segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Os sinais do fascismo na mídia corporativa

Por Laurindo Lalo Leal Filho, no site A terra é redonda:

Começo com uma citação. Mas não é de nenhum erudito. Diz o seguinte: “ela é uma histérica, ela é uma mal-amada. Vá fumar seu baseadinho lá na Suécia”. “Ela está precisando de um homem, de um macho ou de uma fêmea. Se ela não gosta de homem, que pegue uma mulher” [1]. O autor dessas belíssimas frases é o radialista Gustavo Negreiros, da rádio 96FM de Natal, no Rio Grande do Norte. Ele referia-se à ativista ambiental sueca Greta Thumberg, de 16 anos, que havia feito um discurso em defesa do meio ambiente na reunião da Cúpula do Clima, promovida pela ONU. Até o ano passado o autor dessas agressões verbais ocupava o cargo de Sub Secretário de Turismo do Estado. Por pressão dos patrocinadores da emissora foi demitido.

O ocaso de um general

Por Fernando Brito, em seu blog:

É triste e patética a entrevista do General Eduardo Villas Boas hoje, a O Globo.

Muito embora seu sofrimento físico desperte a natural simpatia de todas as pessoas de bons sentimentos, uma vez que ele decidiu não se retirar e manter-se em cargos e no debate político não pode, por aquela razão, estar imune a críticas e ao julgamento público, como qualquer integrante deste governo estaria.

A conversa já começa por uma situação que só o desejo de sugerir o uso do Exército pelo governo petista faz com que seja narrada: uma suposta “sondagem” sobre a decretação de um “estado de defesa” durante o impeachment, para suspender o direito de reunião e de manifestação.

Bolsonaro é uma via aberta para a ditadura

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Menosprezar ou folclorizar as constantes ameaças ditatoriais e os ataques do clã Bolsonaro e dos bolsonaristas ao pouco de ordem jurídica ainda vigente no Brasil é um erro histórico que poderá ter desdobramentos perigosos, de dimensões catastróficas.

Tanto a retórica como a prática inconstitucional e ilegal que evocam um regime ditatorial devem ser entendidas como de fato são: parte de um planejamento meticuloso para uma escalada autoritária de modo incremental, progressivo, até a implantação de uma ditadura no Brasil. Neste caso, uma ditadura bruta, sanguinária, fascista; dominada por facções milicianas.

Sobre as declarações do general Villas Bôas

Por Dilma Rousseff, em seu site:

As declarações do General Villas Bôas, em entrevista ao jornal O Globo, exigem dele uma atitude responsável e, para tanto, é necessário que:

1. Apresente os nomes dos “dois parlamentares de partidos de esquerda” que, segundo ele, “procuraram a assessoria parlamentar do Exército para sondar como receberíamos (o Exército sic) a decretação de um Estado de Emergência”. Se isso ocorreu é imprescindível o nome dos deputados pois que eles devem esclarecimentos ao País. Caso contrário, a responsabilidade cabe ao general e à sua assessoria parlamentar.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Guerra no laranjal: PSL expulsa Bia Kicis

Por Altamiro Borges

A guerra no laranjal da extrema-direita tupiniquim está cada dia mais divertida. Na quinta-feira (12), a direção do PSL – o partido de aluguel que garantiu legenda ao “capetão” – expulsou uma das bolsonaristas mais estridentes e patéticas, a deputada federal Bia Kicis, do Distrito Federal. Em documento obtido pela Folha, Luciano Bivar, presidente da sigla, acusou a parlamentar de cometer “grave infração ética” e de infringir a disciplina partidária, fazendo o jogo da “Aliança Pelo Brasil”, a nova legenda fascistoide criada pelo clã Bolsonaro.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Bolsonaro leva o prêmio “Fóssil do Ano”

Por Altamiro Borges

A imagem do Brasil no exterior se deteriora rapidamente por inúmeros motivos – desde o piriri verborrágico racista, machista e homofóbico de Jair Bolsonaro até as mancadas da “diplomacia olavista” em vários fóruns internacionais. Mas o que mais desgasta o país segue sendo a política ambiental destrutiva e irresponsável imposta pelo “capetão” e seu ministro das queimadas, Ricardo Salles. Nesta sexta-feira (13), o Brasil recebeu o vexatório prêmio de “Fóssil do Ano” no final da conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-25), em Madri.

A explosão da desigualdade social

A economia afunda no Brasil

Terraplanistas e monarquistas no governo

Reino Unido: razões do fracasso provisório

Jeremy Corbyn
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Uma oportunidade de dar novo sentido às revoltas populares que marcam 2019 e às frustrações com a política tradicional, que atravessam o mundo há anos, foi perdida ontem. Liderado por sua ala mais à direita e impulsionado pelo Brexit, o Partido Conservador venceu eleições cruciais e obteve folgada maioria no Parlamento (365 de 627 cadeiras) – mesmo alcançando menos da metade (43,6%) dos votos. O resultado frustrou, ao menos temporariamente, um processo que se iniciou há quatro anos, e tem grande significado para a esquerda em todo o mundo. Sob a liderança de Jeremy Corbyn, alcançada de modo surpreendente em 2015, o Partido Trabalhista transformou-se, multiplicou seu número de membros e reassumiu a busca de alternativas ao capitalismo. Sua vitória teria colocado em prática um programa de impulso aos serviços públicos e ampliação dos direitos sociais; de fortalecimento do Comum e combate ao poder das corporações e da oligarquia financeira; de redistribuição de riquezas combinada com preservação da natureza. Tudo isso, num país onde os fatos políticos têm enorme repercussão internacional.

