sábado, 20 de agosto de 2016

Os espinhos no caminho de Temer

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Michel Temer foi à abertura da Olimpíada no Maracanã sob um esquema preparado para protegê-lo de um vexame global. Uma semana antes, o governo demitira o chefe do cerimonial da Rio-2016, Fernando Igreja, episódio a alimentar rumores entre diplomatas de que o embaixador foi espionado pelo aparelho de segurança de Temer e punido por “dilmismo”.

Na cerimônia, o nome do presidente interino não seria anunciado antes de ele declarar o início dos Jogos, seu discurso seria relâmpago e logo em seguida o volume de uma música subiria ao máximo. Tudo para impedir ou abafar vaias ao peemedebista diante das autoridades presentes e das bilhões de pessoas a assistir pela tevê. Em vão. Ele levou uma estrepitosa vaia.

Aliança pelo golpe escancara fisiologismo

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Os 100 dias de Michel Temer foram marcados politicamente por uma relação com o Congresso Nacional caracterizada pelo fisiologismo mais escancarado, pelo qual o governo interino condiciona a aprovação de matérias de interesse do Planalto à indisfarçada prática de concessão de vantagens, como cargos e liberação de emendas parlamentares em troca de voto. “Toda a ação governamental tem se voltado a esse propósito”, avalia o analista Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Alckmin e a volta da 'reorganização escolar'

Por Salomão Barros Ximenes, no site Outras Palavras:

Um fato surpreendente aconteceu no último dia 16 de agosto, no antigo Colégio Caetano de Campos, hoje sede da secretaria de Educação de São Paulo. O governo estadual constituiu, enfim, a Frente de Instituições Públicas pela Educação do Estado de São Paulo (Fipesp). O grupo havia sido criado em maio, mas aguardava indicação de representantes e adesão das instituições envolvidas. A surpresa está na composição, agora revelada: todos os onze componentes do grupo são juristas. Vale a pena investigar por quê.

Temer: entre o engodo e a guerra civil

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Roberto Requião, no blog Viomundo:

O governo interino enviou ao Congresso a PEC 241 com o objetivo de congelar os gastos públicos por 20 anos, tendo como referência os gastos de 2016.

Nunca em nenhum outro país uma proposta de congelamento dos gastos públicos. Nunca foi sequer cogitada como proposta legislativa, muito menos colocar tal aberração em um texto constitucional. Mesmo na Grécia, massacrada pela austeridade fiscal imposta pelos credores e pela Alemanha, imaginou-se tal coisa.

Essa proposta tão absurda serve para mostrar o grau de anormalidade política e institucional em que vive hoje o país.

Orçamento de 2017 dirá a que veio Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Tesoura afiada e pouca transparência. Estes serão dois traços da proposta orçamentária para 2017 que o governo Temer apresentará previamente aos líderes de sua base parlamentar na segunda-feira, devendo enviá-la oficialmente ao Congresso, como manda a Constituição, até o dia 31. Embora o Congresso ainda não tenha aprovado a emenda constitucional que limita o aumento do gasto público à inflação do ano anterior, a peça foi elaborada seguindo este critério, e com isso o governo dirá muito a que veio, em matéria de desidratação de políticas públicas e redução da ação governamental em muitas áreas.

Tríplex do Guarujá e o cinismo da mídia

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Meio escondida, envergonhada, curtinha, mas está lá nos portais da mídia cartelizada a notícia: Lula não foi indiciado no caso do tríplex do Guarujá (com outras palavras, logicamente).

Ontem escrevi aqui sobre como funciona a articulação entre a mídia e o Judiciário para atingir seus adversários políticos.

Hoje a imprensa corporativa nos brinda com uma demonstração de como age quando o consórcio midiático-judicial encontra seu limite nos fatos.

Querem calar a mídia alternativa

Do site Carta Maior:

Conforme comunicado a seus leitores, no artigo “Querem Calar a Nossa Voz I”, a Carta Maior ingressou, com base na Lei de Acesso à Informação (Lei n° 12.527), com requerimento para obter esclarecimentos da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

A Carta Maior questiona o órgão público sobre sua “nova” política, cuja primeira consequência foi a quebra de contratos de publicidade, no valor de R$ 11,2 milhões, firmados entre órgãos da administração direta e indireta e o conjunto de veículos (sites e blogs) da mídia alternativa.

