Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Numa época que convive com denúncias frequentes de trabalho escravo, que envolvem até grandes empresas multinacionais, supostamente modernas e socialmente responsáveis - numa lista bem lembrada pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) em discurso na tarde de ontem - o projeto de lei 4330, que libera as terceirizações, é um erro histórico e um abuso. O projeto foi aprovado ontem por 324 votos a 137. Em breve será encaminhado para o Senado. Minha opinião é que, se for aprovado também nesta Casa, a presidente Dilma Rousseff não terá alternativa além do veto.
É uma decisão drástica, que até pode vir a ser derrubada pelo Congresso, em outra votação. Mas é uma questão essencial para o país e a disputa vale à pena.
Depois da votação de ontem, o secretário da Presidência, Miguel Rossetto, divulgou nota, condenando a decisão. Está certo.
Numa época que convive com denúncias frequentes de trabalho escravo, que envolvem até grandes empresas multinacionais, supostamente modernas e socialmente responsáveis - numa lista bem lembrada pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) em discurso na tarde de ontem - o projeto de lei 4330, que libera as terceirizações, é um erro histórico e um abuso. O projeto foi aprovado ontem por 324 votos a 137. Em breve será encaminhado para o Senado. Minha opinião é que, se for aprovado também nesta Casa, a presidente Dilma Rousseff não terá alternativa além do veto.
É uma decisão drástica, que até pode vir a ser derrubada pelo Congresso, em outra votação. Mas é uma questão essencial para o país e a disputa vale à pena.
Depois da votação de ontem, o secretário da Presidência, Miguel Rossetto, divulgou nota, condenando a decisão. Está certo.
Mas é preciso ir além e tomar todas as medidas legais, ao alcance de um governo eleito pela maioria brasileiros, para corrigir uma decisão que é uma barbaridade histórica, questiona a Consolidação das Leis do Trabalho, uma das mais progressistas instituições brasileiras, e um dos elementos centrais da herança de Getúlio Vargas. Pelas leis em vigor, hoje é possível terceirizar atividades-meio numa empresa. Por exemplo: pode-se terceirizar o ascensorista de um banco, o serviço de manutenção de computadores e assim por diante. Os resultados nem sempre são os melhores nem os mais convenientes para todos os assalariados. Mas não se pode terceirizar o caixa nem a gerência. Agora pode. O mesmo vale para as montadoras de automóvel, para a industria de informática, para as escolas.
Imagine o que irá acontecer com os salários, com os ganhos por produtividade, com o plano médico e assim por diante. Pense na luta cotidiana por direitos, que acompanha a história dos assalariados desde a invenção do capitalismo. Ficará mais difícil, complicado, burocrático, defender conquistas e melhorias - quando mesmo funcionários de um único departamento passam a responder a sindicatos diferentes, com regras diversas, estabelecidas em convenções diferentes. Para as empresas, uma das principais vantagens do PL 4330 é permitir que boa parte dos funcionários sejam excluídos dos benefícios celebrados em convenções coletivas, como hoje.
Ainda que os discursos dos aliados da terceirização, ontem, lembrassem a retórica de triunfo reacionário surgida nos anos Ronald Reagan-Margaret Thatcher - alguns parlamentares até lamentaram que não se pretendesse estender a terceirização em toda linha à administração direta do Estado - cidadãos em pleno gozo da saúde mental têm dificuldade para imaginar que os patrões da Casa Grande brasileira tenham inventado um projeto, o 4330, para minorar o sofrimento dos mais humildes, não é mesmo?
O argumento levado ao plenário é que o 4330 iria proteger os 12 milhões de brasileiros que trabalham sem direito algum - o que lhe daria um caráter socialmente justificável. “Vamos tirar as máscaras,” rebateu a deputada Erika Kokay (PT-DF), voltando-se para o plenário: “Alguém aqui acha que o projeto defende o terceirizado?”, disse, deixando claro que em vez de regulamentar o trabalho hoje desregulamentado, o que se busca é desregular a condição de trabalho de milhões de trabalhadores, que desfrutam de uma condição de trabalho que, mesmo sem nada de luxuosa, muitos consultores pós-modernos consideram exageradamente favorável.
O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) pediu aos parlamentares que tentassem imaginar uma conversa com seus eleitores, nas próximas semanas, quando seriam forçados a entrar numa agência bancária e explicar para os funcionários que a partir agora eles não eram mais bancários. É uma votação “perigosíssima,” disse Glauber.
O placar final nem de longe reflete a visão da população, para quem a CLT é uma conquista histórica - pode ser aperfeiçoada e atualizada, mas não desfigurada. Encalhado há onze anos na Câmara, onde não era levado a votos pelo receio óbvio de ser derrubado em plenário, no ano passado o PL 4330 esteve no centro de uma conversa entre parlamentares e lideranças empresariais reunidos no hotel Fazano, em São Paulo. A ideia era aprovar o projeto. A promessa, garantir recursos de campanha. Mais uma vez, o temor de enfrentar uma votação tão delicada em ano eleitoral motivou um adiamento da decisão, uma das primeiras no pacote de medidas conservadoras em curso após a vitória de Eduardo Cunha.
A pressa para votar logo o projeto, quando faltam três anos e cinco meses para a próxima eleição, inspirou uma ação de emergência de Cunha, 24 horas antes da decisão. Isso porque chegou ao Congresso uma Medida Provisória, de número 661, que não foi debatida nem votada pelos parlamentares. Conforme entendimento em vigor até 48 horas atrás, essa situação deveria impedir a votação de projetos de lei pelo prazo de 45 dias.
