quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Haddad amplia apoios sindicais

Foto: Ricardo Stuckert
Do site da Agência Sindical:

Direções das centrais CUT, Força, CTB, Nova Central, CSB e Intersindical reuniram-se nesta tarde (10) em São Paulo, com Fernando Haddad e Manuela Dávila, a fim de debater o segundo turno e reforçar a pauta trabalhista no debate eleitoral.

Além das discussões sobre os meios de massificar as propostas do campo popular, em contraponto à agenda neoliberal e autoritária de Bolsonaro, os sindicalistas entregaram Carta ao candidato petista. O documento - “Por que a classe trabalhadora deve eleger Haddad” - defende a democracia, os direitos trabalhistas e a soberania nacional.

Três semanas para interromper um funeral

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

1. É nas grandes derrotas que se enxergam os problemas ocultados por “sucessos” ilusórios; e que se abre caminho para o novo. As dimensões do retrocesso de ontem, primeiro turno das eleições gerais, dificilmente poderiam ser mais dramáticas. O circo de horrores que já é o Congresso Nacional será piorado por uma bancada de extrema-direita. O antes pequenino PSL, de Bolsonaro, passará de 7 para 51 deputados. Expoentes da arrogância desvairada, como os irmãos Bolsonaro e a advogada Janaína Paschoal, Kim Kataguiri e Alexandre Frota receberam enxurradas de votos, enquanto Eduardo Suplicy, Dilma Rousseff e Lindberg Farias naufragaram. Exceto no Nordeste, a boia de salvação que evitou uma catástrofe, o que se chama até agora de “esquerda” não governará estado algum. O PCdoB e a Rede, ficaram abaixo da cláusula de barreira e perderão acesso à TV e recursos do Fundo Partidário. E no entanto, o pior não se deu. Depois de ter perdido por um tris a chance de eleger-se presidente no primeiro turno, Jair Bolsonaro estava abatido e soturno ontem à noite, ao gravar um pronunciamento a seus eleitores. Serão 21 dias de enorme tensão, mas derrotá-lo é possível, porque os resultados de ontem são uma aberração, fruto de três erros grosseiros que é possível corrigir. Reparar estes equívocos – na prática, com determinação e em curtíssimo prazo – será tarefa dificílima. Mas é a única alternativa e, se concretizada com sucesso, permitirá trocar um funeral pelas chances de reinvenção da esquerda.

PSDB termina sem voto e também sem honra

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O espetáculo não podia ser mais deprimente.

O PSDB de São Paulo – vale dizer, o PSDB nacional, porque a seção paulista sempre foi a cabeça do partido – viveu uma troca de ofensas, gravada e publicada, com acusações de traição e falsidade a João Doria.

Doria, depois de ter mandado um aliado pedir a renúncia de Alckmin da presidência do partido, fez queixas sobre a distribuição do Fundo Partidário, insinuando que Alckmin gastou demais em sua campanha e deu-lhe poucos recursos.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A usina de mentiras no universo bolsonariano

Judiciário e mentiras fortaleceram Bolsonaro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Apos anos penando com uma grave crise econômica e política, o país chega ao fim do primeiro turno da eleição presidencial mais violenta da história da nova república. Facada, tiros, mentiras em proporções inimagináveis e um completo desrespeito às leis marcaram o período de campanha eleitoral. O Brasil virou um faroeste.

As urnas confirmaram as pesquisas que colocavam Bolsonaro e Haddad no segundo turno. Qualquer que seja o resultado final, a certeza é de que tempos ainda mais sombrios estão por vir. Bolsonaro passou a campanha inteira avisando que não aceitaria qualquer resultado que não fosse a sua vitória. Aceitar a derrota nas urnas é um pressuposto elementar da democracia, algo que Bolsonaro sempre fez questão de desprezar. Caso seja vitorioso, bem, não precisa ser vidente para saber como serão as coisas. As pistas foram dadas por sua campanha. Será um governo trágico sob qualquer ponto de vista de qualquer democrata.

Globo está no “mato sem cachorro”

Por Arnaldo César, no blog de Marcelo Auler:

Adesista de primeira hora, as Organizações Globo (o maior conglomerado de mídia do continente Sul Americano) ficou no mato sem cachorro, depois do vendaval de conservadorismo que açoitou o País, no último domingo (07/10).

Como se sabe, o candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o preferido dos eleitores da extrema direita brasileira, antes mesmo dos resultados do primeiro turno trocou de mal com as empresas da família Marinho.

