segunda-feira, 21 de março de 2016

Quando espumam nossas bocas

Por Marco Piva

Na manifestação do dia 18 de março, na avenida Paulista, um cartaz colado num poste dizia: “Em tempos de ódio, amar é um ato revolucionário”. Em artigo no Globo, Luiz Fernando Veríssimo cravou que há um defunto esperando logo ali. No futebol, dois momentos nervosos. Enquanto no Pacaembú, que recebeu um Fla x Flu inédito em São Paulo, parte do público das numeradas gritava “Fora PT!”, no Itaquerão a PM, para não perder o costume, desceu a borracha nos corintianos que ousaram, de novo, colocar faixas na arquibancada contra a Rede Globo e o caso do desvio de dinheiro da merenda escolar do governo do estado. Em Belo Horizonte, Claudio Botelho improvisou um “Fora Dilma” à sua maneira e foi enxotado do palco por parte da plateia que gritava “Não vai ter golpe”. De quebra, o ator perdeu o direito de seguir apresentando o musical sobre a obra de Chico Buarque. Talvez se acerte agora com Lobão e Roger.

O impeachment e as frações de classe

Por Theófilo Rodrigues, na Revista Escuta:

Muito já se falou sobre a correlação de forças presente no Congresso Nacional em torno da possibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cálculos e mais cálculos foram realizados para apontar quantos partidos ou parlamentares estão posicionados em cada lado dessa disputa, que vem paralisando o Brasil nos últimos dois anos.

Contudo, se do lado de cima, muito já sabemos sobre os posicionamentos de cada um dos atores envolvidos, pouca atenção demos para o lado de baixo da sociedade. Afinal de contas, como estão posicionadas as classes e suas respectivas frações nesse conflito social?

Manifestantes versus baderneiros na mídia

Por Lauro Mattei, no site Brasil Debate:

O papel da imprensa livre, imparcial e independente é fundamental em todas as sociedades. Todavia, existe uma diferença brutal desses valores (liberdade, imparcialidade e independência) entre as sociedades desenvolvidas e democráticas comparativamente àquelas sociedades onde a imprensa cumpre um papel exatamente no sentido oposto ao que dela se espera.

Basta ter apenas dois neurônios em perfeita atividade para observar que a grande maioria da imprensa brasileira faz parte desse segundo grupo, muito embora seus discursos sempre procurem corroborar com os valores universais anteriormente mencionados.

Impeachment, capital e trabalho

Por Carlos Juliano Barros, na revista CartaCapital:

Daqui a alguns anos, quando o tempo tiver assentado as análises sobre o tsunami que varre o Brasil desde as jornadas de junho de 2013, a importância dos acontecimentos desta época turbulenta não residirá na suposta cruzada contra a corrupção ou na anedótica batalha entre coxinhas e petralhas.

Na verdade, o que está em curso é um realinhamento de forças no eterno e insolúvel conflito entre “capital e trabalho”. O papo é cabeça e complexo – mas tem tudo a ver com assuntos atualíssimos, como a reforma da Previdência e a flexibilização das relações de trabalho.

CNBB rejeita o golpe. "Não seja bobo"!

Gilmar Mendes algema o governo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

"O Supremo é a última trincheira da cidadania. Quando o Supremo falha, você não tem a quem recorrer". (Ministro Marco Aurélio Mello)

Na noite de sexta-feira, enquanto os que foram às ruas em apoio a Lula, Dilma e à democracia voltavam para casa, o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendia a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil, a pedido do PSDB e do PPS. Mais do que privar Lula do foro especial do STF, a partir da difusão de um grampo ilegal, a decisão atendeu ao incômodo dos dois partidos com a atuação que ele teria no governo, abrindo pontes de diálogo, ajudando Dilma a enfrentar os problemas econômicos e a reaglutinar apoios políticos para derrotar o impeachment. Gilmar algemou o governo, tirando-lhe a chance de reação e defesa.

