sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Maravilha e limites da derrocada de Trump
Nenhum vento ajuda quem não sabe aonde ir. Mal consolidou-se a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos, e duas avaliações aparentemente opostas se apresentam. Para alguns, como Ricardo Kotscho, está drenada a cloaca de onde vazaram os miasmas políticos que turvam o século XXI; haverá, com certeza, a restauração virtuosa do passado recente. Outros, como Glenn Greenwald, pensam, ao contrário, que nada muda de fato, porque os interesses por trás do Partido Democrata e de Joe Biden são, em essência, tão oligárquicos quanto os que sustentaram Donald Trump. Estas visões falham ao não considerar o contexto de onde surgiu a ultradireita contemporânea; e a transformação deste cenário, a partir do início da pandemia. Por isso, escapa-lhes tanto a oportunidade perdida pela esquerda, há 12 anos, quando o surgimento de uma nova brecha, nos últimos meses – e o esforço que será necessário para aproveitá-la.
Os fracassos de Bolsonaro em três dimensões
O governo do presidente Jair Bolsonaro, sob qualquer perspectiva que se avalie, apresenta falhas, insuficiências ou descompromissos com as funções para as quais foi eleito: chefe de governo, chefe de Estado e líder da nação. Neste texto vamos analisar três dimensões da atuação governamental: na produção legislativa no primeiro ano de mandato, tendo como parâmetro o primeiro ano de quatro presidentes anteriores, na qualidade ou conteúdo das políticas públicas propostas nestes dois anos de governo e na relação intergovernamental com os entes subnacionais.
Globo sempre está do lado errado da história
Em longa reportagem exibida ontem [8/11], o Fantástico, da Rede Globo, apontou o aumento da desigualdade no Brasil a partir de 2016, revertendo o processo ocorrido desde o início dos anos 2000. Embora tenha chamado atenção para um problema essencial da sociedade brasileira e reforçar causas estruturais, como o racismo, sonegou de seus telespectadores a verdade sobre a crise social pela qual o país está passando.
A privatização e o apagão no Amapá
A tragédia que se abateu sobre a população do estado do Amapá tem forte componente de negligência, negociata e irresponsabilidade. O fornecimento de eletricidade aos mais de 900 mil habitantes daquela unidade da federação sofreu um corte inesperado e que se estende por quase uma semana. Famílias, empresas, órgãos governamentais e prestadores serviços de todo o tipo ficaram sem nenhum acesso à rede de energia elétrica. A situação revelou-se ainda mais drástica na capital Macapá e no município vizinho de Santana, que juntos somam quase 80% da população total do estado.
Contagem regressiva pra derrota de Bolsonaro
Por ocasião da realização de pesquisas de intenção de voto nas capitais, os institutos de pesquisa vêm detectando uma queda acentuada nos índices de aprovação do governo Bolsonaro.
Por isso, não está surtindo efeito a tática dos candidatos bolsonaristas no Rio e em São Paulo, por exemplo, de transformar o capitão no principal cabo eleitoral de suas campanhas.
Enquanto Russomano derrete a olhos vistos, Crivella está estagnado, em situação de empate técnico com Marta Rocha (PDT) e Benedita da Silva (PT).
O incrível exército de Jair Bolsonaro
Embora não mereçam, por sua omissão, chega a dar pena dos oficiais-generais das Forças Armadas brasileiras.
Qualquer deles que, num momento de lucidez, diga que os Estados Unidos, maior força militar do mundo, não vão ter medo do “cheio de pólvora” do Exército Brasileiro vai, agora, na versão dos apoiadores do presidente da República, ser um covarde.
Porque o “mito”, claro, é valente e faz bravatas.
E deixa às pessoas com um mínimo de razão, com seu delírio bélico, o papel de serem o “país de maricas”.
Carta à ciência e ao povo brasileiro
“Tenho certeza de que você, assim como eu, está indignado com a imagem de um presidente da República fazendo chacota da vacina e gargalhando diante da trágica morte de um voluntário. “
Leia na íntegra a Carta à ciência e ao povo brasileiro, por Luiz Inácio Lula da Silva:
Uma das qualidades mais admiráveis do ser humano é a sua genialidade: a capacidade de sonhar e de transformar o sonho em realidade. Graças ao conhecimento científico acumulado ao longo de décadas, e até mesmo de séculos, o ser humano foi capaz de viajar pelo espaço. E demonstrar assim, com provas irrefutáveis, aquilo que sábios já diziam desde a Antiguidade: que a Terra é redonda.
Apagão no Amapá e a necessidade das estatais
A situação é crítica no Estado Amapá. Falta energia em várias cidades do Estado e tudo aponta para a empresa privada Isolux, seja por incompetência ou má-fé, como responsável pela delicada situação por que passa a população. A informação divulgada na imprensa é que uma descarga atmosférica, ainda não confirmada, teria provocado a explosão do transformador na Subestação de Macapá, gerando um incêndio que, em seguida, teria atingido também o transformador reserva, tendo como consequência o apagão.
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
A censura ao Datafolha e a censura das TVs
Para o professor e jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, a censura à divulgação de uma pesquisa realizada pelo Datafolha sobre a corrida eleitoral em São Paulo é mais um exemplo do processo de judicialização da política que vem contribuindo para a “degradação” da democracia brasileira nos últimos anos.
A censura ao Datafolha se deu na última segunda-feira (9), a pedido do candidato Celso Russomanno (Republicanos), em queda nas pesquisas. Mas foi revertida no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
O destino das cidades e o rumo do país
As brasileiras e os brasileiros irão às urnas pela primeira vez desde a vitória da extrema-direita nas eleições presidenciais de 2018. O que está em jogo é a democracia e o desenvolvimento sustentável das cidades, os direitos do povo nos munícipios: o emprego, a saúde, a educação, a moradia, a segurança, a cultura, entre outros. Mas, ao decidir sobre o destino das cidades, o eleitorado estará, também, criando um cenário político que poderá desbravar um rumo novo para o país.
