Amazônia (inclusive a regularização da grilagem e a anistia aos desmatadores, com a MPs 422/458), as mudanças no Código Florestal, das grandes obras de infraestrutura (como a hidrelétrica de Belo Monte)
Além disso, a candidatura verde poderia ter manifestado a defesa da pequena agricultura e da Reforma Agrária (foi Marina que apresentou no Senado o projeto que fez do 17 de abril o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária), como alternativas para um novo modelo de desenvolvimento para a agricultura.
A partir do que projetavam as forças que estão ao lado da candidata desde os tempos do PT, a campanha de Marina ficou aquém das expectativas. E se o partido anunciar apoio a Serra em um eventual 2ª turno, a permanência desse grupo no PV ficará inviável.
A dúvida está no postura que adotará Marina. Se ela ficar neutra, a tendência é que a disputa dentro do partido cresça. Com a confirmação do apoio do partido a Serra, os setores mais à esquerda devem abandonar o PV. E, possivelmente, abandonar Marina. Difícil imaginar qual será o seu destino, porque voltar ao PT não parece viável e, entrar no PSOL é pouco provável, pela crise que esse partido entrará a partir do dia 4.
Outra possibilidade é Marina manifestar apoio a Dilma, se contrapondo à velha burocracia do PV. Dessa forma, aplacaria a insatisfação do seu grupo político, deixando aberta a guerra interna no partido, mas com a legitimidade de uma grande votação. Mesmo assim, ficará estranho o partido aderir a um candidato no 2º turno, enquanto o seu maior expoente declara apoio a outra.
Nesse quadro, o melhor (ou menos ruim) para o PV é que a eleição se resolva logo no 1º turno. A guerra interna não estará resolvida, mas pontualmente adiada. Mesmo assim, o clima no partido continuará ruim. E as perspectivas de transformá-lo em um partido verde necessário, que discuta como desenvolver o país de forma sustentável, como projetava o grupo de Marina, estarão praticamente perdidas.
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Por que a Globo medrou na última hora?
Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
A Globo medrou porque a Classe C aumentou e, com dinheiro no bolso, mais pessoas se libertaram da escravidão da Globo.
A Globo mudou porque menos gente assiste à televisão – e menos gente das classes A e B, vidradas na Globo.
A televisão se instalou na Classe C e a Globo não percebeu.
Como Serra e o FHC, a Globo pensa que a “Classe C” fica entre a Business e a Primeira.
A Globo medrou por causa da Ongoing, uma empresa de origem portuguesa, que começou a comprar jornais que fazem concorrência aos jornais da Globo.
E vai comprar mais.
A Globo medrou por causa da internet – e menos gente depende do jornal nacional.
A Globo medrou porque as pessoas vão ver o que bem entenderem da TV na telinha do celular.
A Globo medrou porque o Governo Lula não subsidiou a Globo.
No Governo do Fernando Henrique, com 50% da audiência, a Globo ficava com 90% da verba do Governo Federal.
Era subsídio na veia.
Com Lula, e Franklin Martins, os 45% de audiência de hoje rendem 48% da verba federal.
A Globo medrou porque o Edir Macedo apoiou a Dilma.
A Globo medrou porque, segundo a Veja, a última flor do Fascio, a Record vai comprar o Brasileirão e a Copa do Mundo.
A Globo medrou porque a Dilma vai fazer a Ley de Medios.
A Globo medrou porque a Globo tem que salvar a pele.
O Golpismo da Globo foi longe demais.
A Globo agora tem que se preocupar é com a sobrevivência dela e, não, com a do Serra, que caput.
A Globo já era.
E ela sabe disso.
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A Globo medrou porque a Classe C aumentou e, com dinheiro no bolso, mais pessoas se libertaram da escravidão da Globo.
A Globo mudou porque menos gente assiste à televisão – e menos gente das classes A e B, vidradas na Globo.
A televisão se instalou na Classe C e a Globo não percebeu.
Como Serra e o FHC, a Globo pensa que a “Classe C” fica entre a Business e a Primeira.
A Globo medrou por causa da Ongoing, uma empresa de origem portuguesa, que começou a comprar jornais que fazem concorrência aos jornais da Globo.
E vai comprar mais.
A Globo medrou por causa da internet – e menos gente depende do jornal nacional.
A Globo medrou porque as pessoas vão ver o que bem entenderem da TV na telinha do celular.
A Globo medrou porque o Governo Lula não subsidiou a Globo.
No Governo do Fernando Henrique, com 50% da audiência, a Globo ficava com 90% da verba do Governo Federal.
