domingo, 11 de novembro de 2018

O comandante do Exército e a prisão de Lula

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Bolsonaro é um mau militar” (general Ernesto Geisel, ex-presidente da República, ao comentar porque o presidente eleito foi reformado pelo Exército aos 33 anos, após atos de insubordinação e desordem).

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Ficamos sabendo neste domingo, oficialmente, que os militares já tinham voltado ao poder antes da eleição do capitão Jair Bolsonaro. E foram determinantes na sua vitória.

Em entrevista à Folha, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, revelou que agiu “no limite” ao declarar pelo Twitter “preocupação com a impunidade”, no dia 2 de abril, véspera do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal.

Luis Fernando Verissimo: Desilusões!

Por Luis Fernando Verissimo, no site Carta Maior:

“Desilusão, desilusão...” O samba Dança da Solidão, do grande Paulinho da Viola, cantado pela grande Marisa Monte, seria um fundo musical perfeito para estes estranhos tempos. Poderíamos chamá-lo de “leitmotiv” da nossa desesperança, se quiséssemos ser bestas. A desilusão começou quando? Dá para escolher. No fim da ditadura que o Bolsonaro diz que nunca existiu, quando Tancredo ia tomar posse como o primeiro presidente civil em 20 anos, mas os germes hospitalares de Brasília tinham outros planos? Depois viria o entusiasmo seguido de grande frustração com Collor, o Breve, tão bonito, tão moderno, tão raso, a desilusão com o PT e a desilusão com os políticos em geral, agravada com as revelações de que até grão senhores da República levavam bola.

O “sem-noção” voltou

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Estava demorando.

Depois de uma semana desmentindo as bobagens de seus auxiliares – e a suas próprias -, o presidente eleito Jair Bolsonaro encarregou-se ontem de dar um piparote nos “reis do pensamento positivo” que já proclamavam que ele estava se adequando às regras do jogo político (e constitucional).

Numa única “live” de Facebook conseguiu produzir uma enxurrada de asneiras capaz de devolver a euforia à legião de selvagens que reuniu nas redes e fazer cair no ridículo todas aquelas juras de que seria “escravo” da Constituição.

O desastre da política externa de Bolsonaro

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Em seu discurso da vitória, Jair Bolsonaro afirmou que iria libertar “o Brasil e o Itamaraty das relações internacionais com viés ideológico”.

Pois bem.

“Ideologia” é dessas categorias difíceis de definir. De modo simplificado, podemos dizer que uma ideologia é uma espécie de lente através da qual o indivíduo enxerga e explica o funcionamento e as transformações do mundo social, político e econômico.

O contrário de “ideologia”, portanto, deveria ser o “pragmatismo”, ou seja, uma ausência de compromisso com quaisquer crenças ancestrais ou simpatias políticas.

Em defesa da comunicação pública e da EBC

Por Gésio Passos, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Após 30 anos de promulgação da Constituição, o capítulo dedicado à comunicação social continua longe de uma efetivação que reflita a batalha do campo progressista durante a Constituinte.

Importante recordar que o capítulo da Comunicação Social foi o único que não conseguiu ser colocado para votação nas subcomissões temáticas da Constituinte, sendo seu texto possível após um acordo na Comissão de Sistematização da Constituição que, mesmo favorável à bancada radiodifusora, trouxe importantes fundamentos para uma comunicação democrática.

As súplicas de Magno Malta por um ministério

Malta implora por uma boquinha ao “irmão” Bolsonaro
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não que a concorrência não seja grande, mas Magno Malta é o emblema acabado do governo Bolsonaro.

Malta bajulou todos os presidentes, desde Lula. Essa é sua grande especialidade.

Quando não lhe interessa mais, solta o saco e embarca numa outra canoa.

A maneira como está implorando por um cargo a Jair Bolsonaro é de fazer corar qualquer cristão.

A filosofia de Fausto e a 'burocracia do PT'

Por Valter Pomar, em seu blog:

A Carta Capital publicou, no dia 7 de novembro de 2018, uma entrevista com Ruy Fasto.

A entrevista foi feita por Marina Gama Cubas e intitula-se “Burocracia do PT vive do mito Lula. Se houver sucessor, ela morre”.

Carta Capital informa que esta entrevista faz parte de uma série, publicada entre os dias 30 de outubro e 7 de novembro, para refletir sobre “a esquerda atual e suas perspectivas para o futuro”.