Mercurial como ele só, preferiu se acoitar no regaço do arquibilionário bispo Edir Macedo, o comandante em chefe da Igreja Universal do Reino de Deus e dono absoluto da Rede Record de Televisão.

TV britânica detona Bolsonaro

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Liberalismo e fascismo: afinidades eletivas

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Se fascismo e liberalismo não são iguais, tão pouco existe entre eles uma muralha intransponível. Diria mesmo que existem mais pontos de convergência do que sonha a nossa vã filosofia. Foi na América Latina que o conluio liberalismo e fascismo tornou-se mais evidente. Os liberais constituíram-se em vanguarda ideológica e política da maior parte dos golpes militares ocorridos ao longo do século 20. Por aqui, em 1964, os muito liberais Estadão, Folha e UDN conclamaram abertamente a intervenção militar e aplaudiram a repressão que se seguiu à autodenominada “redentora”. O mesmo fenômeno se repetiu no Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai etc. O fenômeno voltou a se repetir no século 21.

Dá para virar no segundo turno

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

Os resultados do primeiro turno, embora chocantes para alguns, face ao crescimento de última hora da candidatura fascista, não chega a ser surpreendente, se levarmos em consideração alguns fatores básicos:

1) O principal candidato transformou-se em preso político e foi impedido de concorrer e de falar.

De fato, caso Lula pudesse ter concorrido, como exigiu a ONU, a eleição já poderia ter sido definida em primeiro turno, a favor do PT. Lula, nas últimas pesquisas tinha cerca de 44% das intenções voto. Com ele na disputa, Bolsonaro não passava dos 20%. Lula poderia ter facilmente ganhado a eleição em primeiro turno, “puxando” consigo muitos candidatos a outros cargos eletivos. A situação seria hoje completamente diferente. O Judiciário, dessa forma, deu contribuição inestimável para ascensão do fascismo no Brasil.

Filho acusa Frota, o queridinho de Bolsonaro

Do site Jornalistas Livres:

Filho de Alexandre Frota, Mayã Frota, de 18 anos, chama o pai, eleito deputado federal por São Paulo, com 153 mil votos, de “ex-ator pornô e ex-viciado em cocaína”, além de acusá-lo em uma série de posts no twitter de não pagar a pensão alimentícia requerida na Justiça. Por fim, Mayã sugere também que o pai queria que ele fosse abortado.


Frente ampla para derrotar o fascismo

Por Jeferson Miola, em seu blog:

É preciso evitar o impressionismo para analisar o resultado do primeiro turno. É certo que o desempenho da direita foi impressionante, e trouxe surpresas com a eleição de figuras marcadamente identificadas com o bolsonarismo, além de outros fenômenos que devem ser criteriosamente apurados no seu momento próprio.

O resultado do primeiro turno repetiu, em termos matemáticos, o cenário observado nas últimas semanas de ataques brutais contra Haddad e da campanha fascista, integrada inclusive pelo stf, que instaurou a censura e suprimiu a liberdade de expressão para silenciar Lula e não permitir que sua pregação a favor de Haddad chegasse ao povo.

Haddad lidera a luta democrática

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O segundo turno da campanha de 2018 começa com uma constatação desoladora. Na sete eleições realizadas pelo sistema de dois turnos, que passou a funcionar em 1989, após a democratização, as viradas nunca ocorreram. Ainda assim, é possível pensar numa vitória de Fernando Haddad, vencido no primeiro turno por Jair Bolsonaro por uma diferença de 46,7% dos votos contra 28,3%.

Em pelo menos duas ocasiões, o segundo classificado na primeira fase esteve próximo de mudar o jogo. Uma dessas ocasiões tem pouco a ensinar para a campanha de 2018, pois não guarda a menor semelhança com o imenso esforço de resistência democrática que o país irá realizar a partir desta segunda-feira para impedir a vitória de uma candidatura ruinosa como Jair Bolsonaro.

Virar o jogo para salvar país do fascismo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“O PT tem o dever, tem uma responsabilidade com o país e com o povo brasileiro de não deixar que ele [Jair Bolsonaro] vença as eleições mentindo para o povo. Isso é o triste, porque ele induz a população a erro ao mentir, ao ter uma máquina de mentiras. Estamos firmes, com muita determinação de fazer essa campanha e conclamando todos aqueles que lutaram pela democracia – e que sabem o valor que tem a democracia para o povo e para o futuro do Brasil–, pelos nossos direitos e pela nossa soberania que venham juntos nessa luta. Temos certeza de que podemos, sim, ganhar essa eleição, virar esse jogo e salvar o Brasil do fascismo”.

sábado, 6 de outubro de 2018

Bolsonaro teme 2º turno igual o diabo à cruz

Editorial do site Vermelho:

O grau de complexidade dessas eleições exige um debate amplo e profundo. O segundo turno, para o qual está empenhado o elenco das forças progressistas, é que poderá explicitar ao eleitorado as consequências do desenlace da polarização Haddad versus Bolsonaro.

