terça-feira, 4 de junho de 2019

Mídia sabota e censura Festival Lula Livre

Mídia no mundo vê Bolsonaro

Neymar pode ser inocente, mas Datena não

Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:

No caso da brasileira que acusa Neymar de estupro, não há dúvida de que houve uma violação. E ele foi cometida pelo jornalista José Luiz Datena, do Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.

Não se está falando sobre as violações previstas no Código Penal, mas nas condutas éticas. Datena ouviu o pai de Neymar e deu o seu veredito: a moça é culpada.

E ali mesmo, no tribunal da mídia que ele comanda sem ter que dar satisfação a ninguém, decidiu aplicar a pena: o linchamento da mulher.

Divulgou o seu nome duas vezes, apesar do boletim de ocorrência registrado por ela omitir a identificação, de acordo com o que prevê uma medida do Tribunal de Justiça de São Paulo, o provimento 32/2000, que estabelece:

Neymar Jr e a presunção da inocência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde 34% da população carcerária é formada por cidadãos presos sem sentença judicial, convém tomar cautelas redobradas diante da acusação de estupro contra o Neymar Jr.

Com todos os defeitos que se possa apontar no comportamento de Neymar Jr, dentro e fora do campo, não se trata, aqui, de promover um juízo de caráter ou de formação moral.

Ele deverá ser condenado ou absolvido com base em fatos e provas - num caso ainda nebuloso, em fase rudimentar de investigação, que ainda apresenta contradições e incoerências.

Neste momento, não se pode negar a Neymar Jr o direito à presunção da inocência. Trata-se de uma conquista essencial da evolução humana, garantia da dignidade da pessoa contra abusos do Estado e preconceitos que circulam pela sociedade, prevista no inciso LVII do artigo 5o. da Constituição brasileira, tão atual na presente conjuntura.

Seminário debate o futuro do jornalismo

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT/ECA-USP) promove no dia 25/6 (terça-feira), das 9h às 18h, o seminário “Ainda é possível falar em jornalismo?”. A iniciativa, que tem entrada franca e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), será realizada na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), que fica na Avenida Professor Lúcio Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo/SP.

Extremismo de direita é um projeto global

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Que Bolsonaro é um trapalhão despreparado todo mundo sabe. Mas o que muita gente ainda não aceita é que existe um projeto global por trás de seu governo, extremamente bem organizado, do qual ele é só a ferramenta útil. Querem ver o exemplo da semana passada? Se liguem no que rolou na Itália.

Pano de fundo: Matteo Salvini, ministro do Interior (espécie de Casa Civil do país), é o premier de fato. Ele faz parte da Lega Nord, um partido que faz populismo com racismo e xenofobia, demonizando “comunistas” e minorias em geral. Seu principal projeto: uma lei chamada “Decreto Sicurezza”, espécie de “lei anti-crime” do Moro. Basicamente uma lei jogando pra torcida, com ações inócuas e midiáticas. Soa familiar, não?

Ernesto Araújo é o 'louco na casa do sogro'

Por Jeferson Miola, em seu blog:                       

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães foi Secretário-Geral do Itamaraty. E um dos artífices da política externa altiva e ativa do presidente Lula ao lado de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia.

Samuel é um intelectual profundamente implicado com o encontro do Brasil com seu destino como nação soberana, justa, democrática e igualitária. Sua obra, sua carreira e seus estudos são dedicados a isso.

Na lúcida [e não menos irritada] entrevista que concedeu ao site The Intercept Brasil [ler aqui], Samuel transparece um sentimento impaciente e indócil – comportamento absolutamente estranho a um diplomata experiente como ele – com os rumos catastróficos dados ao Brasil pela extrema-direita.

30M deu mais ânimo para a greve geral

Por Isadora Morena e Kennet Anderson, no jornal Brasil de Fato:

Integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile entende que os principais impactados pelos cortes na educação serão os residentes no campo. Para ele, o atual governo não tem compromisso com nenhum nível da educação pública brasileira. Por isso, iniciativas como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) são alvos prioritários.

O risco do apagão estatístico no Brasil

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil enfrenta um risco de apagão estatístico com cortes no Censo de 2020. O Censo, pesquisa realizada a cada dez anos no país, fornece informações importantes que não são obtidas em registros administrativos e que balizam a formulação de políticas públicas não só no âmbito federal, mas também estadual e municipal.

Cortes na Educação e o ministro-pateta

Por Felipe Calabrez, no site Outras Palavras:

Os “contingenciamentos” (bloqueio da verba discricionária, aquela que o Executivo pode cortar na canetada) é bola cantada. Em dezembro de 2016, o governo Temer conseguiu aproveitar a forte base de apoio parlamentar (a bancada do “Sim, pela minha família”) e aprovar no atropelo a Emenda Constitucional 95 (EC-95), que consistia em inserir uma regra fiscal na Constituição (uma excentricidade brasileira) que proibia um aumento dos gastos primários acima do gasto do ano anterior corrigido pela inflação. Vale lembrar que fizeram isso já com a arrecadação lá em baixo.

Bolsonaro arrastou o Brasil para o atoleiro

Editorial do site Vermelho:

Pode-se dizer que o primeiro PIB de Bolsonaro é um legítimo subproduto da restauração do modelo econômico que ficou bem conhecido na América Latina nos anos 1990, um vistoso resultado das utopias neoliberais. Os 0,2% negativos no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o resultado mais concreto da coalização que se mobilizou para promover o impeachment golpista de 2016 e, em consequência, a vitória da extrema direita nas eleições presidenciais de 2018.

