sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Eis a cara aloprada do governo Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Voltamos a ser um país atrasado de um povo atrasado” (Janio de Freitas).

“Ministério MM: só tem milico e maluco. Ou é conservador ou é cristão século 11” (José Simão).

***

Só faltou um M, caro Macaco Simão: de malaco. Também tem vários no elenco.

Após um mês frenético de transição (ou será transação?), já dá para ver como será a cara do novo governo.

Manuela D’Ávila e a construção da frente

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

No palco do I Fórum Mundial do Pensamento Crítico, em Buenos Aires, na semana passada, o secretário-executivo da Clacso, Pablo Gentili, faz o mea culpa em nome dos homens que não estão ali com seus filhos, ao contrário da deputada brasileira que logo chamará ao microfone. “Manuela revolucionou essa forma de se expressar politicamente, aparecendo com sua filha Laurita em todos os lugares. Ser mãe e ser militante é parte de um processo de construção de um horizonte, de uma nova forma não só de fazer política como de construir a vida”, disse Gentili. “Mas a revolução na política só virá quando nós, homens, viermos com nossas filhas aos atos, não só quando nossas companheiras vierem com suas filhas.”

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Nova direita é chucra, mas não é burra

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na moda, a aliança entre uma agressiva agenda neoliberal e um fundamentalismo moralista aposta em um discurso chucro. Foi assim que Jair Bolsonaro, equipado com uma verdadeira usina virtual de fake news, emplacou sua mensagem e terminou 2018 eleito presidente do Brasil. Mas atenção: o modus operandi é chucro, mas não é burro. Este é o alerta feito por Esther Solano (professora da Universidade Federal de São Paulo) e por Kelli Maffort, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em debate realizado nesta quarta-feira, 28 de novembro, no Centro de Estudos do Barão de Itararé, em São Paulo. A mediação ficou por conta de Renata Mielli, Secretária-Geral do Barão de Itararé e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Dos navios negreiros aos “navios prisões”

Por Mariana Pitasse, no jornal Brasil de Fato:

Em um porão escuro e úmido, centenas de homens e mulheres se espremem para caber em um espaço limitado demais para todos. Eles estão muito próximos e aprisionados em correntes de ferro. O mau cheiro, a sujeira, as marcas na pele, os trapos que cobrem seus corpos denunciam que eles não têm condições mínimas de higiene e sobrevivência. A fome e a sede são constantes, as doenças se espalham com facilidade. Muitos deles morrem e adoecem gravemente em pouco tempo, antes de chegar ao final da travessia.

Brasil não pode virar uma província talibã

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O governo do capitão Messias ameaça mergulhar-nos de corpo inteiro em regressão mais profunda do que aquela que parece acometer o mundo ocidental sob o comando de Trump, seu grande ídolo e inspirador, depois do cel. Brilhante Ustra, o facínora. Se realizar o prometido, assistiremos a cenas dignas dos fanáticos do Estado Islâmico. Reviveremos situações registradas sob o nazifascismo. Experimentaremos as práticas do macarthismo, que agrediram as noções de civilidade firmadas após as catástrofes das guerras mundiais. Mergulharemos na era do ódio à inteligência, como sofreram os espanhóis sob os falangistas.

O peso dos militares no governo Bolsonaro

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

Os militares estão distantes da política desde o final da ditadura, mas no novo governo de Jair Bolsonaro terão papel fundamental. Além do vice-presidente, general Hamilton Mourão, até o momento cinco militares foram escalados para ocupar Ministérios em setores chave do futuro governo.

O general da reserva Augusto Heleno deverá orientar o braço de segurança do governo, assumindo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que além de zelar pela segurança pessoal do presidente pretende fortalecer a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), responsável por análises estratégicas e informações relativas à segurança do Estado, relações exteriores e defesa externa. Além de comandante militar, com sólida carreira no Exército, general Heleno chefiou a paste de Ciência e Tecnologia e missões de paz da ONU no Haiti, entre junho de 2004 e setembro de 2005.

Os cubanos e a medicina sem pompa

Por Marcos Pacheco, no site Outras Palavras:

A decisão de retirada dos colegas médicos cubanos da Atenção Primária em Saúde vai agravar mais ainda a já recorrente tendência de elevação das taxas de morbimortalidade infantil no Brasil. Para se ter uma ideia do que isso representa, sairão de cena mais de oito mil médicos, todos (sem exceção) atuando em comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas, aldeias indígenas e bairros periféricos de grandes cidades brasileiras, em cenários de alta vulnerabilidade sociossanitária.