Era subsídio na veia.
Com Lula, e Franklin Martins, os 45% de audiência de hoje rendem 48% da verba federal.
A Globo medrou porque o Edir Macedo apoiou a Dilma.
A Globo medrou porque, segundo a Veja, a última flor do Fascio, a Record vai comprar o Brasileirão e a Copa do Mundo.
A Globo medrou porque a Dilma vai fazer a Ley de Medios.
A Globo medrou porque a Globo tem que salvar a pele.
O Golpismo da Globo foi longe demais.
A Globo agora tem que se preocupar é com a sobrevivência dela e, não, com a do Serra, que caput.
A Globo já era.
E ela sabe disso.
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Presidente do PV confessa voto em Serra
Por Altamiro Borges
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente nacional do Partido Verde, José Luiz de França Penna, confessou o que muitos eleitores verdes mais honestos já desconfiavam, mas evitavam tratar. Ele afirmou com todas as letras que dará total apoio ao tucano José Serra, caso haja um segundo turno nas eleicões presidenciais.
Sua declaração bombástica gerou desconforto no comando de campanha de Marina Silva, que teme que esta revelação quebre o "encanto" dos verdes. No final da tarde de ontem, João Paulo Capobianco, coordenador da campanha presidencial, enviou um e-mail à imprensa desautorizando “qualquer manifestação individual de membros do PV”.
A confissão de voto de França Penna não surpreende quem acompanha a trajetória do Partido Verde, a legenda emprestada de última hora à candidata Marina Silva. O próprio presidente do PV fez parte até poucos meses atrás das gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) na prefeitura da capital paulista. Em vários outros estados, como no Rio de Janeiro, os verdes são fiéis aliados dos demos e tucanos.
Na lógica destes políticos oportunistas, que não têm nada de verdes, a candidatura presidencial do PV visava apenas cacifar o partido, em especial sua ala fisiológica. O PV é frágil politicamente; não tem estrutura e militância nos estados; conta com pouco tempo de TV. A chamada "terceira via" era encarada como uma forma de forçar o segundo turno, servindo como alavanca do demotucano. Marina Silva - mulher, de origem humilde e ex-ministra de Lula - caiu como uma luva nesta tática diversionista.
A precipitada declaração de França, num lapso de sinceridade, escancara esta tática diversionista e aumenta as tensões no comando de campanha de Marina Silva. Restará ao honesto eleitor verde, preocupado de fato com a estratégica questão ambiental, fazer uma análise consciente se o seu voto não está servindo a um moto-Serra.
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Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente nacional do Partido Verde, José Luiz de França Penna, confessou o que muitos eleitores verdes mais honestos já desconfiavam, mas evitavam tratar. Ele afirmou com todas as letras que dará total apoio ao tucano José Serra, caso haja um segundo turno nas eleicões presidenciais.
Sua declaração bombástica gerou desconforto no comando de campanha de Marina Silva, que teme que esta revelação quebre o "encanto" dos verdes. No final da tarde de ontem, João Paulo Capobianco, coordenador da campanha presidencial, enviou um e-mail à imprensa desautorizando “qualquer manifestação individual de membros do PV”.
A confissão de voto de França Penna não surpreende quem acompanha a trajetória do Partido Verde, a legenda emprestada de última hora à candidata Marina Silva. O próprio presidente do PV fez parte até poucos meses atrás das gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) na prefeitura da capital paulista. Em vários outros estados, como no Rio de Janeiro, os verdes são fiéis aliados dos demos e tucanos.
Na lógica destes políticos oportunistas, que não têm nada de verdes, a candidatura presidencial do PV visava apenas cacifar o partido, em especial sua ala fisiológica. O PV é frágil politicamente; não tem estrutura e militância nos estados; conta com pouco tempo de TV. A chamada "terceira via" era encarada como uma forma de forçar o segundo turno, servindo como alavanca do demotucano. Marina Silva - mulher, de origem humilde e ex-ministra de Lula - caiu como uma luva nesta tática diversionista.
A precipitada declaração de França, num lapso de sinceridade, escancara esta tática diversionista e aumenta as tensões no comando de campanha de Marina Silva. Restará ao honesto eleitor verde, preocupado de fato com a estratégica questão ambiental, fazer uma análise consciente se o seu voto não está servindo a um moto-Serra.
