A eleição de Jair Bolsonaro foi um protesto da população brasileira. Um protesto financiado e produzido pela elite colonizada e sua imprensa venal, mas, ainda assim, um “protesto”. Uma sociedade empobrecida – cheia de desempregados, de miseráveis e violência endêmica, cujas causas, segundo a elite e a grande imprensa que a mantém, é apenas a “corrupção política” – elege o mais nefasto político que os 500 anos de história brasileira já produziu. Segundo a imprensa comprada, a corrupção é, inclusive, culpa do PT e de Lula manipulando a informação e criando uma guerra entre os pobres. Sem compreender o que acontece, a sociedade como um todo é manipulada e passa a agir contra seus melhores interesses.
quinta-feira, 9 de maio de 2019
Bolsonaro: uma queda anunciada
Por Thiago Celli Moreira de Araújo, na revista CartaCapital:
No curso dos últimos meses, rios de tinta já foram despejados em críticas ao atual governo, de sorte que esforços análogos de minha parte representariam, quando muito, apenas mais uma gota d’água em favor desta significativa corrente de resistência, o que penso ser, por ora, dispensável. O desastre estava prometido, mas infelizmente não conseguimos evitá-lo por razões as mais variadas, sobre as quais não me deterei.
Estamos diante de um fato: uma parcela significativa da sociedade brasileira depositou o seu voto em favor de um candidato que se propôs a “acabar com tudo isso que tá aí”. Dito e feito, mas não como sonhavam os otimistas.
No curso dos últimos meses, rios de tinta já foram despejados em críticas ao atual governo, de sorte que esforços análogos de minha parte representariam, quando muito, apenas mais uma gota d’água em favor desta significativa corrente de resistência, o que penso ser, por ora, dispensável. O desastre estava prometido, mas infelizmente não conseguimos evitá-lo por razões as mais variadas, sobre as quais não me deterei.
Estamos diante de um fato: uma parcela significativa da sociedade brasileira depositou o seu voto em favor de um candidato que se propôs a “acabar com tudo isso que tá aí”. Dito e feito, mas não como sonhavam os otimistas.
A resistência ao cerco fascista à cultura
"O cerco fascista à cultura", imposto pelo governo de Jair Bolsonaro, foi tema de debate na noite desta terça-feira (7) no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. “O governo é aloprado, mas suas ações são contundentes e diárias, no sentido de desmonte, a ponto de não conseguirmos absorver tudo”, disse o ator Sérgio Mamberti.
Mamberti defende que todos os setores da sociedade comprometidos com a cultura criem juntos “uma estratégia de resistência” contra a "asfixia". Participaram do debate também o produtor cultural Tadeu di Pietro e a cineasta Eliane Caffé.
A guerra na Venezuela já está curso
Charge: Antonio Rodríguez/Rebelión |
A grande pergunta que todos se fazem no momento é se haverá ou não uma guerra na Venezuela.
Bom, em primeiro lugar, é preciso considerar que os EUA já estão em guerra com a Venezuela.
Uma guerra híbrida, não-convencional, mas uma guerra.
Os EUA estão fazendo de tudo na Venezuela.
Além do embargo comercial e financeiro, que já ocasionou a morte de pelo menos 40 mil pessoas, confiscaram ouro e outros ativos da Venezuela no exterior, promoveram atos de sabotagem que levaram a apagões, instituíram um títere ridículo (Guaidó) para tentar derrubar Maduro mediante um golpe, articularam o isolamento diplomático e político do nosso vizinho, fazem pressão para que os militares abandonem o governo constitucional, promovem uma grande campanha de desinformação sobre a Venezuela para criminalizar Maduro e o regime bolivariano, etc. etc.
Bolsonaro começa a armar suas milícias
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
No jornal O Globo, a nua e crua realidade do que foi assinado ontem por Jair Bolsonaro: são mais 1 milhão de pessoas autorizadas a carregar armas nas ruas e estradas do país.
Criou-se até a figura do “trabuco privilegiado”, para deputados, senadores e até vereadores poderem carregar seus “argumentos” na cintura. Como o Brasil tem 5.570 municípios, calcule aí quantas dezenas de milhares…
Só de caminhoneiros são pelo menos 500 mil.
No jornal O Globo, a nua e crua realidade do que foi assinado ontem por Jair Bolsonaro: são mais 1 milhão de pessoas autorizadas a carregar armas nas ruas e estradas do país.
Criou-se até a figura do “trabuco privilegiado”, para deputados, senadores e até vereadores poderem carregar seus “argumentos” na cintura. Como o Brasil tem 5.570 municípios, calcule aí quantas dezenas de milhares…
Só de caminhoneiros são pelo menos 500 mil.
Bolsonaro faz do Brasil um clube de tiro
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A fotografia de deputados e senadores repetindo com as mãos o gesto estúpido de arminha [tal como o imbecil-mor] e gargalhando como hienas excitadas, dispensa qualquer legenda.
