quinta-feira, 21 de março de 2013

Aécio Neves vai para a UTI?

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Por Altamiro Borges

A cambaleante candidatura de Aécio Neves corre o risco de morrer na praia – do Rio de Janeiro, já que não há praia em Minas Gerais. A sua situação se complica a cada dia que passa. José Serra ressurgiu da tumba e decidiu peitá-lo de frente. Rejeita que ele seja indicado presidente do PSDB e questiona sua própria postulação, dada como “natural” pelo “guru” FHC. O governador paulista Geraldo Alckmin também acionou uma blitz contra o senador mineiro. Duas notinhas de Mônica Bergamo, na Folha de ontem, confirmam os percalços:

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FAMÍLIA

José Serra afasta qualquer possibilidade de se reconciliar pessoalmente com Aécio Neves, embora militem no PSDB. O ex-governador de São Paulo acha que o mineiro está por trás do livro "A Privataria Tucana", de 2011, em que negócios de sua filha, Veronica, foram esquadrinhados. Não perdoa.

FAMÍLIA 2

O autor, Amaury Ribeiro Jr., diz em um dos capítulos do livro que foi escalado por um jornal de Minas, ligado a Aécio, para levantar informações sobre arapongas que Serra teria supostamente colocado no encalço do mineiro. A partir daí, começou a pesquisar os negócios da família do paulista. Diz, no entanto, que fez isso por conta própria, “usando da liberdade conferida aos repórteres especiais” da publicação em que trabalhava.

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As bicadas no ninho tucano são antigas, mas elas ficaram mais sangrentas nos últimos dias. Aécio Neves nunca confiou em José Serra e não se empenhou na campanha presidencial do desafeto em 2010. Na época, ele reivindicou a realização de prévias no PSDB, mas foi tratorado pelo paulista. Agora, a vingança é maligna. É José Serra quem exige as prévias internas para definir o candidato da fraturada sigla. De quebra, os seus apaniguados ainda espalham boatos de que o paulista poderá abandonar o ninho tucano.

Hoje, na mesma Folha serrista, a jornalista Eliane Cantanhêde publicou mais uma notinha devastadora. “José Serra e Eduardo Campos se encontraram sigilosamente em São Paulo. E não foi para falar de flores. Já tem gente até sonhando com uma chapa geográfica e sinuosa: Campos e Serra. Em política, nada é impossível”. A “colunista” se mostra assustada com o aumento da popularidade de Dilma e aposta na fragmentação como única forma de garantir o segundo turno. Nesta conta, Aécio Neves não surge como principal aposta!

A mesma conta deve tumultuar os cálculos de Geraldo Alckmin. Ele parece mais preocupado com sua delicada situação em São Paulo. Várias pesquisas apontam a queda da sua popularidade e uma “fadiga de material” que pode encerrar a prolongada hegemonia tucana no governo estadual. Diante deste cenário, o seu maior esforço é para manter o tucanato paulista unido – o que significa consolidar a trégua com os serristas e ampliar o seu leque de alianças. Não é para menos que ele abriu mais espaço para o PSB no seu governo.

Geraldo Alckmin já manteve dois encontros reservados com Eduardo Campos e indicou como seu “conselheiro” o presidente estadual do PSB, Márcio França. O pragmático deputado participa das reuniões privadas semanais com o tucano e não esconde sua alegria. “Há muita gente no PSDB que é simpático à candidatura do Eduardo Campos. Portanto, a aproximação com o governador Alckmin é boa para os dois lados”, festeja Márcio França. Ela só não é boa para Aécio Neves, que deve estar curtindo uma baita ressaca e poderá ter a sua candidatura levada em breve para a UTI.

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