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Dilma agradece à militância da internet
Reproduzo mensagem da coordenação de campanha de Dilma Rousseff:
Car@ militante,
Após intensa campanha, finalmente chegou a hora de elegermos Dilma Rousseff a primeira presidenta do Brasil. Nas últimas semanas, muita coisa boa aconteceu, mas gostaríamos de destacar duas: a capacidade de nossa candidata de representar o projeto político que mudou e vai seguir mudando o país e a mobilização aguerrida da militância.
As conquistas do governo do presidente Lula e os claros compromissos de Dilma reacenderam a vontade de todos de ir às ruas em defesa de mais avanços. Mas não apenas isso: milhões de pessoas se conectaram às redes sociais para opinar e compartilhar informações.
Sobretudo pela efetiva participação dos internautas, tivemos, talvez pela primeira vez na história, uma cobertura eleitoral democrática e plural. Por isso, queremos agradecer a cada um e a cada uma que dedicou seu tempo para agitar a internet e escrever esta vitória!
Mas a luta continua. Neste domingo, vamos fazer ainda melhor! Fotografe seu bairro, seu local de votação, sua família, seus amigos e amigas, e publique a foto e comente nas redes sociais. Seja nosso repórter por mais um dia e não esqueça de usar as hashtags #DiaD e #Dilma13.
Siga os Twitters @dilmanaweb, @dilmanarede, @galera_dilma, @mulheres_dilma e @participabr e fique por dentro de tudo o que acontece na nossa campanha em todo o Brasil.
Confira também os portais:
www.dilma13.com.br
www.dilmanarede.com.br
www.galeradadilma.com.br
www.mulherescomdilma.com.br
www.participabr.com.br
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Car@ militante,
Após intensa campanha, finalmente chegou a hora de elegermos Dilma Rousseff a primeira presidenta do Brasil. Nas últimas semanas, muita coisa boa aconteceu, mas gostaríamos de destacar duas: a capacidade de nossa candidata de representar o projeto político que mudou e vai seguir mudando o país e a mobilização aguerrida da militância.
As conquistas do governo do presidente Lula e os claros compromissos de Dilma reacenderam a vontade de todos de ir às ruas em defesa de mais avanços. Mas não apenas isso: milhões de pessoas se conectaram às redes sociais para opinar e compartilhar informações.
Sobretudo pela efetiva participação dos internautas, tivemos, talvez pela primeira vez na história, uma cobertura eleitoral democrática e plural. Por isso, queremos agradecer a cada um e a cada uma que dedicou seu tempo para agitar a internet e escrever esta vitória!
Mas a luta continua. Neste domingo, vamos fazer ainda melhor! Fotografe seu bairro, seu local de votação, sua família, seus amigos e amigas, e publique a foto e comente nas redes sociais. Seja nosso repórter por mais um dia e não esqueça de usar as hashtags #DiaD e #Dilma13.
Siga os Twitters @dilmanaweb, @dilmanarede, @galera_dilma, @mulheres_dilma e @participabr e fique por dentro de tudo o que acontece na nossa campanha em todo o Brasil.
Confira também os portais:
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A eleição em SP não está decidida
Por Altamiro Borges
Apesar da torcida escancarada da mídia demotucana, a eleição em São Paulo não está decidida. Haverá muita adrenalina no processo da apuração. Segundo o Ibope, o ex-governador Geraldo Alckmin, seguidor do Opus Dei, aparece com 51% dos votos válidos; o petista Aloizio Mercadante subiu para 33%, numa expressiva arrancada na reta final; Celso Russomanno (PP)tem 8%; Paulo Skaf (PSB), 6%; e Fabio Feldman, 2%. Eles somam 49% dos votos válidos, numa pesquisa em que a margem de erro é de 2%.
Há uma evidente "fadiga de material" com os 16 anos de reinado do tucanato em São Paulo. Mas o primeiro turno ainda não foi suficiente para mostrar à sociedade todos os estragos causados pela hegemonia do PSDB, que travou o desenvolvimento do estado - emperrou a tal locomotiva - e agravou os problemas sociais do povo paulista.
O segundo turno teria o mérito de evidenciar os enormes danos causados, que a mídia demotucana sempre blindou, num impressionante processo de proteção aos tucanos. A militância nas ruas, principalmente nas abandonadas periferias, será decisiva neste dia do voto na urna eletrônica. Há espaço para reverter muitos votos.
Disputa para o Senado
Prova de que é possível uma surpresa na disputa para governador é que pela primeira vez o candidato da direita à sucessão, José Serra, deverá sofrer uma derrota no estado. No início da campanha, os tucanos avaliavam que teriam cinco milhões de votos a mais na disputa presidencial. Até os partidos da base de apoio do governo Lula trabalhavam com a hipótese de 2,5 milhões de votos de diferença para o tucano. Agora, porém, as pesquisas indicam vitória de Dilma Rousseff em São Paulo.