Mas, quem são esses médicos cubanos e por que farão tanta falta?

Bolsonaro piscou?

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com o ministério praticamente formado, o governo Bolsonaro está composto por um grupo de militares em posições estratégicas, um núcleo duro ultraliberal no comando da área econômica, e uma coordenação política visivelmente frágil e desorganizada, sob o duplo comando do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do Secretário de Governo, general Santos Cruz.

A escolha do deputado Osmar Terra, do MDB, para a pasta de Cidadania, pode ser indicativa de que Bolsonaro começou a perceber a importância dos apoios partidários para garantir apoio parlamentar a sua agenda.

Qual autocrítica cabe ao PT?

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

De Giordano Bruno, Galilei e Copérnico, entre outros hereges, a Santa Inquisição não queria extrair apenas a liberdade ou a própria vida. Acima de tudo, buscava abjuração das ideias. Puni-los era insuficiente: a Igreja somente se dava por satisfeita quando beijavam a cruz e reconheciam que a Terra era o centro do universo.

Esse espírito atravessou os tempos. Muitas das vozes que exigem autocrítica do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, assim mascaram o desejo de vê-lo renegando sua natureza classista.

Caça às bruxas na era bolsonarista

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

“A caça às bruxas não foi... mera repressão. Foi também – e com igual importância – uma oportunidade, há muito esperada, para que aqueles que se sentiam impelidos a tal pudessem expressar publicamente seu sentimento de culpa e seus pecados, sob o manto de acusações contra as vítimas.”

Essa reflexão, feita por Arthur Miller na introdução da peça O Caldeirão, mais conhecida entre nós como As Feiticeiras de Salem, em razão do roteiro cinematográfico escrito por Jean-Paul Sartre, vem inevitavelmente ao espírito nestes tempos em que toda a espécie de demônios é exorcizada para justificar atitudes que seriam incompreensíveis a partir de padrões de normalidade.

Bolsonaro e os infernos da História

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Emplacados, o místico Ernesto Araujo como Ministro de Relações Exteriores e o colombiano Ricardo Velez Rodriguez como Ministro de Educação, o bolsonarismo completa a simbiose entre o fascismo mitificado – através do controle mental de uma grande parte do “público” pela magia da magna mídia e das redes compradas – e o ultraliberalismo que, para ser aplicado, precisa destruir a confiança mínima na política e na democracia, que são sempre demoradas e pacientes. As grandes vantagens das tiranias modernas e antigas é que elas têm respostas prontas e se vencem a peleja pelo poder têm a possibilidade de apresentá-las, embora nem sempre sejam as mesmas que se comprometeram nas suas diatribes contra a velha ordem.

Bolton, abutre de Trump e agressor do Brasil

Imagem capturada do Youtube
Por Marcelo Zero

No próximo dia 29, numa escala em sua viagem com destino à reunião do G20 em Buenos Aires, o conselheiro para segurança nacional de Donald Trump, John Bolton, aportará no Rio de Janeiro para ter uma conversa com Bolsonaro.

A armada Bolsoleone, já abanando alvoroçados rabos, vê essa reunião com um “sub” como uma demonstração de grande prestígio mundial.

Evidentemente, não é. Em primeiro lugar, porque trata-se de uma reunião com alguém de segundo escalão. Em segundo, porque Bolton não vem ao Brasil especificamente para ver Bolsonaro. Ele apenas aproveitou sua viagem a Buenos Aires para fazer uma escala no Rio e conversar com o capitão. Em terceiro lugar, porque Bolton é figura extremamente controversa.

Como é que chegamos nesta situação, Manuel?

Por Reginaldo Moraes, no site Carta Maior:

O cara vive no sufoco. Já dormiu mal, deram-lhe uma pisada no trem, chegou cansado no trabalho, problema, cobrança, boato de demissões. Um inferno, à beira de um ataque de nervos. Está no meio de uma correria quando alguém grita: “Manuel, vai prá Madureira que sua mulher sofreu um acidente.” Meu Deus! Sequestra um táxi e berra: toca prá Madureira! Cinco minutos depois baixa o santo na porta-bandeira: “não me chamo Manuel, não moro em Madureira e não sou casado, o que é que eu estou fazendo aqui?”