Fausto considera que a vitória de Jair Bolsonaro é “um verdadeiro desastre nacional”; “uma extrema-direita muito radical e extremamente perigosa chegou ao poder no Brasil”; “57 milhões e meio de brasileiros votaram num candidato que elogia não só a ditadura militar, mas a ala extremista dessa ditadura, aquela que se opunha a qualquer abertura mais o resto: racismo, homofobia etc”.

A reforma previdenciária de Paulo Guedes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há dois modelos de previdência pública:

- Repartição simples: aquele em que as contribuições dos empregados da ativa bancam a aposentadoria dos aposentados.

- Capitalização: no qual cada trabalhador tem uma conta individual, capitalizada para garantir a aposentadoria futura.

Mas não apenas isso. No caso da capitalização, há dois modelões de previdência:

Brasil de Bolsonaro: A casa caiu!

Por Hildegard Angel, no site Jornalistas Livres:

A Caixa Econômica já avisou que não assina mais nenhum contrato do programa Minha Casa Minha Vida este ano. É o Brasil Novo sem dó nem piedade.

A mídia corporativa faz cara de paisagem, como se não tivesse nada a ver com esse quadro de pré barbárie que estamos vivendo, de obscurantismo e patrulhamento ideológico e moral. Mas ela foi, e é, a principal responsável. Até porque foi ela que liderou, desde o início, essa campanha de ódio, que se disseminou como bactéria, causando um quadro de septicemia generalizada em nosso povo, dificultando e distorcendo sua percepção da realidade.

A legitimação do fascismo no Brasil

Por Lejeune Mirhan, no site da Fundação Maurício Grabois:

Dizer que esperávamos a vitória do fascismo nas eleições seria um erro. Muito ao contrário. Estávamos confiantes na virada, como apontavam todos os institutos de pesquisa, com a queda de Bolsonaro e a subida de Fernando Haddad. No entanto, a legitimação do fascista veio pelas urnas. Neste primeiro artigo sobre eleições, pretendo apenas apresentar dados numéricos sobre o resultado em si nas eleições presidenciais. Comentar sobre um tema que tenho introduzido na Sociologia que é a relação com a representatividade do eleito/a no conjunto dos eleitores inscritos. Ao final, algumas breves conclusões, tecendo comentários específicos sobre as formas de como um fascista ascende ao poder.


Bolsonaro vira piada na TV da Holanda

sábado, 10 de novembro de 2018

Silvio Santos sempre bajulou os ditadores

Por Altamiro Borges

O mercenário Silvio Santos, que confessadamente construiu seu império midiático graças ao apoio do regime militar, adora bajular os ditadores. Nesta terça-feira (6), o SBT, emissora privada que explora uma concessão pública, passou a exibir várias vinhetas com mensagens fascistoides e as cores da bandeira nos intervalos comerciais da sua programação. Na que repercutiu mais, o hino nacional é tocado enquanto é exibido um dos principais slogans da ditadura, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, que foi a marca do governo sanguinário do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). A vinheta causou imediata indignação nas redes sociais e foi retirada do ar na mesma noite. Mas outras quatro com o mesmo conteúdo seguem na sua programação.

Os trabalhadores e as grandes mudanças

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Os paradigmas das três revoluções industriais que organizaram a vida moderna estão ficando no passado. Há novos modelos surgindo no cotidiano do mundo da produção e do consumo, o que tem alterado o universo do trabalho, os empregos, os salários, os direitos, a proteção trabalhista e social.

As empresas estão mudando de propriedade e de função econômica, priorizando o resultado financeiro. Os estados perdem importância relativa para as empresas multinacionais e grupos econômicos e estes, gradativamente, passam a controlar as escolhas e os destinos das nações. A produção amplia a capacidade de gerar riqueza, mas, de outro lado, os institutos distributivos (organizações e regras) são enfraquecidos, o que faz com que as desigualdades cresçam.

