Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:
Em 22 de setembro de 2016, o ex-ministro Guido Mantega viveu um pesadelo. Às 7 da manhã, ele acompanhava sua esposa, Eliane Berger, em internamento para cirurgia contra um câncer (ela faleceu 14 meses depois). Foi surpreendido por uma ordem de prisão preventiva, decretada pelo juiz Sérgio Moro. Voltou às pressas para casa, onde a Polícia Federal o aguardava desde às seis, acompanhada de uma multidão de repórteres. “Faz as malas, reúne as coisas”, disse o delegado que chefiava a operação. Horas depois, diante da repercussão negativa provocada pela brutalidade do ato, Moro revogou a prisão. Um único fato havia servido de pretexto para decretá-la. Preso alguns dias antes, o empresário Eike Batista dissera vagamente – sem jamais oficializar a declaração ou oferecer circunstâncias – que havia pago R$ 5 milhões a Mantega, para obter vantagens do governo federal.