A malta de apoiadores do governo celebrava a assinatura do Decreto abjeto que liberaliza a posse, o porte, a compra e a importação de armas e armamentos.
Os bolsonaristas celebravam, enfim, a medida que assegura os meios para poderem exercer, na plenitude, a licença para matar concedida por Moro e Bolsonaro.
A fotografia de deputados e senadores repetindo com as mãos o gesto estúpido de arminha [tal como o imbecil-mor] e gargalhando como hienas excitadas, dispensa qualquer legenda.
A malta de apoiadores do governo celebrava a assinatura do Decreto abjeto que liberaliza a posse, o porte, a compra e a importação de armas e armamentos.
Os bolsonaristas celebravam, enfim, a medida que assegura os meios para poderem exercer, na plenitude, a licença para matar concedida por Moro e Bolsonaro.
quarta-feira, 8 de maio de 2019
Mídia esconde crimes dos EUA na Venezuela
Por Laura Capriglione, no site Jornalistas Livres:
A Folha de S.Paulo, a Globo, a Veja e toda a grande imprensa brasileira têm alguns acordos: são favoráveis à reforma da Previdência, contra os direitos trabalhistas e odeiam a Revolução Bolivariana - apoiam e justificam todo e qualquer ataque de Donald Trump e Jair Bolsonaro ao governo do presidente Nicolás Maduro, sob o argumento de que ele é um bandido corrupto.
Mas o Centro para a Pesquisa Econômica e Política (CEPR), criado em 1999 pelos economistas Dean Baker e Mark Weisbrot, em cujo conselho estão Robert Solow e Joseph Stiglitz, economistas laureados com o Prêmio Nobel, assegura que, nessa história, o papel dos EUA é o de bandido. As sanções econômicas impostas à Venezuela pelos Estados Unidos já custaram mais de 40.000 vidas, desde agosto de 2017.
Bolsonaro ataca generais e universidades
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Ao tomar posse, Bolsonaro não tinha um programa de governo, mas uma lista de vinganças, como escrevi aqui dias atrás.
Em sua ofensiva mais ousada e temerária até agora, na terça-feira o capitão reformado partiu para cima dos generais que o expulsaram do Exército, por atos de indisciplina, quando era um desconhecido tenente de 33 anos.
Numa só tacada, logo cedo o presidente se colocou claramente ao lado de Olavo de Carvalho, o autoproclamado “ideólogo” da família Bolsonaro e, na hora do almoço, no QG do Exército, comunicou aos generais que vai cortar 44% do orçamento das Forças Armadas.
Bolsonaro humilha e silencia os militares
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Como acontece em momentos decisivos, a reconstituição dos fatos mais relevantes ocorridos nos últimos dias parece indispensável para se tentar imaginar o futuro próximo.
Atingido por um ataque ofensivo de Olavo de Carvalho, a resposta do general Villas Boas ao guru da Virgínia não foi apenas excêntrica. Revelou a impotência de uma autoridade que, sem forças para dar uma resposta à altura no plano político e até moral, preferiu refugiar-se numa postura artificial de superioridade intelectual, de quem não irá rebaixar-se para debater com um tipo desqualificado.
Como acontece em momentos decisivos, a reconstituição dos fatos mais relevantes ocorridos nos últimos dias parece indispensável para se tentar imaginar o futuro próximo.
Atingido por um ataque ofensivo de Olavo de Carvalho, a resposta do general Villas Boas ao guru da Virgínia não foi apenas excêntrica. Revelou a impotência de uma autoridade que, sem forças para dar uma resposta à altura no plano político e até moral, preferiu refugiar-se numa postura artificial de superioridade intelectual, de quem não irá rebaixar-se para debater com um tipo desqualificado.
Nós não somos vira-latas, ministro!
Por Flávia Calé, no site Direto da Ciência:
Na sabatina do ministro Abraham Weintraub ontem, terça-feira (7), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, ficou evidente seu despreparo para comandar uma das pastas mais importantes da República. Demonstrou desconhecimento dos desafios da educação brasileira e, pelo que se viu, sua missão se resume a fazer do ministério um instrumento de chantagem com a sociedade pela aprovação da Reforma da Previdência.
Na sabatina do ministro Abraham Weintraub ontem, terça-feira (7), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, ficou evidente seu despreparo para comandar uma das pastas mais importantes da República. Demonstrou desconhecimento dos desafios da educação brasileira e, pelo que se viu, sua missão se resume a fazer do ministério um instrumento de chantagem com a sociedade pela aprovação da Reforma da Previdência.
Olavistas e militares desencadeiam nova crise
A hashtag #ForaSantosCruz foi um dos assuntos mais comentados no Twitter neste fim de semana. O movimento reflete a crise entre olavistas e militares que se acentua desde o mês passado, depois que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, criticou o uso das redes sociais por parte do governo, pedindo mais cuidado com seu uso.