Outra prova contundente da "fadiga dos tucanos" no estado se dá na eleição para o Senado. As pesquisas já confirmam a vitória de Netinho do Paula, do PCdoB, e de Marta Suplicy, do PT. A direita fez de tudo para evitar ficar de fora do Senado. Na reta final, ela concentrou todas suas fichas na campanha do tucano Aloysio Nunes.
Orestes Quércia, do PMDB serrista, abandanou a disputa e cedeu seu tempo na TV para o tucano. A Folha de S.Paulo chegou a "matar" o senador Romeu Tuma, num dos maiores crimes da mídia demotucana, talvez para tentar ajudar o candidato do PSDB. A onda de baixarias contra Marta e, principalmente, contra Netinho, foi nojenta. Mesmo assim, o tucanato ficará de fora do Senado no mais importante estado da federação.
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Apesar da torcida escancarada da mídia demotucana, a eleição em São Paulo não está decidida. Haverá muita adrenalina no processo da apuração. Segundo o Ibope, o ex-governador Geraldo Alckmin, seguidor do Opus Dei, aparece com 51% dos votos válidos; o petista Aloizio Mercadante subiu para 33%, numa expressiva arrancada na reta final; Celso Russomanno (PP)tem 8%; Paulo Skaf (PSB), 6%; e Fabio Feldman, 2%. Eles somam 49% dos votos válidos, numa pesquisa em que a margem de erro é de 2%.
Há uma evidente "fadiga de material" com os 16 anos de reinado do tucanato em São Paulo. Mas o primeiro turno ainda não foi suficiente para mostrar à sociedade todos os estragos causados pela hegemonia do PSDB, que travou o desenvolvimento do estado - emperrou a tal locomotiva - e agravou os problemas sociais do povo paulista.
O segundo turno teria o mérito de evidenciar os enormes danos causados, que a mídia demotucana sempre blindou, num impressionante processo de proteção aos tucanos. A militância nas ruas, principalmente nas abandonadas periferias, será decisiva neste dia do voto na urna eletrônica. Há espaço para reverter muitos votos.
Disputa para o Senado
Prova de que é possível uma surpresa na disputa para governador é que pela primeira vez o candidato da direita à sucessão, José Serra, deverá sofrer uma derrota no estado. No início da campanha, os tucanos avaliavam que teriam cinco milhões de votos a mais na disputa presidencial. Até os partidos da base de apoio do governo Lula trabalhavam com a hipótese de 2,5 milhões de votos de diferença para o tucano. Agora, porém, as pesquisas indicam vitória de Dilma Rousseff em São Paulo.
Outra prova contundente da "fadiga dos tucanos" no estado se dá na eleição para o Senado. As pesquisas já confirmam a vitória de Netinho do Paula, do PCdoB, e de Marta Suplicy, do PT. A direita fez de tudo para evitar ficar de fora do Senado. Na reta final, ela concentrou todas suas fichas na campanha do tucano Aloysio Nunes.
Orestes Quércia, do PMDB serrista, abandanou a disputa e cedeu seu tempo na TV para o tucano. A Folha de S.Paulo chegou a "matar" o senador Romeu Tuma, num dos maiores crimes da mídia demotucana, talvez para tentar ajudar o candidato do PSDB. A onda de baixarias contra Marta e, principalmente, contra Netinho, foi nojenta. Mesmo assim, o tucanato ficará de fora do Senado no mais importante estado da federação.
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O retorno das esquerdas ao governo do RS
Por Altamiro Borges
O Rio Grande do Sul tornou-se simbolo mundial da luta contra o neoliberalismo. Seu nome está estampado em centenas de livros de vários países que tratam da retomada da ofensiva contra a lógica destrutiva e regressiva do capitalismo. Em 2001, o estado foi sede do primeiro Fórum Social Mundial, que reuniu milhares de lutadores sociais na luta por "um outro mundo é possível". Ali também se desenvolveu a experiência piloto do "orçamento participativo".
Na sequência, por erros do hegemonismo, o estado sofreu um baque. Forças de centro-direita ganharam as eleições em Porto Alegre e, pouco depois, os tucanos neoliberais abocanharam o governo estadual. A regressão histórica, porém, não durou muito tempo. Yeda Crusius, a paparicada governadora do PSDB, logo se desmoralizou - com sua política de desmonte do estado, seu autoritarismo diante dos movimentos sociais, sua corrupção endêmica.