Um chamado para a resistência

Por Marcelo Barros, no jornal Brasil de Fato:

O fato de que, em pleno século XXI, em um país como o Brasil, a maioria do povo possa ter votado em um projeto de governo representado por Jair Bolsonaro, merece estudos e reflexões que não se esgotarão em poucos dias, ou em algumas páginas de artigos. Sem dúvida, se o discurso de ódio e intolerância de um homem como o vencedor dessas eleições foi capaz de germinar e frutificar em uma população tão diversificada é porque o vírus já estava incubado no coração das pessoas e dos grupos sociais. Ele só aproveitou a ocasião propícia para fazer aflorar a revolta sem rumo das massas e conciliá-la com os interesses da elite escravagista.

Bolsonaro é Temer e vice-versa

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em 2015, a Fundação Ulysses Guimarães e o MDB lançaram o documento "Ponte para o Futuro", uma espécie de plano de governo (fora de período eleitoral), para sacramentar o compromisso de Temer com o programa neoliberal do ajuste fiscal. No documento, são apontadas diversas medidas que submetem todos os objetivos de política econômica à política fiscal. Previa-se o corte de direitos com uma reforma trabalhista (nos moldes da já realizada), um forte arrocho dos gastos sociais (nos moldes do já realizado pela Emenda Constitucional 95) e uma reforma da previdência draconiana (ainda em debate).

As demolições de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Se até o Ministério do Trabalho será esquartejado, embora responda por tantas atividades relacionadas ao emprego, gerindo fundos como o FGTS e o FAT e fiscalizando delitos trabalhistas, não há dúvida de que Bolsonaro levará adiante o plano, anunciado no fechar das urnas, de acabar com a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC.

Transpareceu no anúncio sobre o ministério o desejo de castigar as centrais sindicais que não apoiaram Bolsonaro.

A EBC também pode ser extinta pelo capricho revanchista de acabar com uma iniciativa do governo Lula.

Dois Projetos para o Brasil

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. Dois projetos para o Brasil se confrontam desde 1930, se alternaram no Poder desde então, se confrontaram no dia 28 de outubro de 2018 e continuarão a se confrontar após o dia 28, data em que Jair Bolsonaro foi eleito Presidente da República.

2. O primeiro, é o projeto do “Mercado”. É o projeto dos muito ricos, dos megainvestidores, das empresas estrangeiras, dos rentistas, dos grandes ruralistas, dos proprietários dos meios de comunicação de massa, dos grandes empresários, dos grandes banqueiros, e de seus representantes na política, na mídia e na academia. É o projeto de uma ínfima minoria do povo brasileiro.

3. Cerca de 30 milhões de brasileiros apresentam declaração de renda anual onde revelam ter rendimento superior a dois salários mínimos, cerca de 250 dólares por mês. Portanto, dos 150 milhões de brasileiros eleitores, 120 ganham menos de dois salários mínimos por mês.

Bolsonaro desdenha da questão ambiental


O atual quadro de crescimento de mortes em decorrência da intoxicação por agrotóxicos, que faz uma vítima a cada dois dias e meio no Brasil segundo dados do Ministério da Saúde, poderá ser agravado diante das políticas planejadas pelo futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). A análise é da pesquisadora do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Mies Bombarbi, que vê na nomeação da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) como ministra da Agricultura a confirmação de uma "tragédia anunciada".

Pré-sal e o desmonte da educação e saúde

Editorial do site Vermelho:

A riqueza do pré-sal é gigantesca. Segundo cálculos de 2016, é formada por algo entre 80 e 150 bilhões de barris de petróleo; na cotação atual do barril de petróleo (cerca de 80 dólares), isto significa, num cálculo a partir da estimativa mais baixa, algo em torno de 6,56 trilhões de dólares. Considerando-se que o PIB brasileiro hoje alcança cerca de 2,056 trilhões de dólares, o valor de riqueza encontrada no fundo do oceano é três vezes maior produção nacional total.

Bolsonaro, o maestro da violência

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Grande parte dos eleitores votou, em 8 de outubro, contra Jair Bolsonaro. Ele venceu no segundo turno. Poucos brasileiros, os que ganharam e os que perderam, talvez desconheçam o perfil humano do próximo presidente. Pessoa quase desalmada. A cada dia todos vão conhecê-lo melhor.

É um político de extrema-direita. Que seja. Sobre ele, o que importa neste caso, é uma marca assustadora. Bolsonaro é implacavelmente violento. A bandeira dele, por exemplo, será certamente a de impor mais violência para enfrentar a violência. Para isto propõe a liberação da compra de armas de fogo pelos cidadãos. Um faroeste brasileiro.