O jantar do Toffoli com as multinacionais

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Imagine-se um país em que o presidente da Suprema Corte participa de um jantar promovido por uma empresa de jornalismo profissional ao qual comparecem – além dos jornalistas, por suposto – executivos de poderosas multinacionais e a Embaixada dos EUA.

Esse país existe, e não é nenhuma ditadura de alguma republiqueta desprezível; é o Brasil, e os comensais têm notórios interesses econômicos, geopolíticos e estratégicos no país.

O recado sinistro do filho de Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Das três, uma.

Ou Carlos Bolsonaro, filho e conselheiro de Jair, é um poço de ressentimentos por alguma “derrubada” que tenha levado, ou há mistérios e conspirações sinistras no núcleo do governo em montagem ou, ainda, temos um clã de loucos na família imperial que vai ao Planalto.

O recado, no Twitter e no Facebook do “02”, o segundo filho de Bolsonaro, não podia ser mais pavoroso:

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A estranha obsessão de Olavo de Carvalho

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Leitor bissexto de Olavo de Carvalho, eu supunha que o escritor paulista tivesse superado a fase anal do desenvolvimento psicossexual. É aquela que, estabelece certa literatura psicanalítica, encerra-se aos três ou quatro anos de vida. O engano findou quando assisti ao vídeo de sua recente entrevista ao repórter Fred Melo Paiva, da CartaCapital. Ao falar da confiança de Jair Bolsonaro em ações policiais virtuosas, Carvalho provocou: “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”.

Temer, Bolsonaro e a desigualdade social

Editorial do site Vermelho:

Quando Caetano Veloso cantou, no começo da década de 1990, “o Haiti é aqui”, ele definiu uma pavorosa e perseverante verdade, confirmada com a publicação recente de dois relatórios sobre a desigualdade social no Brasil. Que voltou a acertar o passo com a história perversa, que havia superado na última década, quando tirou 29 milhões de brasileiros da situação de pobreza.
A descrição do retrocesso consta dos da Oxfam Brasil ("País Estagnado: Um Retrato das Desigualdades Brasileiras") e o Mapa da Desigualdade.

MPF cumpre seu papel político contra Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A nova denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra Lula, em São Paulo, é mais um capítulo vergonhoso de perseguição movida por um poder de estado contra um cidadão despido de todos seus direitos. Não um cidadão qualquer, mas uma das personalidades políticas mais respeitadas fora deste país liliputiano.

Trata-se daquelas denúncias que não se sustentam nem sob a ótica da verossimilhança.

Bolsonaro no colo de Donald Trump

Por Umberto Martins, no site da CTB:

O clã Bolsonaro parece mesmo disposto a subordinar a política externa à orientação de Washington e colocar o Brasil no colo de Donald Trump. Enquanto o pai, eleito presidente, provoca a saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos e ameaça romper relações com a Ilha socialista, o filho Eduardo Bolsonaro, deputado pelo PSL, defendeu nesta semana em Washington, durante reunião com membros do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, o congelamento de bens de cubanos e venezuelanos no Brasil.

Bolsonaro e o inquérito reaberto no STF

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Está passando batido que o STF reabriu, dia 20, o inquérito de Furnas, processo que envolve Aécio Neves e no qual Jair Bolsonaro aparece como um dos beneficiários de dinheiro sujo naquele esquema de corrupção. Esse é apenas um de vários casos nebulosos que envolvem o novo presidente da República, mas, com certeza, é um dos mais graves.

O escândalo da Lista de Furnas é um dos segredos mais bem guardados dos esquemas de corrupção da gestão Fernando Henrique Cardoso. Funcionou assim: Aécio Neves nomeou um diretor de Engenharia da hidrelétrica de Furnas o qual montou um esquema de desvio de recursos que beneficiou governadores, senadores e deputados.

OEA pede proteção à vida de Jean Wyllys

Do blog Socialista Morena:

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA solicitou formalmente ao Estado brasileiro que tome medidas para proteger o direito à vida e à integridade pessoal do deputado federal Jean Wyllys e investigue as ameaças de morte e a difamação de que ele é vítima através de calúnias e fake news que aumentam sua situação de vulnerabilidade. Wyllys tem recebido ameaças de morte por email, pelas redes sociais e, durante a campanha, notou a presença de homens estranhos em suas atividades públicas.