Agora, esta página sombria está para ser virada. As esquerdas, mais maduras e com maior espírito unitário, devem retornar ao governo estadual. Pesquisa Ibope indica que Tarso Genro vencerá com folga no primeiro turno. Nos votos válidos (excluindo os brancos, nulos e indecisos), o petista, aliado dos comunistas e socialistas, desponta com 52% das intenções de voto.
A direita se dividiu e sucumbiu: José Fogaça (o serrista do PMDB que preferiu retirar Serra dos palanques) está 28% e a tucana Yeda Crusius (que Serra preferiu se ausentar do palanque) tem apenas 16%. Agora a truculenta ex-governadora terá mais tempo para cuidar da sua suspeita mansão e dos seus processos na Justiça.
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O Rio Grande do Sul tornou-se simbolo mundial da luta contra o neoliberalismo. Seu nome está estampado em centenas de livros de vários países que tratam da retomada da ofensiva contra a lógica destrutiva e regressiva do capitalismo. Em 2001, o estado foi sede do primeiro Fórum Social Mundial, que reuniu milhares de lutadores sociais na luta por "um outro mundo é possível". Ali também se desenvolveu a experiência piloto do "orçamento participativo".
Na sequência, por erros do hegemonismo, o estado sofreu um baque. Forças de centro-direita ganharam as eleições em Porto Alegre e, pouco depois, os tucanos neoliberais abocanharam o governo estadual. A regressão histórica, porém, não durou muito tempo. Yeda Crusius, a paparicada governadora do PSDB, logo se desmoralizou - com sua política de desmonte do estado, seu autoritarismo diante dos movimentos sociais, sua corrupção endêmica.
Agora, esta página sombria está para ser virada. As esquerdas, mais maduras e com maior espírito unitário, devem retornar ao governo estadual. Pesquisa Ibope indica que Tarso Genro vencerá com folga no primeiro turno. Nos votos válidos (excluindo os brancos, nulos e indecisos), o petista, aliado dos comunistas e socialistas, desponta com 52% das intenções de voto.
A direita se dividiu e sucumbiu: José Fogaça (o serrista do PMDB que preferiu retirar Serra dos palanques) está 28% e a tucana Yeda Crusius (que Serra preferiu se ausentar do palanque) tem apenas 16%. Agora a truculenta ex-governadora terá mais tempo para cuidar da sua suspeita mansão e dos seus processos na Justiça.
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Garra por dois senadores de esquerda na BA
Por Altamiro Borges
Xô aperreio na tensa apuração dos votos na Bahia. Não pela disputa ao governo estadual, que parece já estar definida. Pesquisa Datafolha confirma que o governador Jacques Wagner deverá se reeleger com folga - 58% dos votos válidos. O demo Paulo Souto empacou nos 21% da pesquisa anterior, o que representa mais uma pá de cal no reinado conservador e fisiológico do carlismo no estado.
A tensão toda ficará por conta da apuração para as duas vagas do Senado. O mesmo Datafolha - que é sempre bom desconfiar - aponta empate técnico entre os três favoritos. Lídice da Mata (PSB) aparece com 25% dos votos válidos, seguida por Walter Pinheiro (PT), com 23%, e César Borges (PR), com 22%.
A eleição de dois senadores de esquerda dependerá da reconhecida garra da militância baiana. Nas ruas, ela será decisiva para eleger Lidice e Pinheiro. A pesquisa Datafolha indicou que apenas 26% dos eleitores mencionaram corretamente os números de seus candidatos ao Senado. A militância nas ruas neste domingo poderá ser o fator decisivo para o desempate.
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Xô aperreio na tensa apuração dos votos na Bahia. Não pela disputa ao governo estadual, que parece já estar definida. Pesquisa Datafolha confirma que o governador Jacques Wagner deverá se reeleger com folga - 58% dos votos válidos. O demo Paulo Souto empacou nos 21% da pesquisa anterior, o que representa mais uma pá de cal no reinado conservador e fisiológico do carlismo no estado.
A tensão toda ficará por conta da apuração para as duas vagas do Senado. O mesmo Datafolha - que é sempre bom desconfiar - aponta empate técnico entre os três favoritos. Lídice da Mata (PSB) aparece com 25% dos votos válidos, seguida por Walter Pinheiro (PT), com 23%, e César Borges (PR), com 22%.