Lula volta, mas o golpe continua

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

No mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a participar de um ato de massas em São Paulo – onde a consigna era “não vai ter golpe!” –, em Brasília, Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal, deixava bem claro que o golpe continua em marcha. Atendendo a uma petição apresentada pelo PPS, pequeno partido de oposição, o ministro Mendes, que se caracteriza por hostilizar duramente o governo de Dilma Rousseff e Lula cada vez que se manifesta no pleno do Tribunal, suspendeu a nomeação do ex-presidente como novo chefe da Casa Civil, e devolveu a causa judicial de volta ao polêmico juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro. Agora, resta ao governo e aos advogados do ex-presidente apresentar um recurso para suspender a medida.

Afinal, qual o tamanho do Supremo?

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A parte dos grampos de Sérgio Moro que mais impressão causou em alguns Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foi aquela no qual Lula dizia que a casa estava acovardada. Havia duas maneiras de desmentir Lula: ou desmentir os fatos ou brigar com a afirmação.

O intimorato decano Celso de Mello, por exemplo, tinha dois caminhos a percorrer.

Não haverá moleza para o golpismo

Por Valter Pomar, em seu blog:

1. A política brasileira parece estar muito confusa, o que faz algumas pessoas acharem difícil prever o que pode acontecer nas próximas horas, dias e semanas. Mas devemos evitar o modo confuso de pensar. Afinal, por trás do suposto caos existe uma ordem.

2. Há vários pontos de partida para entender a situação brasileira. Um deles é a crise internacional que começou em 2007-2008 e continua até hoje. Um dos efeitos da crise foi reduzir a taxa de crescimento da economia mundial. Outro foi ampliar as contradições intercapitalistas. As exportações foram afetadas. Países como a China já vinham se preparando para este cenário. Quem não se preparou, está sofrendo ainda mais. Nós não nos preparamos. Em 2010 prevaleceu a opinião de que o cenário do primeiro mandato Dilma seria semelhante ao do segundo mandato Lula. Havia quem acreditasse que a década estaria "contratada": era o pensamento "tudo de bom". Esqueceram que o desenvolvimento capitalista se faz através de crises. A marolinha virou tsunami.

Gilmar Mendes usou helicóptero de Aécio

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O probo e irreprochável Gilmar Mendes usou o helicóptero do estado de Minas Gerais.

O ano era 2009, o vôo foi em Belo Horizonte, o governador era Aécio Neves e o fato está registrado na planilha com os vôos realizados durante os 7 anos e três meses da administração aecista, entre 2003 e 2010.

Sergio Moro e o país em sobressalto

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Pessoas se reúnem diante do prédio onde vive Lula desde as 4 horas da manhã.

Será que podem ser chamados de loucos por pretenderem protestar contra uma eventual prisão do líder político mais importante do país.

Ou quem merece ser chamado assim é que não hesitar em praticar um ato destes contra alguém que até agora não teve contra si um crime concreto que tenha cometido no exercício do Governo e cuja nomeação como Ministro está sendo obstaculizada por uma mera suposição que tal prisão vá acontecer?

O biombo da bandeira anticorrupção

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

Usar denúncias de corrupção tem sido a saída política da direita para afastar do poder governos que não seguem a cartilha favorável aos interesses conservadores.

O uso e abuso de recursos públicos revolta os brasileiros de bem e deve, mesmo, ser severamente punido.

Mas o programa da direita não é punir a corrupção - é impor seus interesses. Seu programa é usar denúncias desse tipo como biombo para esconder a privatização do estado de que ela é campeã desde a fundação do Brasil, faz 516 anos!

Delírios em tempos de cólera fascista

Por Jeferson Miola

Os tempos que correm são de violência desferida contra a democracia, a ordem jurídica e o Estado Democrático de Direito. A ameaça de ruptura institucional através do golpe é tão assustadora quanto a narrativa que o banaliza e que naturaliza valores totalitários.

Nestes tempos coléricos, de grande exacerbação ideológica, o fanatismo, o ódio e a irracionalidade são propagados com perturbadora naturalidade. A razão é substituída pelo delírio, pela dislexia, por uma visão delirante e deturpada, em que crenças são forjadas para justificar o extermínio do outro – no caso, o extermínio do PT, do Lula, da Dilma.

Vídeo: Mirian Dutra responde a FHC

Barbosa e os capangas de Gilmar Mendes

domingo, 20 de março de 2016

“Pato Skaf” vai implodir a Fiesp!

