terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O desprezo de Paulo Guedes aos servidores

Editorial do site Vermelho:

A exasperação do ministro da Economia Paulo Guedes ao chamar os servidores públicos de “parasitas” vai muito além da ofensa propriamente dita. Na exaltação, ele revelou o pensamento do governo Bolsonaro sobre o papel do Estado. Suas desculpas não revogam a concepção de desprezo por essa categoria essencial.

Paulo Guedes tem dito isso abertamente, um meio para passar a mão nos R$ 296 bilhões que diz ser possível “economizar” com a “reforma” administrativa. Ele apenas expressou a forma como essa ideologia vê o povo. Para ela, a sociedade é composta de dois universos, sendo que um, o dos donos do dinheiro, se acha investido, por algum desígnio divino, de plenos poderes para decidir o que o outro deve fazer.

Silêncio dos Bolsonaro aumenta as suspeitas

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quarenta e oito horas depois, tudo é mistério e silêncio sobre a morte do miliciano Adriano Nobrega, domingo, no interior da Bahia.

Foi queima de arquivo? Houve confronto? Há fotos do corpo? Quem o protegeu na sua fuga? Que segredos guardavam seus 13 celulares? Onde será o enterro?

A família presidencial limitou-se a soltar uma nota do seu advogado, negando qualquer relação com o falecido, que o então deputado Jair Bolsonaro já defendeu da tribuna da Câmara.

Pelo segundo dia seguido, Jair Bolsonaro simplesmente negou-se a falar com os jornalistas sobre o acontecido.

Preferiu exaltar Donald Trump aos seus seguidores na porta do Alvorada. O que Trump teria a ver com isso?

EUA são a verdadeira ameaça militar ao Brasil

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Os Estados Unidos e a Otan se preparam para gigantescas manobras militares no território do Velho Continente, os exercícios denominados Defender Europa 2020.

No total, os EUA e a organização que é na prática o seu braço armado para a região do Atlântico Norte e alhures, mobilizarão 37 mil militares, 20 mil dos quais norte-americanos nas manobras bélicas que se realizarão nos meses de abril e maio, as maiores desde a Guerra Fria.

O objetivo declarado é reforçar a cooperação entre os Estados Unidos e a Aliança Atlântica e a presença estadunidense na Europa, como afirmou poucos dias depois da cúpula da Otan em Londres, em dezembro último, o general Barre Seguin, responsável por supervisionar as operações conjuntas. As manobras demonstram a “união transatlântica e o compromisso dos EUA para com a Otan”, disse.

"Reforma" administrativa e Estado-Coronel

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Sob o título genérico e pomposo de “Reforma” Administrativa, Paulo Guedes tenta convencer seu chefe a encaminhar ainda nessa semana, ao Congresso Nacional, um conjunto de medidas para cumprir mais uma etapa em sua missão de promover a destruição do Estado e de finalizar o desmonte das políticas públicas.

Esse processo vem de longe. Desde que se consolidou nas classes dominantes e nos meios de comunicação a ideia força de “austeridade” fiscal a qualquer custo, a agenda política passou a ser dominada por essa verdadeira obsessão emanada pelos sucessivos responsáveis da política econômica dos diferentes governos. A única alternativa que esse pessoal enxerga para resolver a maior recessão que o Brasil já enfrentou em sua História é insistir no “cortar, cortar e cortar”. Seria apenas triste, se não fosse tão trágico.

Bolsonaro e a morte do miliciano

A arte contra a barbárie

Garotada do MBL abraça o bolsonarismo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Depois de ajudar a eleger Bolsonaro, o MBL passou a fazer uma oposição de fachada ao bolsonarismo. Enquanto esperneia nas redes contra a chucrice bolsonarista, apoia com entusiasmo o projeto ultraliberal dos fascistoides que estão no poder. É o velho cacoete de um certo tipo de liberal em se indignar com o autoritarismo no campo político, mas tolerá-lo em nome das medidas econômicas que protegem os interesses dos mais ricos. A história está farta desses exemplos, desde o nazismo na Alemanha até o golpe militar no Brasil em 1964.

Dos Oscars de 'Parasite" até a chuva em SP

Desinformação e fake news: como evitar?

Queima de arquivo? A morte do miliciano

Petra Costa revelou o golpe para o mundo

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Medidas de Doria mergulharam SP no caos

Por Mauro Donato, no Diário do Centro do Mundo:

São Paulo e cidades vizinhas amanheceram submersas nesta segunda-feira após algumas poucas horas de chuva ininterrupta.