Cenas de uma cidade morta em um país falido

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Vinha andando pela minha rua no final da tarde desta segunda-feira cinzenta em São Paulo, quando comecei a reparar na paisagem humana e nas lojas do caminho.

Sem pressa, sentei na varanda de um café, depois fiz vários pit-stop nos bancos espalhados pelas calçadas, para tentar descobrir o que estava acontecendo com aquela gente triste.

Nas lojas vazias, vendedores bocejavam debruçados sobre o balcão, não vendo chegar a hora de ir embora.

No salão onde fui cuidar dos velhos pés maltratados, era o único freguês.

Guedes e Moro, as âncoras levadas pelo vento

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a impaciência e a economia

O nível de paciência da opinião pública com o governante é diretamente proporcional ao bem-estar econômico. Com a economia indo bem, há paciência até com governantes ligados a milícias. Com a economia indo mal, nem Dom Pedro 2º resistiu.

Com suas pirações, Bolsonaro gastou mais cedo do que se esperava o bônus de início de mandato. Além disso, as consideradas duas âncoras do seu governo – os Ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro – se mostraram despossuídos de qualquer peso político.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Mídia tenta esconder Festival Lula Livre

Praça da República, São Paulo/SP. Foto: Ricardo Stuckert
Por Altamiro Borges

Nem a chuva chata e incessante reduziu a energia e a alegria dos milhares de participantes no domingo (2) do Festival Lula Livre. Segundo os organizadores, cerca de 80 mil pessoas passaram pela Praça da República, no centro de São Paulo, para manifestar seu repúdio à prisão arbitrária do ex-presidente e contra os abusos de poder da midiática operação Lava-Jato.

No meio daquela multidão encharcada era fácil verificar que a maioria era constituída de jovens – que cantarolaram inúmeras músicas e gritaram palavras de ordem em defesa da libertação de Lula e contra o “capetão” Jair Bolsonaro. Artistas de renome exibiram suas canções e sua arte de forma generosa e solidária. O festival foi belíssimo, emocionante.

Militares avalizam a liquidação do Brasil

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

No mundo desenvolvido e nas nações medianamente civilizadas, os militares cumprem em geral um papel de protetores da fronteira. No Brasil, desde a Proclamação da República, as Forças Armadas exercem, com mais ou menos intensidade, o protagonismo na vida política. Fuzis sempre apontados em direção à nuca dos civis, os fardados pairam como uma ameaça, enquanto fingem ser os garantidores da ordem institucional. Não é diferente agora. Com mais de 100 representantes aboletados nos ministérios e autarquias, os generais são a força mais visível a sustentar no poder um presidente desprovido de ideias e pudor. Há uma agravante. Em troca das sinecuras associadas ao poder, o comando joga na lata de lixo os compromissos com a defesa da soberania e do patrimônio nacional.

O PIB caranguejo de Bolsonaro e Guedes


No primeiro trimestre do atual governo, o Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas do país, recuou 0,2% em relação ao último período de 2018, segundo informou o IBGE na manhã desta quinta-feira (30). Foi o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o final de 2016. Em relação aos três primeiros meses do ano passado, houve crescimento de 0,5%. Em 12 meses, sobe 0,9%, mostrando perda de ritmo – que já não era muito acelerado nos trimestres anteriores. De acordo com o instituto, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.

"A esquerda começa a sair das cordas"

Festival Lula Livre pela liberdade e pela democracia
Praça da República, São Paulo/SP, 02/6/19
Foto: Ricardo Stuckert
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Bolsonaro já está perdendo apoio e popularidade. Esses primeiros meses serviram para destronar o mito. Quando tinha o mito, as pessoas não tinham ouvido aberto para conversar contigo. As pessoas iam naquela onda. Essa onda acabou. As pessoas no mínimo estão mais dispostas a escutar. Você começa a sentir uma mudança no clima nas periferias.”

É o que afirma Guilherme Boulos, líder nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em entrevista ao Tutaméia em que analisou a atual situação do país e comentou perspectivas para a esquerda (veja a íntegra no vídeo).

A esperança nos pés da juventude

Por José Raimundo Trindade, no site Carta Maior:

Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver (...)
(Milton Nascimento/Fernando Brant, Coração Civil)


As manifestações desta quinta (30/05) foram surpreendentes, superando em número de pessoas nas ruas às manifestações anteriores de 15/05. Em Belém do Pará a manifestação tinha mais de setenta mil pessoas, estabelecendo um panorama que há muito não se via. Em duas semanas mais de 150 mil jovens se mobilizaram e fez às ruas de Belém trepidar, ouvindo-se o roncador ruidoso das vozes juvenis estalando num uníssono: “NÃO MEXA COM A EDUCAÇÃO PÚBLICA, LUGAR DE MILICIANO É NA PRISÃO”!

Velha mídia está moribunda, viva a nova mídia

Por Evilazio Gonzaga, no blog Nocaute:

Estive em São Paulo visitando diversos portais que estão sendo pioneiros na configuração de uma nova etapa da mídia brasileira de notícias. Há várias iniciativas ocorrendo no Brasil e no mundo, a exemplo do The Intercept, que tem como editor o jornalista Glenn Greenwald, laureado com o Prêmio Pulitzer – o mais importante prêmio do jornalismo internacional outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical. É administrado pela Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.

Bolsonaro e a bomba-relógio do "Filho 01"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Juliana Dal Piva, em O Globo, publica hoje um extenso relato da vida da família Valle, da qual faz parte Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Não teriam interesse algum se a família Valle não tivesse nove parentes contratados no gabinete dele e de Flávio Bolsonaro, no período em que este foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.