sexta-feira, 17 de julho de 2015

#QuemTemCunhaTemMedo


Por Altamiro Borges

No dia do seu inusitado pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê, o lobista Eduardo Cunha conseguiu agitar as redes sociais. Ele bombou em várias hashtags. Uma das mais criativas, #QuemTemCunhaTemMedo, expressa um temor bem verdadeiro. O atual presidente da Câmara Federal é famoso pelos seus métodos truculentos e vingativos. Na “delação premiada” em que afirmou ter repassado US$ 5 milhões ao deputado carioca, o empresário Júlio Camargo não escondeu o seu medo diante das retaliações: “Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva... O maior receio é a família, porque quem age dessa maneira perfeitamente pode agir não contra você, mas contra terceiros. Às vezes, machucar um ente querido é muito pior do que machucar você mesmo”.

Eduardo Cunha na cadeia... de rádio e TV

Por Altamiro Borges

Num fato inusitado na história do Poder Legislativo, o presidente da Câmara Federal, o lobista Eduardo Cunha, fará nesta sexta-feira (17) um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Segundo a revista Época, “o programa foi produzido pelo marqueteiro Paulo de Tarso, que trabalhou na campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para presidente... Eduardo Cunha deve fazer um balanço das votações na Câmara neste semestre e destacar que a casa ganhou um forte ritmo de trabalho a partir do início de sua gestão”. Mas a iniciativa midiática, que visava fortalecer o poder de barganha do “achacador” – como é chamado por alguns dos seus pares –, foi ofuscada pelas graves denúncias de corrupção que detonaram o “imperador” da Câmara dos Deputados.

Tucanos demitem na TV Cultura

Por Altamiro Borges

O tucanato paulista está destruindo a TV Cultura, que já foi considerada a melhor emissora educativa do Brasil. Nesta semana, a Fundação Padre Anchieta, que administra a Rádio e TV Cultura, anunciou a demissão de mais 53 profissionais. Os sindicatos dos jornalistas e dos radialistas, que representam os trabalhadores da empresa pública estadual, realizaram assembleia conjunta nesta quarta-feira (15) para repudiar mais este facão e exigir a abertura de negociações. Com sua já conhecida truculência, o serviçais do PSDB se recusam a discutir um plano de recuperação das emissoras.

Chega ao fim a presidência de Cunha

Por Renato Rovai, em seu blog:

A delação de Júlio Camargo, da Toyo Setal, de que Eduardo Cunha teria sido responsável pela cobrança de 10 milhões de dólares de propinas referentes a dois contratos de US$ 1,2 bilhão de navios-sonda, assinados pela Petrobras entre 2006 e 2007, é a tampa do caixão político do presidente da Câmara Federal que já vinha perdendo força no Congresso, apesar de todo seu comportamento de dono da Casa. Quem tiver dúvidas do que estou dizendo deve procurar o que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) andou dizendo dele.

O jabá e o 'jornalismo' da Jovem Pan

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Piauí conta que a Jovem Pan veicula propaganda do governo Alckmin disfarçada de reportagem. O ouvinte é premiado com “publieditoriais” sem qualquer aviso. O Metrô, lê-se na revista, investiu 235 mil reais na Pan neste ano. Em 2014, esse valor chegou a um milhão de reais.

O valor pago pela Sabesp não é revelado. Mas a emissora cobre a crise de falta d’água em São Paulo de uma maneira original: só boas notícias, como se pode verificar no site oficial da rádio.

Eduardo Cunha mais perto do fogo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Eduardo Cunha termina o semestre legislativo de metralhadora em punho, mirando claramente o governo e o mandato de Dilma Rousseff. Mas ele também chega ao final deste período deslocado para o centro das investigações que envolvem políticos com o esquema de propinas na Petrobrás. O endurecimento do presidente da Câmara nas últimas horas pode representar seus estertores diante da aproximação do fogo.

Grécia, Brasil e o pescoço no garrote

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O acordo assinado entre a Grécia e a comissão do euro influenciará a luta pelo desenvolvimento em nosso tempo, inclusive no Brasil.