A que se deve tanta euforia do mercado?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Capas de revista, manchetes de jornais e pesquisas do mercado financeiro anunciam uma grande euforia nos últimos dias.

A que se se deve isso?

Está na manchete desta quarta-feira do site Infomoney: “Exclusivo: 63% aprovam escolhas de Bolsonaro para ministérios e decisões anunciadas, mostra XP/Ipespe”.

Segundo a pesquisa do banco de investimentos XP, um braço do Itaú, 57% dizem esperar que Bolsonaro faça um governo ótimo ou bom, enquanto 18% projetam uma gestão regular, e 20%, uma administração ruim ou péssima”.

O que Bolsonaro quer para a Petrobras?

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Há poucos dias, o presidente eleito Jair Bolsonaro indicou o novo Presidente da Petrobras, o entreguista Roberto Castello Branco. Na Petrobras – assim como em quase todas as pautas políticas e econômicas – Bolsonaro se mostra, cada vez mais, uma continuidade piorada do governo Temer.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Castello Branco deixou nítido o projeto neoliberal entreguista da equipe de Bolsonaro. Sem tergiversar, o novo presidente da empresa diz ao que veio: transformar a Petrobras em uma empresa apequenada, fragmentada e com cada vez menos espaço no cenário nacional.

Guerra civil no distrito petrolífero do RJ

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Em 2006, com o anúncio público de extraordinárias reservas de petróleo, o Brasil foi abruptamente levado para o centro da geopolítica das grandes potências. E isso mudou tudo.

Pelo menos até 2014, a confluência de interesses nacionais de construção civil pesada e de empresas de mineração ajudou a garantir uma democracia liderada pela esquerda. Essa associação explica os principais movimentos do país desde então: (i) aproximação econômica com a China; (ii) expansão das fronteiras econômicas para a América do Sul e África; e (iii) geração de massa crítica de empregos tecnológicos qualificados no país.

Palocci vai para casa com R$ 30 milhões

Por Afrânio Silva Jardim, no blog Diário do Centro do Mundo:

TRF-4 reduz pena e coloca Palocci em prisão domiciliar com tornozeleira. Vai para casa com R$ 30 milhões.

Não tenho outra palavra: se isto realmente acontecer, será uma grande safadeza.

Pena de nove anos em regime domiciliar contraria o Código Penal e a Lei de Execução Penal!!! Vergonha!! Não acredito mais no Poder Judiciário de meu país.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Barão lança campanha para manter sua sede

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Com oito anos de vida e muito acúmulo de atividades ligadas à luta pela democratização da comunicação, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa passa por dificuldades. Para ajudar a manter as suas atividades, o Barão optou por centrar esforços em uma de suas principais frentes: a manutenção de sua sede física, localizada na Rua Rego Freitas, 454, em São Paulo, e que já se tornou patrimônio de movimentos, militantes e ativistas brasileiros.

Brasil em mudança, para pior

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

“País estagnado”, título do novo estudo da Oxfam Brasil, pode dar ideia da ausência de crescimento econômico, mas tem, sobretudo, o sentido de uma sociedade com dificílima mobilidade social. O Brasil, retratado nos dados apresentados, é um país com estruturas que mantêm e aprofundam as desigualdades no plural: desigualdade na representação política, desigualdade de renda, desigualdade tributária, desigualdade regional, desigualdades entre mulheres e homens, entre negros e brancos, entre ricos e pobres.

O jogo arriscado de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na montagem do ministério, Jair Bolsonaro assusta, embora não surpreenda, com escolhas que refletem a ambígua personalidade que assumiu ao se tornar candidato: ultraliberal na economia, conservador e fundamentalista na questão moral e de costumes.

É coerente quando empodera Paulo Guedes e escolhe um chanceler e um ministro da Educação de conservantismo estridente. É coerente também com o que diziam suas camisetas de campanha: “meu partido é o Brasil”.

Vem ignorando os partidos e jogando com as bancadas temáticas. Mas esta é uma coerência perigosa, que faz de sua futura relação com o Congresso uma incógnita. Ou ele tem um plano B desconhecido, ou pode se estrepar.