O requerimento da Carta Maior foi protocolado no dia 16 de agosto de 2016, conforme demonstra o protocolo abaixo:



Até na Olimpíada querem roubar Dilma

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O relativamente bom desempenho dos atletas brasileiros nas Olimpíadas Rio-2016 inspirou um esforço previsível para esconder o papel do governo Dilma Rousseff na renovação e fortalecimento do esporte de ponta brasileiro.

Num país que aguarda pela abertura da etapa final do processo de impeachment no Senado Federal, que terá início cinco dias depois da festa de encerramento, procura-se apagar o tremendo esforço - financeiro e politico - iniciado no governo Lula e ampliado consideravelmente nos cinco anos e meio de mandato de Dilma para colocar o esporte brasileiro num patamar mais elevado, compatível com a iniciativa - ousada sob todos os aspectos - de sediar uma inédita Olimpíada na América do Sul.

Carta aos propagadores do ódio e da mentira

Do site Lula:

"Não adianta fingir que não há golpe; todo mundo já sabe". Em carta aberta aos "propagadores do ódio e da mentira", o ex-procurador Álvaro Augusto Ribeiro Costa denuncia o golpe parlamentar no Brasil, critica os abusos da Operação Lava Jato e afirma que "quando a injustiça e a corrupção se fantasiam de direito e moralidade, a justa indignação e a resistência se tornam obrigação".

Álvaro A. R. Costa foi Advogado Geral da União, Ex-Procurador Federal dos Direitos do Cidadão e Ex-Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.

A vingança da Lava Jato contra Dias Toffoli

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ontem à noite abri espaço para a capa da Veja com supostas denúncias de Léo Pinheiro da OAS, contra o Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. A revista divulgara a capa, mas não o conteúdo da denúncia.

Lendo hoje de manhã, constato que não passou de uma vingança torpe da Lava Jato contra Toffoli, provavelmente devido ao fato de ele ter autorizado a libertação do ex-Ministro Paulo Bernardo.

A facilidade com que se assassinam reputações até de Ministros do STF mostra o grau de apodrecimento das instituições brasileiras.

Chegou a hora decisiva contra o golpe

Do blog de Renato Rabelo:

Fortalecer a mobilização contra o golpe, a hora decisiva chegou

Instaura-se no Senado Federal, na próxima semana, a fase última e decisiva do processo de impeachment, na verdade um golpe de Estado que, se consumado, representará um grave retrocesso político-institucional, expondo a Nação e os trabalhadores ao risco de uma regressão severa em todos os seus fundamentos, direitos e conquistas. Impõe-se às forças democráticas, progressistas e populares reforçarmos a jornada contra o golpe direcionando-a ao Senado, pressionando cada senador, cada senadora para que não se concretize esse retrocesso.


Ruralistas querem recriar a CPI da Funai

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na demarcação de terras foi encerrada na última quarta-feira (19), sem ter produzido relatório final. No entanto, deputados da bancada ruralista da Câmara Federal vêm se articulando no sentido de prorrogar os trabalhos do colegiado.

Na noite de quarta-feira (19), o deputado Alceu Moreira (PMDB/RS) entregou na Secretaria-Geral da Mesa (SGM) um documento com a assinatura de mais de 200 parlamentares solicitando a extensão das atividades da CPI.

Hino dos paneleiros ecoa na Olimpíada

Por Bepe Damasco, em seu blog:                      

Uma olhadela na TV basta para se constatar que, nas arenas esportivas onde são disputadas as competições dos Jogos Olímpicos do Rio, grande parte da torcida brasileira é formada por gente que bateu panela de forma histérica bradando pelo golpe contra a presidenta Dilma.

Não por acaso o fardamento básico dos torcedores é o mesmo dos que foram às ruas se insurgir contra a democracia: a camisa amarela da CBF, espécie de emblema da corrupção no Brasil.