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domingo, 8 de agosto de 2021

Semipresidencialismo e anti-imperialismo

Charge: https://pataxocartoons.blogspot.com/
Por Jeferson Miola, em seu blog:

Com a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, Jango deveria assumir a Presidência. A regra constitucional era auto-aplicável, dispensava interpretações: o vice-presidente da República “Substitui o Presidente, em caso de impedimento, e sucede-lhe, no [caso] de vaga” [CF/1946, art. 79].

Apesar da clareza solar da Constituição, setores das classes dominantes e militares se opuseram à posse de Jango. Entendiam que o trabalhista “ameaçava a ordem e as instituições”.

Em paralelo, na América Latina se assistia à ofensiva dos EUA no contexto da guerra fria. A potência imperial intervinha diretamente nos países e financiava partidos e organizações da direita hemisférica.

Para entender a contraofensiva do império

Por Atilio A. Boron, no site Carta Maior:


Muitas pessoas intoxicadas pela “mídia de desinformação” de massa ou pelo “sicariato midiático” (porque essas organizações com suas notícias falsas, blindagens e ocultação de informações são tão letais quanto os bandidos do cartel de drogas) expressam sua resignação, em alguns casos sua surpresa, ante o aumento do bloqueio decretado pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba (e também contra a Venezuela e a Nicarágua). São arquiconhecidas as ambições de domínio que Washington tem sobre as terras ao sul do Rio Grande.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Brasil vira protetorado dos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Agentes do governo dos EUA já nem disfarçam a intromissão direta no Brasil. Eles agem à luz do dia, sem nenhuma discrição e cerimônia, e nem se preocupam em serem vistos operando. Sob o governo vassalo e servil dos militares, o Brasil se parece um protetorado da potência imperial na América do Sul.

No início de julho o diretor da CIA William Burns teve encontros com Bolsonaro, com os generais do “comitê central” Luís Eduardo Ramos [então na Casa Civil], Augusto Heleno [GSI], Braga Netto [Defesa], com o diretor da ABIN e outras autoridades.

O governo revelou as fotografias, mas não o conteúdo dos encontros. É incomum, para não dizer muito raro, ver-se publicidade de encontro do diretor da CIA com governantes estrangeiros. A atuação da agência estadunidense, mais que discreta, costuma ser secreta nas conspirações para desestabilizar democracias, derrubar governos considerados “inimigos” e instalar ditaduras aliadas.

terça-feira, 20 de julho de 2021

A "mão dos EUA" na ascensão de Bolsonaro

Noam Chomsky. Foto: EFE
Por Mauro Calove, na Rede Brasil Atual:


O filósofo e linguista Noam Chomsky, em entrevista ao site Truthout, publicada nesta sexta-feira (16), fala do cenário brasileiro, em especial do governo de Jair Bolsonaro.

Chomsky compara o presidente brasileiro ao ex-mandatário estadunidense Donald Trump, embora ressalte que, em muitos aspectos, a imitação é pior do que o original.

Ao abordar as condições que ajudaram a levar Bolsonaro ao poder no Brasil, Chomsky destaca que, com a queda dos preços das commodities alguns anos após a saída de Lula da presidência, “a direita brasileira – com incentivo, senão apoio direto dos EUA – viu a oportunidade de retomar o país em suas mãos e reverter os programas de bem-estar e inclusão que eles desprezaram”.

domingo, 18 de julho de 2021

As estranhas derrotas de uma potência

Charge: Becs
Por José Luís Fiori, no site Outras Palavras:


O poder político é fluxo, mais do que estoque.
Para existir precisa ser exercido; precisa se reproduzir
e ser acumulado permanentemente.
E o ato de conquista é a força originária
que instaura e acumula poder.

J.L.Fiori, O poder global e a nova geopolítica das nações

Na madrugada do dia 2 de julho de 2021, as tropas norte-americanas se retiraram de forma sorrateira de sua base militar de Bragam, a última e mais importante base dos EUA no Afeganistão, depois de uma guerra que durou exatamente 20 anos e acabou de forma absolutamente desastrosa. No conflito morreram 240 mil afegãos e cerca de 2.500 militares americanos; os americanos ganharam muitas batalhas, mas finalmente perderam a guerra, e seu exército deixa para trás um país destruído e dividido, às portas de uma nova e violenta guerra civil entre as forças do Talibã e do atual governo afegão. Neste momento, as forças talibãs vêm avançando por todos os lados e a perspectiva é que assumam o governo central do país muito mais cedo que tarde.

domingo, 4 de julho de 2021

Celso Amorim: “CIA quando aparece não age”

Por Dri Delorenzo, na revista Fórum:

A visita de William J. Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, ao Brasil causou estranheza.