Pesadelo da política externa de Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

As declarações sobre política externa por parte do próprio presidente eleito, Jair Bolsonaro, de ministros, membros do futuro governo e seu “braço direito”, Paulo Guedes, têm causado sobressaltos não apenas nos meios diplomáticos, mas também entre os agentes econômicos cuja atuação depende de boas relações internacionais com parceiros importantes para a balança comercial brasileira. Além das declarações polêmicas e anti-diplomáticas, as incertezas aumentam ainda mais com as idas e vindas.

O SUS sobreviverá à era Bolsonaro?

Por Enio Lourenço, na revista CartaCapital:

Três décadas depois da sua criação, o Sistema Único de Saúde entra na fase mais crucial da sua história. Embora repleto de problemas, principalmente nos grandes centros urbanos, e historicamente subfinanciado, o SUS está entre os modelos mais abrangentes de atendimento no planeta. Cerca de 70% da população brasileira depende exclusivamente do serviço público e muitos tratamentos de alta complexidade só são oferecidos pela rede estatal.

Manual de sobrevivência na selva bolsonara

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Na semana passada participei de um debate na Universidade Livre de Berlim que, partindo de questões literárias, terminou por entrar por reflexões sobre a atual situação brasileira. Houve depoimentos candentes sobre o clima de perseguição e violência contra a dissidência ao candidato vitorioso e sua trupe que se implantou durante a eleição e que tende a se intensificar depois da posse. Houve relatos que variaram da desarticulação dos programas sociais desenvolvidos durante os governos de Lula e Dilma (como o de apoio às pequenas cacimbas de água no Nordeste), imediatamente posta em prática pelo governo Temer, passando pelos conflitos familiares e perseguição desde já a professores, estudantes, até o de estupros de mulheres simplesmente porque apoiaram o outro candidato.

Raquel Dodge protege Nardes

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

No seu blog, Lauro Jardim noticia que a chefe da PGR, Raquel Dodge, engaveta denúncia contra Augusto Nardes. Na nota com o título “Augusto Nardes agradece” [a Dodge], o jornalista comenta:

“O inquérito sobre os rolos de Augusto Nardes na operação Zelotes, aberto em 2015, está desde fevereiro em alguma gaveta de Raquel Dodge na PGR“.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A fábrica de acusações contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como já se antecipara aqui, segue o clima de perseguição a Lula com acusações sem pé nem cabeça, mas com promotores dispostos a colocá-las nas primeiras páginas de jornais e de juízes prontos a aceitá-las, pela oportunidade de brilhar no mesmo palco de Sérgio Moro.

Agora, trata-se de um suposto “tráfico de influência” que Lula teria praticado ao fazer de um empresário portador de uma carta ao presidente da Guiné Equatorial. Lula já havia deixado há tempos de ser presidente e não ocupava nenhum cargo público, e não menciona nenhum negócio, exceto que Rodolfo Geo, era diretor da ARG, Rodolfo dirige “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”.

Jeito político de Bolsonaro já naufragou

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Nunca existiu um político eleito que tenha cumprido todas as expectativas oferecidas durante a eleição. É natural da política, mas Bolsonaro certamente levará o chamado “estelionato eleitoral” para um novo patamar. O presidente eleito justificou a nomeação de ministros envolvidos em denúncias afirmando que a “questão ideológica é mais grave do que a corrupção”. Sobre a nomeação de um réu no Supremo, debochou: “Eu também sou réu no Supremo. E daí?”

As mentiras sobre a medicina em Cuba

Por Nésio Fernandes, no site Vermelho:

Desde que foi criado o Programa Mais Médicos e grande parte dos profissionais que o integram vieram de Cuba, muita mentira tem circulado sobre a formação daqueles profissionais oriundos e suas condições de trabalho no Brasil. As mentiras se espalharam com maior profusão nas redes sociais e se intensificaram depois que Jair Bolsonaro afirmou que fará mudanças no Mais Médicos que tornam inviável a permanência dos cubanos no programa e levaram Cuba a encerrar a parceria.
 

A nova corte e a fragilidade de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – as fragilidades de Bolsonaro

Prosseguimos na tentativa de decifrar Jair Bolsonaro, juntando mais fragmentos do homem e do grupo trazidos por pessoas que transitam por lá. Como Bolsonaro é um ator político totalmente não-convencional, esses bastidores são mais reveladores do que a cobertura da mídia brasiliense, espremida por pressões dos veículos ou pela necessidade de construir boas relações com as novas fontes.

