Do site do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB):
O governo Bolsonaro e os agentes empresariais que controlam o setor elétrico nacional afirmam que há uma crise de escassez hídrica que levou ao esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo seus argumentos, a região sudeste passa pela pior seca dos últimos 91 anos.
Para lidar com essa realidade, o governo Bolsonaro publicou a Medida Provisória nº 1.055, de 28 de junho de 2021, que prevê ações emergenciais e regras excepcionais para o uso dos recursos hidroenergéticos. Na mesma lei, autorizou que os custos serão ressarcidos por meio de encargos na conta de luz da população. Ou seja, o povo vai pagar a conta.
segunda-feira, 5 de julho de 2021
Três lições dos atos de 3 de julho
Por Valerio Arcary, no site Esquerda Online:
Não se deve mudar a tática quando se está ganhando - Sabedoria popular francesa
A jornada nacional de 3 de julho foi uma vitória, e deixou três lições.
A primeira é que a força da Frente Única da Esquerda pode manter nas ruas uma forte pressão pelo impeachment. A queda de Bolsonaro não é para amanhã, mas está colocada como uma possibilidade no horizonte. Não é iminente. Ainda estamos na escala das dezenas de milhares nas grandes cidades, e a derrubada do governo de extrema direita exige a presença de uma massa de milhões.
Não se deve mudar a tática quando se está ganhando - Sabedoria popular francesa
A jornada nacional de 3 de julho foi uma vitória, e deixou três lições.
A primeira é que a força da Frente Única da Esquerda pode manter nas ruas uma forte pressão pelo impeachment. A queda de Bolsonaro não é para amanhã, mas está colocada como uma possibilidade no horizonte. Não é iminente. Ainda estamos na escala das dezenas de milhares nas grandes cidades, e a derrubada do governo de extrema direita exige a presença de uma massa de milhões.
Bolsonaro enredado na teia de aranha
Por José Dirceu, no site Poder-360:
Numa semana de tempestade perfeita contra o presidente, Jair Bolsonaro se viu enredado na teia de aranha da corrupção, uma velha senhora conhecida de nossas elites e mesmo dos militares, aqueles que deram o golpe de 1964 contra a corrupção e a subversão. Se os militares tiverem sucesso no combate aos movimentos de esquerda, registraram enorme fracasso no combate à corrupção que se espraiou durante a ditadura. Com o governo Bolsonaro, registra-se o mesmo fenômeno.
Instrumento político de mil usos para abater adversários, o fantasma da corrupção tem sido usado, no Brasil, desde a campanha sobre o mar de lama que envolveria o Palácio do Catete e que levou Getúlio ao suicídio. E só não acabou em golpe de Estado em função da revolta do povo que chorou e pranteou seu líder.
Numa semana de tempestade perfeita contra o presidente, Jair Bolsonaro se viu enredado na teia de aranha da corrupção, uma velha senhora conhecida de nossas elites e mesmo dos militares, aqueles que deram o golpe de 1964 contra a corrupção e a subversão. Se os militares tiverem sucesso no combate aos movimentos de esquerda, registraram enorme fracasso no combate à corrupção que se espraiou durante a ditadura. Com o governo Bolsonaro, registra-se o mesmo fenômeno.
Instrumento político de mil usos para abater adversários, o fantasma da corrupção tem sido usado, no Brasil, desde a campanha sobre o mar de lama que envolveria o Palácio do Catete e que levou Getúlio ao suicídio. E só não acabou em golpe de Estado em função da revolta do povo que chorou e pranteou seu líder.
A CPI tem que tirar o bode da sala
Por Jorge Gregory, no site Vermelho:
Algo que talvez esteja passando despercebido nos desdobramentos dos trabalhos da CPI, é que neste desastre da condução da política sanitária se evidencia a existência de um andar de baixo e um andar de cima no governo. Entre a conduta de um andar e outro há intersecções que devem ser exploradas nos trabalhos de investigação, mas os senadores terão que tomar muito cuidado para não se perderem no secundário, em detrimento do que é central. O que é central diz respeito ao andar de cima, o alto escalão do governo que, ao adotar o negacionismo e a teoria da imunidade de rebanho como política de governo, conduziu milhares de brasileiros à morte, promovendo um verdadeiro genocídio. No andar de baixo, nos escalões médios e inferiores, pouco interessa a política. Interessam, sim, os benefícios pessoais, de forma que a corrupção corre solta.