A eleição de dois senadores de esquerda dependerá da reconhecida garra da militância baiana. Nas ruas, ela será decisiva para eleger Lidice e Pinheiro. A pesquisa Datafolha indicou que apenas 26% dos eleitores mencionaram corretamente os números de seus candidatos ao Senado. A militância nas ruas neste domingo poderá ser o fator decisivo para o desempate.
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A direita dançou no Rio de Janeiro
Por Altamiro Borges
Pesquisa do Ibope divulgada neste sábado (2) mostra que a direita, disfarçada e escancarada, levará uma baita surra no Rio de Janeiro. Para o governo estadual, Sérgio Cabral deve se reeleger com folga já no primeiro turno. Nos votos válidos (excluindo brancos, nulos e indecisos), ele aparece com 68%. O tucano verde - ou verde tucano - Fernando Gabeira aparece com apenas 23% das intenções de voto. De quebra, a direita ainda perde um deputado federal que enganava muita gente inocente.
Já para o Senado, o resultado é surpreendente. César "Vaia", o bravateiro que um dia sonhou em substituir o golpista Carlos Lacerda, despencou nas intenções de voto. O ex-prefeito só terá mesmo o seu "quase blog" para destilar o seu veneno. Na pesquisa Datafolha, ele aparece empatado tecnicamente num distante quarto lugar.
Terceiro colocado durante boa parte da campanha, Lindberg Farias (PT) consolidou a reação iniciada nas últimas semanas e desponta como o líder na disputa - com 27% dos votos válidos. O senador Marcelo Crivella (PRB) surge em segundo, com 24% dos votos. Cesar Maia (DEM) tem 17% e Jorge Picciani (PMDB), 15%. O bravateiro da direita que orquestou uma vaia para o presidente Lula vai levar uma baita vaia para casa.
Por último, na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam crescimento da bancada progressista e de esquerda no Rio de Janeiro. A comunista Jandira Feghali aparece com a terceira mais votada para deputada. PT, PDT, PSB e PCdoB devem ampliar a sua presença no Congresso Nacional.
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Pesquisa do Ibope divulgada neste sábado (2) mostra que a direita, disfarçada e escancarada, levará uma baita surra no Rio de Janeiro. Para o governo estadual, Sérgio Cabral deve se reeleger com folga já no primeiro turno. Nos votos válidos (excluindo brancos, nulos e indecisos), ele aparece com 68%. O tucano verde - ou verde tucano - Fernando Gabeira aparece com apenas 23% das intenções de voto. De quebra, a direita ainda perde um deputado federal que enganava muita gente inocente.
Já para o Senado, o resultado é surpreendente. César "Vaia", o bravateiro que um dia sonhou em substituir o golpista Carlos Lacerda, despencou nas intenções de voto. O ex-prefeito só terá mesmo o seu "quase blog" para destilar o seu veneno. Na pesquisa Datafolha, ele aparece empatado tecnicamente num distante quarto lugar.
Terceiro colocado durante boa parte da campanha, Lindberg Farias (PT) consolidou a reação iniciada nas últimas semanas e desponta como o líder na disputa - com 27% dos votos válidos. O senador Marcelo Crivella (PRB) surge em segundo, com 24% dos votos. Cesar Maia (DEM) tem 17% e Jorge Picciani (PMDB), 15%. O bravateiro da direita que orquestou uma vaia para o presidente Lula vai levar uma baita vaia para casa.
Por último, na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam crescimento da bancada progressista e de esquerda no Rio de Janeiro. A comunista Jandira Feghali aparece com a terceira mais votada para deputada. PT, PDT, PSB e PCdoB devem ampliar a sua presença no Congresso Nacional.
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sábado, 2 de outubro de 2010
Os riscos da mídia com seu protagonismo
Reproduzo artigo de Carlos Castilho, publicado no Observatório da Imprensa:
A imprensa sempre foi um protagonista relevante em eleições no Brasil, mas, até agora, a sua participação era menos importante do que o posicionamento dos candidatos. As polêmicas sobre o papel da midia se limitavam à sua estratégia editorial. Os candidatos faziam as denúncias e os jornais, revistas, TV e rádios repercutiam.
Em 2010 surgiu um novo enfoque na questão do protagonismo eleitoral da imprensa, pois ela passou a ser percebida como um partido de oposição. Esta percepção é uma consequência do fato de as denúncias terem sido feitas primariamente por orgãos da imprensa, cabendo a repercussão posterior aos candidatos.
Esta inversão de papéis é uma das causas do surgimento da idéia de que a publicação de escândalos de corrupção e de abuso do poder durante a campanha eleitoral de 2010 teria sido o resultado de uma operação coordenada, que equivaleria a uma ação típica de um partido político.