Por Altamiro Borges

Já apelidado de “Pato Skaf”, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) resolveu transformar a sede que abriga a entidade na Avenida Paulista em quartel-general dos golpistas. O letreiro luminoso do suntuoso prédio já exibiu o slogan “Renúncia Já” e nos últimos dias passou a ser ainda mais direto: “Impeachment”. Na marcha organizada por grupelhos fascistas no último domingo (13), a associação patronal distribuiu balões e carregou um enorme boneco do “Pato” – a figura usada pelos sonegadores de impostos para criticar a carga tributária do país. Na sexta-feira (18), durante a manifestação contra o golpe, a sede abrigou a equipe da TV Globo. Durante a semana, a Fiesp ainda distribuiu filé mignon para os fascistas mirins que acamparam diante do seu prédio.

Gilmar Mendes devia ser expurgado do STF

Por Altamiro Borges

O tucano Gilmar Mendes, ex-assessor de FHC, parece estar decidido a incendiar o Brasil. Na última sexta-feira (18), logo após os gigantescos atos em defesa da democracia em todo o país, ele suspendeu arbitrariamente a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil da presidenta Dilma. A atitude intempestiva foi pura provocação. Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia sinalizado que cometeria o crime. “Imaginem que daqui a pouco a presidente da República decida nomear um desses empreiteiros presos em Curitiba como ministro de Transporte ou da Infraestrutura. Nós passamos a ter uma interferência muito grave no processo judicial”, ironizou. Gilmar Mendes, o mesmo que deu habeas corpus para o agiota Daniel Dantas e para o médico estuprador Roger Abdelmassih, insiste em tratar Lula como criminoso – mesmo sem o ex-presidente ter sido julgado ou condenado.

Paulinho da Força e a grana dos golpistas



Por Altamiro Borges

Jagunço da tropa de choque de Eduardo Cunha, o deputado federal Paulinho da Força é famoso por sua língua solta. Ele adora arrotar valentia! Sem precisar dos grampos ilegais da Polícia Federal, nesta semana ele foi flagrado em áudio que vazou na internet. Nele, o golpista afirma descaradamente que “tem muita gente pra financiar o impeachment” de Dilma. Quem seriam estes ricaços? Quais as suas motivações? No mesmo áudio, ele confirma o que todos já sabem, mas a mídia tenta esconder: “O impeachment só está acontecendo por causa do Eduardo Cunha”. Ao final, o deputado se mostra embriagado com a possibilidade do golpe ser concluído rapidamente. “Eu acho que até dia 5, dia 10 de abril, a Dilma está fora”.

Matarazzo deixa o PSDB e detona Doria

Por Altamiro Borges

A mídia oposicionista bem que tenta dar uma forcinha ao PSDB, concentrando toda sua artilharia na tática de “sangrar” Dilma e “matar” Lula. Mas os tucanos não ajudam. Sem projeto e sem rumo, eles vivem se bicando no ninho. Nesta sexta-feira (18), o vereador das “abotoaduras de ouro” Andrea Matarazzo anunciou seu desligamento da sigla e divulgou uma carta detonando o empresário-picareta João Doria, que agora é o candidato oficial da legenda para as eleições da prefeitura paulistana em outubro. O PSDB até tentou disfarçar o desastre, convidando o terceiro colocado nas prévias, o deputado Ricardo Tripoli, para participar do segundo turno neste domingo (20). Mas ele reagiu, dizendo que a consulta interna “é uma afronta”.

Ex-pateta da 'Veja" faz sua lista macabra

Por Altamiro Borges

Após levar um chute no traseiro da "Veja", que temia pela total perda da sua já pífia credibilidade, o pateta Rodrigo Constantino desembestou de vez. O maluco precisa ser urgentemente internado. Em texto postado em seu blog na quarta-feira (16), o autor do livro "Privatize Já" afirma que "eu não me importo de ser o McCarthy do Brasil" - o fascista responsável por prisões e mortes nos EUA - e exibe a sua lista macabra de jornalistas, artistas e intelectuais que são "cúmplices dessa quadrilha no poder".