Algo que talvez esteja passando despercebido nos desdobramentos dos trabalhos da CPI, é que neste desastre da condução da política sanitária se evidencia a existência de um andar de baixo e um andar de cima no governo. Entre a conduta de um andar e outro há intersecções que devem ser exploradas nos trabalhos de investigação, mas os senadores terão que tomar muito cuidado para não se perderem no secundário, em detrimento do que é central. O que é central diz respeito ao andar de cima, o alto escalão do governo que, ao adotar o negacionismo e a teoria da imunidade de rebanho como política de governo, conduziu milhares de brasileiros à morte, promovendo um verdadeiro genocídio. No andar de baixo, nos escalões médios e inferiores, pouco interessa a política. Interessam, sim, os benefícios pessoais, de forma que a corrupção corre solta.
Fora Bolsonaro e a 'reforma administrativa'
Por Thiago Duarte Gonçalves
Desde 1º de janeiro de 2019 parte do campo progressista já levantava a consigna Fora Bolsonaro. Cientes do que representava do ponto de vista autoritário e de política econômica liberal, as jornadas de maio de 2019 pela Educação foram apenas uma sinalização que haveria muita resistência durante o atual Governo.
Em 2020, com a pandemia e o negacionismo em alta, tendo como reflexos mais de meio milhão de vidas interrompidas antes do tempo, a pauta Fora Bolsonaro, Mourão e seus comparsas ganhou mentes e corações de brasileiros e brasileiras. Entendeu-se que para salvar vidas, precisaria tirar do Governo uma política genocida.
Desde 1º de janeiro de 2019 parte do campo progressista já levantava a consigna Fora Bolsonaro. Cientes do que representava do ponto de vista autoritário e de política econômica liberal, as jornadas de maio de 2019 pela Educação foram apenas uma sinalização que haveria muita resistência durante o atual Governo.
Em 2020, com a pandemia e o negacionismo em alta, tendo como reflexos mais de meio milhão de vidas interrompidas antes do tempo, a pauta Fora Bolsonaro, Mourão e seus comparsas ganhou mentes e corações de brasileiros e brasileiras. Entendeu-se que para salvar vidas, precisaria tirar do Governo uma política genocida.
domingo, 4 de julho de 2021
Eduardo Leite: a nova opção da Globo?
Por Luis F. Miguel, no Diário do Centro do Mundo:
A aparente opção da Globo por Eduardo Leite é obviamente uma má notícia para João Doria.
Não só pelo reforço ao adversário nas prévias tucanas, mas, sobretudo, porque é uma demonstração de que a Globo não acredita na possibilidade de sucesso da candidatura dele, Doria.
A opção é reveladora também da posição dos Marinho.
Dentro do PSDB, Leite se posicionou à direita de Doria.
Foi um dos últimos a romper com Bolsonaro.
Seu compromisso com o desmonte neoliberal do Estado parece mais ideológico, mais sincero.
Sobre sua sensibilidade social, muitos podem testemunhar – dos professores do Rio Grande do Sul às usuárias do sistema de saúde de Pelotas.
O povo quer a bandeira de volta
Porto Alegre, 03/7/21. Foto: @thalesrenato/@midianinja |
Não é por civismo calhorda, mas por missão de guerra mesmo. Tomar a bandeira das mãos do fascismo poderá ser a maior reconquista simbólica da democracia brasileira no século 21.
As três manifestações contra Bolsonaro em Porto Alegre tiveram marcas bem definidas. A primeira, de 29 de maio, foi a da volta dos jovens às ruas.
A segunda, em 19 de junho, com chuva, foi a da reafirmação da resistência de quem não temeu a garoa e o frio.
A manifestação deste sábado, a maior de todas, foi a da ressurreição da bandeira verde-amarela.
O povo deixou claro que, sem o resgate da bandeira, o fim do bolsonarismo terá sido uma vitória incompleta.