Ontem, no Twitter, o jornalista norte-americano Vincent Bevins – que foi correspondente no Brasil do Los Angeles Times – traçou um retrato cruel da cobertura sobre Bolsonaro.

O time neoliberal de Paulo Guedes

Por Umberto Martins, no site da CTB:

Paulo Guedes, guru e superministro da Economia de Bolsonaro, está formando no entorno de sua pasta um time de neoliberais que promete radicalizar a agenda entreguista do governo Michel Temer. Nesta quinta ele anunciou os futuros presidentes do Banco do Brasil, Rubens Novaes, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, expoentes do pensamento privatista.

Era Temer-Bolsonaro: regressão do trabalho

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O ingresso passivo e subordinado na globalização durante a era dos Fernandos – Collor (1990-92) e Cardoso (1995-2002) – empurrou o Brasil para o emparedamento entre dois tipos de saídas nacionais. A primeira em referência às nações de alta renda per capita de organizada e regulada exploração econômica do trabalho por meio dos investimentos em educação, ciência e variada inovação (tecnológica, institucional, produtiva e outras) – geradora de ganhos sistêmicos da produtividade.

Bolsonaro é uma peça dos EUA

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Jair Bolsonaro é uma peça dos EUA. Assim como Sérgio Moro, que foi formado lá. A nomeação do juiz para o Ministério da Justiça é uma exigência norte-americana. Bolsonaro não manda muito. É um personagem grotesco, patético. Quem manda são os capitais que estão por trás dele. Como aconteceu com Hitler, quando ele chegou ao poder.

A avaliação é de Juan Carlos Monedero, um dos criadores do Podemos espanhol, em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo). Cientista político, professor da Universidade Complutense de Madri, ele defende a formação de uma frente ampla, pois “a direita está unida em todo o mundo”.

Bolsonaro tem condições de governar o país?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar esta data. Amigos, esta é uma data para lembrar e comemorar” (Ricardo Vélez Rodriguez, filósofo colombiano, ministro da Educação do novo governo).

***

Dirão alguns de vocês que a pergunta do título não tem cabimento porque o capitão-deputado Jair Bolsonaro, de 63 anos, acabou de ser eleito, com mais de 57 milhões de votos, e agora não adianta reclamar.

Pois só agora, um mês após a a sua vitória, é que começamos a saber o que realmente pensa e quer no poder o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos, político profissional do baixo clero há mais de três décadas, sobre quem pouco se conhecia, já que ele fugiu dos debates durante a campanha.

Num dia desses qualquer

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Pode acontecer num dia qualquer.

Num dia desses em que Aécio Neves continuar solto e deputado.

Num dia desses em que for arquivado mais um processo contra Serra, Aloysio, Ônix, Geddel e o Gato Angorá.

Num dia desses em que Temer estiver – quem sabe – despachando no Palácio Pamphilj, em Roma, ou em outra qualquer embaixada ao redor do mundo.

Sobre a mal(dita) polarização da sociedade

Charge: Renan Lima
Por Alexandre de Freitas Barbosa, no site Brasil Debate:

A “polarização” virou moda. Todos a pronunciam: a colunista da Folha, o cientista social renomado e a minha filha adolescente na prova do Enem. Dividiu as famílias, sacrossanto pilar da sociabilidade burguesa. Virou senso comum. O país estaria dividido entre “nós e eles” ou vice-versa.

A quem interessa o discurso da polarização, de que a sociedade brasileira estaria partida ao meio? Os intelectuais trabalham com conceitos que comportam sentidos. Vivemos de problematizar o real e de buscar a gênese das construções ideológicas a serviço de determinados segmentos sociais, com o intuito de desconstruí-las.

domingo, 25 de novembro de 2018

Bolsonaro e a glória do bandido de direita

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Num encontro com parlamentares eleitos do PSL, em Brasília, Jair Bolsonaro repetiu uma ladainha já usada na campanha sobre o valor relativo da roubalheira.

Só que, desta vez, foi mais explícito.

“Precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. […] Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno”, disse.

“Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos”.