Bolsonaro tem problemas cognitivos

A oposição corrupta da Venezuela

Saldo desastroso da política externa em 2019

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O encerramento da 25a conferência da ONU sobre o clima nesta sexta-feira 13 coroa uma sequência de acontecimentos capazes de resumir um ano de política externa do governo Bolsonaro. Um saldo que beira o desastre, a julgar pela conferência (COP 25), realizada em Madrid, pela 55a Cúpula do Mercosul, na gaúcha Bento Gonçalves, e pelos 70 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), festejados na cidade britânica de Watford.

Silvio Santos é denunciado por racismo

Da Rede Brasil Atual:

O apresentador de TV Silvio Santos, do SBT, foi denunciado nesta sexta-feira (13) por racismo no Ministério Público do Estado de São Paulo. A representação foi feita em decorrência da atuação do apresentador durante o quadro Quem Você Tira?, no dia 8. Cantoras disputavam a preferência do público interpretando a mesma canção, mas Silvio Santos desconsiderou o resultado da votação e entregou o prêmio em dinheiro para uma de suas escolhidas.

Moro conspira contra a Constituição

Do site Vermelho:

Sergio Moro, o ministro da Justiça, se mostra, dia a dia, menos ministro e mais militante político. Essa é a opinião dos juristas Lenio Streck, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Alberto Toron e Marco Aurélio de Carvalho, advogados integrantes do Grupo Prerrogativas. Em artigo no jornal Folha de S. Paulo, intitulado “A conspiração de Moro contra o Supremo Tribunal”, eles disseram que os elementos objetivos para isso não são recentes; na condição de juiz, Moro mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.

A decepção dos militares com Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

É grande a revolta dos praças e graduados das Forças Armadas - soldados, cabos, sargentos, sargentos e tenentes - com Jair Bolsonaro, em que votaram maciçamente e agora chamam de traidor, por conta do projeto de reforma da previdência miliar, que deve ser sancionado até a semana que vem.

A nova regra favorece a alta oficialidade em detrimento das baixas patentes, afora o aumento de cinco anos no tempo para aposentadoria.

Por outros motivos, é também grande, segundo fontes que ouvi, com acesso a militares graduados, a insatisfação da cúpula com os rumos do governo Bolsonaro.

Esta é uma inflexão importante, chegando mesmo a ser uma notícia boa nas circunstâncias atuais.

"Mídia incendiou a Bolívia com mentiras"

Por Leonardo Wexell Severo

Recém demitida, a chefe das Rádios dos Povos Originários (RPOs) do Ministério da Comunicação do governo de Evo Morales, e ex-diretora-executiva do Centro de Educação e Produção Radiofônica da Bolívia (Cepra), Dolores Arce denuncia como “a mídia local fez um despejo desinformativo, promovendo o motim da polícia e garantindo impunidade para que o Exército assassinasse manifestantes que lutavam por seus direitos”. Condenando a mídia como “um dos pilares do golpe contra o governo constitucional”, ela recordou que “os canais de televisão começaram a ir ao conjunto das regiões para assediar os comandos militares, incendiando o país com mentiras”. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Os casos Moro e Dreyfus

A escalada de Bolsonaro contra a democracia

Por Jandira Feghali

“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.” O ano era 1989, e a Imperatriz Leopoldinense empolgava o povo pedindo liberdade e igualdade. Estávamos em festa com a democracia! Esfuziantes com as conquistas cidadãs, com a definição do papel do Estado, tudo impresso na Carta Magna. Tínhamos vivido a redemocratização quatro anos antes, e a Constituição engatinhava no seu primeiro ano de existência.

Os ventos mudaram. O autoritarismo constante do atual presidente, Jair Bolsonaro, é um balão de ensaio para a mudança do regime e a morte desta jovem democracia, outrora festejada. É o filho que cospe o AI-5 e zomba do STF. É o ministro da Economia que naturaliza o fechamento do Parlamento, o cerceamento de direitos e a agressão à imprensa.

Bolsonaro vai virar "Rainha do Planalto"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Bolsonaro não governa, ele se vinga” (Fabio Porchat, no Porta dos Fundos).

Como aconteceu em 1969, durante o impedimento do marechal Costa e Silva, o Brasil vem sendo governado desde janeiro por uma junta.

Sim, só que desta vez é uma junta formada por civis.

Em lugar dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o triunvirato que governa o Brasil de fato é integrado pelo banqueiro Paulo Guedes, que cuida da Economia, o xerife Sergio Moro, responsável pela Segurança Pública, e o aloprado astrólogo Olavo de Carvalho, que lá do seu exílio nos Estados Unidos manda na Educação e Cultura, nas Relações Exteriores, e no resto.