É importante ressaltar que tudo isto ocorre no terreno da percepção, ou seja, a forma como as pessoas percebem fatos, processos ou dados por meio dos seus sentidos. Numa campanha eleitoral, as percepções são alimentadas basicamente pelos veículos de comunicação e pelos formadores de opinião.
Mesmo sendo imateriais, elas (as percepções) são usadas hoje como base para estudos sobre comportamento humano no mesmo pé de igualdade que os fatos concretos. Em politica é corrente o jargão de que as versões (as percepções) podem ser até mais importantes do que os fatos.
Esta "viajada" teórica visa mostrar como o protagonismo eleitoral da imprensa transformou-se num "fato", mesmo sendo fruto de uma percepção. E é isto que gera uma situação nova com desdobramentos imprevisíveis.
Se a imprensa não adotar comportamentos que desmanchem as percepções desenvolvidas durante a campanha eleitoral, a credibilidade e independência de alguns jornais, revistas e emissoras de rádio ficará abalada. Sem credibilidade, o negócio da imprensa perde o seu principal ativo.
A sociedade brasileira não pode abrir mão da imprensa porque ela faz parte do conjunto de meios que levam e trazem informação, para e do público. A internet ocupou um bom espaço daquilo que era uma espécie de monopólio da imprensa escrita e audiovisual, mas não é hegemônica e nem onipresente.
Assim, o que provavelmente começaremos a assistir, passadas as eleições e dependendo dos acontecimentos imediatamente posteriores, é umquestionamento do papel das empresas jornalisticas no Brasil, num processo que não tem nada a ver com liberdade de expressão.
Muito pelo contrário, dependendo do tipo de questionamento e da reação dos principais grupos midiáticos do país, o processo pode gerar uma inédita revisão das relações entre empresas e consumidores de informação.
Ninguém quer a ditadura de uma única percepção da realidade — portanto, se as empresas jornalísticas desejarem continuar cumprindo o seu papel de provedoras de informação terão que colocar a diversidade informativa como um dos seus objetivos centrais. Isto pode ajudar a anular a percepção de que a imprensa transformou-se num partido político.
A diversidade informativa levará também as empresas a rever o seu relacionamento com o público, porque ele hoje não é mais um consumidor passivo de noticias, mas um protagonista proativo no processamento de informações — não apenas no papel de cobrador de serviços qualificados, mas também como de fornecedor de matéria prima informativa, como é o caso de alguns weblogs.
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A imprensa sempre foi um protagonista relevante em eleições no Brasil, mas, até agora, a sua participação era menos importante do que o posicionamento dos candidatos. As polêmicas sobre o papel da midia se limitavam à sua estratégia editorial. Os candidatos faziam as denúncias e os jornais, revistas, TV e rádios repercutiam.
Em 2010 surgiu um novo enfoque na questão do protagonismo eleitoral da imprensa, pois ela passou a ser percebida como um partido de oposição. Esta percepção é uma consequência do fato de as denúncias terem sido feitas primariamente por orgãos da imprensa, cabendo a repercussão posterior aos candidatos.
Esta inversão de papéis é uma das causas do surgimento da idéia de que a publicação de escândalos de corrupção e de abuso do poder durante a campanha eleitoral de 2010 teria sido o resultado de uma operação coordenada, que equivaleria a uma ação típica de um partido político.
É importante ressaltar que tudo isto ocorre no terreno da percepção, ou seja, a forma como as pessoas percebem fatos, processos ou dados por meio dos seus sentidos. Numa campanha eleitoral, as percepções são alimentadas basicamente pelos veículos de comunicação e pelos formadores de opinião.
Mesmo sendo imateriais, elas (as percepções) são usadas hoje como base para estudos sobre comportamento humano no mesmo pé de igualdade que os fatos concretos. Em politica é corrente o jargão de que as versões (as percepções) podem ser até mais importantes do que os fatos.
Esta "viajada" teórica visa mostrar como o protagonismo eleitoral da imprensa transformou-se num "fato", mesmo sendo fruto de uma percepção. E é isto que gera uma situação nova com desdobramentos imprevisíveis.
Se a imprensa não adotar comportamentos que desmanchem as percepções desenvolvidas durante a campanha eleitoral, a credibilidade e independência de alguns jornais, revistas e emissoras de rádio ficará abalada. Sem credibilidade, o negócio da imprensa perde o seu principal ativo.