A vacina, a Anvisa e as ações de Bolsonaro
Na noite da última segunda-feira (9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota em que paralizava todos os testes que vêm sendo realizados no Brasil em torno da vacina contra a covid-19, a vacina CoronaVac.
Vacina essa do laboratório Sinovac, de origem chinesa, cujos estudos no Brasil ocorrem em parceria com o laboratório público do estado de São Paulo, o Instituto Butantã. Um laboratório reconhecido, renomado. A principal referência na produção de vacinas no Brasil e uma das principais referências do mundo.
Bolsonaro, descontrolado, teme a ruína
Bolsonaro sabe que os próximos cinco ou seis meses serão decisivos.
Eles poderão trazer o êxito que lhe permitirá conservar a popularidade para concorrer à reeleição, ou a ruína completa de seu governo.
As adversidades recentes têm aumentado sua irritação, levando-o a rasgar, como fez ontem, a fantasia que vinha usando desde a prisão de Queiróz, a de um Bolsonaro mais contido, propenso ao diálogo e afável com o Congresso, onde montou uma base de apoio com o Centrão e tornou-se um praticante notável da velha política.
Os desatinos de terça-feira, segundo fontes que circulam entre o governo e o Congresso, decorreram destas aflições com uma conjunção de problemas que o deixam irado, à beira de um ataque de nervos.
Bons votos nas eleições de domingo
Nestes dias que precedem as eleições de 15 de novembro quero falar sobre aquilo que considero a grande tarefa dos dirigentes sindicais.
Acho que devem agir em suas bases respectivas orientando os trabalhadores e as trabalhadoras a participarem – votando – nas eleições.
O esforço prioritário deve ser este porque a pandemia, que amedronta, pode prejudicar o comparecimento. É preciso respeitar os protocolos sanitários da Justiça Eleitoral que ajudarão na defesa da saúde e dos eleitores.
Acordei na Hungria!
Hoje, imaginei-me em Budapeste, atordoado por uma manifestação nazifascista, dessas que assombram a Europa.
Não reconheci Fortaleza, cidade em que nasci, formei mestres e doutores em Sociologia e cuido de minha mãe.
O estonteio deveu-se à chamada do principal jornal cearense, “O Povo”: “Fortalezense se diz mais à direita que à esquerda e 19% se dizem extrema direita”.
A matéria assegura que o Datafolha “mediu o perfil ideológico do eleitor”, concluindo que este se identificaria “mais com o campo da direita”. Os direitistas declarados somariam 38% e os de esquerda, 28%. Apenas 21% dos fortalezenses se considerariam “de centro”.
Apagão no Amapá e o crime da privatização
O recente apagão no Amapá penaliza quase um milhão de brasileiros há mais de uma semana. Milhares de famílias, empresas e órgãos de governo ficaram sem energia elétrica. Os prejuízos ainda não foram contabilizados. O drama maior ocorreu em Macapá e Santana, as duas maiores cidades do estado, reunindo 80% de sua população.
Foi uma tragédia anunciada há bastante tempo. Desde 2017, a ANEEL sabia dos problemas da espanhola Isolux e sua terceirizada Gemini, empresa do mesmo grupo, que não cumpriram suas responsabilidades contratuais com relação a investimentos e manutenção do sistema elétrico que deveriam operar.
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
A insanidade de Bolsonaro contra a vacina
Com seu negacionismo científico e seu oportunismo político, Bolsonaro segue zombando dos mais de 163 mil mortos até agora pela Covid-19. Na terça-feira (10), ele festejou a sinistra decisão da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender os testes com a vacina produzida pela indústria chinesa Sinovac. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, postou.
A suspensão temporária da vacina – que logo foi revogada – ocorreu após a morte de um voluntário da fase de teste. A informação, porém, é que o jovem cometeu suicídio, que nada teve a ver com o imunizante. O Instituto Butantan, parceiro da farmacêutica chinesa, afirma que foi pego de surpresa pela ordem da Anvisa.
Ministro ‘decorativo’ da Educação adora viajar
Por Altamiro Borges
Depois do “falsificado” Ricardo Vélez, do provocador Abraham
Weintraub e do plagiador Alberto Decotelli, o Ministério da Educação tem agora
um titular "decorativo". Segundo levantamento da Folha, o pastor
Milton Ribeiro adora viajar, mas até hoje não fez nada de útil nesta área
estratégica.
Como aponta a reportagem de Paulo Saldaña, "prestes a
completar quatro meses no cargo, o ministro da Educação, o pastor Milton
Ribeiro, tem privilegiado viagens, agendas com o presidente Jair Bolsonaro sem
relação com a área e, até agora, pouco se envolveu nos temas da pasta".
Cadê o “pastor” que batizou Bolsonaro?
Por Altamiro Borges
Cadê o Pastor Everaldo Dias, aquele que batizou Jair Bolsonaro
nas águas do Rio Jordão, em Israel? Sabe-se que ele segue preso no Rio de
Janeiro, mas a mídia nada mais fala sobre o poderoso presidente nacional do Partido
Social "Cristão" (PSC). Nos últimos dias, só saiu uma notinha sobre a
exoneração do seu filho.
Segundo o site UOL, “o governador em exercício do Rio de
Janeiro, Cláudio Castro, exonerou o assessor Filipe Pereira, filho do Pastor
Everaldo e que foi preso junto com o pai no final de agosto por suspeita de
integrarem esquema de pagamento e distribuição de propinas na administração
estadual".