Embora certamente ouviremos e leremos ao longo de todo o dia afirmações do tipo “choveu mais do que o previsto” ou mesmo diagnósticos estupendos como o do prefeito de Belo Horizonte em situação semelhante (“Essa água veio do céu”, disse ele há poucas semanas), a verdade é que esse desastre tem o dedo de João Doria.

Ainda no ano passado, o governador Doria extinguiu órgãos que regulamentavam e fiscalizavam setores ligados ao urbanismo e ao meio ambiente.

Porta do Alvorada: chega de humilhações

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Na sexta-feira Jair Bolsonaro deu uma banana para os repórteres que o esperavam na saída do Alvorada, onde tantas vezes já agrediu e humilhou jornalistas. Uma boa evidência de que ele faz um jogo de manipulação com a imprensa veio hoje, quando não parou para o sinistro quebra-queixo, para não ter que falar sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, de notórias relações com ele e sua família, numa operação que tem toda a pinta de queima de arquivo.

Então, não é por consideração para com a imprensa, que ele detesta, nem pelo dever de prestar informações aos governados, que Bolsonaro para na saída do palácio residencial. Ele para quando lhe convém, quando quer soltar fake-news ou disparar agressões verbais, seja contra os jornalistas, seja contra outras pessoas.

Covas não usou verba de combate a enchentes

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

A cidade de São Paulo amanheceu nesta segunda-feira (10) alagada mais uma vez. Até as 10 horas, a chuva contínua desde a noite anterior já havia causado 77 pontos de alagamento, incluindo as marginais Pinheiros e Tietê, parado linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e levando a prefeitura, a Defesa Civil e os bombeiros a recomendar que as pessoas ficassem em casa, em vez de seguir para o trabalho.

Os agentes públicos nas redes sociais

Por Rafael Valim, no site A terra é redonda:

O Direito Público afirma-se, historicamente, como um projeto de contenção do poder. No lugar de autoridades incontrastáveis foi se impondo, em meio a avanços e retrocessos, um exercício condicionado e limitado do poder. Engana-se, porém, quem pensa que tal processo histórico tenha alcançado o seu fim. Na luminosa expressão do Prof. García De Enterría, “a luta contra as imunidades do poder” é um fenômeno inconcluso e periodicamente revivificado por novos desafios sociais.

Os industriais contra a indústria

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

O silêncio da indústria a respeito da desindustrialização galopante do Brasil merecia maior destaque na mídia, que silencia sobre esse estranho silêncio da indústria brasileira. A relação de manufaturados nas exportações totais chegou a atingir 59%, depois baixou para 40%. Nos anos 1980, o peso da indústria de transformação no PIB era de 33%, depois caiu para 16%. Nos últimos cinco anos, o comércio exterior desse setor passou de um superávit para um déficit de 65 bilhões de dólares.

Como a Lava-Jato derrubou a Petrobras

Todos às ruas em apoio à greve na Petrobras

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Petardos: Bolsonaro e as selfies na Fiesp

Por Altamiro Borges

Sem maior alarde, a Folha informa que Bolsonaro permitirá que empresas estrangeiras disputem licitações públicas e sejam fornecedoras do governo. A medida pode resultar na morte dos industriais brasileiros – os babacas da cloaca burguesa que fazem selfies com o "capetão" na Fiesp.

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Ainda segundo a Folha, o governo alega que a medida vai facilitar a participação de multinacionais em obras de infraestrutura – como rodovias, ferrovias e aeroportos. Hoje, a legislação limita a presença estrangeira em licitações públicas. Esse negócio representa cerca de 14% do PIB nacional.

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Como alerta o jornalista Olímpio Cruz, "o governo parece disposto a entregar todo o setor aos norte-americanos. É um entreguismo vergonhoso que precisa ser combatido. Bolsonaro parece querer submeter o país ao slogan de Trump: America First. É a pá de cal na engenharia nacional".

Os livros de Rondônia e o protofascismo

Do site Vermelho:

O caso em que o secretário de Educação do estado de Rondônia, Suamy Vivecananda, mandou censurar 43 livros - entre eles autores clássicos brasileiros como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca - não se encerra em si mesmo.

Ele se insere na praxe bolsonarista de agredir aquilo que não tolera, em geral manifestações de democracia, arte e cultura. Sintomaticamente, o governador rondoniense, coronel Marcos Rocha, é filiado ao PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, com tendência de acompanhá-lo em seu novo partido, o Aliança.

O bolsonarismo é um polo irradiador de intolerância e obscurantismo. O presidente da República tem dado sucessivas demonstrações disso. Há poucos dias ele encenou mais um ato de bestialidade ao dar “banana” para jornalistas que o aguardavam para uma entrevista. Em outras ocasiões, vociferou, com decibéis elevados, contra merecidas críticas da imprensa ao seu comportamento.