terça-feira, 10 de setembro de 2024

Colômbia corre sério risco de golpe

Foto: AFP
Por Altamiro Borges


Nas últimas semanas, a mídia colonizada do Brasil, com seu complexo de vira-lata diante dos EUA, tem radicalizado os ataques ao governo da Venezuela, acusando Nicolás Maduro, rotulado de “ditador”, de fraudar as eleições de julho passado. Nesse esforço, ela ardilosamente dá espaço às críticas de setores da própria esquerda na região, como o presidente colombiano Gustavo Petro, que insiste em “pedir as atas” das urnas no país vizinho. Será que a mídia burguesa agora dará destaque às denúncias de novas tentativas de golpe na própria Colômbia?

Neste sábado (7), Gustavo Petro garantiu que há um plano em curso para derrubá-lo do poder através de uma iniciativa do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. O objetivo, afirmou, seria “suspendê-lo de suas funções e evitar qualquer processo de transformação em favor das maiorias historicamente excluídas” da sofrida nação. Por meio das redes sociais, ele afirmou que “a Constituição não permite que um órgão puramente administrativo e político como o CNE prepare o caminho para suspender o presidente das suas funções”.

Segundo relato do site Opera Mundi, as ações do órgão eleitoral derivam de uma investigação interna liderada pelo juiz Benjamin Ortiz, do Partido Liberal, e Álvaro Hernán, do Centro Democrático, partido do ex-presidente fascista Álvaro Uribe. O CNE alega que a campanha de Gustavo Petro teria excedido os limites de gastos permitidos para as eleições presidenciais de junho de 2022.

Gustavo Petro que fique esperto!

O presidente colombiano rechaça a acusação e afirma que o processo “faz parte de um esforço mais amplo de desestabilização do seu governo” e que provém de uma articulação que envolve setores empresariais, políticos e criminosos do país. Segundo Gustavo Petro, a oligarquia local e a extrema direita atuam para barrar as reformas sociais e políticas apresentadas pelo seu governo em favor da população mais pobre.

Diante da ameaça iminente de um golpe de Estado, organizações populares, como a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o Comando Nacional Unitário (CNU) e a Coordenadoria Nacional para a Mudança (CNPC), convocaram um protesto nacional para 19 de setembro na Praça de Bolívar, em Bogotá. Como se observa, não é só a Venezuela que é alvo das oligarquias locais e do imperialismo. Não tem nada a ver com as famosas “atas”, tão bravateadas pela mídia colonizada, mas sim com projetos de poder no continente. Gustavo Petro que fique esperto! E não adianta tentar agradar a direita com discursos contra a Venezuela!

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