Fora da agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Burns foi recebido no Palácio do Planalto e teve encontros com membros do governo.

O “número um” da agência participou de uma audiência com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Também jantou com Heleno e com o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

Para Celso Amorim, ex-chanceler, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, a visita “realmente chama a atenção”.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Operação Lava-Jato e a atuação dos EUA

Por Camila Feix Vidal e Arthur Banzatto, no site Carta Maior:


Que os Estados Unidos têm uma trajetória extensa de ingerências na América Latina não é novidade. Durante boa parte do século XX, essas intervenções eram justificadas como resultado da Guerra Fria na contenção estadunidense à influência soviética na região. Para conter essa ameaça, era permitido utilizar-se de todos os meios, inclusive os militares, para suprimir lideranças e movimentos que, supostamente, alinhavam-se com a ideologia soviética, ainda que, na maioria dos casos, sobrassem “convicções” e faltassem provas desse alinhamento – em alusão à “profunda convicção” de que o governo de Jacobo Arbenz na Guatemala era comunista (NSA).

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Mudanças para o desenvolvimento não liberal

Ilustração: Zohar Lazar
Por Marcio Pochmann, na revista Teoria e Debate:


A causa atual das tensões nos Estados Unidos não se encontra, essencialmente, no descrédito da política, mas, sobretudo, no esfalfamento de sua economia, a mais importante do mundo. Os sintomas do profundo mal-estar social se assentam no adeus ao sonho americano da mobilidade ascendente e do consumismo desvairado.

Em pleno início da terceira década do século 21, os EUA ainda não conseguiram se recuperar do tombo financeiro levado há 13 anos durante a crise do subprime. Em 2020, por exemplo, a renda nacional por habitante dos estadunidenses foi, em termos reais, apenas 4,6% maior que a do ano de 2007.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Plano Biden não rompe com o neoliberalismo

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Que o neoliberalismo clássico passa por uma crise, principalmente acentuada pela crise global de 2008, não é muito novidade para ninguém. No entanto, erram aquelas que advogam a existência de uma crise “do” neoliberalismo ao invés de uma crise “no” neoliberalismo. A diferença não é meramente semântica. Quem parte da segunda caracterização consegue melhor compreender que a emergência da nova direita e do neoliberalismo autoritário nada mais é do que uma expressão da própria metamorfose do neoliberalismo, que precisa mudar a forma para manter o conteúdo.

Pandemia ressalta desigualdade nos EUA

domingo, 2 de maio de 2021

As sanções norte-americanas à Rússia

Por José Luís Fiori, no site A terra é redonda:


Veto americano ao gasoduto do Báltico: imperativo geopolítico e concorrência capitalista.

Segundo Halford Mackinder, “quem controla o ‘coração do mundo’ comanda a ‘ilha do mundo’, e quem controla a ‘ilha do mundo’ comanda o mundo”. A ‘ilha do mundo’ seria o continente eurasiano, e seu coração estaria situado – mais ou menos – entre o mar Báltico e o Mar Negro, e entre Berlim e Moscou.
(J. L. Fiori. A geopolítica anglo-americana. In: História, Estratégia e Desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 141).

O plano econômico de Biden nos EUA

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Porta dos fundos no meio ambiente

Por Fernando Brito, em seu blog:

Será esta semana a “Cúpula do Clima”, na qual o Brasil tentará arrancar alguns milhões de dólares dos EUA com compromissos hipócritas de defesa do meio-ambiente que, todos sabem, não se realizarão.

É possível que Joe Biden, apesar das pressões de organismos civis, de lá e de cá, acabe por conceder algum pequeno crédito (literalmente) de confiança ao governo brasileiro.

Como uma esmola que se dá sabendo que aquilo nada mudará a situação do mendigo.

Paga, talvez, o ingresso de uma sessão de teatro, de um presidente devastador fazendo juras de combate ao desmatamento, que todas sabem falsas, para receber, ali pela porta dos fundos, algumas sobras dos enormes recursos que o seu colega norte-americano tem a oferecer.