Na terça-feira, ao analisar uma questão de ordem, Eduardo Cunha alterou o entendimento da casa sobre tramitação das MPs, definindo que esse tipo de exigência só passa a valer após leitura em plenário, o que não ocorreu. Na tarde de ontem, o deputado Alessando Molon (PT-RJ) e o líder petista, Sibá Machado, bateram às portas do Supremo para pedir a declaração da ilegalidade da votação. “O presidente da Casa não pode escolher quando vai respeitar a Constituição e seguir os seus prazos e quando não vai. O regimento interno não pode passar por cima da Constituição Federal”, protestou Molon, discursando em plenário.
10 comentários:
Dilma só terá apoio dos trabalhadores bem como dos sindicatos se vetar essa sandice.
Vergonha,nojo desse Congresso.Isso
tem que ser derrubado.
Se a Presidenta Dilma ou seu ministro do Trabalho (quem será?) não usarem rede nacional de rádio e TV, HOJE ou AMANHÃ, a direitona vai culpá-la pelos prejuízos do PL da precarização! Dilma precisa utilizar este instrumento legal e democrático para evitar que nosso povo seja enganado mais uma vez. Ou alguém duvida que as passeatas da suástica vão aparecer faixas dizendo que o PT está contra os trabalhadores?
Dilma tem a chance histórica de recuperar seu prestígio e sua popularidade. Basta mostrar aos brasileiros de que lado está cada partido e o seu governo neste PL da precarização. Virará heroína. Mas tem que ter a coragem de usar rede nacional de rádio e TV, quantas vezes for preciso, para esclarecer o papel de cada um nesta tentativa de golpear direitos adquiridos com muita luta, há cerca de 60 anos. VÁ PRÁ TV, DILMA!!!!
O Senado pode derrubar o PL (seria o ideal), caso contrário a presidente veta mas o veto também pode ser derrubado.
Tá complicada a situação do trabalhador e o pior é constatar que partidos que tem trabalhista no nome foram os que ferraram os trabalhadores.
Espero uma analise do voto do deputado por PE, CADOCA.
Além dos blogues ‘sujos’,
a contra-mídia que falta ao país!
E a vítima é o mordomo!
https://www.youtube.com/watch?v=s7yr3yeQ0Hk
… Creio que seja um dos *textos mais cirúrgicos produzidos nesse período sob o jugo do ‘golpe jurídico-midiático ainda ora em curso desde o antanho do Mentirão’!
Um pedagógico e lapidar libelo histórico!
*Há no Brasil ilhas de poder, com um juiz de Curitiba no centro
SAB, 11/04/2015 – 10:18
Por André Motta Araújo
O Brasil resiste a um poder fragmentado?
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://jornalggn.com.br/noticia/ha-no-brasil-ilhas-de-poder-com-um-juiz-de-curitiba-no-centro-por-andre-araujo
Camisa-de-força nos incendiários! Querem atear fogo no Brasil! ENTENDA
Enquanto houver tempo de salvar a oficialização do *'hospirco braZil'!
*um, digamos, 'mix' de hospício e circo!
Perdão aos malucos!
Perdão aos palhaços!
E, preventivamente, perdão às meretrizes!
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Eduardo Cunha avisa [Teori] Zavascki que não quer depor à Força-Tarefa da Lava Jato
O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), um dos políticos que tiveram o pedido de instauração de inquérito no âmbito da Lava Jato autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, enviou uma petição à Corte argumentando que "não precisa" depor à Força-Tarefa da Operação na Petrobras porque "já prestou explicações detalhadas publicamente e em recursos enviados ao tribunal."
(...)
Na petição, Cunha também alega que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveria ter solicitado esclarecimentos a ele antes de apresentar pedido de investigação ao STF.
Com informações da Folha e da Agência Brasil
FONTE [LÍMPIDA!]: http://jornalggn.com.br/noticia/eduardo-cunha-avisa-zavascki-que-nao-quer-depor-a-forca-tarefa-da-lava-jato#comment-628279
Os fascigolpistas não têm escrúpulo!
O PIG É REINCIDENTE CONTUMAZ NOS CRIMES DE APOLOGIA AO GOLPE DE ESTADO – e incitamento ao ódio [seletivo!] na população!
Ah essa ABIN do ‘[tíbio] PT da Governança’!
Ah esse ‘miniSTRO’ ‘Zé Tucano’ da Justiça!
Ah esse ‘miniSTÉRIO’ das Comunicações!
ENTENDA O QUE SIGNIFICA jornalismo de entretenimento macabro e fascigolpista/terrorista!...
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Das ruas para o futuro: envie via WhatsApp o seu recado para um Brasil melhor
Do UOL,
em São Paulo
11/04/201515h00
Milhares de manifestantes devem ir às ruas em todo o país neste domingo
As denúncias de corrupção, o baixo crescimento da economia e as deficiências de serviços públicos serviram de combustível para um clima de insatisfação entre os brasileiros nos últimos meses. O cenário contribuiu para os recentes protestos nas ruas de cidades em todo o país. Neste domingo, a expectativa é de que milhares de pessoas voltem a se manifestar pelo Brasil.
Mas e você, o que pensa sobre o futuro do país? Se pudesse mandar uma mensagem para todos os brasileiros, o que você diria? O UOL abre espaço para a sua contribuição: indo ou não aos protestos deste domingo (12),
envie o seu recado via WhatsApp (11) 97500-1925.
Se você tem dúvidas sobre o que mandar, veja abaixo uma lista com algumas sugestões:
(...)
CACHOEIRA - perdão, ato falho -, FONTE: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/11/das-ruas-para-o-futuro-envie-via-whatsapp-o-seu-recado-para-um-brasil-melhor.htm
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... Que mimoso, hein?
A ‘chamada jornalística’ da matéria!
É a impunidade, estúpido!
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