segunda-feira, 6 de julho de 2020

Pandemia e o roteiro do desastre nacional

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A elite governante no Brasil constrói o roteiro de um desastre nacional que se torna referência internacional, acentuando ainda mais a trajetória do subdesenvolvimento perseguido. O manual do que não se deve fazer em situações traumáticas como a de saúde pública, sobretudo advinda de uma pandemia viral, segue sendo escrito com afinco desde o início de 2020. Afinal, como teria dito Tom Jobim no passado, “esse país não é para principiantes”. Não se conseguiria tanta ousadia destrutiva com mera elite formada apenas por amadores.

A nova lei que mercantiliza a água

Por Camila de Caso e Caio Moura, no site Outras Palavras:

O Brasil acaba de aprovar um novo marco regulatório para o saneamento básico. Chama a atenção que a medida, mais uma vez, vai na contramão dos países tidos desenvolvidos, como Alemanha e França, e que a votação no Senado Federal se deu em meio a uma pandemia. A despeito do malabarismo que parte da classe política e dos grandes oligopólios, que pretendem privatizar os serviços, tem colocado, o novo marco regulatório é a abertura para a mercantilização da água e do esgoto no Brasil.

Jovens da periferia no centro da política

Por Helena Abramo, na revista Teoria e Debate:

Uma parte significativa do debate político nas últimas semanas tem girado em torno das manifestações de rua contra o avanço do fascismo: a manifestação do dia 30 de maio convocada pelas torcidas de futebol, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e a grande mobilização que ocorreu em várias cidades do país no domingo seguinte, 7 de junho, puxada novamente pelas torcidas organizadas e por movimentos de perfil popular como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Mais um 'ex-futuro' Ministro da Educação

Por Fernando Brito, em seu blog:

O governo, segundo o G1, acumula agora mais um ex-futuro-ministro da Educação, com as notícias de que que a ala “olavológica” conseguiu brecar o anúncio do nome de Renato Feder, secretário no Paraná e já vetado uma vez, antes do anúncio fracassado da indicação de Celso Decotelli, o primeiro da série dos “quase-ministros”.

Duas áreas em crise – a Saúde, pela pandemia e a Educação, pela quase perda total do ano letivo -, ambas essenciais para o país têm recebido da administração Bolsonaro a importância que tem a área social: nenhuma. São apenas cenários de uma “luta ideológica”, como se tudo o que importasse ali fosse assegurar a cloroquina ou evitar a “doutrinação esquerdista” nas escolas.

Pandemia avança entre os povos indígenas

Foto: Luciano Abreu/Rede Amazônica
Editorial do site Vermelho:

Desde que tomou posse, o presidente Jair Bolsonaro adotou uma postura negligente com os indígenas, um dos três troncos civilizatórios que deu vida ao povo brasileiro. Já na campanha eleitoral, ele disse que não demarcaria nenhuma terra indígena e que buscaria reduzir as áreas já demarcadas. Depois, defendeu a abertura das terras indígenas para atividades econômicas de grande escala, como a mineração – encaminhou até um projeto de lei sobre o assunto – e o agronegócio.

Moro e Lava-Jato no banco dos réus

Serra é denunciado por lavagem de dinheiro

Movimentos criticam contágio na mineração

O controle de territórios pelas milícias

Cinco medidas para combater a desinformação

domingo, 5 de julho de 2020

TSE punirá o abuso de poder religioso?

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (2), o Estadão revelou que o "Tribunal Superior Eleitoral iniciou na semana passada discussão sobre incluir o 'abuso de poder religioso' como motivo para cassação de políticos. Atualmente, o TSE entende que apenas o abuso de poder político e econômico podem resultar na perda do mandato".

O debate sobre o papel dos religiosos – ou melhor, dos mercadores da religiosidade popular – foi proposto pelo ministro Nelson Fachin e está em fase inicial. Mas, segundo o jornal, "ele já provocou forte reação nas redes sociais e mobilizou aliados de Bolsonaro, que veem uma 'caça às bruxas' contra o conservadorismo".


Fake news e a luta pela liberdade de expressão

Bolsonaro e o eixo de morte

A hora da Lava-Jato parece que chegou!

Ninguém solta a mão, ninguém

Se avexe não, o fascismo não tem morada

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

O mês de junho passou sem permitir que Santo Antônio, São João e São Pedro se despedissem de mim. Desde que a sergipana Propriá aconchegou o meu recém-nascido respirar, esta foi a primeira vez em que o festivo mês de junho desafinou feito uma “sanfona velha do fole furado” nos arraiais nordestinos, sem que fosse transformada em afinadíssimo baião.

E não poderia ser diferente quando se fica saudoso da musicalidade de Luiz Gonzaga, da poesia de Patativa do Assaré, dos arraiais repletos de obras de Mestre Vitalino e Beto Pezão, dos trajes cangaceiros de Lampião e Maria Bonita, das rimas místicas em louvor a Antônio Conselheiro, Padre Cícero e Frei Damião, do apadrinhamento testemunhado pelas caseiras fogueiras e das comidas típicas recheadas de milho e mandioca.

Moro e Dallagnol, cônsules dos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:

“Nossa influência aqui é muito maior do que nossas pegadas” - Liliana Ayalde, Embaixadora dos EUA no Paraguai e depois no Brasil, em telegrama ao Departamento de Estado [2009] vazado pelo wikileaks.

As provas documentais dos laços da Operação Lava Jato com o FBI trazidas a público pelo Intercept e Agência Pública [1/7] corroboram as suspeitas que veículos da imprensa independente aventavam pelo menos desde o final de 2014/início de 2015.

À época, Carta Maior, GGN, Brasil-247, DCM, Viomundo e outras publicações lançavam suspeitas acerca da atuação de agências e órgãos do governo dos EUA por trás dos propósitos que moviam a Lava Jato e os movimentos de extrema-direita surgidos em 2013.

A campanha inteligente dos metroviários

Por João Guilherme Vargas Netto

Nestes dias conturbados em que alguns prefeitos e governadores em várias cidades e estados praticam um confuso relaxamento das normas de isolamento social, os metroviários de São Paulo, dirigidos pelo sindicato, têm dado sucessivas demonstrações de um encaminhamento firme e consequente em sua campanha reivindicatória.

O sindicato tem realizado assembleias virtuais (pelo menos duas grandes) garantindo a participação e votação de milhares de trabalhadores e seus resultados sustentam o estado de greve e a mobilização permanente.

A pedra do caminho

Por Bepe Damasco, em seu blog:

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
(Carlos Drummond de Andrade)


A ideia de abrir este texto com trecho do poema “No meio do caminho”,do grande poeta mineiro, surgiu diante do fato político novo da semana, que foi o repentino silêncio de Bolsonaro e suas consequências e impactos na conjuntura política do país.

O futuro que a pandemia está preparando

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Uma das mais atentas observadoras de nossa cena política, a colunista Maria Cristina Fernandes publicou um artigo indispensável no debate sobre o impacto da covid-19 sobre a conjuntura do país, "Os sócios do vírus"(Valor Econômico, 02/07/2020).

Como qualquer investigação competente sobre o tempo presente, o texto vai além do aqui e agora e contém informações e observações de grande utilidade para pensar nosso futuro.

A leitura de "Os sócios..." permite reconhecer, no pós-pandemia, um país ainda mais desigual e menos democrático, no qual nenhum problema social importante terá sido resolvido -- apenas agravado.