Assim deve ser analisado.

Não como um ponto fora da curva, mas como a expressão da tirania financeira levada às últimas consequências contra um povo em busca de sua redenção.

Governo financia mídia cartelizada

Por Antonio Lassance, no Observatório da Imprensa:

Gasta-se muito e gasta-se mal em comunicação de governo, em todos os governos. Nos estaduais e municipais costuma ser pior do que no governo federal. Ainda assim, é inadmissível que um governo eleito e reeleito com a pauta da democratização dos meios de comunicação e com um discurso de que faz “mídia técnica” não tenha feito, até hoje, nem uma coisa, nem outra.

A expressão “mídia técnica” supostamente significa que o gasto em publicidade tem como critério a audiência de cada mídia e seus respectivos veículos. Assim sendo, as mídias e veículos de maior audiência são mais bem pagos que outros.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Babilônia fracassa e atores choram

Por Altamiro Borges

Os três filhos de Roberto Marinho – que não têm nomes próprios, segundo o afiado blogueiro Paulo Henrique Amorim – continuam no topo da lista dos maiores bilionários brasileiros da revista Forbes. Mas a situação do seu império midiático não é nada tranquila. Os índices de audiência dos seus principais programas seguem em declínio – seja no Jornal Nacional, que acumula os piores Ibopes da sua história, ou nos enfadonhos "Fantástico" e "Domingão do Faustão". O que mais atormenta a famiglia, porém, é a decadência das suas telenovelas, que sempre foram o carro-chefe da emissora. O fracasso de "Babilônia" é emblemático deste martírio. Nesta segunda-feira (13), o jornalista Daniel Castro, do site especializado Notícias da TV, registrou o desespero dos seus protagonistas.

Mantega processa agressores fascistas

Por Altamiro Borges

O ex-ministro Guido Mantega, um dos responsáveis pelas menores taxas de desemprego da história do Brasil, já foi alvo de três provocações fascistas em São Paulo. A primeira ocorreu em fevereiro, no Hospital Albert Einstein, quando levava a sua companheira para uma sessão de tratamento de câncer. Educado, ele se retirou do local para evitar maiores transtornos e ainda aliviou a barra da direção da instituição privada, presidida por um notório sionista. A segunda se deu num restaurante, quando um empresário falido, ligado à seita direitista “Revoltados Online”, rosnou algumas grosserias e também foi poupado. Já em maio, dois representantes da elite recalcada voltaram a provocá-lo num restaurante italiano. Desta vez, porém, eles não deverão ficar impunes.

Folha não gostou do “Chupa Folha”

Por Altamiro Borges

Como sempre dizia o jornalista Cláudio Abramo, a liberdade de imprensa nas redações só existe para o dono. Na segunda-feira (13), o jornalista Pedro Ivo Tomé, que pediu demissão na Folha, publicou seu último artigo no jornal com uma mensagem “escondida”. Responsável pela sessão de obituários do diário, ele fez com que a inicial de cada parágrafo formasse a frase “Chupa Folha”. A truculenta famiglia Frias, que adora sacanear os seus inimigos políticos, mas não tolera qualquer tipo de crítica – que o digam os editores do site satírico “Falha de S.Paulo” –, ficou irritadinha com a brincadeira e já anunciou que processará o seu ex-repórter. Na época mais sombria da ditadura militar, a mesma famiglia dedurava e transportava os presos políticos para a tortura. Agora, ela processa!

Jornais fecham e demitem. Crise é braba!

Por Altamiro Borges

A violenta crise que atinge o modelo de negócios da mídia impressa não dá trégua. Nos últimos dias, mais três jornais investiram contra os profissionais do setor – alguns deles que ainda chamam patrão de companheiro. O diário Brasil Econômico simplesmente fechou as portas e demitiu todos os funcionários. Já a Tribuna de Santos dispensou até dirigentes sindicais, numa afronta à legislação. Os jornais O Dia e Meia Hora também enfrentam dificuldades, com atrasos no pagamento dos salários e dos benefícios. A crise decorre de vários fatores – como a explosão da internet, que afasta a juventude dos impressos; a perda de credibilidade destes veículos, cada vez mais partidarizados e com menos qualidade; e aos erros de administração destas empresas privadas.

