quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Ronaldinho não será ministro dos Esportes

Por Altamiro Borges

Com forte exposição midiática e muita grana e ostentação, alguns atletas têm se arriscado no mundo da política, geralmente com posições de direita. Nas eleições de 2014, por exemplo, o “fenômeno” Ronaldo – o “Ronalducho”, segundo o apelido cunhado pelo corrosivo José Simão – foi o destaque. Ele apoiou ativamente o cambaleante Aécio Neves. Após a carreira do tucano ter virado pó, o ex-craque da seleção brasileira se disse decepcionado e sumiu de campo. Quem o substituiu no pleito deste ano foi Ronaldinho Gaúcho, que chegou a anunciar sua candidatura ao Senado e o apoio a Jair Bolsonaro. Na véspera da eleição, o jogador postou nas redes sociais uma foto vestindo a camiseta amarela da “ética” CBF com o número 17 em alusão ao postulante neofascista.

O governo errante de Jair Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com recuos e declarações contraditórias, a cada dia como presidente eleito Jair Bolsonaro faz aumentar as dúvidas sobre o que de fato pensa acerca de questões fundamentais e sobre como vai realmente governar o Brasil.

A maior delas é sobre como será construída a governabilidade, a maioria parlamentar, tendo o PSL conquistado apenas 10% das cadeiras na Câmara.

O futuro superministro Paulo Guedes defendeu ontem “uma prensa” no atual Congresso para aprovar a reforma previdenciária de Temer ainda este ano.

'Musa do veneno' será ministra da Agricultura

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na noite de ontem (7) a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) como ministra da Agricultura. Primeira mulher escolhida para compor o primeiro escalão do governo que toma posse em 1º de janeiro, ela recebeu o apelido de Musa do Veneno pelos próprios ruralistas quando em maio promoveu festa para comemorar a aprovação, em comissão especial, do chamado Pacote do Veneno, projeto que revoga a atual Lei dos Agrotóxicos.

Somos muitos, podemos ser fortes

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Cinquenta e oito milhões de brasileiros e brasileiras elegeram Jair Bolsonaro presidente da República. Isso representa 39% do total de 147 milhões de pessoas aptas a votar. Temos então que 89 milhões de brasileiros e brasileiras, ou 61% dos eleitores, não votaram nele. Destes que não votaram em Bolsonaro, 47 milhões votaram em Haddad; quase 30 milhões não compareceram às urnas; votos brancos e nulos somaram 14 milhões de eleitores. Está dada uma ampla base potencial para a organização de um bloco de defesa da democracia e dos direitos sociais, configurando a possibilidade de criação de uma forte oposição política ao governante eleito.

Equipe de Bolsonaro agita o mercado

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Os primeiros movimentos do governo eleito na área econômica são um desastre e isto não é nenhuma fake new. Impera a confusão na definição de rumos, mostra a sequência de tropeços e desencontros que inquieta o mercado, alarma setores da indústria e do comércio exterior e torna cada vez mais remota a recuperação da produção, do crescimento, do desenvolvimento tecnológico e da geração de empregos, temas rarefeitos quando não inexistentes entre as proposições dos vencedores das eleições.


Bolsonaro não vai tirar o Brasil do atoleiro

Charge: Tjeerd Royaards/Holanda
Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Com o setor público de mãos atadas pela irresponsável Lei do Teto de Gastos, não há outra maneira de sairmos do buraco em que nos encontramos que não seja pela expansão do consumo e do investimento. O problema é que nenhuma dessas duas variáveis irá se mover se não houver crédito barato e fácil. Com famílias e empresas ainda muito endividadas e diante de uma perspectiva incerta quanto à renda futura (altas taxas de desemprego, contração da demanda pública, vulnerabilidade externa, volatilidade cambial, entre outras) será muito difícil convencer os agentes econômicos a voltarem a se endividar.

Quando a ignorância provoca orgulho

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Aqueles que observam o fenômeno Bolsonaro de forma mais crítica e, por que não dizer, com certo humor, revelam uma discordância sobre as eleições e a ressaca pós-eleitoral. Um dos grandes nomes da fotografia, o brasileiro Sebastião Salgado, acha que o Brasil “ficou louco”. No seu diagnóstico, o país já dava “sinais de insanidade”, dois anos atrás quando operou um impeachment sem crime de responsabilidade. Quadro patológico que, agora, se agravou. Muita gente também entende que o Brasil não enlouqueceu, mas foi assaltado por um surto incontrolável de idiotia.

As trapalhadas na política externa

Charge do site Les humeurs d'Oli
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Enquanto a mídia entretém a opinião pública especulando com vazamentos sobre nomeações de futuros ministros e o próprio núcleo da equipe de transição espanta o país com declarações desencontradas acerca de diferentes temas – numa prévia do que poderá vir a ser o governo de direita sob a presidência do ex-capitão Bolsonaro – a população estarrecida sente os efeitos do agravamento da situação do país e começa a sobressaltar-se com a incerteza sobre o futuro.