Nas ruas cheias, a volta dos provocadores
Por Fernando Brito, em seu blog:
É preciso leniência zero com os grupos de arruaceiros que, depois de uma longa hibernação, voltaram a aparecer no final da manifestação de ontem, em São Paulo.
Um ato concorrido, pacífico e intenso – como outras três centenas deles por todos o país – não pode e não será maculado por grupos que, desde muitos anos, sabemos ao que servem.
Não é – como acontece na história, por vezes – a fúria de massas contra a injustiça.
São 20 ou trinta sujeitos – certamente parte deles de “otários” cooptados – que planejam isso e espreita, sorrateiramente, os momentos finais, de dispersão para fazer seus ataques, quando os manifestantes, já espalhados e ralos, não podem agir para detê-los.
É preciso leniência zero com os grupos de arruaceiros que, depois de uma longa hibernação, voltaram a aparecer no final da manifestação de ontem, em São Paulo.
Um ato concorrido, pacífico e intenso – como outras três centenas deles por todos o país – não pode e não será maculado por grupos que, desde muitos anos, sabemos ao que servem.
Não é – como acontece na história, por vezes – a fúria de massas contra a injustiça.
São 20 ou trinta sujeitos – certamente parte deles de “otários” cooptados – que planejam isso e espreita, sorrateiramente, os momentos finais, de dispersão para fazer seus ataques, quando os manifestantes, já espalhados e ralos, não podem agir para detê-los.
Celso Amorim: “CIA quando aparece não age”
Por Dri Delorenzo, na revista Fórum:
A visita de William J. Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, ao Brasil causou estranheza.
Fora da agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Burns foi recebido no Palácio do Planalto e teve encontros com membros do governo.
O “número um” da agência participou de uma audiência com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Também jantou com Heleno e com o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Para Celso Amorim, ex-chanceler, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, a visita “realmente chama a atenção”.
A visita de William J. Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, ao Brasil causou estranheza.
Fora da agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Burns foi recebido no Palácio do Planalto e teve encontros com membros do governo.
O “número um” da agência participou de uma audiência com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Também jantou com Heleno e com o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Para Celso Amorim, ex-chanceler, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, a visita “realmente chama a atenção”.
Quem tem medo do impeachment?
São Paulo, 03/7/21. Foto: @midianinja |
Setores próximos à esquerda brasileira levantam dúvidas quanto ao acerto tático das mobilizações populares e partidárias que visam ao impeachment do ainda presidente. Há os que veem no movimento o dedo sujo da direita brasileira e, associadamente ou não, de generais cansados de administrar os assanhamentos da marioneta rebelde. Muitos temem que a desejada decapitação de Bolsonaro e sua consequente inabilitação eleitoral para 2022 converta-se numa pá de cal nas esperanças, de todos nós, de voltar a viver em um país republicano, com a possível eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo essa linha de raciocínio, se a direita (com seus múltiplos aparelhos, como o controle dos meios de comunicação de massa) está contra Bolsonaro, ou seja, a favor do impeachment, é porque o impeachment é do seu interesse, da casa-grande, e é do seu interesse justamente porque visa a impedir a eleição de Lula. Portanto, o impeachment deve ser evitado, e de seu pleito deve afastar-se a esquerda. É o que se diz. Assim, temos a premissa e sua conclusão.
Desorientação diante de Bolsonaro
Foto: Drone/Jean Maciel |
A oposição política ao governo Bolsonaro está desorientada porque acredita em sua remoção imediata sem ter meios para fazê-lo.
De uma maneira voluntarista aposta nas ruas ou em uma conspirata das elites sem que ambas (as ruas e as elites) se encontrem ou, pelo menos, não trombem entre si.
Ao se desorientar a oposição política ao governo Bolsonaro deixa de fazer aquilo que seria o essencial, aproximar-se da massa de milhões de brasileiros amedrontados pela doença, desempregados e desalentados, sem condições de sobrevivência e com fome, apresentando-se à população como seu porta voz e criando uma verdadeira barreira oposicionista do povo contra o desgoverno e o golpismo do capitão.
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