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quinta-feira, 27 de junho de 2024

Trabalho precário enfraquece os sindicatos

Charge: Amorim
Por Nivaldo Santana, no site Vermelho:


A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) realizada pelo IBGE aponta que o número de trabalhadores sindicalizados no Brasil caiu para 8,4 milhões, 8,4% dos 100,7 milhões de ocupados no país.

A pesquisa, divulgada no último dia 21 de junho, mostra que em onze anos, de 2012 até 2023, diminuiu em 6 milhões o número de sindicalizados. Entre 2022 e 2023, a queda foi de 713 mil.

O movimento sindical tem a responsabilidade política de analisar as causas deste fenômeno de regressão no número de sindicalizados – e consequente enfraquecimento sindical – e buscar saídas para reverter este quadro.

Os pesquisadores do IBGE contribuem para o debate levantando hipóteses explicativas para essa queda acentuada no número de trabalhadores associados às suas entidades de classe.

Sindicalize-se!

Charge: Laerte
Por João Guilherme Vargas Netto


A taxa de sindicalização, que é a porcentagem dos trabalhadores associados aos sindicatos em relação ao número de ocupados ou empregados, vem caindo no Brasil desde 2017 e aceleradamente nos últimos anos.

Quando analisamos a série histórica do IBGE, que vem desde 2012 e merece ser estudada criteriosamente, constatamos um período inicial de estabilidade na taxa (em torno de 15%) que durou cinco anos (quase metade do período) e depois vem a queda continuada e acelerada, chegando aos 8,4% em 2023, anunciados agora.

São três os fatores principais que influem na taxa de sindicalização (cada um agindo sobre os outros): ideológicos, estruturais e políticos – acrescidos todos pela própria vontade de recrutamento das direções sindicais.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Parabéns, metalúrgicos (as) e bancárias (os)

Arte: Contraf
Por João Guilherme Vargas Netto


Quero fazer meus os termos da indiscrição de Rubens Ricupero, trinta anos atrás e falar de coisas boas sem mencionar as desagradáveis.

A primeira grande notícia é a aprovação pelos metalúrgicos da Renault, no Paraná, depois de uma greve que durou um mês inteiro e dirigidos pelo sindicato da Grande Curitiba (filiado à FS), do acordo coletivo que costeou a intransigência da empresa garantindo aumento real nos salários e no vale mercado, uma PLR de 25 mil reais e melhorias nas condições de saúde e segurança com postos de trabalho humanizados.

sábado, 15 de junho de 2024

Sindicatos denunciam Ratinho Júnior na OIT

Foto: Bruna Durigan/APP Sindicato
Por Altamiro Borges

O governador bolsonarista do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), teve sua imagem manchada nesta quinta-feira (13) durante a conferência anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra (Suíça). Seis centrais sindicais brasileiras (CUT, CTB, FS, UGT, CSB e NCST) apresentaram queixa contra o gestor truculento e privatista - que sonha em ser candidato à Presidência da República em 2026. O documento foi entregue no mesmo dia da visita do presidente Lula à OIT.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Comportamento desejável do sindicalismo

Charge: Ota
Por João Guilherme Vargas Netto


Depois da derrota maiúscula que o movimento sindical teve com a aprovação na CCJ do Senado do jabuti do senador Rogério Marinho (que praticamente inviabiliza as contribuições dos trabalhadores aos sindicatos nas negociações coletivas) dois extremos devem ser evitados: o desespero niilista e o relaxamento, ambos paralisantes.

Foi uma batalha perdida cujos desdobramentos podem ser ainda piores, mas que exige resposta imediata e inteligente das direções sindicais.

De saída, a constatação da esperteza e persistência do senador que procura criar um verdadeiro bloco antissindical no Congresso, reforçando assim sua posição de líder do bolsonarismo em ambas as casas congressuais.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Todo apoio à Conalis

Por João Guilherme Vargas Netto

A luta de classes tem seu reflexo no mundo do direito que, neste assunto, não é ciência, é técnica.

Os interesses divergentes opõem os trabalhadores e os patrões e toda a ideologia dominante reveste como um manto este puro choque e, desde as escolas de sua formação, os operadores do direito são envolvidos pela aparente racionalidade da propriedade, do comando, do esforço individual e do mérito.

Isto é evidente no Direito do Trabalho que se biparte: aqueles a serviço dos dominantes e aqueles que compreendem as necessidades dos trabalhadores e atuam para equilibrar o jogo, contrariando tecnicamente o “justo” desequilibrado ao valorizarem o coletivo, essência definidora da Justiça do Trabalho.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Meio ambiente e ambiente inteiro

Charge: Fraga/GZH
Por João Guilherme Vargas Netto


Nos anos 80 do século passado começou a ficar costumeira a expressão “meio ambiente” referindo-se aos problemas climáticos e ambientais.