Neoliberalismo, distopias e Bolsonaro

Por Leda Paulani, no site Outras Palavras:

A eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da república do Brasil deixa o mundo estarrecido. Seu estilo autoritário e agressivo, sua apologia à tortura, suas continuadas ofensas a determinados grupos ao longo de seus quase 30 anos de vida parlamentar (mulheres, negros, LGBTQs) e seu desprezo aos princípios democráticos são tão impressionantes que mesmo para um nome de destaque mundial da extrema-direita, como a francesa Marie Le Pen, ele causa repulsa: “suas declarações são inaceitáveis”, ela diz. Não por acaso, só Trump parece relevar tudo isso e louva, pelo Twitter, a conversa alvissareira que teve, em 30 de outubro, com o presidente eleito.

Foram os evangélicos que elegeram Bolsonaro?

Por Alexandre Brasil Fonseca, no site Carta Maior:

Olhar os números e dados disponíveis sobre as eleições é um exercício que pode levar a inúmeras conclusões. Uma delas que têm aparecido em diferentes espaços é de que teriam sido os evangélicos os responsáveis pela vitória de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil. Esse tipo de afirmação certamente soa como música nos ouvidos de pastores como Silas Malafaia e Magno Malta. Se fosse possível definir um tipo ideal do eleitor de Bolsonaro certamente ele seria evangélico, mas também teria que ser homem, residir em Santa Catarina, com isso poderia ser luterano, mas provavelmente imagino que seja batista. Certamente seria branco com idade em torno dos 30 anos, escolaridade de nível superior e renda acima de 10 salários mínimos. Essa figura está longe de ser o evangélico médio que povoa nosso cotidiano.

Juízes e MP abocanham aumento

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Senado acaba de aprovar o aumento dos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e da Procuradora Geral da República, passando de R$ 33 mil para R$ 39 mil.

Com eles, vão juntos os ganhos de perto de 20 mil juízes e procuradores, do país inteiro.

E, claro, logo se arranjarão “isonomias” para que senadores, deputados federais e estaduais, peguem carona na “bondade”.

Moro e Bolsonaro viram piada no exterior

Charge: Rocha
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A imprensa estrangeira ironiza Moro virar ministro após prender Lula, o único que poderia derrotar Bolsonaro na eleição de 2018. No exterior, parece que não entendemos isso. O francês ‘Le Monde’, por exemplo, ironiza um governo de extrema-direita eleito pelos brasileiros apesar de ter prometido lhes tirar direitos trabalhistas e sociais. O Brasil virou piada.

O mais hilariante na eleição de Jair Bolsonaro reside no fato de que seu eleitorado é, em grande, em esmagadora maioria composto de pessoas que, apesar de ganharem mais do que aquelas que votaram em Fernando Haddad, também são assalariadas e que, portanto, precisam trabalhar para viver e precisam, inclusive, se aposentar.

Vírus do fascismo se alastrou pelo povão

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O monstro do fascismo foi crescendo a olhos vistos, se retroalimentando do próprio ódio disseminado por ele. Aproveitando-se da guerra suja deflagrada pelo oligopólio da mídia contra os governos do PT, a besta saiu da garrafa e foi à luta. Primeiro, enxergando terreno fértil na histeria moralista das classes média e alta, capturou boa parte deste estrato social. Não tardaria também em contaminar as camadas populares, última etapa antes de atingir o objetivo final de levar à presidência da República um dos seus.

Os fotógrafos e as imagens do ditador

Foto: J. França
Do blog Socialista Morena:

O que Jair Bolsonaro está fazendo com a mídia comercial desde antes de assumir, vetando a presença de alguns veículos em entrevistas e ameaçando-os por conta de críticas e reportagens, já aconteceu antes no país. Em janeiro de 1984, penúltimo ano do último ditador militar, João Baptista de Figueiredo, os jornalistas que cobriam o Palácio do Planalto tiveram uma série de atritos com o presidente de farda, que resolveram enfrentar através de um protesto inusitado.

'Mito' é continuidade de Temer e não ruptura

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

De maneira mais célere que se esperava, bolsonaristas que deram sangue e chafurdaram na latrina por seu mito estão percebendo que escolheram mais do mesmo, apesar de toda a discurseira sobre o mundo novo que Deus traria com seu meninão esquisito.

O encontro entre Michel Temer e Jair Bolsonaro no Planalto na tarde desta quarta, dia 7, foi harmonioso, bonito e revelador.

Bolsonaro disse ao cidadão que manejou aquela Câmara onde ele ficou três décadas mamando que não dispensará sua experiência no ano que vem e que pedir-lhe-á conselhos.

Sopram ventos de resistência nos EUA

Por Samir Oliveira, no site Sul-21:

As eleições que ocorreram nesta terça-feira, dia 6 de novembro, nos Estados Unidos expressaram a dimensão do descontentamento com o governo Trump e suas políticas. Após oito anos os democratas retomaram o controle da Câmara dos Representantes, equivalente à nossa Câmara dos Deputados, com 219 congressistas eleitos. O tombo foi grande para os aliados de Trump: passaram de 237 para 193 parlamentares.