A sociedade brasileira não pode abrir mão da imprensa porque ela faz parte do conjunto de meios que levam e trazem informação, para e do público. A internet ocupou um bom espaço daquilo que era uma espécie de monopólio da imprensa escrita e audiovisual, mas não é hegemônica e nem onipresente.
Assim, o que provavelmente começaremos a assistir, passadas as eleições e dependendo dos acontecimentos imediatamente posteriores, é umquestionamento do papel das empresas jornalisticas no Brasil, num processo que não tem nada a ver com liberdade de expressão.
Muito pelo contrário, dependendo do tipo de questionamento e da reação dos principais grupos midiáticos do país, o processo pode gerar uma inédita revisão das relações entre empresas e consumidores de informação.
Ninguém quer a ditadura de uma única percepção da realidade — portanto, se as empresas jornalísticas desejarem continuar cumprindo o seu papel de provedoras de informação terão que colocar a diversidade informativa como um dos seus objetivos centrais. Isto pode ajudar a anular a percepção de que a imprensa transformou-se num partido político.
A diversidade informativa levará também as empresas a rever o seu relacionamento com o público, porque ele hoje não é mais um consumidor passivo de noticias, mas um protagonista proativo no processamento de informações — não apenas no papel de cobrador de serviços qualificados, mas também como de fornecedor de matéria prima informativa, como é o caso de alguns weblogs.
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Quem paga o jatinho de Marina Silva?
Reproduzo denúncia publicada no blog Sejaditaverdade:
Como os auditores, policiais ou contadores sabem quando alguém lava dinheiro? Fácil, a pessoa começa a ter um padrão de vida bem superior aos seus rendimentos. Em outras palavras, o suspeito tem um carro que está muito além do seu salário, vive em uma casa com tamanho luxo e não há o que explique a origem dos recursos para a compra da tal casa.
Na campanha presidencial deste ano, uma candidata desponta como aquela que leva um padrão bem acima daquilo que é declarado: é a verde Marina Silva.
Em setembro deste ano, as doações da campanha da candidata superavam a marca de 13 milhões de reais, tornando a campanha de Marina mais cara que a de Lula em 2006.
Ainda sim, Marina e Guilherme Leal, seu vice bilionário e cuja empresa é acusada de biopirataria e tem mais de R$ 1,5 bilhão em multas da Receita Federal, afirmam fazer uma campanha modesta frente aos candidatos José Serra e Dilma Rousseff.
Aos moldes da campanha vitoriosa de Barack Obama nos Estados Unidos, Marina foi a primeira a pedir doações na internet. O objetivo, segundo a candidata, era garantir que as doações fossem transparentes. As doações são pífias, não tendo passado de pouco mais de R$ 160 mil até a semana passada.
Não foi o que aconteceu. No começo do pleito, Marina viajava o país todo dentro de um jatinho Legacy, propriedade da Natura, empresa do vice do PV.
Há alguns dias, em imagem exibida no Jornal Nacional, percebe-se que o avião agora é outro: um luxuoso e exclusivo jato Falcon 2000 Easy, no valor de mais de 50 milhões de dólares.
Os custos deste avião são tão caros que havia apenas dois modelos no Brasil. Agora temos um terceiro, o de Marina. Na imagem do Jornal Nacional, podemos observar no canto esquerdo da tela a logomarca da Colt Aviation, conhecida por administrar e alugar jatos de potentados, banqueiros e grandes empresas nacionais e internacionais, além dos altos valores que cobra por seus serviços.
Agora , nesta reta final de campanha, surgem dúvidas pertinentes aos eleitores:
Por que Marina trocou de avião?
Por que Dilma voa em um Citation e Serra em um Learjet, aviões bastante inferiores aos da falsa humilde ex-Marina, e ela gasta milhões em seu raid aéreo por todo o Brasil?
Por que a candidata do PV prega vida simples e sustentável aos outros, mas para si ostenta o luxo e polui o meio-ambiente voando numa máquina de US$ 50 milhões?
E a pergunta mais importante de todas: Quem paga por este avião e que interesses têm nisso?
Marina Silva tem que vir a público para explicar estas questões. A sua máscara de boazinha já caiu faz tempo. Caiu com um super jato, com comissária de bordo, navegação e telefonia por satélite, interior luxuosíssimo, cama de casal, bar, escritório e um custo aproximado de US$ 10 mil por hora de vôo?
Barack Obama voou em sua campanha num jato Legacy, da JetBlue Airlines, fabricado no Brasil. Marina silva voa num avião que custo o dobro. Chique, não?
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