"Mais Médicos" e a solidariedade cubana

Por Pedro de Oliveira, no Blog do Renato:

Nesta última semana, diante das ameaças e desqualificações perpetradas pelo presidente eleito do Brasil, Jari Bolsonaro, o Governo da República de Cuba foi obrigado a suspender a participação de médicos cubanos no Programa Mais Médicos. Este programa foi assinado entre Cuba e o Brasil sob o patrocínio da Organização Pan-Americana de Saúde, que faz parte do Sistema das Nações Unidas, instituído no final da década de 40 do século passado, logo em seguida à fundação da ONU.

O legado de um comandante invicto

Foto: Liborio Noval
Por Judite Santos, no site do MST:

Neste 25 de novembro completam-se dois anos da partida física do comandante Fidel Castro. Prestarmos nossa homenagem a este que foi sem dúvida, o maior dirigente revolucionário nessa quadra histórica em que vivemos.

Fidel Castro Ruz nasceu em 13 de agosto de 1926, no pequeno povoado de Birán, região oriental de Cuba. Seu pai havia sido recruta do exército espanhol na luta contra a independência de Cuba e depois retornou para instalar seu negócio e fazer sua vida na ilha, sua mãe era filha de camponeses pobres de Pinar del Río, região ocidental de Cuba. Don Angel Castro e Dona Lina Ruz se casaram em 1922 e tiveram 7 sete filhos, entre eles

O grande bedel como ministro da Educação

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A escolha do filósofo Ricardo Vélez Rodríguez para chefiar o Ministério da Educação assusta mais que a do diplomata trumpista Ernesto Araújo para o Itamaraty.

Ambos foram indicados pelo guru intelectual da direita, o também filósofo Olavo de Carvalho.

Ambos foram escolhidos por suas convicções ideológicas e não pela experiência ou pela capacidade técnica ou operacional em suas áreas, acentuando o aparelhamento ideológico do Estado de que o PT era acusado.

Livrarias quebram e arrastam setor editorial

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

O modelo de negócio das livrarias brasileiras está em xeque. Neste ano, as duas maiores redes no país, Livraria Cultura e Saraiva, entraram com processo de recuperação judicial. Quantidade expressiva dos livros vendidos no Brasil, quatro em cada dez, passa por essas lojas. A quebra arrasta toda a cadeia editorial, altamente dependente desse oligopólio que hoje não consegue mais se sustentar.

O problema é mais complexo do que parece. Culpar a crise econômica ou o fraco hábito de leitura dos brasileiros não basta. E as soluções também são delicadas, mas existem.

O governo de Olavo de Carvalho

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro acaba de escolher o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o Ministério da Educação. É a segunda indicação de ministro feita pelo ideólogo do bolsonarismo, o autointitulado filósofo Olavo de Carvalho. O outro foi o futuro chanceler Ernesto Araújo, cuja retórica é muito semelhante àquela do padrinho. Assim como Rodríguez.

Bolsonaro chegou a cogitar para a Educação o executivo do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Embora filiado ao liberal Instituto Millenium, Ramos é crítico do Escola sem Partido e, diz Olavo, favorável à “ideologia de gênero”, uma obsessão de evangélicos e de bolsonaristas mais empedernidos.

A esquerda e a legitimidade de Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                               

É do bravo Marcos Coimbra, sociólogo dos bons, o melhor texto pós-eleitoral até agora. Vale a pena citar na íntegra o encerramento de seu artigo: “O Brasil tem o dever de esclarecer o que ocorreu na última eleição, por razões nossas e porque somos importantes globalmente. Antes de saber o que aconteceu de verdade, é prematura a autocrítica e a lavagem de roupa suja na esquerda (por mais necessária que seja).”

Coimbra se refere às consistentes denúncias de manipulação das redes sociais por parte da campanha do capitão nazista, especialmente na reta final do primeiro turno, que atingiram em cheio o eleitorado mais pobre e, portanto, mais vulnerável ao jogo sujo, e fora da lei, da campanha bolsonarista.

"Carta Maior" precisa de você

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Meus queridos,

Em primeiro lugar, agradeço a todos que, compreendendo os desafios que temos pela frente, tornaram-se parceiros da Carta Maior nas últimas semanas. Graças a vocês, passamos de 1.239 para 1.297 parceiros-doadores. Uma resposta que traz ânimo e força à luta que travamos diariamente neste espaço.