Um influenciador sindical (como diríamos hoje) brincando seriamente com o conceito novo inventou a expressão “ambiente inteiro” para se referir à preocupação com o ambiente do trabalho, apontando os inúmeros problemas nas fábricas e outros locais.

Passados 40 anos, mesmo que melhoras substanciais tenham sido obtidas, estes problemas persistem como ficou demonstrado na greve dos metalúrgicos da Renault em cuja pauta de reivindicações apareciam os temas de saúde e segurança e demais disfunções para o exercício do trabalho.

Pode-se dizer que, neste assunto, a luta deve continuar.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Duas greves dos metalúrgicos do Paraná

Greve dos metalúrgicos da Renault/Horse. Foto do site do
Sindicato dos Metalurgicos da Grande Curitiba
Por João Guilherme Vargas Netto


Em julho de 2020, em plena pandemia, os metalúrgicos da montadora Renault, no Paraná, cruzaram os braços. Durante os 21 dias de greve e dos acampamentos das famílias dos metalúrgicos, todos se insurgiram contra a demissão de 747 trabalhadores, pretendida e anunciada pela empresa.

Com a direção do sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba, unida e sempre ao lado dos trabalhadores e de suas famílias, a empresa foi derrotada em sua truculência, as demissões foram anuladas, a greve encerrada e negociações foram efetivadas.

A “greve do 747”, o recuo da empresa e a inteligente e ampla atuação sindical ficaram como marcos na história das lutas dos trabalhadores; transformaram-se em ícones.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Campanhas salariais e a cabeça de bacalhau

Charge: Laerte
Por João Guilherme Vargas Netto


Todos estamos contentes com os resultados dos últimos acordos e convenções coletivas de trabalho em que 86% delas superaram a inflação com ganhos reais, segundo levantamento do Dieese.

Mas, quem de nós assistiu, testemunhou ou constatou as campanhas salariais que levaram a estes resultados?

Verdadeiras cabeças de bacalhau que podem existir, mas que ninguém as vê.

Ainda que consideremos uma campanha minimamente descrita com uma assembleia de pauta, uma ou algumas assembleias em locais de trabalho, uma assembleia de aprovação e a divulgação na base dos resultados, mesmo assim o que pode ser registrado é exíguo, quase nulo (com as exceções regulamentares).

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Depois do 1º de Maio

Por João Guilherme Vargas Netto


O fracasso da convocação para o ato comemorativo do 1º de Maio em São Paulo, pelas centrais sindicais, ofuscou a comemoração do dia 28 de abril em memória das vítimas de acidentes e mortes no trabalho, o forte texto unitário publicado na Folha no próprio dia 1º de maio e várias comemorações que tiveram êxito no Paraná, no Pará, na Bahia, como exemplos.

Com o foco no desastre paulistano as redes sociais e a mídia grande decretaram a falência do movimento sindical e alguns cronistas e editoriais louvaram o fim do trabalho organizado, exigindo ao mesmo tempo que as direções sindicais passassem a representar todos os trabalhadores informais, uberizados, precários e todo o resto.

Mas é preciso cabeça fria para analisar os fatos e, sem procurar culpados, compreender o acontecido e tomar as medidas necessárias à correção de rumos.

domingo, 5 de maio de 2024

Bancos aumentam os lucros e demitem milhares

Charge: Marcio Baraldi/Sindicato dos Bancários de SP
Por Altamiro Borges


Na quinta-feira passada (2), o Bradesco divulgou seu balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano. Ele aponta um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões, bem acima das expectativas do deus-mercado. Segundo levantamento da agência Bloomberg, os analistas esperavam um resultado de R$ 3,86 bilhões. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve uma melhora de 46,3%.

“Este avanço trimestral se deve ao aumento na concessão de crédito em todos os segmentos, em meio à queda da inadimplência e das despesas”, avalia a Folha. “O balanço apresenta solidez e começamos o ano superando desafios. Isso nos dá confiança de prosseguir na jornada de alcançar uma maior participação de mercado, no ritmo realizado no primeiro trimestre”, festeja Marcelo Noronha, presidente do Bradesco.