Infelizmente, isso não foi possível no primeiro turno pela convalescência do candidato fascista Jair Bolsonaro, pela fuga no debate da Globo, e pelas limitações do formato da campanha eleitoral. No possível segundo turno, ele não poderá usar o artifício da fuga e se insistir nessa tática perderá força.

Bolsonaro bate à porta

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O Brasil está diante de uma das mais importantes disputas eleitorais ocorridas na história republicana. Mais uma vez, o destino do País está verdadeiramente em jogo. A democracia, já incomodada de qualquer modo, pode decidir.

Nascida nos quartéis, a República sempre se viu às voltas com os militares. Parece um vício. Remeta-se, como exemplo, a Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do País. A comprovação da interferência do Exército tem sido feita com votos nas urnas ou, com frequência, com um chute na porta. Assim é a “democracia tropical”.

A mulher e a democracia

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Em nosso país não é possível fazer política social sem considerar que a mulher é referência das famílias brasileiras, pois as mães acolhem, protegem, incentivam, amparam e, em muitos casos, são as verdadeiras provedoras. Isso ocorre nas famílias chefiadas por uma mulher e também naquelas famílias tradicionais.

Sabemos que 40,5% das famílias, hoje, são dirigidas por uma mulher. Mas não é apenas por isso que afirmamos que as mulheres têm papel fundamental na sociedade e nas políticas sociais. Elas, como mães e avós, ocupam esse papel porque é esta a realidade das famílias e da nossa sociedade.

O enfrentamento sangrento no segundo turno

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Faltavam elementos para garantir, ontem, se foi contida ou foi mantida, com maior ou menor força, a onda que empurrou o candidato Bolsonaro para 35% dos votos totais (ou 39% dos válidos) na pesquisa Datafolha de quinta-feira.

Só com grande empurrão da onda ele poderia saltar 11 pontos percentuais para vencer amanhã. Embora isso não seja impossível, é menos provável. E assim, o que se deve esperar agora é um segundo turno sangrento.

Para Mauro Paulino, diretor do Datafolha, o salto não é impossível porque, apesar de a taxa de cristalização do voto já superar os 70% (eleitores que não mudarão o voto), 25% deles ainda admitem fazê-lo.

Mídia trata como natural o candidato fascista

Algumas sandices da eleição brasileira

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Depois que até a vetusta vestal do liberalismo, The Economist, qualificou Bolsonaro como o maior perigo para a América Latina, o número de publicações europeias anti-ele cresceu. Recentemente mesmo publicações de alcance regional, como Die Rheinpfalz, do sudoeste alemão, deram espaço para críticas ao ex-capitão. E a histórica manifestação de domingo passado no Brasil e pelo mundo afora, puxada pelas mulheres, teve uma boa cobertura internacional em veículos como Der Spiegel, além de outros. Editorial do The Guardian de ontem, quinta, critica veementemente Bolsonaro.

Política e a trivialização do evangelho

Por Antonio Carlos da Costa, no site Jornalistas Livres:

Segmentos da igreja evangélica decidiram priorizar como causa a derrubada de um partido político, que fez um estrago na nossa nação. Para isso, entretanto, fizeram associação acrítica do cristianismo a pauta política que contraria os princípios morais mais basilares ensinados pelo Novo Testamento.

Quem é o candidato que a igreja apoia? Alguém que faz elogio desinibido a regime de exceção. Em seu currículo, constam declarações que vão de encontro ao processo civilizatório, e que ameaçam nossos valores mais caros: “uma arma de fogo em cada lar brasileiro”, “temos de terminar o que o regime militar não fez, matar mais uns 30 mil, a começar pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, “eu colocaria fulano no pau de arara”, “você sabe que eu sou a favor da tortura”, “em memória do coronel Ustra” (torturador do regime militar), “eu não te estupraria”, declarou ao se dirigir a uma parlamentar; “eu usava aquele apartamento para comer gente”, disse numa entrevista ao ser perguntado sobre uso que fazia de verba pública.