O jogo sujo na CPI da USP, Unicamp e Unesp
Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira Foto: Marcos Santos/USP Imagens |
Deputados de oposição vão lançar nesta quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma frente parlamentar em defesa das universidades públicas estaduais. Na data está marcada a segunda reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as contas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A frente parlamentar foi convocada pela deputada Beth Sahão (PT) e é uma resposta ao projeto de autoria de Wellington Moura (PRB), parlamentar da base de governo de João Doria (PSDB). A comissão foi instaurada no final de abril.
A frente parlamentar foi convocada pela deputada Beth Sahão (PT) e é uma resposta ao projeto de autoria de Wellington Moura (PRB), parlamentar da base de governo de João Doria (PSDB). A comissão foi instaurada no final de abril.
A tradição autoritária dos nossos liberais
Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:
Como qualquer grande ideologia política, religiosa ou moral, o liberalismo é plástico o suficiente para ser usado por aproveitadores na defesa de princípios e políticas que são o exato oposto do pregado pelos grandes autores dessa ideologia.
No caso do Brasil, há uma longa tradição de liberais que usam de um suposto liberalismo para justificar toda sorte de ditaduras, de violações das liberdades individuais, desprezo pelos direitos humanos, de ojeriza aos pobres.
No caso do Brasil, há uma longa tradição de liberais que usam de um suposto liberalismo para justificar toda sorte de ditaduras, de violações das liberdades individuais, desprezo pelos direitos humanos, de ojeriza aos pobres.
Os refugiados e o refúgio na arte
Por Beatriz Brandão, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Das manchetes de jornais e dos dados estatísticos, a situação dos migrantes e refugiados passou com mais força aos palcos de teatro, filmes renomados e até novelas de TV. Tornou-se corrente a produção sobre eles, a reconstrução de seus dramas e a expressão de suas biografias em arte. No entanto, há um hiato entre a ruptura e a integração em que essa produção deixa de ser somente sobre eles e passa a ter mobilização artística com eles. Como forma de interação social, o refúgio se torna tema artístico e os migrantes se refugiam na arte numa dramatização da realidade de suas trajetórias.
Ataque à ciência ameaça soberania nacional
Ministro Marcos Pontes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Quatro presidentes de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência divulgaram carta aberta em que afirmam que “as atuais diretrizes de Governo para Ciência e Tecnologia comprometem gravemente o desenvolvimento nacional, o bem público, o progresso da ciência e a defesa da soberania nacional”.
Assinado por Ennio Candotti, Otavio Guilherme Velho, Sergio Machado Rezende e Sergio Mascarenhas, o documento é endereçado ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Marcos Pontes.
O documento diz também:
Jornalista quer respeito, não armas!
Do site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj):
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade de representação nacional da categoria, que congrega os Sindicatos de Jornalistas do país, vem a público reafirmar sua posição de defesa do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22/12/2003), aprovado após amplo debate nacional. A Fenaj considera inadequada sua alteração por decreto, sem o devido e necessário debate democrático. O Poder Executivo não pode agir autocraticamente, usurpando competência do Poder Legislativo de aprovar e alterar leis.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade de representação nacional da categoria, que congrega os Sindicatos de Jornalistas do país, vem a público reafirmar sua posição de defesa do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22/12/2003), aprovado após amplo debate nacional. A Fenaj considera inadequada sua alteração por decreto, sem o devido e necessário debate democrático. O Poder Executivo não pode agir autocraticamente, usurpando competência do Poder Legislativo de aprovar e alterar leis.
A hipótese fujimorista de Bolsonaro
Por Breno Altman, no site Opera Mundi:
No dia 5 de abril de 1992, o então presidente do Peru, Alberto Fujimori, dissolveu o Parlamento e interveio no Poder Judiciário, com o apoio decisivo das Forças Armadas. Proclamou um “governo de emergência e reconstrução nacional”, assumindo praticamente o controle de todos os poderes estatais.
Pressionado a oferecer alguma solução futura, convocou eleições para um Congresso Constituinte, que se realizariam sete meses depois do autogolpe. O Parlamento ordinário seria reinstituído em 1995, no curso de eleições gerais que reconduziriam Fujimori à Presidência.
Além de estar às voltas com a insurgência guerrilheira, Fujimori não tinha maioria parlamentar para aprovar medidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional, que supostamente ajudariam a sanear uma economia imersa em um combo de estagnação e hiperinflação.
Pressionado a oferecer alguma solução futura, convocou eleições para um Congresso Constituinte, que se realizariam sete meses depois do autogolpe. O Parlamento ordinário seria reinstituído em 1995, no curso de eleições gerais que reconduziriam Fujimori à Presidência.
Além de estar às voltas com a insurgência guerrilheira, Fujimori não tinha maioria parlamentar para aprovar medidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional, que supostamente ajudariam a sanear uma economia imersa em um combo de estagnação e hiperinflação.
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