Por Nivaldo Santana, no blog de Renato Rabelo:
O baixo crescimento do PIB em 2014 (0,2%) e a tendência de piora em 2015 já começam a impactar negativamente o mercado de trabalho. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE para o mês de maio deste ano comprova esse fato. O desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas atingiu o percentual de 6,9%, o maior desde 2010, e o rendimento médio real deste ano recuou 2,9%.
Segundo o IBGE, nessas seis regiões esse percentual corresponde a 1,7 milhão de pessoas sem emprego. A população com trabalho formal corresponde a 22,8 milhões e o universo da população não economicamente ativa (os que estão fora do mercado de trabalho, não tem e nem procuram emprego) totaliza 19,3 milhões.
A combinação do ajuste fiscal com juros altos em uma economia com PIB baixo, conforme reconhece o próprio IPEA, é fator de aumento do desemprego e da retração do salário real. Esses problemas não apareceram em 2014, mesmo com o crescimento fraco da economia, devido, entre outros fatores, à queda na população economicamente ativa (menos gente procurando emprego).
Nos quatro primeiros meses deste ano já se registra a diminuição de 163 mil empregos formais. Apesar desses números ruins, o IPEA trabalha com a hipótese de que a atual crise deva afetar mais os salários do que o nível de emprego. Segundo esse Instituto, as empresas podem segurar os empregos e, em contrapartida, comprimir os salários.
As razões para isso são o custo mais elevado das demissões, a maior concentração de empregos no setor de serviços, a diminuição dos aumentos reais de salário e a redução do custo unitário do trabalho. Nos casos dos trabalhadores mais qualificados, os custos mais elevados de recontratação futura também podem desestimular parte das demissões.
Independentemente dessas previsões, o fato é que o aumento do desemprego, iniciado na indústria de transformação e da construção civil, agora atinge também outros setores, como o comércio e serviços. Essa nova onda de desemprego afeta principalmente os mais jovens e os trabalhadores com menor escolaridade e com baixa qualificação profissional.
Para o movimento sindical classista, a luta pelo emprego, pela valorização dos salários e pela ampliação dos direitos é tarefa permanente. Essa luta, no entanto, passa pelos meandros da luta política em curso no país. O clima de instabilidade política turva o horizonte e inibe a retomada do crescimento econômico.
Inconformadas com a quarta derrota consecutiva, as forças conservadoras procuram desestabilizar o governo e a flertar com o golpe. Por isso mesmo, os trabalhadores e as forças progressistas do país devem colocar no topo da agenda, como tarefa prioritária, a defesa do estado democrático de direito.
* Nivaldo Santana é secretário sindical nacional do PCdoB e vice-presidente da CTB
O baixo crescimento do PIB em 2014 (0,2%) e a tendência de piora em 2015 já começam a impactar negativamente o mercado de trabalho. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE para o mês de maio deste ano comprova esse fato. O desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas atingiu o percentual de 6,9%, o maior desde 2010, e o rendimento médio real deste ano recuou 2,9%.
Segundo o IBGE, nessas seis regiões esse percentual corresponde a 1,7 milhão de pessoas sem emprego. A população com trabalho formal corresponde a 22,8 milhões e o universo da população não economicamente ativa (os que estão fora do mercado de trabalho, não tem e nem procuram emprego) totaliza 19,3 milhões.
A combinação do ajuste fiscal com juros altos em uma economia com PIB baixo, conforme reconhece o próprio IPEA, é fator de aumento do desemprego e da retração do salário real. Esses problemas não apareceram em 2014, mesmo com o crescimento fraco da economia, devido, entre outros fatores, à queda na população economicamente ativa (menos gente procurando emprego).
Nos quatro primeiros meses deste ano já se registra a diminuição de 163 mil empregos formais. Apesar desses números ruins, o IPEA trabalha com a hipótese de que a atual crise deva afetar mais os salários do que o nível de emprego. Segundo esse Instituto, as empresas podem segurar os empregos e, em contrapartida, comprimir os salários.
As razões para isso são o custo mais elevado das demissões, a maior concentração de empregos no setor de serviços, a diminuição dos aumentos reais de salário e a redução do custo unitário do trabalho. Nos casos dos trabalhadores mais qualificados, os custos mais elevados de recontratação futura também podem desestimular parte das demissões.
Independentemente dessas previsões, o fato é que o aumento do desemprego, iniciado na indústria de transformação e da construção civil, agora atinge também outros setores, como o comércio e serviços. Essa nova onda de desemprego afeta principalmente os mais jovens e os trabalhadores com menor escolaridade e com baixa qualificação profissional.
Para o movimento sindical classista, a luta pelo emprego, pela valorização dos salários e pela ampliação dos direitos é tarefa permanente. Essa luta, no entanto, passa pelos meandros da luta política em curso no país. O clima de instabilidade política turva o horizonte e inibe a retomada do crescimento econômico.
Inconformadas com a quarta derrota consecutiva, as forças conservadoras procuram desestabilizar o governo e a flertar com o golpe. Por isso mesmo, os trabalhadores e as forças progressistas do país devem colocar no topo da agenda, como tarefa prioritária, a defesa do estado democrático de direito.
* Nivaldo Santana é secretário sindical nacional do PCdoB e vice-presidente da CTB
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