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A cambaleante candidatura de Aécio Neves corre o risco de
morrer na praia – do Rio de Janeiro, já que não há praia em Minas Gerais. A sua
situação se complica a cada dia que passa. José Serra ressurgiu da tumba e decidiu
peitá-lo de frente. Rejeita que ele seja indicado presidente do PSDB e
questiona sua própria postulação, dada como “natural” pelo “guru” FHC. O
governador paulista Geraldo Alckmin também acionou uma blitz contra o senador
mineiro. Duas notinhas de Mônica Bergamo, na Folha de ontem, confirmam os percalços:
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FAMÍLIA
José Serra afasta qualquer possibilidade de se reconciliar
pessoalmente com Aécio Neves, embora militem no PSDB. O ex-governador de São
Paulo acha que o mineiro está por trás do livro "A Privataria
Tucana", de 2011, em que negócios de sua filha, Veronica, foram
esquadrinhados. Não perdoa.
FAMÍLIA 2
O autor, Amaury Ribeiro Jr., diz em um dos capítulos do
livro que foi escalado por um jornal de Minas, ligado a Aécio, para levantar
informações sobre arapongas que Serra teria supostamente colocado no encalço do
mineiro. A partir daí, começou a pesquisar os negócios da família do paulista.
Diz, no entanto, que fez isso por conta própria, “usando da liberdade conferida
aos repórteres especiais” da publicação em que trabalhava.
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As bicadas no ninho tucano são antigas, mas elas ficaram
mais sangrentas nos últimos dias. Aécio Neves nunca confiou em José Serra e não
se empenhou na campanha presidencial do desafeto em 2010. Na época, ele
reivindicou a realização de prévias no PSDB, mas foi tratorado pelo paulista.
Agora, a vingança é maligna. É José Serra quem exige as prévias
internas para definir o candidato da fraturada sigla. De quebra, os seus
apaniguados ainda espalham boatos de que o paulista poderá abandonar o ninho tucano.
Hoje, na mesma Folha serrista, a jornalista Eliane
Cantanhêde publicou mais uma notinha devastadora. “José Serra e Eduardo Campos
se encontraram sigilosamente em São Paulo. E não foi para falar de flores. Já
tem gente até sonhando com uma chapa geográfica e sinuosa: Campos e Serra. Em
política, nada é impossível”. A “colunista” se mostra assustada com o aumento
da popularidade de Dilma e aposta na fragmentação como única forma de garantir o
segundo turno. Nesta conta, Aécio Neves não surge como principal aposta!
A mesma conta deve tumultuar os cálculos de Geraldo Alckmin.
Ele parece mais preocupado com sua delicada situação em São Paulo. Várias
pesquisas apontam a queda da sua popularidade e uma “fadiga de material” que
pode encerrar a prolongada hegemonia tucana no governo estadual. Diante deste
cenário, o seu maior esforço é para manter o tucanato paulista unido – o que
significa consolidar a trégua com os serristas e ampliar o seu leque de
alianças. Não é para menos que ele abriu mais espaço para o PSB no seu governo.
Geraldo Alckmin já manteve dois encontros reservados com
Eduardo Campos e indicou como seu “conselheiro” o presidente estadual do PSB,
Márcio França. O pragmático deputado participa das reuniões privadas semanais com
o tucano e não esconde sua alegria. “Há muita gente no PSDB que é simpático à
candidatura do Eduardo Campos. Portanto, a aproximação com o governador Alckmin
é boa para os dois lados”, festeja Márcio França. Ela só não é boa para Aécio
Neves, que deve estar curtindo uma baita ressaca e poderá ter a sua candidatura levada em breve
para a UTI.
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