GM demite metalúrgicos por telegrama

Foto: Alex Cruz/EFE
Por Altamiro Borges


A multinacional ianque General Motors segue desrespeitando os trabalhadores brasileiros. Na sexta-feira passada (03), ela demitiu metalúrgicos da sua unidade em São José dos Campos, no interior paulista, por telegrama. A GM não informou a quantidade exata das vítimas do facão. A fábrica no município tem 3.200 operários. Em nota lacônica, a montadora apenas afirmou que as dispensas permitirão “que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade”.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

A comemoração do 1º de Maio em São Paulo

Foto: Roberto Parizotti/CUT
Por João Guilherme Vargas Netto

Merece leitura atenta e reflexiva o texto publicado na Folha, ontem, assinado por oito dirigentes de centrais sindicais em comemoração do Dia do Trabalhador reivindicando democracia e direitos.

A publicação pela Folha reconhece a importância das entidades e das posições assumidas e efetivadas pelo movimento sindical dos trabalhadores no esforço unitário para comemoração do 1º de Maio.

Comemoração que contou com manifestações em todo o país, agregadoras, festivas e de luta ainda que com baixo comparecimento de trabalhadores e trabalhadoras das bases sindicais.

O evento em São Paulo com a presença do presidente da República, do vice-presidente, de oito ministros de Estado, de muitas outras autoridades convidadas e de participantes que suportaram o verdadeiro forno em que se transformou o local e ouviram os dirigentes das centrais expressarem novamente as ideias reproduzidas no texto da Folha.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

A origem e o significado do 1º de Maio

Divulgação
Por Altamiro Borges


“Se acreditais que enforcando-nos podeis conter o movimento operário, esse movimento constante em que se agitam milhões de homens que vivem na miséria, os escravos do salário; se esperais salvar-vos e acreditais que o conseguireis, enforcai-nos! Então vos encontrarei sobre um vulcão, e daqui e de lá, e de baixo e ao lado, de todas as partes surgirá a revolução. É um fogo subterrâneo que mina tudo”. Augusto Spies, 31 anos, diretor do jornal Diário dos Trabalhadores.

“Se tenho que ser enforcado por professar minhas ideias, por meu amor à liberdade, à igualdade e à fraternidade, então nada tenho a objetar. Se a morte é a pena correspondente à nossa ardente paixão pela redenção da espécie humana, então digo bem alto: minha vida está à disposição. Se acreditais que com esse bárbaro veredicto aniquilais nossas ideias, estais muito enganados, pois elas são imortais''. Adolf Fischer, 30 anos, jornalista.

“Em que consiste meu crime? Em ter trabalhado para a implantação de um sistema social no qual seja impossível o fato de que enquanto uns, os donos das máquinas, amontoam milhões, outros caem na degradação e na miséria. Assim como a água e o ar são para todos, também a terra e as invenções dos homens de ciência devem ser utilizadas em benefício de todos. Vossas leis se opõem às leis da natureza e utilizando-as roubais às massas o direito à vida, à liberdade e ao bem-estar”. George Engel, 50 anos, tipógrafo.

1º de Maio classista e de luta!

Por Nivaldo Santana, no site Vermelho:


Em 1886, operários de Chicago, nos EUA, realizaram uma greve geral por melhores condições de trabalho e pela redução da jornada para oito horas diárias. Na época, algumas empresas chegavam a ter absurdas 17 horas diárias de trabalho.

A greve foi violentamente reprimida. Três operários foram assassinados e cinco foram presos e condenados à morte. Um deles, Louis Lingg, se suicidou na prisão. Outros quatro foram enforcados: Albert Parsons, Adolfo Fischer, George Engel e August Spies.

Para reverenciar a memória dos mártires de Chicago, em 1889 a Internacional Socialista aprovou a data de 1º de Maio como Dia Internacional dos Trabalhadores. A maioria dos países, inclusive o Brasil, adotou a data. A exceção foram os EUA.

domingo, 28 de abril de 2024

O objeto da luta entre capital e trabalho

Gloriosa vitória, Diego Rivera
(obra sobre o golpe de estado na Guatemala, em 1954)
Por Umberto Martins, no site da CTB:


Tempo, tempo, tempo, tempo. Eis o objeto essencial da luta de classes no capitalismo, embora esta essência nem sempre coincida com as aparências dos fenômenos.

A posse e o controle do tempo de trabalho é a grande fonte das contradições e conflitos de interesse entre capital e trabalho, cujos segredos estão compreendidos no interior da jornada de trabalho.

Unidade de contrários

Conforme Karl Marx observou no capítulo oitavo de O capital (livro 1) no capitalismo a jornada de trabalho se divide em dois tempos desiguais e opostos, configurando o que a dialética designou de unidade de contrários.

De um lado temos o que o pensador alemão chamou de tempo de trabalho necessário e, do outro, em contraposição, o tempo de trabalho excedente.