Veríssimo critica "pregação golpista"

Por Altamiro Borges

O escritor Luis Fernando Verissimo, autor de mais de 60 livros de sucesso no país, nunca se omitiu diante dos graves momentos da política – bem diferente de outros intelectuais que preferem o silêncio cúmplice. Em artigo publicado no jornal O Globo nesta quinta-feira (16), ele agora adverte para a onda golpista e fascista que se alastra no Brasil. Vale conferir:

Provas da escuta ilegal na Lava Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O 247 teve acesso a um conjunto de documentos que apontam fatos graves e inaceitáveis sobre as escutas telefônicas realizadas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Chamado para prestar depoimento sobre o assunto na CPI da Petrobras, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está subordinada, ao menos formalmente, disse que é muito cedo para tomar qualquer medida contra os envolvidos. Apesar do reconhecido talento para fazer pronunciamentos, Cardozo não convenceu. A bancada do PT sorria amarelo durante suas explicações. Integrantes da base aliada bateram duro.

Outra agenda econômica é possível

Por Marcio Pochmann, na Revista do Brasil:

O diagnóstico de que a economia brasileira não cresceria mais sem antes haver a recuperação do grau de confiança dos empresários levou a equipe econômica do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff a defender um conjunto de medidas definidas como ajuste fiscal. Isso porque a queda nas expectativas dos empresários foi entendida pelo governo federal como decorrente de piora na situação das contas públicas.

Não adianta mentir: golpe é golpe

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Setores da mídia vem flertando, há meses, com o que poderíamos chamar de "mentira suprema".

É a sua "ultimate lie": a última grande mentira.

A mentira de que o golpe não é golpe.

O julgamento de contas pelo TCU, um dos pretextos que os golpistas, na política e na mídia, querem usar para derrubar uma presidenta eleita com 54 milhões de votos, é estrondosamente patético.

Dilma queima o seu capital político

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Por Bepe Damasco, em seu blog:

Está lançado um grande desafio, no presente e no futuro, para historiadores, cientistas políticos, sociólogos, jornalistas e estudiosos de política : como se queimar um enorme capital político em apenas seis meses.

Os pesquisadores certamente terão de ouvir a presidenta Dilma, seu marqueteiro, ministros, parlamentares, dirigentes do PT e assessores do Planalto. Claro que terão que sair em campo também para entrevistar as representações da sociedade.

"Pedalada" de Alckmin não dá mídia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Curioso o escândalo seletivo praticado por nossa mídia.

Pouco destaque teve o fato de o governador Geraldo Alckmin ter “pedalado” a devolução de créditos do programa Nota Fiscal Paulista.

No início do mês, baixou normas para que que a devolução dos valores do programa, que serviam para pagar impostos estaduais seja adiada em seis meses, caindo apenas no exercício de 2016.

A falta de coragem do ministro Cardozo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Os jornais destacaram a parte mais irrelevante e óbvia do depoimento do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo à CPI da Petrobras: a de que doações legais a campanhas políticas podem ser criminalizadas se forem fruto de propina e o beneficiário tiver ciência disso. Cardozo limitou-se a dizer o óbvio.

No seu depoimento, o que espantou foi a total alienação do chefe da Polícia Federal, ele próprio, em relação às atividades da sua tropa.

Aécio Neves: A Imagem não é tudo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Aécio Neves é um personagem ambivalente. Sua indignação não convence nunca e soa como inveja; sua juventude estendida além do limite natural gerou uma máscara que, quando quer ser irônica, acaba figurando sarcástica – parece que vai envelhecer sem passar pela fase de maturidade. Sua dedicação às questões públicas destoa de sua trajetória personalista e é sempre uma derivação de seu desejo incontido de poder.